30 novembro 2006

FCPorto simplesmente o melhor!

Nota prévia: O seguinte texto foi enviado por e-mail no passado dia 23 por Mário Faria do Portal dos Dragões, a Rui Santos da SIC Notícias, sob o título:«FCPorto simplesmente o melhor!»

"Os meus melhores cumprimentos.

Tendo deixado de ver quase todos os programas desportivos pela gritante falta de qualidade que os anima, ainda assim de quando em vez – em momentos de zapping frenético – lá apanho um outro programa que pacientemente vejo. Aconteceu, comigo, há duas ou três semanas creio, quando deparei com o Rui Santos, do lado de lá do ecrã, a debitar sobre Pinto da Costa, no seguimento duma qualquer pergunta da SIC dirigida ao público sobre o processo Apito Dourado, e os comentários que seguidamente fez, viris e rudes como convém, acusando PC de muitas coisas, nomeadamente de “dividir” e incendiar o país com a sua visão “separatista” e prática "incendiária".

A opinião é sua e sei que a sua voz é hostil ao FCPorto. Nada tenho contra isso, é um problema seu. De qualquer forma e porque entendo que esse disparate que de tanto repetido passou a constar como uma verdade inquestionável, acho ser meu dever contestar, na qualidade de cidadão, portuense e portista.

O futebol foi comandado durante décadas pela FPF que só aceitava como presidentes, dirigentes do SLB, SCP e BFC, em regime rotativo. Pela sua grandeza e pelos feitos obtidos na década de sessenta, o SLB era o “clube do regime". A comunicação social, apertada pela censura, pela paixão e pelo oportunismo, ajudou a fazer crescer o clube e os seus feitos tornaram-se glórias que ajudaram a “vender” o país, cá dentro e lá fora.

Vivia-se um período de duopólio, em que no espectro futebolista cabiam apenas o SLB (clube do povo) e o SCP (clube das elites). O resto era considerado “parolada” com um papel a cumprir: receber os eleitos e jogar como se estivessem em pé de igualdade. E sem protestar, a bem da Nação.

O 25 de Abril mexeu com todas as estruturas do poder. O futebol não foi alheio a essa mudança. José Maria Pedroto e Pinto da Costa trataram de organizar o FCPorto: passamos a concorrer no mercado, adquirimos verdadeiros reforços e passamos a ter força para competir com os clubes que até aí detinham o poder de dominar.

Obviamente que no futebol como em outras actividades, não basta trabalhar bem. É preciso ter voz nos órgãos de decisão. O FCPorto só tinha essa possibilidade se fosse capaz de juntar ao crescimento sustentado, baseado no conhecimento e na competência, uma prática político-desportiva de resistência aos poderes centralistas, que não desfaleceram com o 25 de Abril, e neste momento estão mais activos que nunca.

Quando chegamos muito além da cidade que nos viu nascer e passamos a ser uma referência nacional e internacional, pela via dos muitos êxitos alcançados, então deixamos de merecer qualquer perdão. Os poderosos raramente perdoam o sucesso a quem julgavam, por direito, estar sob o seu domínio.

O FCPorto não é uma organização perfeita nem imaculada. Esses predicados estão a todos a sul. O FCPorto apenas é o melhor, de momento. Qualitativamente superior, apesar da propaganda massiva feita, de forma escandalosa, ao SLB.

No seu programa da semana passada, tive a paciência de o ouvir falar sobre o SLB mais de trinta minutos creio, para depois ficar com 2 minutos para tratar do FCPorto e da selecção. E do que tratou do jogo FCPorto/Académica: do 1º golo do FCPorto e duma suposta dupla falta que o antecedeu. Acabado o seu programa, a SIC Notícias começou com o noticiário e imagine lá qual foi a notícia de abertura: o SLB.

Terça-feira: dia de CL para o FCPorto e SLB. Do que falaram durante todo o dia o Canal 1, a SIC, a TVI e a Sportv: do SLB. A anedota maior: o jogo do FCPorto foi transmitido pela Sportv e esta emissora acompanhou todas as incidências junto da equipa do SLB, como se fora uma coisa importantíssima, de tal forma que fiquei na dúvida se iam transmitir o jogo do FCPorto. Uma náusea.

A vulgaridade “mata”, mas, esse é um problema dos jornalistas, o nosso, dos adeptos e sócios do FCPorto, é contraditar o que acham que é demagogia, oportunismo ou revisionismo para agradar às audiências e reafirmar que essas práticas não nos permitem abandonar a cultura de resistência, que se sobrepõe a qualquer outra. Por isso, mantemo-nos juntos e activos. Sabemos enxergar os nossos defeitos, mas sabemos que não é isso que preocupa. O que aborrece a maior parte dos nossos adversários são as nossas qualidades. Por isso é fundamental continuar no terreno do jogo a confirmar a excelência do produto que vendemos e que tanto nos honra. Não deixaremos que no-lo tirem.

Saudações desportivas,"

29 novembro 2006

Valores seguros

Salvaguardas
Helton e Pepe na passada semana e Vieirinha antes de ontem renovaram os seus contratos com o FCPorto. É unânime que são três valores seguros do futebol em Portugal, mas não só. Precisamente por isso e antes que os "tubarões" voltassem ao ataque era urgente garantir que estariam bem presos a quem os elevou no futebol de alto nível. Esperemos que seja agora que o Vieirinha comece a jogar.
Soccerex
O F.C. Porto vai estar representado na Soccerex, a maior feira internacional de futebol, que vai realizar-se de 26 a 28 de Novembro, no Dubai. As soluções tecnológicas existentes no Estádio do Dragão constituem uma das atracções do painel patrocinado pela Sony, que terá lugar segunda-feira de manhã.
Luís Silva, da PortoEstádio, é o representante portista que este domingo viaja para o país anfitrião do evento com a finalidade de dar a conhecer os sistemas tecnológicos utilizados no palco azul e branco.

O Dragão não é o maior estádio de Portugal, mas é com toda a certeza o melhor.
GoldenBoy
O prémio GoldenBoy é uma iniciativa de um conhecido diário desportivo italiano (Tuttosport) e tem por objectivo distinguir o melhor jogador sub-21 (nascido depois de 1986) a jogar no futebol europeu. Anderson, mesmo lesionado, é um dos três candidatos ao prémio, concorrendo com Messi (Barcelona) e Fabregas (Arsenal).
Acho que não seria necessário um jornal italiano vir dizer o que já todos sabemos, mas ficaria sempre bem a nível internacional.
Atlético
6 anos depois, o Atlético, clube lisboeta que milita da 2ª divisão B, é novamente o adversário do FCPorto para um jogo da taça, neste caso do próximo dia 7 de Janeiro. Ditou o sorteio que fosse no estádio do Dragão o jogo do FCPorto da primeira eliminatória em que entram clubes da primeira liga. Oportunidade boa para se rodarem jogadores que pouco temos visto jogar e talvez Jesualdo faça como Mourinho e coloque Vítor Baía a titular nos jogos da taça.

28 novembro 2006

O «especialista» e o «dono da bola»

«Tudo no futebol, criatividade e magia, necessita apoiar-se numa ordem.
O relógio Paulo Assunção
A actuação de um jogador depende muito da orientação do treinador, mas, em campo, é a sua cabeça que toma as decisões. Passar ou reter a bola. Marcar ou desmarcar. Acelerar ou travar. Uma das coisas mais tranquilizantes quando se vê um jogo é encontrar um jogador inteligente. Aquele que, afinal, toma quase sempre essas decisões correctamente. Acredito mais nos jogadores especialistas do que nos polivalentes. No fundo, esta preferência resulta exactamente de achar que os primeiros tomam mais facilmente as decisões correctas do que os segundos. E, não duvidem, há zonas do campo onde é obrigatório tomar as decisões certas sob pena de desequilibrar toda a equipa. Penso nisso ao ver jogar Paulo Assunção em Moscovo. De luvas, collants, camisola interior de gola ala e o frio a corroer-lhe os ossos, mas, cerebralmemte, imperturbável.Embora não seja sempre titular como era com Adriaanse, a verdade é que, embora pareça contraditório, é com Jesualdo que o seu valor estar a ser verdadeiramente reconhecido. Como? Transformando-se numa espécie do jogador para os grandes jogos. Quando se adivinha um confronto mais difícil (como sucedeu contra Benfica, Sporting, Arsenal ou CSKA) e necessita-se um elemento com inteligência superior para dar consistência ao bloco defensivo, eis que surge Paulo Assunção, «o especialista». Consigo, no lugar tacticamente mais importante do futebol moderno, à frente da defesa, a equipa nunca se desequilibra. Sabe, sem bola, colocar-se a defender. Sabe, com bola, iniciar a saída para o ataque. Tudo no futebol, criatividade e magia, necessita apoiar-se numa ordem. No FC Porto, ela tem nome e duas pernas.
Os rebeldes Quaresma e Ronaldo.
Noutra dimensão, há jogadores que, em campo, transmitem uma confiança quase insolente em si próprios. Quaresma e Cristiano Ronaldo são dois desses casos. Há poucas semanas, dizia PLatini que “não joga mal…”. Só isso? Não, não, ele possui talento, muito talento. “O problema é que, por vezes, fico com ideia, que ser seu colega de equipa não é fácil…”. É uma reflexão intrigante. Também sinto isso quando vejo jogar Quaresma. São geniais e viram sozinhos um jogo de pernas para o ar, mas a verdade é que, em muitos momentos, parecem disputar um jogo à parte dos restantes dez companheiros e para o qual só eles estão habilitados. Cada jogada de Ronaldo parece um grito de rebeldia contra o jogo, a táctica, o adversário e…até a própria equipa. Quaresma melhorou muito nesse aspecto e a equipa busca-o mais porque confia no seu talento. Quando a insolência individual ganha sentido colectivo, ambos ficam muito melhores jogadores. E, como queria dizer Platini, fica também mais fácil ser seu colega de equipa.»
Luís Freitas Lobo In Planeta Futebol

27 novembro 2006

Devagar se vai ao longe

Belenenses 0-1 FCPorto
(Postiga)

Ter muito sono a ver um jogo do FCPorto era algo que não me lembrava de me ter acontecido. A início julgava que era de estar cansado, mas com o decorrer do tempo percebi que o problema não poderia ser só meu. Tenho a certeza que muitos de vós quase passaram pelas brasas ao longo deste jogo.
Valeu exactamente pela vitória num adversário por tradição difícil, mas que hoje fez-nos ver que a tradição já não é mesmo o que era. A única missão da equipa de Belém era: não deixar o FCPorto jogar. Aliás começa a ser o grande objectivo dos nossos adversários. Onze jogadores atrás da linha da bola, atrasando o mais possível o primeiro golo.
O FCPorto entrou com a mesma equipa que deslumbrou na Champions League, quero dizer, pelo menos eram os mesmos jogadores. Compreende-se que estivessem exaustos, a viagem à Rússia deve ter sido desgastante, seria necessário apenas garantir os serviços mínimos para se poder encarar o próximo “derbi” lisboeta com os dois pontos de avanço sobre o 2º classificado. O que é certo é que foi conseguido.
Só uma equipa existiu e apesar da lentidão dos jogadores do FCPorto, não se vislumbrou falta de empenho na procura do golo. E seria uma questão de tempo, o golo apareceu quase no fim da 1ª parte num lance em que o guarda-redes contrário falha uma saída a um cruzamento que foi muito bem aproveitada por Bruno Alves assistindo assim Hélder Postiga, que juntou mais um golo à sua lista.
Paulo Assunção tinha levado um cartão amarelo numa falta normalíssima a meio-campo e fica de fora na próxima jornada. Então Jesualdo para a 2ª parte tira o trinco e faz entrar Ibson, talvez para treinar já o trio do meio campo para o próximo jogo. Ibson entrou muito bem e deu alguma vivacidade ao jogo, mas havia pouco a fazer. Era ou tentar o 2º golo ou controlar o 1-0, e parece que foi escolhida a última opção pelos jogadores. Todos nós perdoamos e todos nós sabemos que qualquer campeão tem jogos em que o que é necessário é conseguir os três pontos mesmo jogando mal. Neste caso nem se aplica tanto o jogar mal, acho que o jogar devagar tem mais a ver com o que aconteceu.
Quanto ao melhor jogador do jogo, o Quaresma esteve muito abaixo do que nos tem vindo a habituar. O Postiga é um poço de energia tal como o Lisandro. O meio campo garantiu os tais serviços mínimos, tal como a defesa. Assim desta vez, e para ser diferente, vou escolher um defesa para melhor jogador, que há uns meses atrás ninguém imaginaria ou chamavam-me nomes: Bruno Alves. Fez uma assistência, tem tido ainda menos falhas que o Pepe (sim é verdade e não só neste jogo) e tem sido um esteio na defesa. Bem sei que de vez em quando tem umas atitudes um “pouco estranhas”, mas está a provar, mesmo a mim, que é um excelente central e que pode vir a chegar ao patamar dos grandes centrais a que o FCPorto nos habituou. Pepe e Bruno Alves, quem diria que seriam uma dupla que daria garantias de futuro há dois anos atrás!
PS: Mais uma bola que parece ter entrado na baliza e em que o respectivo golo não foi sancionado, desta vez o árbitro auxiliar estava com boa visão da linha de golo. Parece claro que Helder Postiga cabeceia a bola completamente dentro da baliza, fazendo o papel de defesa. Mais uma vez fica a prova que os meios tecnológicos são uma necessidade para a verdade desportiva.
PS: Continuo a não gostar deste equipamento.

25 novembro 2006

(In)Dependências

«Quando, carregadinho de boas intenções e apesar dos mil cuidados com que disputou o lance, Katsouranis delicadamente partiu o perónio a Anderson, houve quem garantisse que o FC Porto se ia ver grego - desculpem o trocadilho fácil, mas irresistível - para lidar com a ausência do médio brasileiro. Afinal, diziam, o campeão nacional estava tão dependente dele como uma top model está da dose diária de sementes de girassol e a ressaca seria tão inevitável e prolongada como a própria recuperação do médio. Mas não foi. Na verdade, a ressaca pela perda de Anderson durou cerca de meia-hora, a mesma meia-hora que o Benfica aproveitou para empatar o jogo com os portistas antes de Bruno Moraes colocar um ponto final no último clássico do futebol português. O FC Porto ganhou ao Benfica, mas mais do que isso, conta como vitórias todos os jogos realizados desde essa altura, desmentindo as teorias catastróficas que garantiam que depois de Anderson seria o dilúvio. Em boa verdade, se houve alguma equipa levada pela enxurrada das últimas semanas, não foi o FC Porto. Ora, tal não significa que Anderson não faz falta. A ausência de um jogador com as característica do médio brasileiro seria sentida por qualquer equipa que pudesse contar com ele no plantel. Acontece que há mais jogadores decisivos à disposição de Jesualdo Ferreira e Quaresma é apenas o mais fácil de identificar: é o tipo que aparece sempre sob a luz dos holofotes a fazer cruzamentos impossíveis e fintas improváveis, não tem nada que enganar. Quaresma é dado como certo no Atlético de Madrid pela Imprensa espanhola. Tão certo como Anderson era dado no Barcelona pela mesma Imprensa há algum tempo. É provável que ambos cresçam o suficiente no FC Porto até já não caberem no futebol português. Já aconteceu antes. O melhor mesmo, é aproveitar enquanto duram.
QUE LO HAY, HAY
"Quaresma agrada e manifestámos interesse, mas não voltamos a falar. Não está nada negociado, nem com o FC Porto, nem com o jogador"
Miguel Angel Gil Marin, maior accionista do Atlético de Madrid»
Jorge Maia in O Jogo

24 novembro 2006

Sou só eu que acho estranha esta carta?

“Carta de Quaresma à Administração da F.C. Porto, SAD
Ricardo Quaresma endereçou esta quinta-feira uma missiva à Administração da F.C. Porto – Futebol, SAD dando conta da sua vontade de permanecer nos Campeões Nacionais. O www.fcporto.pt reproduz na íntegra o teor da carta do extremo azul e brancos.
«Exma. Administração da F.C. Porto – Futebol, SAD:Face a inúmeras notícias que têm sido veiculadas em diversos Órgãos de Comunicação Social, venho por este meio informar a Exma. Administração de que não pretendo representar o Atlético de Madrid. A minha vontade é manter-me no F.C. Porto.
Ricardo Quaresma
Porto, 23 de Novembro de 2006».”
Este texto foi publicado no site oficial do FCPorto ontem. É certo que todas as notícias vindas de Espanha levavam a crer que Quaresma estaria mesmo de saída na próxima reabertura do mercado para o Atlético de Madrid, mas esta carta vem desmentir isso mesmo, ou talvez não.
É muito estranho o teor desta carta, assim como a própria publicação, podendo ter muitos significados. Várias perguntas se podem colocar, por exemplo:
- Será que podemos ficar agora descansados já que o jogador não vai mesmo sair?
- Será que o jogador está para ser vendido e não quer sair, por isso endereçou esta carta à administração? Se sim, então porque o FCPorto a publicou no site oficial?
- E não tinha já Quaresma dito várias vezes que queria continuar, para quê a carta?
- Ou será que Quaresma até nem se importa de sair, mas não para aquele clube e por isso prefere manter-se no clube que está?
- Por outro lado, para que precisa Quaresma de escrever à SAD, não pode contactar pessoalmente com os administradores?
- E se o jogador sair mesmo depois desta carta, não se tornará a publicação da mesma algo ridículo?
- Será que a carta foi escrita a pedido da direcção? Se sim, para quê? Não bastava Pinto da Costa desmentir as notícias?
- Ou será apenas uma estratégia da SAD para tentar inflacionar o passe do jogador?
Mais perguntas poderia acrescentar, mas acho que apenas em Janeiro todas elas terão resposta. Para já quero apenas acreditar numa resposta afirmativa à primeira pergunta.

23 novembro 2006

Não é para quem quer, só para quem pode

A história de um clube com um passado cheio de vitórias é algo de que todos os seus adeptos se orgulham. Ser campeão do seu país é sempre o principal objectivo de qualquer grande clube. Poucos se podem gabar de terem ganho a taça dos campeões europeus, a prova rainha do futebol mundial de clubes. Mas existe um título que ainda é mais importante, e esse título nem todos os campeões europeus se podem orgulhar de o ter conquistado. Só um grupo muito restrito de clubes em todo o mundo o alcançaram, e o FCPorto já o fez por duas vezes.
Vem isto a propósito da noite europeia de ouro que o FCPorto teve esta semana. O colega Pavlovdoorman, do blog Tribunal das Antas, já tinha referido o assunto há cerca de dois meses. Eu fiquei com isso em mente e resolvi hoje voltar ao assunto.
Alguns dos clubes, ou selecções, que conquistaram o título de campeões do mundo trazem ao peito no seu emblema uma estrela por cada um desses títulos mundiais conquistados. O caso mais conhecido é o de uma selecção, a do Brasil, que é penta-campeã do mundo e que podem ver na primeira imagem. Existem também alguns clubes que ostentam essas mesmas estrelas, dou só o exemplo de um clube sul-americano e outro europeu. O sul-americano é o Boca Juniors da Argentina (segunda imagem) que possui três títulos mundiais, o europeu é a nossa conhecida Juventus (terceira imagem), que possui dois.
Ora, como o nosso FCPorto se pode orgulhar de ser também ele um dos únicos 13 clubes em todo o mundo e um dos 7 em toda a Europa que já conquistou mais do que um título mundial, seria mais que justo envergarmos no nosso emblema o símbolo de tão excelente distinção, as duas estrelas de campeão do mundo.
Fica a minha sugestão para apreciação de todos os portistas, que como é lógico não passa disso mesmo, uma sugestão.

PS: A "Liga da Bancada", agora que terminou a 5ª jornada e apesar de não terem mudado os participantes do podium, conhece um novo primeiro lugar. O primeiro e o segundo classificados anteriores trocaram posições, estando agora o Mister Luís Novo em primeiro lugar com a sua equipa Pinguim seguido do Mister Filipe Rocha com a equipa Lokomotive da Foz. No terceiro lugar do podium mantém-se a equipa Rock's Bar do Mister Jorge Santos.

Notou-se que nesta jornada do UEFA Fantasy Football as pontuções foram algo baixas na generalidade, o que poderá ter a ver com algumas surpresas, nomeadamente as derrotas do AC Milan, do Chelsea e do Manchester United. A não utilização de alguns jogadores habituais por parte de algumas equipas também poderá ter influenciado. Como exemplo dou o caso da minha equipa em que 3 jogadores escolhidos simplesmente nem jogaram (R.Carvalho, Cafu, Figo), tendo de saltar do banco jogadores, digamos, menos bons.

22 novembro 2006

FCPorto TopClass

CSKA 0-2 FCPorto
(Quaresma, Lucho)
Existem dias assim, ontem quando pensava no jogo do FCPorto tinha quase absoluta certeza de que o ganharíamos. O certo é que tal aconteceu e sem deixar qualquer margem para dúvidas. Sei que existem certos jogos para que o FCPorto é talhado e é neste tipo de jogos que sobressai toda a energia da mística de um clube como o nosso. O que vimos na Rússia foi um FCPorto com uma classe tal que não via desde os tempos do saudoso Mourinho. Um FCPorto seguro de si próprio, inteligente, personalizado, autoritário, pressionante e com a garra dos vencedores.
Não tive oportunidade de ver a primeira parte, mas pelo que ouvi pela rádio não terá sido muito diferente da segunda. A confiança com que os relatadores comentavam o quase total domínio da equipa confirmou-se quando vi a segunda parte. Simplesmente a nossa equipa reduziu a absolutamente nada, e no seu próprio campo, uma equipa muito rotinada e que ainda não tinha sofrido qualquer golo na competição este ano, conseguindo fazê-lo por duas vezes.
É evidente que para tudo isto contribuiu o madrugador golo do, ainda nosso mágico, Quaresma numa excelente jogada de contra-ataque, já que fez os nervos desaparecerem e passar de imediato toda a responsabilidade para o outro “lado da barricada”.
O professor escalonou muito bem a equipa. Dada a táctica adversária seria necessário um meio-campo “musculado” e bem povoado a nível defensivo, a que Meireles e Assunção deram total eficácia. A pressão com que todos os jogadores abordavam os adversários fazia-os errar e essa pressão começava em Postiga e vinha até à defesa, sendo que raramente se via um jogador russo com espaço para fazer fosse o que fosse. Jesualdo com a disposição com que colocou as peças em jogo, além de não deixar jogar, fazia com que fosse completamente posta em cheque a famosa e rotinada táctica de três defesas dos russos.
Várias oportunidades foram sendo perdidas, oportunidades flagrantíssimas que falhadas nesta prova costumam ser fatais, talvez tenha sido mesmo o pior do FCPorto esta noite. Mas o controlo que havia sobre o jogo por parte do FCPorto fazia-nos apenas acreditar que mais tarde ou mais cedo outro golo haveria de surgir. Foi o que aconteceu a meio da segunda parte com mais uma excelente jogada por parte de Quaresma que faz um cruzamento para o guerreiro Lisandro assistir, pela segunda vez na noite, um colega de equipa, neste caso o Lucho que fez um belo remate à entrada da área, liquidando então a ténues esperanças da equipa da casa.
Nem o facto de o eixo da defesa, que mais uma vez esteve sem falhas, ter ficado amarelado antes dos dez minutos causou qualquer intranquilidade que se poderia daí prever. Grande destaque também para os laterais Fucile e Bosingwa, principalmente este último que no momento é só o melhor defesa direito português.
Em resumo, um FCPorto de excelência que em comparação com o jogo com Arsenal só tem mesmo a cor das camisolas e um FCPorto que nos faz acreditar que, e continuando assim, poderemos ter mais um ano europeu de ouro.
PS: Agora só preciso da vossa ajuda para me ajudarem a escolher qual o melhor jogador em campo. Coloquei na "Opinião da Bancada" os quatro jogadores de mais se destacaram para mim. É convosco agora.

21 novembro 2006

Quebrar o gelo... outra vez, dois anos depois

O FCPorto não perde desde o início de Outubro passado, altura da derrota com o Braga. Desde aí, e atravessando um período complicadíssimo, a equipa tem vindo a evoluir em todos os aspectos: anímico, técnico-táctico e em maturidade. A equipa sem fulgor que se apresentava em campo no início do mês passado parece ter aos poucos desaparecido.
É precisamente esta equipa renovada em confiança e estabilizada a nível táctico que hoje se tem de apresentar no gelo de Moscovo, para o tentar quebrar contra o novo campeão Russo, o CSKA que terá de jogar contra os dragões no estádio do seu maior rival, o Lokomotiv de Moscovo.
A equipa moscovita revalidou o título de campeão daquele enorme país no sábado passado, depois de viajar nove horas para cada lado até à costa russa do pacífico e vencer o seu adversário por 4-1. Talvez o FCPorto possa de algum modo tirar proveito deste cansaço, tanto da desgastante viagem dos russos como dos próprios festejos destes. Resta também lembrar que não puderam poupar qualquer das suas estrelas, já que era o jogo que imediatamente lhes resolvia o campeonato.
Ao FCPorto, que cedeu um empate na primeira-mão com os russos, só interessa a vitória para não depender de terceiros para a passagem aos oitavos de final da prova. O empate cedido e dadas as incidências do jogo de então, foi um péssimo resultado, tendo os moscovitas defendido desde o início do jogo o zero a zero. Mostrou sobretudo que a nossa equipa tem mais que capacidade para vencer este importante jogo, apesar de jogar contra um grupo também muito confiante pelo campeonato ganho.
Fucile e Assunção regressaram aos convocados e deverão ser opção para o onze inicial, saindo respectivamente Cech, que tem estado em má forma, e Meireles, que apesar de ter estado bem no jogo de sábado não dará a consistência defensiva que Jesualdo pretende para a equipa. Acredito também que Jesualdo Ferreira coloque Ibson no onze em detrimento de Jorginho, já que entrou muito bem no último jogo ao contrário de Jorginho que esteve muito apagado.

Mais uma vez está em jogo uma época tanto a nível de prestígio como a nível financeiro e a vitória é o que se exige, tal como há dois anos atrás. E essa vitória, que na altura remeteu o CSKA para a conquista da Taça UEFA, foi conseguida com um golo do Benny, debaixo de 12 graus negativos. Desta vez, e com a temperatura a rondar os zero graus, temos um Postiga em grande forma que todos esperamos que desempenhe o mesmo papel.

CSKA Moscovo - FCPorto, SportTv 17H30

PS: Atenção que a hora do jogo não é à hora normal dos jogos da Champions League. Por ser na Rússia e devido ao fuso horário o jogo é mais cedo 2 horas.

PS2: Não se esqueçam de actualizar as vossas equipas do UEFA Fantasy Football para esta jornada aqui.

20 novembro 2006

Harry Potter


Até quando veremos esta magia no nosso clube?

Resposta: Infelizmente, e no contexto actual do futebol dos nossos dias, tudo deverá depender do resultado de amanhã contra o CSKA, mais própriamente da passagem aos oitavos de final da Champions Leagues e do respectivo prémio de presença.

Se não passarmos poderemos dizer-lhe adeus já na próxima reabertura do mercado, em Janeiro. Os tubarões já estão preparados e esperemos que seja só o Quaresma.


19 novembro 2006

Não havia necessidade

FCPorto 2-1 Académica
(Postiga, Nestor, Pepe)
Foi com pouca gente no estádio, talvez a pior assistência esta época (30.207 espectadores), que o FCPorto venceu a Académica de Coimbra com um resultado que deixa transparecer algumas dificuldades, mas em que o golo da vitória, quase no final do jogo, apenas colocou justiça num resultado que, apesar de um FCPorto algo apático, é de todo merecido.
A Académica veio ao aniversariante Estádio Dragão com vontade de estragar a festa. Com uma defesa e meio campo muito bem organizado, os estudantes fizeram o FCPorto não conseguir expandir o seu meio campo ofensivo, principalmente o seu organizador Jorginho, e em consequência o ataque não era devidamente servido. Apenas uma excepção, Ricardo Quaresma o melhor em campo, que demonstra que a genialidade quase sozinha pode fazer ganhar jogos, tendo estado em quase todas as boas oportunidades da primeira parte.
Apesar de a equipa parecer não conseguir sair da teia montada pelos academistas, as oportunidades foram mais que suficientes para o jogo ficar resolvido já na primeira parte, sendo as melhores chances de golo desperdiçadas por Lisandro primeiro e Postiga depois, com passes de Quaresma.
Na segunda parte entrou Bruno Moraes para o lugar do inoperante Jorginho, tentando alargar a frente de ataque e dar algum apoio mais directo ao desamparado mas sempre esforçado Postiga. O que é certo é que logo no início do tempo complementar o golo surgiu pelo, agora, melhor marcador do campeonato, Postiga e mais uma vez com um passe de Quaresma.
Com o golo, Jesualdo volta a equilibrar o meio campo tirando o lutador Lisandro e fazendo entrar, passados dois meses depois da lesão, Ibson, que entrou muito bem. O mais difícil parecia estar feito e com isso a equipa foi adormecendo e começando talvez a pensar já no próximo jogo. O técnico da académica mexeu muito bem e conseguiu equilibrar o jogo, conseguindo a dez minutos do fim o golo do empate.
Era tempo do professor voltar à fórmula do início da segunda parte e voltar a abrir a frente de ataque colocando Alan e retirando um dos melhores em campo, Raul Meireles, que esteve praticamente intransponível. Acordado do sono pós-golo de Postiga, a equipa começou novamente a jogar com velocidade e num lance de bola parada o inevitável Quaresma ofereceu a Pepe a oportunidade de repor justiça no marcador, que este não desperdiçou coroando com um golo mais uma bela exibição. Aliás falava-se muito da Anderson-dependência, mas o que o FCPorto depende do Quaresma começa a ser um “case-study”.
Resumindo, a vitoria é incontestável, mas não havia necessidade de se sofrer tanto, de se adormecer a pensar noutro jogo que não o que se está a jogar. Não havia mesmo necessidade.

16 novembro 2006

Presente para o Dragão

O Dragão merece ser brindado pelos seus três curtos e gloriosos anos de vida e nada melhor que já o próximo jogo para o presentear. Uma vitória robusta e um estádio cheio seriam a melhor prenda. Além de que a equipa merece também ela um aplauso pelos bons resultados que obteve nos últimos jogos.
O regresso do Ibson poderá ser uma das atracções para este jogo com os estudantes. A ver pela sondagem da “Opinião da Bancada”, a maior parte dos votantes (42%, 24 votos) quer o médio brasileiro a acompanhar Paulo Assunção e Lucho no trio do meio campo. Nota-se que Jorginho ainda não é muito bem aceite pelos portistas ou será apenas porque acreditam mais nas qualidades de Ibson? Mesmo sendo um mal-amado, para mim Jorginho ainda é quem dá mais garantias no lugar do lesionado Anderson, o que se pôde provar no último jogo no Bonfim. Jorginho que, já entra no segundo trio mais votado (28%, 24 votos) mas aqui com Meireles no lugar de Assunção. Um trio que dará mais poder de fogo ao Dragão e que para jogos, considerados teoricamente mais fáceis, seria o trio ideal.
De qualquer maneira, Jesualdo Ferreira deverá escolher para o meio campo os mesmos jogadores que foram titulares no último jogo (a 3ª opção mais votada com 21%, 12 votos) em que Assunção funcionará como o equilíbrio para um meio campo em que Lucho ajudará Jorginho no ataque. Aliás o técnico portista deverá alinhar com exactamente a mesma equipa que tão bons resultados deu.
Na frente de ataque o professor pode pela primeira vez este ano contar com quatro pontas-de-lança, já que Adriano junta-se a Bruno Moraes, Helder Postiga e Lisandro Lopez, este último que para todos os efeitos é um ponta-de-lança adapatado à esquerda e deverá ser titutlar ao lado de Postiga e Quaresma.
Teremos oportunidade de ver também no nosso estádio um jovem jogador que tem dado muito nas vistas e que está emprestado à Académica, Hélder Barbosa. O extremo tem sido considerado o melhor jogador do nosso adversário e um jogador que poderá ser num futuro próximo umas das nossas mais cintilantes estrelas.
Tendo em conta que na próxima semana se joga mais um importante jogo da Champions League e que a vitória neste jogo é uma excelente rampa de lançamento para moralizar a equipa para a Europa do futebol, o que é preciso é o público estar presente, para ajudar a conseguir essa grande vitória e oferecê-la como presente para o dragão.
FCPorto - Académica, SportTv Sábado 19H15

Parabéns Dragão

A 16 de Novembro de 2003 era inaugurado o mais belo estádio do mundo. Que orgulho eu tenho em ter estado na inauguração deste monumento. Tão novinho e já com tantas glórias, um verdadeiro palco de emoções. Parabéns pelos 3 anos que fazes hoje Dragão.


«Quando vejo espectáculos que me agradam e me tocam muito particularmente, sejam filmes, peças de teatro, óperas ou poemas, fico com pele de galinha e imensamente feliz. Em estado de exaltação, achámos o mundo melhor: chegámos a comover-nos perante a contemplação de tanta beleza. Somos compelidos a ter bons sentimentos. A harmonia paira no ar. O ambiente é sereno e silencioso, para não perturbar: nada se pode perder. O prazer tem de ser total. São momentos raros esses, mas inesquecíveis.
O Estádio do Dragão é na feliz citação de MST um palco próprio para recitais. Deslumbro-me sempre que lá vou e não me canso de lá ir. É muito belo, por ser muito simples. Sinto-me bem. É um estádio que nos honra. Quando vou ao Pingo Doce revejo o estádio dos mais diversos ângulos e um dos meus passeios preferidos é fazer a circum-navegação do passeio da fama. É que à beleza do estádio junta-se um enquadramento único. O Estádio é o centro daquele pequeno e muito bonito universo. Próximo ou longe, de terra ou do ar, é um estádio que merece honras de monumento.
Tenho saudades das Antas, da Constituição, dos jogos no estádio do Lima, algumas até de Vidal Pinheiro, com muita pena pelo "desaparecimento" do Salgueiros. Mas sou um apaixonado pelo Dragão. Sinto-me bem, aprecio os cânticos, conheço a vizinhança com quem troco impressões e pormenores tácticos. Quando irrompe num uníssono berro, gritando “GOOOLO”, como foi no último FCP/SLB, sinto uma emoção incontida, um misto de satisfação, orgulho, felicidade, regozijo, que me põe rouco, aos saltos e abraçado aos meus filhos. Andava sufocado. Fiquei aliviado e em paz. Esqueci quase tudo: a enxaqueca, as letras, os desaforos, sei lá que mais. A emoção estava no ar e era contagiante. Fomos todos irmãos, naquele momento. O Dragão ficou ainda mais belo. Já não era um monumento, era provavelmente uma das dez maravilhas do mundo.
Gosto do Dragão que deve ser preservado como pertença do FCP. Nem pensar em dedicar-lhe outro destino. Um lugar para admirar. Nosso. Como dizia um articulista do Público: “…vir ao Porto e não visitar o Dragão por dentro e por fora e pelas suas redondezas é um pecado imperdoável…”.»
PS: Quem tiver oportunidade hoje pode visitar o Estádio do Dragão de graça. Aproveitem que não se vão arrepender.

15 novembro 2006

Selecções do Madaíl

Sub-21
Portugal 3-0 Sérvia
(Hugo Almeida, Hugo Almeida, Vaz Tê)


AA
Portugal 3-0 Cazaquistão
(Simão, Ronaldo, Simão)

Portugal é...

Não querendo entrar por áreas mais melindrosas para os portistas que vivem em Lisboa, que sei serem mais que muitos, e sabendo também que isto não tem a ver própriamente com o FCPorto, que é há muito um clube do país inteiro, aliás do mundo inteiro, hoje vou fugir um pouco ao tema propriamente dito do futebol para falar de algo que acho preocupante em Portugal.
Embora todos reconheçamos que somos um país com variadas limitações financeiras, que admitamos que quase tudo está mal a nível económico, o que é certo é que ainda a semana passada ouvimos falar em se querer organizar um mundial de futebol, falava-se do mundial de 2018. Já antes se ouvira a ideia megalómana da candidatura de uma cidade portuguesa ao Jogos Olímpicos de Verão. Essa cidade, como todos já devem ter calculado é a "capital do império", como carinhosamente o nosso presidente lhe chamava.
Assim, apresento-vos um texto interessante sobre o assunto que retirei do jornal O Jogo, já de há umas semanas atrás, e cujo o título é precisamente Centralismos.
«Sem querer beliscar a legitimidade de Vicente Moura, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), ao preferir Lisboa caso venham a realizar-se em Portugal os próximos Jogos da Lusofonia, não posso deixar de estranhar aquela vontade.
Apesar de redundante, o desejo do dirigente máximo do COP vem uma vez mais acentuar algumas diferenças entre Portugal e os restantes países, se não todos pelo menos uma boa parte. A começar pela vizinha Espanha, tantas vezes citada como um bom exemplo nas mais diversas áreas. Uma delas pode ser a democratização com que é capaz de gerir grandes acontecimentos que tenham lugar no país, desportivos ou não. Assim se consegue que a Expo'92 tenha sido em Sevilha; que os Jogos Olímpicos do mesmo ano tenham tido lugar em Barcelona; que a Taça América do próximo ano esteja marcada para Valência.
Em Portugal, a menor dimensão do país não pode justificar a febre que conduz a um tal centralismo na capital Lisboa. Que recebeu a Expo'98, o Masters de ténis, a final do Euro'2004 e que deverá receber os Jogos da Lusofonia, se forem em Portugal, e os Jogos Olímpicos de Verão, se alguma vez se realizarem em Portugal. E tudo o mais de alguma dimensão que possa vir a ter lugar em Portugal.
Não há nesta macrocefalia qualquer equilíbrio. Receio até que haja um cada vez mais acentuado desequilíbrio entre a evolução de Lisboa e arredores e o resto (nunca o termo foi tão apropriado) do país. E esta constatação não resulta de um qualquer acesso de regionalismo, antes de factos provados e comprovados.»
Barbedo de Magalhães in O Jogo

14 novembro 2006

E se num jogo de futebol...

… cada golo valesse um ponto, até um máximo de 5 pontos?

… o zero a zero valesse zero pontos?

… deixasse de existir a lei do fora de jogo?

… existisse um cartão azul que punisse os jogadores com 10 minutos fora de campo?

… parasse o relógio sempre que pára o jogo?

… no tempo que um jogador lesionado sair do campo, o jogador que o lesionou também saísse?

… os quatro árbitros tivessem todos o mesmo poder?

… se pudessem trocar de jogadores a qualquer momento e sem limite?

... português entradas como a do grego (não sou xenófobo) sobre o Anderson fossem severamente punidas?

E vocês o que acham de cada uma destas mudanças e que mais regras mudariam ou acrescentariam?

13 novembro 2006

Museu, porque não temos?

Este período mais parado em termos de futebol é um pouco triste, por isso aproveito para falar de outras coisas de que normalmente não nos lembramos quando o nosso clube está em acção dentro do campo. O que não quer dizer que sejam questões menos importantes para os portistas.
Há cerca de um ano e meio fiz uma visita com a família ao Estádio do Dragão. Eu conheço bem o estádio, pelo menos os lugares por onde passo quase todas as quinzenas, mas existem sítios que sem essa visita nunca chegaria a conhecer. Como estava à espera, foi excelente. Porém, existiu algo com que fiquei muito decepcionado, não vi sequer nem uma das inúmeras taças conquistadas pelo FCPorto, entre elas a Taça dos Campeões Europeus conquistada no ano anterior.
Mas como é possível?! Um clube com um historial riquíssimo como o nosso, não tem um museu para poder mostrar a todos os associados, simples adeptos, curiosos e até estrangeiros os troféus das grandes vitórias conquistadas ao longo dos tempos. Onde estão eles?! As duas Taças dos Campeões Europeus, a Taça UEFA, a Supertaça Europeia, as Taças Intercontinentais, etc., estarão neste momento em alguma arrecadação a ganhar pó?!
Quem passeia pela praça circundante ao estádio, e perto da Loja Azul, pode ver lá uma porta com os seguintes escritos “Futuro Museu do FCPorto”. Está assim há 3 anos, desde a inauguração do Dragão. Será que com tanto dinheiro gasto em jogadores de qualidade muito questionável, não sobrou nenhum para se construir um museu condigno com a grandeza do nosso clube? Quantos jogadores custaram pelo menos um milhão de euros e foram recambiados imediatamente? Não se poderia ter deixado de comprar um pelo menos? Um milhão de euros dava para se erguer um museu de enorme qualidade, até porque a matéria prima principal para esse museu já está há muito conquistada.
Só existe uma razão para ainda não termos actualmente um sítio para desfrutar do prazer de ver os troféus conquistados pelo nosso clube, a falta de vontade. É muito triste e é um verdadeiro insulto à memória colectiva de toda a nação Azul e Branca.

11 novembro 2006

Renovações de confiança

Jesualdo
Jesualdo Ferreira assinou por mais um ano pelo FCPorto como técnico principal da equipa sénior, passando agora o treinador a estar contratualmente ligado ao clube até ao fim da época que termina em 2008. Ao contrário do que é normal, Pinto da Costa não o fez numa altura conturbada da equipa e foi também mais comedido no prolongamento do tempo de duração do contrato do que é costume, tendo-o feito por apenas por mais um ano, o que é o ideal.
Leva a crer, e sabendo já aquando da contratação do professor os jogos que o clube tinha pela frente nas diferentes competições, que este último mês terá sido o verdadeiro exame pelo que o técnico teve que passar. Todos concordamos que o exame correu bem, tendo o professor encaixado uma boa nota que terá dado suficientes garantias à direcção portista para a prorrogação do contrato.
O FCPorto só tem ganhar com este aumento temporal do contrato. A estabilidade sai reforçada e os jogadores sabem que a direcção está ao lado do seu treinador e que confia nele, dando-lhe todo o poder dentro do balneário que poderia faltar a um treinador a prazo.
Lucho
Nos últimos dias ouvimos notícias vindas de Espanha que falavam no interesse do Atlético Madrid em alguns jogadores do FCPorto, um dos nomes falados era o de Lucho Gonzalez.
Fazendo crer que as notícias seriam verdadeiras, o que é certo é que o jogador ontem também prolongou o seu contrato até 2011 (era até 2010), tendo a SAD aqui feito claramente uma jogada de anticipação. Por um lado a intenção terá sido aproximar o salário do jogador do oferecido pelo clube espanhol, por outro lado a SAD quis garantir mais contrapartidas para um eventual caso de grande interesse de outro clube estrangeiro, aumentando a clausula de rescisão do jogador.
Se em termos financeiros o FCPorto fez uma boa jogada, em termos desportivos claramente fez uma ainda melhor, já que Lucho é um jogador de luxo e saber que, à partida, ele contribuirá com a sua classe por mais tempo para a nossa equipa é algo que só nos pode fazer ficar mais felizes com o negócio.

10 novembro 2006

Mea-culpa Postiga

Como disse no post anterior, Hélder Postiga sempre foi para mim um mal-amado. Já no tempo em que era o avançado da equipa de Mourinho, ou seja, da equipa vencedora da Taça UEFA, achava-o um jogador um pouco tosco, um pouco trapalhão, malandro e, como avançado, mau na hora do remate à baliza, falhava demais. Em resumo achava-o “mais ou menos” em todos os aspectos e não o achava, realmente, bom em nenhum. A isto tudo acrescentavam-se tiques de vaidade de que não gosto mesmo nada.
Achei um excelente negócio a sua venda para Inglaterra. E aí, apesar de gostar de ver os jogos do Tottenham por causa dele, o facto é que confirmei tudo o que pensava dos variados aspectos do jogador. Para mim era um jogador banal.
Fiquei mesmo chateado com os gastos feitos para o seu regresso ao FCPorto, sobretudo por Pedro Mendes servir de moeda de troca. E já o ano passado voltou-me tudo novamente à ideia depois do fraco rendimento e depois dos problemas de indisciplina que o remeteram para França como emprestado.
No entanto este ano surgiu um novo Hélder Postiga, um jogador que luta muito, que corre como nenhum outro, que cria boas jogadas, com excelente técnica e que marca muitos golos. Se calhar era este o Postiga que os outros viam e que eu não conseguia ver. O que é certo é que ele me fez pensar que os jogadores passam por momentos de forma e estados anímicos variáveis e que não devemos perder as esperanças num jogador.
Se calhar ainda é prematuro estar a afirmar que ele realmente se transformou para o campeonato todo e se calhar também é prematuro este “mea-culpa”, mas esperemos que o que já fez seja mesmo para continuar. Apesar de não serem perfeitos, os números dele deste início de época falam por si:
6 - É o número de golos marcados por Postiga esta época. Cinco foram contabilizados no campeonato e um na Liga dos Campeões. Não fosse a Liga ter atribuído o primeiro golo do clássico com o Benfica a Lisandro, após um remate de Postiga que tabelou no argentino, e seria o líder isolado dos melhores marcadores. Curioso é verificar que marcou o mesmo número de golos com o pé direito, esquerdo e com a cabeça: 2
24% - É a eficácia remate/golo do ponta-de-lança. Uma percentagem muito boa, dado que transforma quase um quarto dos remates em golo. Tem uma média de três remates por jogo, tendo efectuado até agora 21
8 - Foi no clássico com o Benfica que efectuou mais ataques: 8
1 - Mais habituado a ser servido do que a fornecer jogo para os companheiros, ainda assim tem contabilizada uma assistência. Não resultou em golo
19 - Já foi apanhado 19 vezes em fora-de-jogo, o que dá quase uma média de três infracções por jogo. É um número elevado e um dos aspectos que necessita corrigir. Só no jogo com o Beira-Mar foram contabilizados cinco foras-de-jogo“
Dados retirados de
O Jogo.

09 novembro 2006

Os mal-amados

Existem jogadores pelos quais não tenho especial apreço. Jogadores que não deslumbram, que não me conseguem convencer. Mesmo que tenham algumas boas qualidades como boa técnica, inteligência a nível táctico, boa qualidade de passe, etc.
Esses jogadores para se elevarem na minha consideração têm que fazer algo de excepcional em relação a outros que logo no primeiro momento nos caiem na graça. Várias boas exibições seguidas são normalmente o que me faz começar a acreditar que afinal ali poderá estar um bom jogador. E alguns jogadores tendem a muito dificilmente serem bem vistos, por melhor que joguem, por mais importantes que sejam para a equipa. Acredito que aconteça isto com todos os adeptos de futebol ou de outro desporto qualquer.
Existem vários destes casos de “mal-amados” no FCPorto deste ano, jogadores em que a má opinião sobre eles parece ser quase generalizada por todos os portistas. Tarik, Jorginho, Bruno Alves são alguns bons exemplos e no meu caso e de mais alguns era o Hélder Postiga.
Mas há algo que eu, e felizmente muitos outros, tenho de diferente em relação a alguns adeptos. Não tenho tendência para assobiar os jogadores de quem não gosto especialmente e tento dar-lhes todo o crédito, mesmo depois de várias más exibições. Se são jogadores do FCPorto só tenho que os apoiar e se o treinador os coloca a jogar é porque eles demonstram nos treinos mais do que um simples adepto pode ver.
Postiga a mim está a servir de total exemplo e Jorginho e Bruno Alves espero que vá servir de exemplo muitos outros. Aliás como Pepe já serviu. Alguém agora se lembra que um dos melhores centrais a jogar em Portugal já foi um mal-amado?
PS: Curiosamente os Portistas de Bancada estão a escolher como meio campo para um esquema táctico de 4-3-3, na "Opinião da Bancada", um jogador que até esteve lesionado e que terá sido dos que caiu na graça dos adeptos. O meio campo com Assunção, Lucho e Ibson está na frente com mais votos. Não pondo em causa o valor de Ibson, não será este um caso contrário aos falados no post, ou seja, o caso de um "bem-amado"?
A votação continua, continuem a escolher o vosso meio campo preferido.

08 novembro 2006

O elo mais forte

«Há um pensamento que eu tenho sempre: ajudar e ser útil. Não estando a jogar tenho obrigação de o fazer de outra forma. Tentar proporcionar e dar condições, como capitão, para ser mais um complemento do treinador, ou seja estarmos em harmonia, sem que ninguém saia do caminho normal. Se pensarmos todos da mesma forma... Pela minha experiência, procuro ajudá-los a seguir o caminho mais indicado. Depois temos o treinador que é soberano. Estamos muito bem servidos. É um treinador de topo»
«Tenho tentado ser um complemento do treinador dentro do grupo de trabalho. Procuro contribuir para a harmonia de um colectivo de 25/26 jogadores e todos com personalidades distintas. É importante que ninguém se desvie do caminho certo e eu tento ajudá-los em tudo, porque o objectivo é sermos bicampeões»
«O F.C.Porto tem sido alvo de uma evolução visível ao longo dos últimos anos e penso que está ao nível dos melhores clubes do mundo no que respeita à gestão e não só»
«Estou aqui porque procuro evolução pessoal, para aprender e perceber o que é ser um treinador de futebol profissional nas suas várias vertentes. Pretendo estar cada vez mais dentro do assunto, até porque já tirei o Nível III de técnico de futebol»
Vitor Baía ontem no curso «Top Executive»
Mais palavras para quê?! O melhor guarda-redes de todos os tempos do futebol português e um dos grandes senhores do futebol mundial continua a dar lições de humildade e de classe dentro e fora do campo. Mas sobretudo para nós adeptos do FCPorto ele cada vez mais mostra a lealdade e amor ao clube que todos nós amamos.
É um grande orgulho para mim seres deste clube Vítor.

07 novembro 2006

Gerir para reinar

V. Setúbal 0-3 FCPorto
Lisandro, Postiga e Quaresma
Parece ter sido este o lema do FCPorto de hoje. Entrando a todo o gás a equipa cedo atingiu uma vantagem confortável, talvez para me descansar já que estava um pouco apreensivo para este jogo. Primeiro por um Lisandro, cheio de oportunidade como sempre, logo aos quatro minutos e por Postiga dois minutos depois em mais um grande golo que demonstra que temos um avançado de top mundial e que já é líder dos melhores marcadores do campeonato. Apanhando-se a ganhar aos seis minutos por dois golos de diferença o resto do jogo seria um passeio não fosse parecerem existir novas regras no futebol, mas já lá vamos.
Jesualdo escalou a equipa colocando pela primeira vez esta época Jorginho como organizador de jogo e penso não se ter desiludido já que o brasileiro fez um excelente jogo, conduzindo com muita fluidez a bola para as unidades avançadas, além de várias recuperações de bola que mostram que é um bom jogador de equipa. Uma aposta que demonstra que temos jogadores, que não sendo génios, cumprem com nobreza e eficácia o seu papel quando são chamados.
Algumas oportunidades foram sendo desperdiçadas ao longo do jogo, com especial destaque para uma oportunidade de luxo, que Lucho não concretizou mesmo no fim da primeira parte e que daria ainda mais descanso a quem apoiava o FCPorto e à equipa. Na segunda parte aconteceu mais do mesmo, salvaguardando uma ténue reacção da equipa sadina, foi sempre o FCPorto que esteve mais perto do três a zero. Por isso foi natural a chegada do terceiro golo por Quaresma num livre directo sublimemente marcado a coroar uma grande exibição do extremo, que definitivamente parece ter entrado nos eixos e já é o Quaresma mágico que todos conhecemos do ano passado. Pena que quase todo o jogo atacante passe pelo lado dele, deixando a entender que se está em dia não o ataque do FCPorto pode ficar algo limitado.
E tudo isto aconteceu mesmo com os jogadores nortenhos a serem extremamente castigados com entradas duríssimas sem qualquer justificação por parte dos setubalenses. E claro com a complacência do árbitro que pouco ia fazendo para travar essas entradas. Só Lucho lembro-me de ter sofrido 3 entradas que só não tiveram o mesmo resultado de Anderson por mera sorte. Mas mais foram esses lances, recorrentemente por jogadores que até já tinham amarelos e que com um árbitro que cumprisse as leis com toda a certeza não terminariam o jogo, assim como aconteceu em mais alguns jogos deste fim de semana. Será que as leis do jogo mudaram?
Para os "senhores" da SportTv, que comentaram o jogo e quase a acabar, o momento de êxtase foi uma vergonhosa entrada de Bruno Alves que também era merecedora de vermelho directo. E todos sabemos que Bruno Alves, que tem feito muito bons jogos, de vez em quando tem estas paragens cerebrais e que normalmente têm mau resultado já que se deveria lembrar em que clube joga. Estes senhores comentadores, então, conseguiram esquecer por completo o que se tinha passado ao longo do jogo e Bruno era agora o alvo a abater. Simplesmente não estava a acreditar no que ouvia, depois de tanta brutalidade, o ênfase que estavam a dar a este caso. É absolutamente execrável tanto anti-portismo.
Felizmente que este jogo duro desta vez não deu resultado, não conseguindo nem lesionar, nem amedrontar os jogadores do FCPorto que fizeram um óptimo jogo confirmando que a equipa está realmente cada vez melhor, cada vez mais confiante e mais motivada, fazendo todos os adeptos poderem sorrir com confiança.
PS: À questão "Acham que o FCPorto é Anderson-dependente", 29% (17 votos) da "Opinião da Bancada" achou que o FCPorto depende mesmo do "puto". Não deixa de ser curioso que, e apesar do génio que é o jogador, apenas um terço dos portistas responderam que sim, tendo as outras hipoteses sido dividadas. A justificação para as más (felizmente poucas) prestações da equipa é, sobretudo, devido à má forma de outros elementos do plantel (28%, 16 votos). Já 35% (20 votos) dos inquiridos acham existir outras soluções no plantel, sendo que um quarto desses 35% (9% do total, 5 votos) dizem ser o Jorginho a solução. Apenas 9% (5 votos) acha que o problema é a táctica que o treinador aplica quando Anderson sai da equipa.
Uma nova pergunta está na "Opinião da Bancada", desta vez para saber que meio campo os portistas de bancada escolheriam para uma táctica baseada num 4-3-3.

05 novembro 2006

Um Bomfim para este ciclo

O FCPorto está a terminar o ciclo infernal de jogos que começou no início do mês passado. Um ciclo que até correu bem e em que a equipa vem de uma excelente fase sendo que as vitórias são a sua face mais visível. O professor vai conseguindo fazer os jogadores assimilarem as suas ideias e a equipa está neste momento mais equilibrada. O ataque está bem e a nível defensivo existem ainda alguns ajustes a fazer, sendo que para já as deficiências não têm sido suficientes para estragar completamente os jogos.
O treinador diz que a equipa só está a render 60% do que pode. Acredito, mas tendo em conta que nenhuma equipa consegue render a 100% seja em que altura for já que existem sempre falhas porque ninguém é perfeito, e que a 80% esta equipa em Portugal venceria os jogos todos com algum à vontade, o que eu lhe peço é que faça a equipa render pelo menos mais 10% e que, fundamentalmente, esses 10% estejam mais concentrados na concentração defensiva e na atitude mental quando se sofre um golo.
O adversário deste jogo passou esta semana por alguns problemas internos, mas, ao contrário do que se poderia pensar, isso só será pior para o FCPorto. A união do grupo depois de uma convulsão costuma ser maior e costuma ser precisamente contra um grande clube que esse grupo quer mostrar aos seus adeptos que os problemas estão ultrapassados.
Por isso acredito que será um jogo muito difícil, mas a receita para o FCPorto ganhar será a de sempre, humildade, trabalho e concentração. A pressão deverá ser feita tal como no último jogo, logo no ataque, não deixando o adversário sequer poder respirar como aconteceu na primeira meia hora do jogo de domingo passado.
O onze inicial não deverá apresentar surpresas, pelo menos do meio-campo para a frente. Já na defesa fica a dúvida se Fucile continuará no lado esquerdo e Bosingwa no direito ou se Marek Cech regressará à equipa, ficando então a dúvida de quem estará no lado direito. Na minha opinião, e caso o Cech esteja bem, Fucile descansaria já que lhe tenho notado alguma quebra física nos últimos jogos e ficando Bosingwa na direita.
No meio campo não acredito que hajam mexidas. Ibson já poderá ser opção, mas não estará ainda bem para iniciar o jogo. Assunção e Meireles continuaria a não colocá-los juntos em jogo, principalmente para estes jogos internos, e isto apesar do bom entrosamento no último jogo, assim, optaria por Meireles. Jorginho continuaria a ser a minha opção para o meio campo mais avançado. Aqui fica então o meu onze.

V. Setubal - FCPorto, SportTv 21H15

PS: A "Opinião da Bancada" continua muito dividida. Um terço dos portistas continua achar que o clube é dependente do Anderson. Considero ser uma percentagem elevada. De qualquer maneira vai continuar aberta a votação pelo menos até ao final do jogo de hoje.

04 novembro 2006

Outubro azul

Tal como tinha dito antes do jogo com o Arsenal, o FCPorto tinha à sua frente um terrível ciclo de jogos, um mês inteiro de competição ao mais alto nível e com os melhores adversários das competições em que o clube azul e branco estava envolvido. Acabado este difícil período é tempo de olhar para trás e fazer uma retrospectiva.
Para o campeonato defrontamos os principais candidatos ao título, entre eles o clube da cidade dos arcebispos. Três resultados diferentes, em jogos feitos em alturas do mês diferentes, isto com os principais candidatos. Ou seja, uma derrota no início do mês com os bracarenses, um empate em casa do clube verde e branco e uma vitória ao eterno rival da luz já nos últimos dias dos mês, pelo meio vencemos também em casa o Marítimo. A estes resultados pode-se ligar uma subida de forma gradual da equipa ao longo do mês, tendo o FCPorto acabado muito melhor que iniciou, com os processos já bem assimilados pelos jogadores em relação ao 4-3-3 em que a equipa assentou. Em suma estamos em primeiro lugar a dois pontos do clube de Alvalade e a seis do vizinho deste (que tem menos um jogo). Depois de fazer os jogos, talvez, mais difíceis da primeira volta do campeonato e não esquecendo que os rivais ainda vão, inevitavelmente, perder pontos, já que têm de realizar jogos entre si, podemos dizer que estamos no bom caminho.
No que respeita à "Champions League" iniciamos o mês da pior maneira possível, com uma derrota em Londres que, mais que os dois golos sofridos, demonstrava um FCPorto triste e inquietante para os adeptos. Um FCPorto que depois do empate em casa na primeira jornada parecia não ter pernas para esta liga das estrelas. Mas o apetite do FCPorto era maior que o que pensávamos ser e com o gradual crescimento da equipa ao longo do mês “comeram-se” os hambúrgueres que nos encheram de esperança e ficamos a apenas 1 ponto do primeiro lugar empatados com o Arsenal, estando nesta altura tudo em aberto quanto ao apuramento para os oitavos de final.
Nunca é demais voltar a lembrar que este treinador entrou com o comboio em andamento e que a equipa teve, pouco antes deste mês, de se adaptar a um novo sistema, a novos ritmos de treinos e a novas filosofias de trabalho, sendo que em toda esta transição, de Co para Jesualdo, seria muito normal perder o embalo das vitórias. A juntar a tudo isto lembro todas as lesões que assolaram o plantel neste mês, Adriano, Ibson, Bruno Moraes, Anderson, etc., e o facto das selecções terem deixado o treinador quase sem jogadores para treinar a sua táctica.
Em resumo 7 jogos, 4 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. Tendo em conta todas as contrariedades só podemos chegar à conclusão que o Outubro foi muito azul.
PS: Espero que gostem da nova imagem do topo do blog. Resolvi trocar a conselho da Catarina que disse, e muito bem, que o estádio é por si só soberbo, mas quando está cheio consegue ficar muitíssimo melhor. Como já devem ter reparado a foto é do último FCPorto-Benfica e posso deixar a informação adicional de que o autor da foto sou eu próprio.

03 novembro 2006

Ainda a lesão de Anderson

Porque por mais que nos queiram fazer esquecer e desculpar o indesculpável através de lavagens cerebrais, o assunto não pode cair em "saco roto". Cabe-nos a nós portistas ir lembrando que um dos maiores génios que chegou ao nosso futebol nos últimos tempos foi indevida e cruelmente afastado dos campos de futebol por muito tempo. Deixo-vos aqui uma excelente crónica que dá que pensar em relação ao assunto e sobre algumas coisas que deveriam mudar no futebol.
«Ventos da estupidez e contradição
1- O futebol é um jogo simples, balizado por regras de fácil compreensão. É por isso que concita a adesão e paixão da maioria das pessoas, sobretudo das menos propensas a lucubrações mentais.
Sim, as regras são poucas, claras e inequívocas, não dando margem para dúvidas e interpretações subjectivas. Elas dizem, p. ex., que é proibido agarrar, empurrar e agredir, sem mais. Delas não faz parte a questão idiota e tola de saber se esses actos são praticados com muita ou pouca ou nula intenção, porquanto quem os pratica é para tirar disso indevida vantagem. Não importa se um jogador agarra ou empurra muito ou pouco, com uma só mão ou com ambas, com um dedo ou com dois; se bate com mão aberta ou fechada, se agride o adversário de maneira violenta ou dissimulada, se atropela as leis e os outros por querer ou sem querer, se acerta ou não na bola quando atinge o colega de ofício etc. As regras proíbem esses actos, porque eles atentam contra o espírito e o sentido civilizatório, cultural e educativo do jogo.
O futebol e o desporto em geral são um investimento no progresso comportamental, corporal e gestual (tão necessário!) das pessoas e da sociedade. Por isso renunciar às regras ou afrouxar a sua observância e aplicação corresponde a empobrecer o jogo nas suas dimensões técnicas e tácticas, éticas e estéticas, morais e cívicas e a colocá-lo ao serviço da proliferação da violência, grosseria e fealdade, da baixeza e bestialidade. Enfim, as regras são racionais e sábias; os comentadores espertos, que se entretêm a tentar ludibriar-nos com as «intenções» dos prevaricadores, são burros e ignorantes, sem tirar nem pôr.
2- Estou certo de que todos os árbitros, sem excepção, conhecem as regras de cor e salteado, da frente para trás e de trás para a frente. Mas são poucos os que não titubeiam e não se equivocam na sua aplicação. Eles não hesitam em punir um jogador que agarre ou conteste as suas decisões; mas não têm igual presteza a punir entradas que primem pela violência nua e crua. Castigam mais a ofensa verbal do que a física.
De resto alastra no futebol uma prática totalmente inaceitável no plano da justiça e da ética: pune-se da mesma forma uma mão na bola ou um agarrão e uma entrada que ponha seriamente em risco a integridade física de um atleta. Pior ainda, o agressor fica em campo, enquanto o agredido é forçado a sair dele, estabelecendo-se assim uma situação caricata que dá vantagem à equipa do prevaricador e, não raras vezes, leva este a chegar ao golo.
É preciso defender a beleza do jogo e o talento dos poucos jogadores que o possuem. O talento é raro, porquanto, ao contrário do que consta no registo bíblico, Deus não criou o homem à Sua imagem e semelhança; somente quando se distrai, em dia do Seu aniversário, é que faz uma criatura à sua medida.
Veja-se o que se passou com Anderson. Mal se atreveu, na sua ofensiva ingenuidade, a exibir no campo superiores dotes futebolísticos, passou imediatamente a ser alvo de intimidações e acções violentas por parte de oponentes mais adentrados na idade e numa prática profissional sem escrúpulos. E os árbitros ficaram a ver impávidos e serenos, nomeadamente o do jogo recente em que, à terceira ou quarta entrada dos adversários, Anderson foi arrumado de vez. Quem ajuda os árbitros a sair deste atoleiro, minado pela inversão de valores?!
3- Lê-se em editoriais de jornais e ouve-se em programas dos canais de rádio e televisão que os dirigentes se deviam calar, para que as suas tiradas virulentas fossem substituídas pelas opiniões dos actores do jogo. Mas então não é verdade que os dirigentes têm sempre à disposição um microfone e uma câmara de televisão?! Quem é que lhes dá honras de páginas primeiras ou centrais e põe os seus desaforos em destaque e à frente de todas as outras notícias dos telejornais?
Definitivamente, já não há espelhos neste país; a seriedade e a vergonha andam perdidas. Será ainda possível reencontrá-las?»
Jorge Olímpio Bento - Um olhar do norte - In A Bola
PS: O nível de indecisão da "Opinião da Bancada", que pergunta se o FCPorto é Anderson-dependente, é enorme. As opiniões estão divididas como nunca tinha visto. Agora que já viram mais um jogo sem o puto, podem ter já uma melhor opinião. Por isso vou deixar até pelo menos ao próximo jogo para ver qual o problema da equipa, se é a falta do Anderson ou se será outro.

02 novembro 2006

Bombardeiro de Lucho

Hamburgo 1-3 FCPorto
Lucho, Lisandro, Van der Vaart, Bruno Moraes
Jesualdo Ferreira resolveu surpreender toda a gente. Bosingwa era a surpresa esperada, mas com ele em jogo não se esperava que Fucile também continuasse. O certo é que Fucile apareceu no lugar de Marek Cech que só entrou na 2ª parte. Ainda não sei se por problemas com o eslovaco ou se por opção táctica. (Isto porque o incompetente da SportTv que entrevistou o nosso treinador no final do jogo, e perante uma vitória quase incontestável, só se preocupou em falar da má fase do FCPorto após sofrer o golo dos alemães) Os dois trincos também foram opção do treinador, mas tenho que reconhecer que desta vez estiveram muito certinhos, não comprometeram e conseguiram a esperada superioridade no meio campo.
O FCPorto teve uma primeira parte muito segura, controlando por completo o jogo, pressionando sempre muito alto, o que permitiu manter sempre a bola longe da nossa área e foi tendo oportunidades muito boas para marcar, criadas principalmente através do endiabrado Quaresma que parece estar a voltar à sua grande forma. Lucho não tendo feito um jogo muito conseguido, teve nos seus pés, mesmo a chegar o intervalo, o momento do jogo, até diria mais, o momento da jornada. Lucho marcou um golo de levantar qualquer estádio do mundo, um golo de encher a alma, uma autêntica bomba. Estava inaugurado o marcador para a equipa que mais o procurou e isto numa altura crucial do jogo.
Para a segunda parte o FCPorto entrou confiante, principalmente porque não necessitava de arriscar. Mesmo assim foi uma segunda parte dividida, em que as oportunidades apareceram para os dois lados. E em mais uma excelente jogada, Quaresma assiste o oportuno Lisandro na área para o nosso segundo golo. Parecia que o vencedor final estava encontrado, mas no lance seguinte o Hamburgo consegue o seu golo e abre novamente a dúvida sobre o seu vencedor.
Os momentos que se seguiram ao golo dos alemães foram de alguma ansiedade, já que lhes rejuvenesceu a esperança. Mas o FCPorto teve a capacidade de sofrimento suficiente para manter o resultado e ainda pôr em sentido a equipa germânica com contra-ataques perigosos. Até que Bruno Moraes, que entrou a substituir um Postiga que como nos tem habituado esteve muito trabalhador, já perto do final do jogo acabou por “enfiar” mais uma bomba na baliza dos alemães, acabando com as dúvidas de qual seria o vencedor do encontro.
Esta importantíssima vitória, e após o empate de Londres, além de colocar, na pior das hipóteses, o FCPorto na taça UEFA, coloca-nos também na luta pelo primeiro lugar já que estamos empatados com o Arsenal e a um ponto do primeiro classificado o CSKA. Quem pensou que um empate em casa com CSKA foi mau tem agora a prova que se calhar até terá sido um resultado normal dada a boa qualidade da equipa moscovita. Temos agora mais duas finais para vencer se não queremos ter de andar a fazer contas no final. O próximo é com o CSKA no frio de Moscovo e até lá só podemos melhorar.
Um aspecto curioso que gostava de salientar e elogiar é a influência cada vez maior que Baía parece ter no balneário e mais em concreto a cumplicidade que parece ter com o treinador, o que só poderá ser bom para a equipa...
PS: Na "LIga da Bancada" os três primeiros lugares continuam inalterados, parecendo que a equipa Lokomotiv da Foz do treinador Filipe Rocha com 261 pontos se assume cada vez mais como o vencedor, pelo menos da fase de grupos. Isto apesar da perseguição de muito perto das equipas Pinguim e Rock's Bar. Não há dúvidas que quem colocou o Kaká do Milan (que fez um hattrick) na sua equipa conseguiu excelentes pontuações, o que alterou muitas posições na tabela. Quero só realçar que esta liga já conta com 39 participantes.

01 novembro 2006

Retiremos o Hamburgo da ementa

É num dos modernos palcos do último mundial da Alemanha que o FCPorto vai acabar este terrível ciclo do mês de Outubro em que teve já jogos importantíssimos para a definição da época. O AOL Arena é a casa do Hamburgo, adversário na Champions League que o FCPorto goleou em casa.
Este jogo assume grande importância, especialmente, depois de o Arsenal ter sido derrotado pelo CSKA, colocando a equipa moscovita numa posição muito boa para a passagem à fase seguinte. Assim se o FCPorto quer manter abertas as possibilidade de continuar na prova terá de vencer novamente os alemães e ainda realizar mais uma vitória nos dois restantes jogos e mesmo assim poderá não ser o suficiente.
Outro motivo especial para vencer os alemães, além do dinheiro claro, é o facto de a vitória garantir quase directamente o acesso à Taça UEFA, o que acabaria por ser um mal menor. E uma forma de garantir a vitória será canalisar todo o sentimento de revolta que depois do último jogo assolou a equipa devido ao afastamento de Anderson, tal como disse ontem Jesualdo Ferreira na conferência de imprensa:
«Sentimos alguma revolta, porque me pareceu que a lesão que o Anderson sofreu, à qual não correspondeu nenhuma falta nem cartão, passou como se fosse um lance vulgar. E não foi. Foi um lance de alguma dureza que veio na sequência de outros que depois se seguiram. Convidava todos a rever o jogo para perceber que os jogadores do Benfica tiveram livre acesso à falta, à paragem do jogo e à falta mais agressiva sem qualquer punição, enquanto os do F.C. Porto foram penalizados no mínimo duas vezes. Pegando um pouco na premonição do meu amigo Fernando Santos, que disse que, no intervalo do jogo com o Estrela, percebeu que o Benfica não ia acabar com 11, eu digo que tive a premonição de que o Anderson ia lesionar-se. Houve uma tentativa de transformar a nossa vitória num jogo de sorte, quando o F.C. Porto foi superior. Gostava de repor a verdade assumindo, do ponto de vista pessoal, tudo o que disse. Para que fique claro, digo que houve momentos e lances dos jogadores do Benfica com agressividade a mais que não foram punidos, jogadas paradas por falta que não foram punidas, lances perigosos parados com falta que não foram punidas. Quando se deixa que isto suceda, por vezes acontecem lances como aquele. Perdoem-me que diga isto, mas pensei que o Anderson não ia acabar aquele jogo. Que fique claro.»
Além desta revolta que está a ser bem aproveitada pelo treinador, o FCPorto está muito moralisado com a última vitória, mas o que é certo é que perdeu com ela o seu maior “propulsionador” de ataque. Para minha infelicidade, Jesualdo Ferreira deverá adoptar a equipa que iniciou a 2ª parte do último jogo. Ou seja, com Raul Meireles e Paulo Assunção juntos no meio campo. Não me vou alongar mais que o que já fiz sobre estas opções, mas a inclusão de Jorginho iria transmitir à equipa outra vontade de vencer e de melhor atacar. Espero estar enganado e que essa equipa vença. Bosingwa poderá ser a surpresa no onze inicial agora que voltou do castigo imposto. Opção com que concordaria, já que Fucile pareceu cansado, isto apesar de ter sido posto à prova em jogos difíceis e ter estado bem.
Aqui vai então a equipa que eu colocaria em campo:
Por fim deixo aqui a mensagem enviada pelo nosso "geniozinho" ao grupo de trabalho na Alemanha e que no fundo acaba por ser também a nossa mensagem:
«Para a comitiva do FCPorto
Maninhos, paizinhos e vovozinhos
Gostava muito de estar aí, junto com vocês. Esta é uma partida muito importante para todos nós e todos vocês sabem que temos de ganhar. Por mim, por vocês, por aqueles que ficaram cá, pela nossa equipa, pelo nosso clube. Estarei aqui mas a torcer muito por vocês. Fiquem com a certeza de que estarei aí, junto com vocês, em espírito. Muito e muito obrigado por estarem a ajudar a formar este homem, que sou eu. Maninhos, paizinhos e vovozinhos: tragam de volta uma vitória.E atenção, se eu escrever alguma coisa errada não é para folgar em mim, heim?»
Hamburgo - FCPorto, SportTv1 19H45