31 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (XII): o que não mata só nos fortalece

Queiroz anunciou no Expresso que "só saio daqui morto".
Como este processo ainda não arranjou forma de o liquidar literalmente, no âmbito desportivo, é caso para dizer que o que não mata só nos fortalece.
Poderão, estupidamente, ter fornecido as provas de que Queiroz precisava para demonstrar a vergonha deste processo político e quiçá permitir-lhe sair daqui com uma medalha.
Esperemos é que, mais uma vez, nenhum idiota, mais ou menos iletrado, venha com a lengalenga de ele querer só a indemnização para se ir embora.
Porque CQ disse no Expresso que não tem cláusula de rescisão, ao contrário do que antes e mesmo depois se noticiou. Só tem a receber os salários devidos até final do contrato em 2012 e isto se a rescisão for sem justa causa.
Ora, não parece terem ainda reunido todos os argumentos para aplicar rescisão com justa causa, pelo que o seleccionador está longe de estar "morto". Estará a julgar se com terreno minado assim há condições para prosseguir, mas ninguém convence alguém com episódios grotestos e patuscos como os que nos têm sido dado conhecer.
E esse é o seu maior trunfo. Porque moralmente tem razão e legitimamente quer defender-se até ao fim. Haverá quem tenha muito mais a perder com toda esta miserável maquinação. E se sequelas cuasa na selecção só muita perfídia pode atribuir também aqui responsabilidades ao seleccionador. Mesmo aqueles que reconhecem esta trapalhada indigna preferem que Queiroz saia, presumivelmente para bem da Selecção, sem lhe reconhecerem o direito de se defender senão fora da Selecção, como se for ele que a use em seu benefício, quando ela é uma arma de arremesso que o atinge violentamente e o deixa nessa mistura de "feelings" em que decerto matutará.
Para já, dito em comunicado, promete defender-se e recorrer. Se os resultados da Selecção ajudarem, terá sempre mais motivos para se fortalecer. Se não ajudarem, a ele não se pode assacar responsabilidades.
Digam lá se os ingradientes políticos não estão todos nesta mixórdia?

30 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (XI): Laurentino pode limpar-se ao guardanapo da transparência que apregoa e à credibilidade das suas instituições...

Ao longe, mas atento, ouvi ainda o advogado de Carlos Queiroz dizer que não foi notificado da decisão da ADoP e que esta é, como é costume em Portugal até em sentenças de tribunais da República, transmitda pelos media.
Nada de novo. Foi no palco mediático, com a conivência de homens (?) de mão, que tudo isto saltou para a praça pública, aquela onde há anos o estado em que o Estado está se deixou cair e gosta de dirimir questões que não belisquem o poder instalado.
O sec. Estado do Desporto, Laurentino Dias, primeiro apelidou de factos "muito graves" o que se passou na Covilhã mas não dão para mais do que 25% da pena mínima prevista e anunciada como cataclismo cósmico, depois prometeu que tudo se saberia e a opinião pública conheceria todo o processo, como a garantir que no final ninguém teria dúvidas sobre a justeza do castigo antecipadamente previsto e anunciado em trombetas dos vendidos patrões da Imprensa...
Nada melhor para as intenções do governante do que dar-se a conhecer na rádio e tv a sentença da ADoP.
Afinal, a ADoP decidiu avocar o processo porque julgou entender haver divergências em depoimentos do médico Henrique Jones, foi noticiado. Este teria dito que não se apercebeu de nada quanto a insultos na Covilhã, onde esteve e recebeu os colegas da ADoP, no inquérito da FPF, mas à saída da inquirição na FPF disse aos jornalistas, na rua, que CQ poderia ter exagerado verbalmente contra os médicos da ADoP.
Quiseram explorar contradições entre o que se diz em instância disciplinar e o que se discute à porta da rua. Que melhor maneira e momento para sentenciar a 6 meses de suspensão de trabalho, estendida a todo o mundo, do que o anúncio nos media?
O diploma dominical de José Sócrates, sujeito finalmente à apreciação da suspeita DCIAP de Cândida Almeida, não teve qualquer vício de forma e de timing sequer, apesar de todas as evidências comprovadas vindas a público em blogs e jornais que se lhe seguiram.
A ADoP encontra um qualquer vício de forma e de timing e sentencia em causa própria, apesar de nennhuma evidência de perturbação do controlo antidoping apurada na CD da FPF e de todos e tantos dados já conhecidos do grande público.
O polvo volta a atacar e vai tão fundo que dispensa as coisas da justiça desportiva: um conjunto de médicos apanhado em contradição de depoimentos próprios e em falhas técnicas da sua responsabilidade que pretendem remeter para outro bode expiatório, trata de sacudir a água do capote e sacrificar um bode no altar da opinião pública que não está convencida das razões da sentença decidida em causa própria.
Mas Laurentino Dias, além disto, de não ter compreendido o logro em que foi metido, com informações falsas e depoimentos contraditórios daqueles que julga serem da sua confiança, fica associado a esta péssima imagem das instituições que tutela e por quem dá a cara e afiança a credibilidade.
Resta saber os reflexos disto nos resultados da selecção já com Chipre e Noruega.
E uma queixa, provável, admissível e legítima, de Carlos Queiroz na FIFA não terá reflexos na candidatura portuguesa ao Mundial-2018?
Enfim, dos 6 meses de suspensão anunciados passou-se a discriminar o que corresponde a jogos da Selecção que o seu responsável técnico não pode acompanhar. São estes dois agora e mais dois (Dinamarca e Islândia) em Outubro.
No big deal, Socolari levou quatro jogos e nem se falou em despedimento nem se pôs em causa que pudesse falhar a fase final do Euro-2008. Mais: quando foi suspenso, Portugal ainda nem tinha garantido a qualificação, atingindo apenas o 2ºlugar do grupo, e apurável, durante a sua suspensão, com Murtosa no banco e só graças à derrota da Sérvia num outro jogo, apenas a 3 jornadas do fim dessa qualificação.

Relatório (Bo)Ronha (X): ou houve "penálti" ou não houve "perturbação"

Ouvi as notícias pelas 6 da tarde na rádio do carro e fui acompanhando as reacções. Nenhuma atendeu ao absurdo desta situação, nem sequer à justificação que ao fim da tarde não era ainda conhecida para tal suspensão.
Mas após semanas a cavalgar a iminência do despedimento de Carlos Queiroz, com uma suspensão no mínimo por um prazo correspondente ao que lhe resta de contrato com a FPF, os 6 meses de suspensão não dão para nada disso. É o ridículo a cobrir a vergonha de um processo inacreditável e absolutamente porco, ainda que o imediatismo das reacções não tenha feito as pessoas pensar um bocadinho nisto tudo que não bate certo.
Foram referidas "atenuantes" para os 6 meses, isto é reduziu-se a 25% uma pena que era tida como mínima e exemplar e poderia mesmo chegar aos 4 anos de suspensão.
Das duas, uma:
1) ou houve mesmo "perturbação" e, como é grave, o mínimo estipulado tem de ser cumprido, não se compreendendo que atenuantes pode haver;
2) ou não houve "perturbação", porque isto é como um penálti, ou há ou não há, e se não houve "perturbação", como aplicar uma suspensão que é gravosa, não pondo em risco o cumprimento do contrato de dois anos entre CQ e a FPF, mas estendendo a nível mundial essa suspensão que mancha a carreira e o bom nome de alguém.
Pior e mais ridículo no efeito prático idiota desta medida:
- a suspensão a nível mundial significa o quê, por 6 meses, para alguém que tem ainda mais 18 meses de contrato com uma entidade patronal? Se Queiroz ainda está ligado à FPF até 2012, mesmo com uma suspensão temporária, o que se esperaria que fizesse na sua área de trabalho no período da sua pena se se mantém o vínculo à FPF?
Enfim, este processo diz bem de quem o engendrou e o ridículo de tantos legisladores tugas que vêem na prática os seus exercícios teóricos... baterem na barra.
Mas parece que ninguém parou para pensar como cheira mal toda esta porcaria.
Além dos imediatos "inquéritos ao telespectador", a 60 cts. + IVA, é só tida em conta a pena, sem importar das razões que a justifiquem. Num programa radiofónico, da A1 com os "Grandes Adeptos", pareceu consensual que toda esta trapalhada é para tramar CQ, mas não por motivos atendíveis do foro desportivo, antes uma maquinação desastrosa que destapa as suas intenções maquiavélicas para as quais se dispensa de dar justificações que a opinião pública entenda sem ser sujeita a intoxicação informativa que os profissionais da área também não cuidam de evitar.
É só cada vez mais um prego no caixão da credibilidade de uma coisa monstruosa que só pode servir para Carlos Queiroz resistir ao "polvo" e desmascarar toda a trapalhada, assim tenha forças para isso.

Relatório (Bo)Ronha (IX): que perturbação houve e até onde chegou?

Se, ao contrário do que se expõe abaixo, o acto médico não esteve em causa, para que serve uma comissão de médicos a avaliar factos comuns alvo de vários testemunhos e inquirições em duas instâncias disciplinares, na ADoP e na FPF?
Na sua defesa junto da CD da FPF, foi notado, Carlos Queiroz elaborou um desenho com a planta do piso térreo onde decorreram os factos.
O seleccionador explicou o que se passou na entrevista ao Expresso:
"[eram 8h]. Face à incapacidade do médico da selecção de convencer a brigada da Autoridade Antidopagem [para não acordar os jogadores "por meia hora ou uma hora"] levantei-me da mesa para ir conversar com as pessoas. O incidente dá-se quando elas já estavam a caminho dos quartos, a subir as escadas. Aliás, nem me cumprimentaram".
O curioso é que a cena dos insultos foi questão de escassos segundos, comprovado por testemunhas que presenciaram tudo. E estão identificadas com o local. O problema é que os próprios médicos da ADoP divergiram na descrição dos factos e do local. Quem descreveu o local sabe que entre a recepção do hotel e a escadaria para os quartos vai uns 45 metros em linha recta e um médico disse que os insultos foram na recepção, outro que foi nas escadarias. Só as suas versões não coincidiram. Foi dado como provados os insultos, logo o que pode estar em causa, ainda fora do acto médico da competência dos responsáveis da ADoP?
É sobre estes "parâmetros" que os médicos da comissão da ADoP se debruçaram? Para saber onde e como foram proferidos insultos? E decretam 6 meses de suspensão de trabalho extensíveis a toda a parte do mundo?
Que poder discricionário é este com capacidade de julgar em causa própria?

Relatório (Bo)Ronha (VIII): ADoP julga em causa própria e atribui a terceiros erros técnicos da sua área

Já tinha chamado a atenção para o facto de a ADoP ser juiz em causa própria.
Mas importa ter atenção noutros factos, a começar pela comissão ad hoc que deu força para a ADoP avocar o processo e ter a faca e o queijo na mão para punir como bem entendesse.
O DN, na semana passada, focou muito a comissão constituída por médicos na sua maioria, uns indicados pela própria ADoP e outros por várias personalidades ou instituições.
A verdade é que essa comissão primeiro deu um parecer para a ADoP tomar em mãos o processo e levá-lo pelos caneirinhos que mais lhe interessavam.
Então, depois de a CD da FPF ter julgado pela inexistência de prejuízo ou perturbação do controlo antidoping na Covilhã, o que estava ainda em causa?
Um acto médico propriamente dito talvez não fosse ajuizado, por fugir do seu âmbito, pelos doutores da Comissão Disciplinar.
Mas os factos, e o Direito, foram-no, pelo que houve apenas que atender a circunstâncias, ao lugar, ao tempo, ao modo como as coisas se passaram.
Agora, a ADoP pode julgar o acto médico, com pessoas credenciadas para o efeito.
Mas, no seu primeiro inquérito interno, com faltas consideradas "muito graves" até pelo sec. Estado do Desporto, não houve problemas na recolha das análises. Depois, cinco semanas depois, alguém notou que faltava um parâmetro. E a justificação foi encontrada: o insulto que Carlos Queiroz dirigiu a alguém "perturbou", afinal, um médico da brigada antidoping muito sensível e que falhou a recolha de um parâmetro.
Recolheram-se amostras de 23 jogadores, com todos os parâmetros. Menos um. Menos um parâmetro, não menos um jogador. Deve ter sido vexante para o médico em causa e não tanto para a mãe de outro médico.
A solução? Culpar Carlos Queiroz por um médico não ter sabido cumprir a sua função e agora encontrar um bode expiatório para a sua falha técnica.
Carlos Queiroz pode alegar, doravante, que insultam-no tanto que ele se sente perturbado na hora de convocar jogadores, eleger os 11 e fazer substituições.
Os adeptos têm de ser compreensivos e não insultar um árbitro, porque ele perturba-se e lá sai asneira ainda pior.
É esta a conclusão a que se chega.
1) Encontrar um bode expiatório para uma falha num acto médico.
2) Justificar essa falha, de responsabilidade individual, cinco semanas depois, porque a culpa não pode morrer solteira.
3) Os processos políticos são bem mais mesquinhos do que as responsabilidades técnicas de qualquer área do saber.
4) Não adianta queixar-se a um médico; ele pode descarregar as desculpas em si.

29 agosto 2010

Líder isolado sem sofrer golos e com Hulk goleador

Mas foi importante ganhar em mais um jogo trabalhoso em Vila do Conde, a jogar pouquinho e a levar muita porradinha. Sapunaru lesionado mais uma vez e ainda Carlos Brito pedia que os seus jogadores fossem feios, porcos e maus, que eu não sei o que lhes faltou...
Milhazes molhou as canelas de Hulk um monte de vezes mas teve o prémio da camisola do marcador dos golos portistas no final, Fábio Felício reapareceu durinho e Bruno China também a cobrir a sua zona com faltas aos pontapés.
Muito jogo aos repelões do FC Porto, procurar à toa o homem da frente foi, de novo, deixar Falcao sem apoio próximo e à procura dos balões. O jogo da Liga Europa pode ter causado cansaço, mas a época vai ser ditada por esse timing uefeiro e nada a fazer, só melhorar. Belluschi apagado, meio-campo muito espaçado e só a organização defensiva a controlar o jogo lá atrás sem dar abébias aos contrários.
Foi muito giro, além da dureza dos vila-condenses, ver que depois de um fora-de-jogo não assinalado e de uma bola ajeitada com a mão os locais reclamarem por duas vezes um penálti...
p.s. - à parte o flash-interview (com Hulk), parece que nenhum jogador portista falou à saída do jogo em mais uma prova da boa imagem e comunicação do clube que, assim, vai longe...

Relatório (Bo)Ronha (VII): Selecção tem convocatória com a cara de Queiroz

Também não há grandes surpresas na convocatória da Selecção Nacional, publicada no site da FPF. Há as novidades de NAC e de Sílvio, o regresso de Manuel Fernandes mas que esteve de prevenção para o Mundial. Nuno André Coelho beneficia da ausência de Pepe e Sílvio é mais uma cara nova para a lateral-direita enquanto Bosingwa não recomeça a treinar e jogar no Chelsea.
Percebe-se desde já a ausência de Paulo Ferreira, outro trintão em vias de dizer adeus. Com Pepe, P. Mendes e Duda lesionados, não há grandes alterações aos 23 do Mundial, com Sílvio a comprovar com esta estreia o excelente início de temporada no Sp. Braga e que ainda hoje marcou um golaço. João Moutinho, naturalmente, tem o prémio de reaparecer com a boa época no FC Porto, enquanto continua adiada a aparição de Ruben Micael, e Quaresma está de prevenção tal como traz de volta a sua magia inesperadamente redescoberta na Turquia.
Os convocados, portanto, trazem a "cara" de Queiroz, pelo que o seleccionador suspenso continua a "mandar" apesar das palhaçadas directivas e os entreténs disciplinares. Em nome do "statu quo" permite-se a vergonha de Amândio de Carvalho ser a cabeça do polvo operacional mais uma vez. Presente ainda a "nomenklatura" federativa habitual, do chefe de Imprensa que ninguém conhece aos médicos Nuno Campos e Henrique Jones que souberam em 1ª mão do controlo antidoping na Covilhã e não informaram os seus superiores hierárquicos na equipa técnica e na cabeça da comitiva. Para ganhar a Chipre, em peso só falta o sec. Estado Laurentino na bancada a babar-se de gozo.
Apesar das más-línguas à espreita de alguma coisa de especial na convocatória em que pretenderiam ler as linhas e nas entrelinhas, eis os que, sozinhos, resta saber se com um falador ou silencioso Agostinho Oliveira como "chefe" desta vez, começarão a qualificação para o Euro-2012, agora com jogos à 6ª feira (com Chipre, em Guimarães) e à 3ª feira (em Oslo com a Noruega):
Génova– Eduardo e Miguel Veloso
FC Porto – Beto, Rolando, João Moutinho, Varela
Valência – Miguel e Manuel Fernandes
Real Madrid – Ricardo Carvalho e Cristiano Ronaldo
Zenit São Petersburgo – Bruno Alves e Dani
Sporting CP – Nuno André Coelho e Liedson
SL Benfica – Fábio Coentrão
SC Braga – Sílvio
Liverpool – Raul Meireles
Atlético Madrid – Tiago
Manchester United – Nani
Werder Bremen – Hugo Almeida
De acordo com a nova regulamentação da UEFA que permite a convocatória de 23 jogadores para cada jogo, estão convocados em situação de “stand-by” três atletas:
Sporting CP– Rui Patrício (integra a convocatória da Selecção Sub-21)
Toulouse – Paulo Machado
Besiktas – Ricardo Quaresma
Como se sabe, Deco e Simão abdicaram de jogar na Selecção e Ricardo Costa está castigado, Pepe, Pedro Mendes e Duda lesionados, Varela apto depois da lesão que o afastou do Mundial e agora chovam as críticas aos seleccionados chamados para a Áf. Sul, pois são praticamente os mesmos e nem Ruben Amorim está de prevenção desta vez. O momento de João Moutinho é, notoriamente, outro neste início de época. Pelo que ou repete-se as críticas aos 23 do Mundial ou comprova-se que aquela Selecção era a melhor possível com as condicionantes que teve, tal como as tem agora.
p.s. - se confirmar-se a notícia da TVI agora mesmo (0.18h) da ausência de C. Ronaldo por lesão contraída em Maiorca, resta saber se as más-línguas verão isto como um não me ralo, tou solidário com CQ ou só volto a jogar se mandarem embora o Carlos...

28 agosto 2010

ACT. Raul Meireles no Liverpool é encaixe perfeito (mais milhão, menos milhão)



Quase 24 horas depois das primeiras notícias e o FC Porto não comunicou sequer um mínimo "acordo de princípio" com o Liverpool por Raul Meireles. Mas dá-se como consumada a transferência, diz-se que por 13ME e não há que regatear mesmo com o mercado a dar as últimas. É uma saída que satisfaz o jogador, a precisar de mudar de ares e se não faz o contrato da sua vida pelo menos vai jogar num dos clubes e ambientes mais apetecíveis no mundo do futebol, e deve satisfazer o clube, conquanto a não-comunicação do facto possa indicar que, ou um problema de dentes ou outra coisa qualquer, se não há nada oficial não há nada para confirmar.


(act: leio agora que na conf. Imprensa desta manhã o treinador dá como certo Meireles no Liverpool, parece que os técnicos continuam a fazer um trabalho que não lhes compete; entretanto, no clube dos milhões de telhados transparentes, as entrevistas-monõlogo prosseguem e já sem direito a perguntas incómodas sobre o contestado Roberto).



Em dois jogadores emblemáticos o FC Porto encaixa 35ME, incluindo os 22ME de Bruno Alves. O apuro está feito para a época em curso, as pretensões dos jogadores devem estar satisfatoriamente respeitadas e o clube vê partir os últimos grandes baluartes da sua história recente e vencedora, tetracampeões e vedetas ainda na Selecção Nacional dos últimos Europeu e Mundial.


Com AVB a técnico, sem Vítor Baía mas com Fernando Gomes na imagem institucional e de relações públicas para o exterior, é mesmo uma nova página, agora sim, no que se escreverá do futuro do FC Porto no campo.


Meireles, para mim, vai para um clube que admiro e terá dos melhores adeptos do mundo a apoiá-lo. Fez o seu último jogo e obteve um derradeiro título de dragão ao peito na Supertaça, em que me palpitou a despedida de colegas e público em campo. Não se tratou do dramatismo da venda de última hora de Quaresma para o Inter, há dois anos, ainda que as voltas e reviravoltas do mercado, com a necessidade de o Liverpool ter de despachar Mascherano para o Barcelona, tenham feito durar o suspense quase até ao limite.


A contratação de João Moutinho está, agora, não só justificada pela agenda portista como superada com o valor encaixado superior ao gasto pelo ex-leão.


Tudo está bem quando acaba bem, o FC Porto e Raul Meireles seguem as suas vidas separadamente, a não ser que a Liga Europa dite um reencontro, como agora com Quaresma no Besiktas, quiçá até com o Zenit de Bruno Alves. Por mim seguem os dois interesses em conjunto, adepto fiel do Liverpool que sou e crente de que Meireles fará melhor do que o argentino cujo lugar ocupará no onze de Roy Hodgson e Mascherano nunca foi jogador do meu agrado.


É caso para dizer, a Raul Meireles e ao FC Porto em que se projectou depois de timorata inclusão e demorada aparição no tempo de Adriaanse, you'll never walk alone.


(act.: Raul Meireles já é jogador do Liverpool. O F.C. Porto comunicou à CMVM a transferência do jogador para os reds referindo em comunicado a «cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador (...) Raul Meireles pelo valor de treze milhões de euros».
O comunicado da SAD portista acrescenta que «o acordo relativo a esta transferência envolve pagamentos eventuais futuros, dependentes da performance desportiva» do clube inglês.
Praticamente na mesma altura em que o F.C. Porto comunicava a transferência à CMVM, o Liverpool anunciava-a também no seu site, acrescentando que o contrato do jogador é válido por quatro temporadas. O Liverpool refere, porém, que o valor acordado com o F.C. Porto para a transferência é de 14 milhões de euros
- do Maisfutebol às 0.25h de domingo)

27 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (VI): os comunicados conjuntos de Simão e Queiroz na Gestifute e vetado na FPF

Simão despediu-se da Selecção Nacional, a FPF fez emitir o comunicado do jogador que saiu primeiro no site da Gestifute, a empresa de Jorge Mendes que gere a carreira do jogador do Atl. Madrid.

Mas no site da Gestifute, abaixo do de Simão, vem um comunicado de Carlos Queiroz a elogiar o jogador e agradecendo o seu contributo à Selecção. Não é coincidência, mas uma constatação de que ambos concertaram as suas ideias, de resto CQ esteve em Madrid por estes dias a abordar os vários seleccionáveis que actuam em Espanha.
Curiosamente, ou não, o site da FPF vetou o comunicado do seleccionador.

Já se sabia o que a casa gastava, sabe-se o que continua a gastar.

Sem estranhar, António Boronha dá uma leitura estapafúrdia da saída de Simão, treslendo os "motivos pessoais" alegados pelo jogador como uma renúncia a trabalhar mais com CQ. Só idiotas têm sentido posicional tão vesgo, porque poderia entender-se as palavras de Simão de duas maneiras concretas:

- Simão está farto das tricas que continuam a rodear a Selecção Nacional e decerto não será o único a renunciar, aos 30 e tal anos outros se lhe seguirão quase de certeza ou, então, de acordo com o seleccionador, serão apenas chamados para os jogos oficiais de competição;

- Simão, como outros que resistem desde 2004, já disputou dois Europeus e dois Mundiais, mais um Europeu deixou de ser uma motivação acrescida e para o Mundial no Brasil, em 2014, a idade já será um obstáculo de vulto.

O resto são palpites, com manha ou com (bo)ronha. A Selecção sempre esteve assim feito capacho de caprichos pessoais. Quando António Boronha, de quem continuaremos a desfiar o dossier em curso, se associa na contestação ao seleccionador a tipos como João Manha, Jorge Baptista e Ribeiro Cristóvão percebe-se como são uma quinta calúnia de respeito mas nenhuma credibilidade.

Liga Europa com homenagens locais e Quaresma de volta agora como "turco"

Desculpem só agora actualizar, mas tem de ficar registado o sorteio da Liga Europa de hoje.

16/9, Porto-Rapid (20.05)

30/9, CSKA Sófia-Porto (18h)

21/10, Besiktas-Porto (18h)

4/11, Porto-Besiktas (20.05)

2/12, Rapid-Porto (18h)

15/12, Porto-CSKA (20.05)

Teremos jogos na SIC às 18 horas fora de casa e às 20.05 em casa, sempre ao contrário do Sporting com quem alternamos os horários.

Longas viagens nunca agradan, Sófia e ainda Istambul, Viena traz sempre recordações mas ainda é longito, o que pode forçar a jogos do campeonato à 2ª feira no regresso.

Se fosse o Levski, que saiu ao Sporting, em vez do CSKA rival em Sófia, o FC Porto teria deslocações a terrenos que homenageiam heróis locais ou jogadores históricos desses clubes.

Quaresma volta ao Dragão, agora como jogador do Besiktas a quem marcou no Inonu, estádio do Besiktas em honra de um patriota turco, para a Champions, num jogo muio difícil e um ambiente que o cativou.

O Rapid, que o FC Porto não defrontou na sua história, joga no Gerrard Hannapi, velha glória do clube. Em 2002 os portistas com Mourinho defrontaram o Áustria e jogaram no Prater, ganhando lá e cá. Mas quero Rapid quer o Áustria no seu Horr stadion, privilegiam agora os seus estádios próprios em vez do estádio nacional designado Ernst Happel. Porém, para a fase de grupos, o Porto volta mesmo a jogar no Prater da conquista de 1987.


Finalmente, o CSKA de Sófia tem o seu estádio próprio mesmo ao lado do estádio nacional que vai utilizar na Liga Europa. Este tem o nome do herói nacional Vasil Levski, que nada tem a ver com o Levski de Sófia que joga no seu campo que honra o antigo jogador Georgi Asparoukhov onde actuará o Sporting.


O CSKA já defrontou o Benfica nos anos 60 e jogou no Vasil Levski, mas também nos anos 90 e jogou no seu próprio estádio chamado de Estado do Exército por ser o clube emanescente do antigo clube que representava o exército. No estádio, pequeno, do CSKA já jogou ainda o Boavista quando defrontou os istaelitas do Maccabi Telavive que náo podiam jogar no seu território. Mas está verificado na UEFA que o CSKA jogará no Estádio Nacional, uma espécie de Jamor bem no centro de Sófia e rodeado de arvoredo onde se esconde também o pequeno estádio do CSKA.

26 agosto 2010

Incrível, que até Fernando marcou!

Ao contrário do Sporting, que vi na SIC, não pude acompanhar na net o jogo do FC Porto. Quando liguei já estava 4-2 e não tive possibilidade de acompanhar. Espero ver os golos amanhã de manhã nos resumos televisivos. Mas anotei os marcadores e se Hulk obteve o primeiro hat-trick pelos dragões, Fernando fez o primeiro golo em jogos oficiais, depois da estreia no particular com a Sampdória, o que confirma a maior liberdade de movimentos para chegar e rematar à área contrária.
É bom uma dupla vitória na Europa e 7-2 na eliminatória é significativo. Confirmou-se o favoritismo e espera-se pela constituição dos grupos para o sorteio do meio-dia de amanhã no Mónaco, na constituição dos 12 grupos da Liga Europa que garantem mais UEFA até Dezembro.
Em 2002, o FC Porto começou com 6-2 frente ao Polonia de Varsóvia, mas perdendo 0-2 lá com uma equipa só de portugueses. Pode ser (mais um) bom prenúncio, agora com Dublin no horizonte e um 2011 cheio de promessas.

Parabéns também ao Sporting recordista!

Eu não esperava, mas vi e presenti que ia dar história, que Djaló consumou em cima da hora de forma brilhante.
Benfica e Porto já tinham ganho eliminatórias fora depois de batidos em casa, nas eurotaças. O Sporting até já tinha experimentado o inverso, perdendo em casa depois de ter ganho fora.
Hoje, o Sporting virou a eliminatória com 3-0 e tornou-se a primeira equipa portuguesa a ganhar fora depois de derrota por dois golos em casa, o que junta um recorde ao feito histórico.
Bela coroação para uma ronda que, à parte o Marítimo batido duas vezes, teve dupla vitória do FC Porto e dupla vitória do Sp. Braga. O futebol português, apesar do peso de estrangeiros como no Braga, continua a dar cartas na Europa e no campo é bem melhor do que em muios gabinetes. E todos os pontos contam para o ranking, ainda que a metade nas pré-eliminatórias.
De resto, o sorteio da Champions não deixou, esta tarde, de colocar grupos relativamente acessíveis às duas equipas presentes.
Benfica com Lyon, Schalke e Hapoel Telavive, com três favoritos para dois lugares em que tudo pode acontecer, mas não duvido que apresentem já o grupo como acessível como se o Benfica esteja arrebatador aos olhos da Imprensa do regime.
Braga com Arsenal, o seu fetiche, Shakhtar Donetsk e Partizan Belgrado. Aqui o Arsenal é claramente favorito e restam três equipas para um lugar que dê para seguir até às eliminatórias, com o Braga capaz de criar surpresas mas, talvez, com reflexos de longas viagens ao Leste a custar pontos no lufa-lufa da Liga portuguesa. É o maior risco.

25 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (V): apanhar as contradições na praça pública e manter o processo ad hoc no ADoP

"When you want to make a point, hit the point", ditado inglês de origem incerta que indica ser preferível ir directo ao assunto para vincar um ponto de vista muito objectivo


A saga, a farsa, vai continuar, razão pela qual Carlos Queiroz decidiu recorrer para o CJ da multa de mil euros e da suspensão de um mês aplicadas pela CD da FPF. O recurso foi entregue ontem. Para o final da semana, o tremendismo noticioso com carácter oficial dirigido pelas escrivaninhas do regime da pulhice socialista, está já reservada nova tarefa para a CD, agora com Amândio de Carvalho sentindo-se ofendido e a Direcção, por unanimidade, aceitando que as palavras do seleccionador ao Expresso (14/8/2010) sejam julgadas como um delito de opinião, mesmo que sem insultos nem sequer inverdades, o que é característico nesta mordacracia em que não é suposto falar, como não era no tempo de antigamente, contra o "patrão", dizem.


Mas não só. Ontem mesmo, enquanto entrava o recurso no CJ a contestar as sentenças da CD, a ADoP disse que a sentença disciplinar da federação teria de ser vista à sua lupa e avaliada de forma a que, em abstracto, pode aplicar-se uma sentença agravada de dois a quatro anos de suspensão.http://dn.sapo.pt/desporto/antidoping/interior.aspx?content_id=1647594


Tudo isto seria ridículo e patético se não fosse trágico e sério, indigno de um Estado de Direito a não ser aquele, como este é, onde o tal direito é o das trazeiras à esquerda, como dizia o outro e no fundo de um corredor muito escuro...http://dn.sapo.pt/desporto/antidoping/interior.aspx?content_id=1646138


Queiroz viu ratificada a cena dos insultos na CD e já paga por isso, até nem recebe ordenado mesmo que cumpra a sua função de observador em vista de elaborar uma convocatória ainda que assinada, no próximo domingo, por Agostinho Oliveira. Hoje mesmo, apesar de a FPF não lhe pagar deslocações, comida e hotel, estará em Espanha por uns dias para ver jogadores portugueses do Atl. Madrid, Valência e Málaga.


Qual a razão para a ADoP "avocar" o processo em que quer ser juiz em causa própria, segundo a notícia de ontem?


Ao que constou das notícias, esta semana, a ADoP quer apanhar uma aparente contradição das declarações do médico da selecção, Henrique Jones, entre o que este disse não ter presenciado na visita da brigada antidoping ao estágio na Covilhã em relação aos insultos atribuídos a CQ e dirigidos ao dr. Luís Horta presidente da ADoP; e o que disse, à saída da FPF onde prestou depoimento no âmbito do processo disciplinar na CD, em que revelou, aos jornalistas, que CQ revelou má postura de linguagem.


Então o que é dito aos jornalistas conta para o julgamento mediático, o que é contado no café ajuda a esclarecer as coisas em detrimento do que é contado no inquérito em âmbito formal e por órgão competente, o dr. Luís Horta, e por arrastamento o dr. Laurentino Dias que tutela a ADoP, deviam perguntar-se da razão de os médicos da brigada antidoping na Covilhã terem respondido de forma diferente nos dois inquéritos realizados: um no seio da própria ADoP, em que disseram ter havido perturbação da sua acção; mas no inquérito da CD da FPF não disseram que houve estorvo no seu trabalho. Aliás, A Bola deu uma informação nesse sentido no dia 14.


Pior: no inquérito inicial no seio da ADoP não houve relevância alguma ditada pelos médicos no seu trabalho, mas semanas depois lá veio um dos médicos dizer que se sentiu "perturbado" na recolha de uma ánálise por aquilo que ouviu CQ dizer. Queiroz explicou na entrevista ao Expresso:


Estas contradições, inadmissíveis em gente formada academicamente ainda que de duvidosa capacidade ética e moral, deviam ter sido consideradas pelo secretário de Estado do Desporto, na forma em que CQ disse ter sido induzido em erro e julgado de forma precipitada por informação deturpada que chegou a Laurentino Dias.


Mas não só: é incrível que, tomada a decisão da CD contra Carlos Queiroz, a Direcção de oito membros mais o presidente da FPF Madaíl não tenha valorado o essencial. É que não ficou provada a "perturbação" do trabalho da brigada da ADoP. E se esse era o ponto fulcral que admitia despedimento com justa causa por impor uma suspensão mínima de dois anos, a FPF devia ter assumido, integralmente, a defesa de CQ que pagaria apenas pelos comprovados insultos de que o seleccionador se penitenciou publicamente e em sede de inquérito. Mas toda a mise en scène engendrada na Covilhã pela brigada antidoping e que enfureceu justamente o seleccionador mas para um ligeiro àparte vernacular de uma frase só, originou uma bola de neve que já começara mal por nem o seleccionador, nem os responsáveis federativos no estágio, terem sabido da visita, ao contrário dos próprios médicos da selecção que sabiam disso pelos colegas da ADoP.


Temos agora que a ADoP não concorda com a CD da FPF e quer aplicar, possivelmente, uma pena de dois anos de suspensão sem ter sido provado claramente que o seleccionador interferiu com o trabalho da brigada antidoping. A ADoP que vai julgar em causa própria e segundo um regulamento que lhe dá plenos poderes e pode "torturar" à vontade as testemunhas, algumas no seu seio, e mesmo "narcotizá-las", por forma a obter a confissão que incrimine o seleccionador.


Pior ainda: a sentença de dois anos por eventual perturbação da recolha de análises é igual à de um atleta que se dope efectivamente, o que não faz corar de vergonha os responsáveis políticos por esta mixórdia legislativa. Sendo que, por sinal, acabou há pouco a volta a Portugal e o vencedor do ano passado, desqualificado por doping, levou precisamente a pena de dois anos que foi agora ratificada na sua suspensão.


A estas coisas os que querem deitar abaixo CQ dizem nada, assobiam para o lado e a página de Desporto online do DN, patrocinada pela ADoP e IND tutelados pela sec. Estado do Desporto, lá debita as notícias em primeira mão com o necessário enfoque telúrico numa suspensão de anos que inviabilizaria a continuidade do seleccionador.


Tome-se o exemplo do inefável António Boronha, a meio da semana, sobre o assunto:

"o médico da 'selecção', henrique jones, depois de ter declarado no inquérito inicial conduzido pelo 'idp' de que nada teria ouvido da boca de carlos queiroz, veio, posteriormente, em processo conduzido pela 'comissão de disciplina' da 'federação' sobre o mesmo assunto, reconhecer que o seleccionador 'revelara uma má postura verbal'...
nada de estranho.
antes de ser médico jones foi guarda-redes de futebol.
por isso conhecedor da máxima de que 'o que não ouvi ontem poderei ter ouvido amanhã'.
(actualizado, 11.20 am)
hoje, no 'diário de notícias':
"A Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) ficou desagradada com a postura do médico da Federação Portuguesa de Futebol Henrique Jones no decorrer deste processo que envolve Carlos Queiroz. Tudo porque o médico da FPF revelou depoimentos contraditórios sobre o episódio ocorrido no estágio da Covilhã aquando da visita da brigada antidoping. Quando ouvido no âmbito do inquérito aberto pelo Instituto do Desporto de Portugal, Jones garantiu não ter ouvido quaisquer insultos de Queiroz, escudando-se no facto de ter ido chamar os jogadores requisitados para o controlo. No entanto, à saída da audição no Conselho de Disciplina da FPF, onde esteve como testemunha do técnico, Jones admitiu que Carlos Queiroz "teve um comportamento menos correcto e algumas palavras ofensivas", mas que tal não tinha perturbado o controlo antidoping nem justificaria despedimento do técnico.

Note-se que o patético Boronha conta que Jones falou no inquérito, como se ele soubesse disso, enquanto a notícia refere declarações à saída da FPF, aliás passadas na televisão tal como eu ouvi.


Nem em nome do combate ao doping no Estado Novo se atreveriam a agir desta maneira, mas o Portugal moderno, do rigor e da igualdade é assim mesmo. Perigoso. Porque mal frequentado e pior dirigido.

24 agosto 2010

Parabéns, és um grande!


E mainada, rumo à Champions.

Relatório (Bo)Ronha (IV): Sócrates elogia luso-brasileiros, desconhece Liedson e tem saudades de Scolari

Passou despercebida a notícia do Correio da Manhã no sábado passado sobre o encontro, pouco entusiasmante e menos ainda motivador, de Sócrates e sua entourage com a Selecção Nacional na véspera da partida para a Áf. Sul. Dizia:
Queiroz critica mensagem de Sócrates
Seleccionador não gostou de ouvir primeiro-ministro a elogiar os bons serviços de Scolari na Selecção. Reagiu e ‘atirou-se’ ao chefe do Governo.
Por:Mário Pereira
Um discurso informal de José Sócrates, em vésperas da partida da Selecção Nacional para o Mundial da África do Sul, deixou Carlos Queiroz profundamente irritado, ao ponto de ter criticado as palavras do primeiro-ministro no jantar desse mesmo dia, quando estava na companhia do restante ‘staff' técnico e administrativo da equipa que representou o País no maior evento futebolístico do Mundo.
O caso aconteceu no Hotel Lagoas Park, no dia 3 de Junho. Sócrates deslocou-se àquela unidade hoteleira para desejar boa sorte à comitiva portuguesa, que dias depois iria partir para a África do Sul, e também para conviver um pouco com jogadores, técnicos e dirigentes. Inicialmente estava previsto que Sócrates iria jantar com a Selecção, mas dificuldades de agenda do líder político impediram o propósito e encurtaram a visita. Após falar circunstancialmente com alguns elementos, nomeadamente jogadores, como Miguel Veloso e Cristiano Ronaldo, Sócrates fez um breve e informal discurso, onde revelou ter estado dias antes com o presidente do Brasil, Lula da Silva, tendo ambos relevado as boas relações existentes entre os dois povos, expressas, também, no facto de a Selecção Nacional ter vários jogadores de origem brasileira, como Deco, Pepe e mais recentemente Liedson. No seguimento, Sócrates relembrou ainda a passagem de Luiz Felipe Scolari pelo comando da Selecção Nacional, com elogios ao treinador e aos bons serviços por ele prestados. Nesse momento houve alguns sorrisos amarelos na sala e discretas trocas de olhares.
Pouco depois, Sócrates terminou a visita de cortesia, foi-se embora e a comitiva foi jantar. Foi já na mesa de refeições que Carlos Queiroz, em termos jocosos e de alguma forma injuriosos, segundo nos revelaram, criticou as palavras elogiosas de Sócrates para o seu antecessor no cargo, precisamente Scolari, tomando-as como uma afronta pessoal. Os sorrisos amarelos e as trocas de olhares entre alguns dos presentes, no momento do discurso de Sócrates, ficavam explicados, tendo em conta que quem lida no dia-a-dia com Queiroz já antevia que ele reagisse mal aos elogios feitos a Scolari. Supostamente, disse a nossa fonte ao Correio Sport, "porque viu naquelas palavras uma crítica subliminar ao actual seleccionador".
SOCRÁTES TOMOU CONHECIMENTO
Segundo o ‘Correio Sport' conseguiu apurar, José Sócrates terá tomado conhecimento, mais tarde, do facto de Carlos Queiroz ter ficado irritado com o seu discurso informal na visita ao hotel da Selecção, em Junho deste ano, mas minimizou a situação para não criar polémicas".
Como o CM não se tem eximido a criticar Carlos Queiroz, não se imagina de onde terá sacado as informações quase factuais. Note-se, ainda, que o texto refere apenas a ira do seleccionador, alegadamente ofendido pela alusão ao antecessor no cargo. Mas não se percebe como os próprios 20 jogadores presentes, à parte Pepe, Deco e Liedson, teriam ficado com os elogios feitos aos três luso-brasileiros, o que é uma interpretação restritiva do jornalista decidido a focar a questão apenas no seleccionador.
Nem a Imprensa dita da especialidade, nem a de referência (tomada como da política), muito menos os bloggers que gostam de espetar facas com argumentos alheios fizeram alusão a este facto, bem documentado mas sem o picante da intervenção pateta e ridícula do primeiro-ministro José Sócrates. Como foi aberta a caixa de Pandora, e os assessores de S. Bento não replicaram à notícia, falta acrescentar o discurso de Sócrates e o vexame sentido por toda a comitiva nacional.

Sócrates desejou boa sorte à Selecção e referiu, de passagem, que o Portugal-Brasil do Mundial já tinha sido alvo de conversa dele mesmo com o presidente Lula na recente visita do PM ao Brasil.
Uma visita, de resto e para recordar, marcada pela "gaffe" tonta do alegado convite de Chico Buarque para Sócrates o visitar em sua casa, no Rio de Janeiro, o que foi gozado na Imprensa e, claro, rectificado pela assessoria do PM, pois fora este, de facto, a solicitar ao cantor uma conversa na casa dele. Um vexame de imagem e político muito glosado na Imprensa de cá e de lá.
Do Portugal-Brasil, Sócrates disse ter conversado com Lula da Silva e quer a ele quer à Selecção em vias de partir para o Mundial, o nosso PM foi muito elogioso em relação ao contributo dos três luso-brasileiros convocados por Carlos Queiroz. Sócrates até citou o nome de Pepe, de Deco e... engasgou-se, porque não sabia dizer o nome de Liedson. Um assessor ajudou-o a ultrapassar o embaraço.
Mas o enxovalho não ficou por aí. Sócrates lembrou-se do que falou com Lula também sobre Scolari e confessou-se "com muitas saudades do ex-seleccionador Scolari", elogiando os resultados obtidos com o brasileiro por Portugal.

Sem saber o nome de Liedson e "com muitas saudades de Scolari", Sócrates não ficou bem visto por ninguém na selecção. Ao jantar, já sem o PM como conta a notícia, o tema foi de facto o prato principal, tal a indignação geral. Decerto não poderia esperar-se que os jogadores portugueses, Tiago ou Simão, Eduardo ou Beto, Bruno Alves ou Hugo Almeida, não sentissem o toque. Não foi apenas Queiroz o vexado na história. E, claro, os dichotes ao PM marcaram o resto da ementa até alguém alvitrar que, pelos insucessos políticos desta nova legislatura, "o homem está mesmo pataroco", a expressão utilizada.
Agora, moral da história: quem, qual Judas à mesa da comitiva nacional, porventura ligado ao PS foi comentar lá fora o caso logo sabido pelos assessores do PM? Quem? O Cristiano Ronaldo? O roupeiro Gonçalves? O médico Henrique Jones? O chefe da comitiva Amândio de Carvalho?
Queiroz aludiu, no Expresso, que quanto ao seu processo, instado pelo jornalista sobre se "tem contornos políticos", que "se não há, cheira. Parece, é a sensação". Quer pela reacção de Laurentino Dias, sec. Estado do Desporto, quer por só muitas semanas depois do Mundial o incidente com a brigada antidoping na Covilhã ter vindo à baila - e, mesmo assim, com um dos médicos do ADoP a confessar-se, tardiamente, "perturbado" para justificar uma falha médica que só a ele diz respeito.
Um dado complementar que fazia antecipar borrasca: uma manchete de O Jogo no dia do regresso a Portugal. Não no avião da selecção, mas no avião particular que levou governantes (Pedro Silva Pereira, delfim de Sócrates, e Laurentino Dias, com a tutela do Desporto), dirigentes e empresários ao jogo com a Espanha. A notícia dizia que, nessa comitiva paralela, tinha havido muitas críticas a CQ. Agora some-se dois mais dois e fatalmente dá quatro.





Onde cabe a história do polvo?
Queiroz ao Expresso (14/8/2010): "De início, parecia haver uma acção concertada, que começava com o processo e conduziria ao meu despedimento. E Amândio de Carvalho decidiu pôr a sua cara na cabeça do polvo". Depois contou como o líder das selecções lhe disse que não acreditava nele como seleccionador.

Juntando peças do puzzle, temos, subitamente, António Boronha a contar que, além de Laurentino Dias como membro do Governo, o vice federativo Amândio de Carvalho é dirigente socialista no Montijo.

De repente, entre opinionistas vários, o polvo mostra mais caras em todos os tentáculos. Do assessor de Laurentino Dias, Francisco Trigo de Abreu, à ex-deputada socialista Marta Rebelo que se tornou, nem interessa porquê e para quê, colunista no Rascord e escreveu clichés tão usados contra Queiroz na 2ª feira seguida à derrota do seu Benfica com a Académica, que se percebe do que ela mesma não percebe.

Pelo meio, a inversão e até recuo de muitas notícias sobre os factos da Covilhã, a decisão da CD da FPF que puniu Queiroz pelos insultos mas deu como não provada a perturbação do trabalho do ADoP no estágio, tudo numa intoxicação infernal com notícias encomendadas e opinião publicada ou por pantomineiros do regime ou na página do DN do Desporto online patrocinada e tem no cabeçalho os logótipos do IDP e do ADoP que são tutelados pela sec. Estado da Juventude e Desporto.

Para rematar, deixada de lado a vaidade da ex-deputada que só conheci em pesquisa na net e por ter a mania do Facebook, e não por qualquer tarefa política mesmo de menor vulto, acabei de captar este retrato de FTA assessor de Laurentino. Vem assim no blog União de facto, escrito por Bernardo Pires de Lima: "Socialista, socrático e sportinguista. Ex-jornalista, ex-libertino e ex-bloggeador, trabalha na sec. Estado da Juv. e Desporto onde desempenha a maquiavélica função de assessor (desculpem, propagandista) de imprensa".

Os negritos são meus, e quanto ao ex-blogger não é assim tão inactivo porque fui encontrá-lo num sítio "Loja dos 300", onde a 2/2/2010 escreveu um post sobre "Calhandrices", um português rebuscado que outro ministro socialista, Jorge Lacão, encontrou para referir-se à denúncia de Mário Crespo sobre censura no JN por uma crónica sua não publicada nessa altura. Ah, e quanto ao ex-libertino Francisco Trigo de Abreu, consta que também (porque outros políticos passaram pelo mesmo) fez reabilitação toxicológica, mas sabemos como a gente da esquerda moderna usa os eufemismos, sejam mais ou menos fracturantes as causas em que se inserem.

O retrato do polvo é este, o que não admira atendendo aos antecedentes e em particular às incidências do início do ano, desde os casos Freeport ao Face Oculta "contornados" pelo aparelho judicial de topo sujeito ao jugo socialista; casos que minaram a autoridade do Governo e a imagem do PM, sucumbidos a uma avalanche de críticas e factos para os quais se desviou as atenções do essencial, desvalorizando gravações/interceptações telefónicas, criticando os juízes por uma barragem de ministros e opinionistas do regime e abafando com truques políticos e manipulações de informação com o preenchimento do espaço mediático de forma asfixiante. Tal e qual quis, mas não pode, esquivar-se ao saneamento político intentado e conseguido contra Manuela Moura Guedes na TVI.

Talvez António Boronha tenha ficado com outra ideia da maquinação política por detrás deste sórdido processo que Kafka não desdenharia reescrever na versão saloia portuguesa, em vez de apontar os intérpretes políticos do caso e depois rejeitar o intuito político que o enferma.

Talvez se Liedson marcar de novo ao Benfica Sócrates fique a saber melhor o seu nome.

Quanto a Queiroz, só tem de enfrentar o polvo. E os seus tentáculos.

Otamendi confirmado com as dúvidas costumeiras

"O FC Porto anuncia princípio de acordo por Otamendi", que deve assinar por 5 anos, segundo
Já há discussões não sobre a valia ou o encaixe do jogador na equipa, mas quanto ao significado de expressões dos formais comunicados servidos para estas coisas. O FC Porto paga já 4ME por metade do passe e o clube do jogador, o Velez Sarsfield, tem direito a obrigar o FC Porto a comprar os outros 50% por mais 4ME?
Como passo ao lado daquilo que, deliberadamente, não quer tornar transparente, continuo a apontar o que me interessa e acho essencial: este central argentino de 22 anos e 8 presenças na selecção do seu país vem para jogar à esquerda de Rolando, onde actualmente Maicon acumula asneiras sobre barracas? Ou, pela indicação de Maradona tê-lo adaptado a lateral-direito pela Argentina no Mundial, salvo erro contra a Alemanha, o jogador tem tendência a jogar à direita da "zaga"?
É que pode fazer muita diferença e se por um valor destes se compra alguém capaz de substituir, ainda que não logo de entrada, um cotado como Bruno Alves... Quando dantes se comprava um Aloísio, José Carlos, Demol e tantos outros, era (e cumpriam) para pegarem de estaca.
Agora, só o simples facto de se comprar uma parte do jogador já deixa antever dúvidas sobre se é bom ou não, se irá adaptar-se ou não, se vem para entrar ou só para somar e ir vendo...
No campo mostra-se tudo o que a linguagem SADica vai escondendo.

23 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (III): quem paga o quê e a quem, António*?


* - entretanto, rejeita inserir mais comentários meus, mas volto a garantir-lhe que só escrevo com o meu nome próprio, sem arranjar nicks, e não devo nada a alguém em lado algum.



"Zé Luis, Recebes à peça?... E ao domingo pagam-te a dobrar?..."






Este mimo foi-me dedicado (ontem, 22/8/2010, pelas 6.51pm) pelo autor do blog com o próprio nome, António Boronha, a quem, de resto, dedico toda esta atenção especial pela sua saga contra Carlos Queiroz que lhe tem valido, repetidas e decerto justas, opiniões em jornais, revistas e até tv's. Só porque sim, porque dá a cara na contestação ao seleccionador e, por isso, diz-se "corajoso" (sic) entre os poucos que assumiram essa causa fracturante tão querida a certa franja da sociedade amiúde confundida com o tal polvo socialista de múltiplos tentáculos, a chamada esquerda caviar.
Tão requisitado anda o sr. Boronha, outro vicepresidente da FPF tão célebre pelo relatório feito em 2002 no pós-Mundial como pelo que não fez em 2000 no pós-Europeu sabe-se lá porquê tal como a nunca entendida saída de Humberto Coelho, que não resisto a acompanhar as suas "deambulações", discorrendo diariamente sobre o assunto, que me suscita várias interrogações. Curiosamente, nunca me respondeu directamente, embora eu oponha factos e decerto muitos do seu conhecimento a que prefere não contestar ou confirmar, ainda que permitindo a sua publicação está, quanto a mim, a aceitá-los como válidos.
Eu poderia devolver a pergunta a António Boronha de duas maneiras:
- se alguém lhe pagou para publicar tantos posts sobre o assunto, massacrando o seleccionador com o pretexto das notícias verrinosas e venenosas de fontes anónimas mas algumas bem subentendidas, além da frase maldita de Queiroz proferida na Covilhã, de que AB se gabou por dá-la em primeira mão (sobre a "cona da mãe" de Luís Horta), ou foi tudo certamente dado de graça e por amizade pela "fonte anónima" a que até os jornalistas recorrentemente apelam;


- e se tem conhecimento de uma tal Carla Carvalho, funcionária na FPF e sob patrocínio de quem lá entrou, pois como responsável federativo durante muitos anos Boronha devia saber de ter sido erradicada na federação a entrada de familiares de dirigentes nos quadros; havia em tempos quem tivesse lá a mulher e a filha... e filha de quem é a Carla? E não será caso único na FPF?


Não basta o DN, cuja página de Desporto na net é patrocinada pelo ADoP e IND que agora malham em CQ, persistir no tema do iminente despedimento e "justa causa".

Boronha não se questiona dessa ética e seriedade, embora o perturbe que vários comentadores possam contestar as suas "teses", ao ponto de ter acreditado existir uma campanha em defesa do seleccionador, possível e alegadamente paga, quiçá engendrada na consultora de comunicação "Cunha Vaz&Associados" pela sua suspeita inicial que, entretanto, entendeu abandonar por não lhe parecer nada do que vinha pensando...
E Boronha sabe que, no meio informativo hoje reduzido a dois ou três pólos de poder consoante os interesses dos "patrões da Imprensa", há gente que troca de trincheira desde que lhe paguem "5000 euros mensais com cartão de crédito ilimitado", mesmo passando de inimigo fidagal (e vários processos em tribunal...) a pajem do "amigo Joaquim". Até aqueles que foram corridos de um jornal aceitam escrever para esse jornal cheio de manhas e prantos...

Relatório (Bo)Ronha (II): o Brejnev da FPF foi animador de festas e chamado de... Pinóquio!


Pois se a saga do horrendo Processo (Q) está para continuar, prossiguemos então. A ordem dos factos a descrever será sempre aleatória, mas não percamos de vista o homem que adormecia nas reuniões da Comissão Técnica e protestava nos hotéis pela falta da tábua de queijos: Amândio de Carvalho, o Brejnev cheio de sono e de fome, que agora é a alavanca para prosseguir a sanha de despedir Carlos Queiroz de qualquer jeito.
Sobre o "polvo", muito há ainda para dizer e para o qual o seleccionador tem de entregar até amanhã o recurso para o CJ da FPF (corrigido).
Disse Carlos Queiroz ao Expresso, de 14/8/2010:
"Antes do jogo decisivo da qualificação (com a Bósnia, na Luz, a 14 de Novembro de 2009), chamou-me [Amândio de Carvalho, vice-presidente da FPF e responsável máximo pela Selecção Nacional] e disse que eu não era o treinador dele, que não tinha confiança em mim para dirigir a Selecção".
Portugal passou ao Mundial com duplo 1-0, repetido o resultado em Zenica a 18 de Novembro.
Pois apenas passou um mês e, na festa de Natal em que conviveram dirigentes e funcionários da FPF, Amândio de Carvalho, agora muito ofendido por ter sido de clarado "a cara na cabeça do polvo", segundo CQ na mesma entrevista, quis ser o cicerone, o animador da festa. Cumpriu o papel de pantomineiro de serviço. Mas a plateia não gostou e... nasceu outro "Pinóquio".
Amândio de Carvalho felicitou todos, em particular os jogadores e a equipa técnica que tinham carimbado a passagem para a África do Sul.
Eis quando, no meio da sala abismada com as declarações do líder das selecções, o funcionário Pacheco, há cerca de 30 anos na FPF, proclamou alto e com som:
- Cala-te, devias ter vergonha, ó Pinóquio! Não digas mais nada, Pinóquio!
Não é que, na altura, já se soubesse que o "vice" da FPF com o cargo da Selecção, repita-se, tinha dito um mês antes não gostar nem confiar em Carlos Queiroz. Mas sabia-se, nos corredores da federação, e era voz corrente entre funcionários e vários responsáveis, que Amândio de Carvalho criticava a Selecção permanentemente, achava que Queiroz não levaria a nau a bom porto e o mau-estar era óbvio entre jogadores e técnicos e o responsável pela Selecção.

Era Natal e ninguém levou a mal, muito menos o tal Pacheco foi repreendido ou, pior, levou um processo disciplinar. A alcunha de Pinóquio ficou, o mentiroso foi desmascarado sem alguém manifestar qualquer surpresa.
Foi neste ambiente caldinho em pleno Inverno que Portugal festejou a passagem ao Mundial. Perante mais de 100 pessoas, com Madaíl e seus pares, incluindo responsáveis das comissões de disciplina e de justiça, equipa técnica e funcionários.

A questão dos "amadores" (no "Sol")
Em recente entrevista ao semanário Sol, Queiroz manifestou a vontade de celebrar a participação no Mundial. Conversou com Madaíl e o objectivo era, ao contrário da festa institucional e tradicional pela quadra natalícia acima citada, reunir todo o pessoal de apoio e voluntariado que ajudou a Selecção no estágio da Covilhã. Eram esses anónimos, a quem Queiroz se queria referir como "amadores", os destinatários de um convívio de reconhecimento pelo apoio prestado, esforçado e gratuito.

Seriam a equipa técnica, Madaíl enquanto presidente, Carlos Godinho como secretário-técnico sempre presente e solidário com o "staff" de Queiroz e responsável, também, pelo alinhavar das condições oferecidas pelos serranos para o estágio. Amândio de Carvalho não seria convidado a não ser que Madaíl impusesse essa situação.

A "estrutura amadora" da FPF que o Sol atribuiu como o sentido das palavras de Queiroz era apenas a parte local que partilhou com a Selecção a vivência da preparação para o Mundial na Covilhã.

22 agosto 2010

Líder e ainda mestre em mind games



Dois golos de Falcao e mais 4 ocasiões falhadas consolidaram a vitória tranquila sobre o Beira-Mar (3-0), para o FC Porto ascender à liderança da Liga a par do Nacional mas com melhor diferença de golos.


E se Villas-Boas pretendia chegar "o mais cedo possível à lidernça", a véspera deste jogo ficou marcada por uma demonstração de verdadeiro comandante, ao comentar a pretensões de Jorge Jesus levar o Benfica ao bicampeonato.


Se antes lamentei que Jesualdo não tivesse feitio para mind games, porque é disso que se trata e nem todos enfrentam essa necessidade num jogo explorado mediaticamente para o que se requer uma personalidade que tome as coisas de frente e saiba estar no combate ideológico, o novo técnico do FC Porto reagiu tão bem às palavras do treinador do Benfica que até já suscitou, para além do estafado estatuto de clone de Mourinho, reacções adversas, tal a mordacidade de quem mostra não estar aqui a ver passar os combóios...


Apelidando de monólogos as alegadas confederências de Imprensa na bimbo TV, Villas-Boas exortou os jornalistas a serem activos e não meras correntes de opinião. O que é bom para despertar consciências, se não estiverem adormecidas só pelos "critérios editoriais", ms os "canetas" e os "pés de microfone" têm pouca capacidade de encaixe para estas coisas, tal como andam com o rabo metido entre as pernas.


Com discurso agressivo, mas educado, Villas-Boas mostra que a liderança em campo terá uma palavra fora dele para marcar a posição do FC Porto.


Algo que, como se sabe e tanto se debate, a SAD não tem. Imagine-se o que era, como dantes, Pinto da Costa sair do jogo da Supertaça à maralha da Imprensa, Rádio e Televisão e dizer que "acabámos de ganhar um troféu a um grupo de caceteiros". Pois, mas foi preciso passar duas semanas para, numa romaria, dizer o que todos sabíamos. Não admira, passaram dois anos para, em entrevista ao Expresso, criticar a Liga por ter um patrocinador que é o mesmo de um dos grandes concorrentes na competição...


Com um líder determinado a equipa mostra arreganho e contundência em campo. Foi pena Falcao desperdiçar ao nível do que se lhe viu na época passada.

O balde mar gritou mais um penálti (fora da área): falta saber o Rui Prantos...



O que gostei mais na transmissão da TVI foi o relógio ter parado aos 89' e 59", com 5 e 6 minutos de descontos a correr. Nunca os 90' minutos tiveram tantos 60 segundos...


O balde mar, pela segunda vez numa transmissão do benfas, depois da Supertaça, voltou a pedir penálti, o Caientrão desta vez caiu fora da área, mas como o Paulo Vigarista apitou falta inexistente sobre o David Luiz na época passada, no Nacional, e transformou um nada em penálti, os bimbos pensem que é sempre assim com a APAF...

21 agosto 2010

Biderrota por 1-2 e não se pode apontar falta de regularidade

Ao menos não há manchetes de o Porto ter estado interessado no Roberto.



Quanto a regularidade de campeões: Chelsea, 6 WBA, 0; Wigan, 0 Chelsea, 6
Como diz um amigo meu, há xixi e há água de colónia...

20 agosto 2010

Relatório (Bo)Ronha (I): o Brejnev da FPF guloso por tábuas de queijos



Esta coisa que querem transformar numa bola de neve no pino do Verão deixa-me com cócegas nos dedos e urticária na pele, tal o tremendismo mediático à volta do Processo (Q), de Carlos Queiroz.




Gorada a hipótese de despedimento com justa causa, invalidada a prova de perturbação do controlo antidoping, resumido a uma multa e um mês de suspensão por um palavrão que as virgens ofendidas não toleram nem por interposta pessoa, eis que ganha contornos de cataclismo a metáfora do seleccionador, na sua explosiva entrevista ao Expresso há uma semana, sobre o polvo federativo com a cara do responsável das selecções Amândio de Carvalho, um paquiderme dinossáurico que corporiza tudo o que há de atraso na estrutura federativa e as maleitas organizativas e de planeamento que enfermam o futebol em Portugal no século XXI. E já nem é preciso recuar a Saltillo, aos compagnons de route dos César Grácios de antigamente, à organização da Taça de Portugal com tantas peripécias amadoras e anacrónicas.

Mas a nova centralidade do Processo (Q) Queiroz - Amândio de Carvalho - faz-me recuar ao tempo da Guerra Fria e lembrar o que Reagan contou nas suas memórias sobre os encontros com o líder soviético do seu tempo, Leonidas Brejnev. Ou pelas suas próprias palavras, ou por assessores, foi contado que os encontros entre os líderes das duas superpotências, a tratarem do desarmamento nuclear, eram marcados por alheamento profundo do soviético, amiúde adormecendo à mesa das negociações mas nada parco no tocante a comida.

Pois o vicepresidente federativo Amândio de Carvalho é tido como um responsável que adormece nas longas sessões de planeamento do Gabinete Técnico das Selecções, nem sempre está a tempo e horas nas refeições conjuntas nos estágios sem deixar de reclamar de cada vez que falta a... tábua de queijos.

Não está mal, não senhor, para alguém que, conta Queiroz na entrevista, comunicou ao seleccionador, na véspera do decisivo confronto com a Bósnia na Luz, que ele, Queiroz, não era o técnico da sua preferência. Linda forma de motivar, como se o Amândio pudesse e mandasse sozinho, qual Brejnev à frente de uma superpotência, em alguma coisa.

Anos depois dos "summit" EUA-URSS, Reagan encorajou o novo líder soviético Gorbachov e fez-se historia, depois do apelo: "Mr. Gorbachov, tear down this wall", pediu Reagan para que o Muro de Berlim fosse derrubado. Não tardou e fez-se história.

Na FPF, a história continua a ser escrita dentro do campo e mal preparada nos gabinetes. Há estórias e não se evolui no tempo.
Nem de propósito, quando começaram os zunzuns sobre problemas no seio da selecção, ainda na Covilhã, este dirigente máximo que disse a Queiroz na cara que não o queria como seleccionador, foi capaz de dizer aos jornalistas que nenhuma notícia "irá desestabilizar o ambiente da selecção e a união do grupo de trabalho".
Agora pode perceber-se, à distância, quem terá dado a informação, imgine-se, ao DN, o jornal cuja edição online de Desporto á ptrocinada pelo ADoP e IDP, sob a tutela governamental e que tem tratado o caso Queiroz desde o início, a dizer que Queiroz não queria jogar o play-off na Luz, suscitando a revolta dos adeptos benfiquistas que assobiaram o seleccionador antes do jogo, se bem se lembram.

O mesmo Amândio, volto a lembrar, que como nº 1 da delegação no estágio da Covilhã, não reportou à sua Direcção, reunida a 14 de Julho para avaliar o desempenho do estágio ao Mundial, o episódio da recolha do antidoping.

O responsável, agora muito ofendido, que não se importou que ele, chefe da delegação, bem como o nº 2 e Director Técnico Carlos Godinho, ou o nº 3 e director de Comunicação Onofre Costa não soubessem da visita da comissão antidopagem.
Mas souberam os médicos da selecção que receberam contactos telefónicos dos colegas do ADoP na manhã da visita surpresa e intempestiva à selecção às 7 da manhã.
Pois agora querem centrar nesta abencerragem os problemas de relacionamento entre o seleccionador e a estrutura federativa, com um novo processo disciplinar. Se pudesse morrer-se de vergonha muita gente estava enterrada subitamente. Resta saber, com Queiroz suspenso, se Amândio de Carvalho dirigirá a comitiva oficial nos jogos com Chipre (em Guimarães) e na Noruega, aproveitando a ausência forçada de Queiroz. E se algo correr mal quem assumirá as culpas.

Com esta nota de reportagem e para avivar a memória proponho-me elaborar uma espécie de Relatório (Bo)Ronha de forma a acompanhar o Processo (Q) que mostra a porcaria que a clique dirigente antiga, pelo visto apoiada pelo antigo responsável das selecções com poucas lições de ética, moral, responsabilidade e credibilidade que pretende manter no seu blog, com os seus vícios de comodismo atávico que sempre ridicularizaram a FPF desde que mandava em todo o futebol até ser agora incapaz de tratar das selecções e do futebol jovem e não profissional, ainda impõe na FPF.

19 agosto 2010

Até parece que não sofremos os costumeiros sustos com Maicon...

Um 3-0 categórico a selar a 1ª vitória de sempre na Bélgica. Com golos de categoria, um penálti bem marcado por Falcao, um golão de Souza e uma preciosidade de Belluschi a rematar a faena. Qualificação carimbada por antecipação, confirmando os prognósticos que alguns, destemidos, quiseram antever na superioridade de Sporting e Marítimo nos seus jogos e que redundaram em frustrações mas com resultados dentro das previsões mais realistas de quem quer olhar os adversários com respeito e não com sobranceria.
Mas o FC Porto, se confirmou as expectativas e passou mais um jogo oficial sem sofrer golos, não fez uma exibição brilhante. Ao invés, graças a mais asneiras de Maicon avesso a jogar no lado esquerdo da "zaga", Helton é que salvou a honra do convento com intervenções de categoria que podem catalogá-lo como o melhor portista em campo.
A confirmar, isso sim, todos os defeitos que tenho apontado e escapam a toda a gente, Maicon praticamente ofereceu dois golos aos belgas, permitiu-lhe um cabeceamento perigoso a que Helton se opôs com a defesa da noite e, pelo meio, fez um passe disparatado de pé esquerdo que expõe o seu desconforto por actuar daquele lado. Quando pode jogar na época passada, com Bruno Alves, Maicon safava-se bem do lado direito como central. Ontem quase enterrava a equipa e comprometia o resultado, mesmo contra 10 e foi Helton a safá-lo por mais de uma vez.
E se o dia aliviou com o argentino Sálvio confirmado no Benfica, ao menos que o rumor quase certeza de Otamendi se confirme e nos livre desse susto permanente. Mas se Otamendi só jogar à direita, tal como Maradona o pôs a jogar a lateral-direito no Mundial, o problema pode manter-se e a intranquilidade não arredar pé da zona dos centrais portistas.
Algum relaxamento do FC Porto permitiu empertigar o Genk, cujo jogo simples, rectilíneo e directo tinha o desconforto de andar atrás da bola que com mais técnica e posicionamento os portistas controlavam. Parece que foi fácil e o jogo não teve história, mas só uma decisão simpática do árbitro italiano permitiu o avanço no marcador. Melhor esteve o árbitro Banti ao expulsar um preto com uma entrada violenta sobre João Moutinho, num dia em que Hulk teve de deixar o estágio para ir ao Brasil por causa de um familiar e Ukra esteve bem num flanco com Varela no outro, a única alteração à equipa titular que vem jogando.
Destaque para o reaparecimento de Ruben Micael, que soltou a bola para o tiraço de Souza de primeira e o facto de, com ele, o FC Porto ter utilizado cinco portugueses, com quatro de início.
Já agora, e porque tinha avisado que o sorteio não lhes foi favorável, acho natural o Brondby ganhar em Alvalade e o Marítimo levar três na Bielorrússia. Ao comentar o sorteio com outros confrades, alguns olhavam para os vaticínios mediante as casas de apostas que favoreciam as "pretensões" e davam corpo às capacidades das duas equipas portuguesas. Até o amigo Pai da Leoa sabe que apontei o Brondby como opositor perigoso e que não ia ser fácil mesmo em Lisboa. Obviamente neste caso, a pressão é já enorme sobre Paulo Sérgio e o jogo de campeonato no domingo também não se afigura fácil...

Sálvio(s) de um barrete

Primeiro tive a estupefacção de, genericamente, as manchetes indicarem que o FC Porto disputava o extremo Sálvio, do Atl. Madrid, ao Benfica.
Porquê, se os dragões têm gente de sobra para as alas?
Seria para inflaccionar, para chatear o Benfica, para especular? Ou, simplesmente, alguém quis fazer o papel de mexeriqueiro do mercado e meter o FC Porto ao barulho, sem necessidade? Interessava promover o jogador?
Pelo que vi no campeonato espanhol e, em especial, na eliminatória com o Sporting para a Liga Europa, porque nem me lembro de Sálvio ter defrontado o FC Porto para a Champions, este jogador é tecnicamente muito fraco, é veloz mas não tem visão de jogo, fixa os olhos no chão e na bola e foi dos mais fracos que vi actuar na equipa madrilena. Muito fraco mesmo, o que comprovava as débeis exibições na Liga espanhola e o facto de não ser titular.
Com alívio, ao ouvir pela rádio em directo a apresentação do jogador na Luz, creio que ficamos salvos de enfiar um barrete. Ou alguém quis enfiá-lo ao FC Porto, "distraindo" o Benfica envolto em prioridades que não são de extremos no FC Porto.
Gracias e bienvenido al circo.
adenda: anotem esta pérola jornalística e não é preciso ler nas entrelinhas para se perceber a origem de toda a (contra)informação.
"A intromissão do FC Porto no negócio era, sabe o DN, do conhecimento da SAD benfiquista, que entretanto decidiu não subir a parada para igualar aquilo que os portistas ofereceram, preferindo manter-se na expectativa em relação à decisão que o jogador irá tomar. Aliás, ao que o DN apurou, ao final da noite de ontem o empresário de Salvio ainda contactou a SAD do Benfica a dizer que se lhe aumentassem a comissão em mais 200 mil euros, o jogador iria para a Luz, algo que o Benfica recusou liminarmente", no DN, por Carlos Nogueira (salvo erro que é difícil identificar e conhecer estes imbecis e os que estão aptos e atender telefonemas convenientes a bem da verdade do regime, ainda que muitas informações lhes cheguem pela chefia ou direcção do jornal).

18 agosto 2010

A entrevista de Pinto da Costa ao Expresso

Apesar da bonomia como foi encarada nalguns confrades da bluegosfera, a entrevista de Pinto da Costa ao Expresso foi muito fraca e confusa, pelas questões que deixou no ar quando uma peça jornalística do género deve explicar tudo, até por ser feita à primeira pessoa do clube. Tem lá coisas importantes, mas não esclarecedoras, antes requerem explicações cabais que uma entrevista de jeito devia pedir na hora, em vez de seguir o guião de perguntas encomendadas e não estou a dizer que foram a pedido do entrevistado, mas conduzidas da Redacção e sem jeito de interpelação do jornalista no curso da entrevista.
O João Saraiva fez três Reflexões Portistas muito pertinentes a respeito das dúvidas que deviam assaltar todos os adeptos, embora sejam muitos os que se contentam, tão raras são as ocasiões como quando os nipónicos nem ouviam sequer na rádio a voz de Hirohito antes da II Guerra e muito menos lhes era permitido olhar directamente o seu imperador, com o simples linguarejar de Pinto da Costa. João Saraiva falou de três casos particulares: o acesso a menores de 16 anos à Tribuna VIP a que os netos do presidente ainda não podem acorrer conquanto possam entrar no estádio, o que não se compreende; o IRS devido aos seus rendimentos na SAD; e o mais importante, a nebulosa que foi a inesperada contratação de Moutinho e o inusitado monte de dinheiro gasto. E, este, muito mal explicado e decerto bem acima dos 10ME ditos pelo presidente que custaria o médio leonino, os 11ME aludidos no comunicado da SAD e o resto que ficou por dizer quanto a metade do passe de Postiga dado de borla ao Sporting.
Como foi bem explorado este aspecto, enquanto os outros são meros fait-divers pelo menos para mim, passo à frente com o destaque inerente à análise de Jõão Saraiva.
Mas a entrevista começou com o episódio do Apito Dourado. Tanto tempo depois, Pinto da Costa ainda diz que tem o telefone sob escuta, o que é gravíssimo e indigno de um Estado de Direito. Não sendo mais suspeito do que quer que seja, como pode ele, ou outro cidadão sem problemas com a Justiça, estar a ser vigiado? É intolerável, inadmissível e só num ambiente de lassidão e devassa no âmbito da Justiça isto pode ser dito sem consequências. Ou alguém viria esclarecer que não é verdade; ou alguém viria pedir a Pinto da Costa que justifique a alusão a ter o telemóvel escutado; e porque não o próprio pedir explicações à Justiça? Será que teme ser recebido pelo que era o Bosta da Liga e não vale a pena conversar com o energúmeno justiceiro da treta? Pois, mas não pode ser assim e Pinto da Costa nem devia dizer tal coisa com ar de gozo, nem devia passar sem explicar se não reagiu e que meios usa para se defender desta intromissão a ser verdade.
Se não é verdade, passa uma triste figura. Pinto da Costa já demandou os tribunais por coisas de lana caprina, movendo processos a jornalistas e comentadores pelo simples emitir de uma opinião. Porque se resigna a ser escutado?
A entrevista, que do lado passional, amoroso e familiar pouco me interessa, abordou a questão de Jesus ter interessado ao FC Porto mas num plano cronológico que não faz sentido. Pinto da Costa disse que pensou nele para render Adriaanse mas Jesus ia para o Braga, o que não é correcto face aos factos, pois Jesualdo tinha saído de Braga para o Bessa, depois para o Dragão, e para Braga foi Rogério Gonçalves e ali rendeu-o Jorge Costa. Já Jesualdo estava firmemente instalado no Dragão e Jesus chegou a Braga. Mais uma má intervenção não corrigido pelos desatentos entrevistadores que tinham muito Expresso de despachar aquilo e pouco conhecimento de causa além do recurso às perguntas de algibeira que constituem 99% da entrevista e não contrastadas com novas questões que tais respostas suscitariam a alguém atento e profissional.
Foi um fiasco, no fundo, porque nem o título da Torre dos Clérigos ou o saldo bancário valem para alguma coisa, nem a ironia com os Gato Fedorento ou o director da Cofina que lhe avaliava o vencimento na SAD salvam um desempenho fraco. Podia arrebitar se, sentindo-se perseguido pelo tratamento discriminatório da Justiça, opusesse mais factos do Apito Dourado aos celebrados mas esquivos casos da Casa Pia, Face Oculta e outros que mexem com a vida política. Mas Pinto da Costa diz que vai escrever um livro sobre o Apito Dourado. Como se o seu advogado já não o tenha feito, supostamente para contar o que nunca se soubera. E como se Pinto da Costa não tivesse já desabafado outros objectivos na vida que passariam, até, por deixar isto, em Portugal, e viver em Angola ou no Brasil.
Assim, ninguém o pode levar a sério. E é a triste sina que aceita para o resto dos seus dias, por muito que vários adeptos não vejam e não gostem que se lhe aponte. Infelizmente, parece ser assim.

17 agosto 2010

Outro Processo (Q), este via Mourinho

http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=218494 indica que CR0 não estará na definição dos melhores da Europa para a UEFA este ano. Não admira, pois não?, apesar do recorde absoluto de custo de uma transferência...
Mas este facto não só perdeu o relevo que o estatuto indiscutível do jogador merece, como acaba por desvalorizar o que diz hoje nos jornais José Mourinho a respeito do jogador que considera "fenomenal".
Não é isso que está em causa, embora CR7 merceça o zero (0) pelo que fez na Selecção Nacional e no Mundial em que até prometeu "explodir"...
O escrutínio sobre Carlos Queiroz é de tal ordem, e o endeusamento bacoco de José Mourinho na ordem inversa, que a cada declaração do seleccionador vão pedir a opinião do treinador do Real Madrid que lhe cabe defender o "seu" jogador no clube.
Queiroz acha, como muita gente antes de ele ter sequer chegado à Selecção, que Ronaldo teve a braçadeira de capitão muito cedo. E a verdade é que, desde essa altura, foi sempre discutido se a mereceria e, mais, se a justificava em campo. Nunca se concluiu pela opção favorável ao jogador. Queiroz fez apenas uma constatação, para mais uma herança do anterior seleccionador que lá quis "proteger o minino" em nova versão mais pacífica do que aquela em defesa de Quaresma contra o sérvio Dragutinovic...
Pois alguém entendeu ouvir Mourinho sobre se CQ falava bem quanto à braçadeira de CR0 na Selecção. Percebe-se que o endeusamento bacoco e o aconselhamento interesseiro motivem gente a pensar no Mourinho seleccionador daqui a 10 ou 15 anos como tem em mente, mas exageram tanto quanto antecipam os tempos aqueles que, sobre Cristiano Ronaldo, acham notável Mourinho dizer que ele trabalha mais do que os outros, ano e meio depois de CQ ter dito o mesmo do seu ex-pupilo no M. United quando foi eleito o melhor jogador do mundo da FIFA.
Consultem os arquivos, guardem para memória futura e as melhoras...

16 agosto 2010

O Processo (Q): a defesa de LFV e de PdC

Ainda não será esta terça-feira o Dia (C)D da FPF para decidir o Processo a Queiroz, coisa maquiavélica que requeria celeridade especial, pediu-se 4 dias à defesa para opor os seus argumentos à Nota de Culpa (fundada em factos com mais de 60 dias de existência, prazo excedendo largamente a lei geral que regulamenta estas coisas), ouviram-se testemunhas em 4 dias também e já passam precisamente 4 dias sobre as últimas inquirições pelo que seria legítimo esperar a sentença mas parece que a tomada de decisões não acompanha os passos já percorridos.
Amanhã ou depois, contudo, obviamente, arquive-se.
Se tiver, depois, de seguir outros caminhos, por instâncias judiciais fora do âmbito desportivo, o Processo (Q) levantará certamente outros motivos de interesse e talvez menos desejados de serem expostos perante a Opinião Pública, ao contrário do que preconiza Laurentino Dias, como se não soubesse serem já conhecidos os factos relevantes, não esquecidos nem menosprezados para sobrevalorizar outros e destacar só alguns.
Para já, na FPF, a coisa atingiu proporções bem acima do desejado à potencial vítima, pois o rol de testemunhas de Carlos Queiroz espantou toda a gente. Luis Filipe Vieira e Pinto da Costa foram os ases de trunfo. Figo, por exemplo, o pagem escondido. Ferguson, o joker institucional, sim tipo Rainha de Inglaterra, cheia de boas intenções.
O Benfica entrou a perder na nova época, mas em comunicação continua a golear o FC Porto. As saídas de LFV e de PdC, circunstancialmente do mesmo lado na defesa do seleccionador por causa do escabroso caso da Covilhã que de substancial nada pode ter a não ser teimar na importância e significado de um insulto em português vernáculo relativamente comum, demonstram isso.
Luís Filipe Vieira terá, aqui, pela primeira, espero que única, vez o meu elogio. E é extensivo, ou resultado disso, da política de comunicação assertiva, consistente, benéfica para os seus interesses (obviamente), atingindo objectivos e difundido da melhor maneira para todo o país em defesa do seu clube.
Como o fez?
Aludindo ao caso Nuno Assis, jogador apanhado no controlo antidoping a quem evitavam dar a punição devida. O ADoP e a tutela secretaria de Estado do Desporto não o permitiram e Nuno Assis acabou a cumprir a suspensão devida. O Benfica estrebuchou, comeu páginas de jornais do regime com peças de opinião à medida pelos cicerones desta maneira de estar. Por momentos parecia escapar ao castigo, mas acabou a fazer-se justiça. No fundo, além do ADoP, o Benfica resmungou contra a insistência de Laurentino Dias, da tutela governamental, em levar o caso às instâncias internacionais para ser exarada a suspensão devida e incontornável.
Sem ter razão nesse caso, o Benfica não deixou de falar de Nuno Assis, por ser pretexto para atacar o ADoP agora virado contra Carlos Queiroz. Mais: o presidente do Benfica disse que, se a intromissão, legítima mas abusiva nas condições já conhecidas e indesmentíveis depois de tanto tempo escondidas, dos "agentes antidoping" no hotel da selecção se passasse no seu clube decerto ele, e o seu treinador e demais responsáveis, reagiriam como CQ reagiu.
Acho que chega em benefício da sua intervenção, puxando a brasa à sua sardinha em nome do clube pelo tal caso que o Benfica quis reavivar, mesmo não tendo razão mas teimando em veicular a sua opinião, ainda que irrelevante para a história do mesmo.
Quanto a Pinto da Costa, como então critiquei, teve direito a ver explorada na tv a sua versão de como, em geral, muita gente saúda os amigos com um "fdp, como é que vais". Obviamente, nem CQ teve essa intenção perante os médicos do doping, logo o exemplo dado por PdC não favorece a sua defesa, apesar das boas intenções.
E o pior não foi, como destaquei e insisto, vir PdC falar em defesa de CQ - o que lhe fica bem, como a qualquer um que interceda por alguém contra uma injustiça. É que os adeptos portistas suspiram ainda por intervenções do presidente em defesa do FC Porto e o jogo da Supertaça era um bom pretexto para falar de mais uma arbitragem miserável e prejudicial ao FC Porto tanto quanto protegeu o Benfica, em Aveiro.
Não, o pior é que Pinto da Costa podia aproveitar, como LFV, para visar Laurentino Dias. Mas não o fez. Em devido tempo também aqui fiz o reparo à inacção do FC Porto quando toca a jogar no Jamor a final da Taça de Portugal. Um estádio sem condições para o público. Um campo sem relvado digno. Balneários com tectos a cair, como aponta agora Carlos Queiroz para justificar a razão de a selecção nem treinar no designado Estádio Nacional onde há anos não joga a Equipa de Todos Nós.
O FC Porto não aproveitou a "boleia" e uma iniciativa que dali não teria o melhor acolhimento, quanto era o D. Chaves a opor-se a jogar no Jamor, sugerindo um palco a Norte e a contento dos finalistas e seus adeptos que bem poupariam em deslocações, gasolina, portagens e mesmo comidas. O FC Porto, cobardemente, calou-se e o Chaves não tinha força para forçar a final em Braga, como era bom para ambos. Depois, irónico mas sem piada nem persuasão, PdC ainda quis dizer que "obrigavam" os adeptos flavienses a uma longa deslocação, sem se preocupar com os adeptos portistas... Enfim, PdC perdeu uma boa ocasião para, com razão, dizer ao sec. Estado do Desporto para, como exige Queiroz, se preocupe com o relvado e o estado do Estádio dito Nacional, em vez de se preocupar que é ali que deve fazer-se apenas um jogo por ano no concerto do futebol maior em Portugal. Um relvado do Jamor onde até as selecções jovens têm renitência em treinar mas o FC Porto não enjeita jogar. Balneários a cairem de podre, acessos complicados, questões de segurança sempre em equação.
O FC Porto, até neste domínio, podia ter goleado e acabou vencido por um Benfica sem razão na razão que aduziu mas soube evocar a seu favor.
Em defesa de CQ, PdC acabaria por dizer na entrevista ao Expresso, perdido no meio de tantas linhas com coisas mais importantes na agenda, que defenderia uma tomada de posição semelhante à do seleccionador se tal se passasse no FC Porto. Tal como faria o Benfica e qualquer outro clube, aliás. Pelo que era na escolha de outros argumentos que se deveria diferenciar a intervenção dos dois presidentes.
Tinha dito e reitero agora.

Não sei se repararam...

"O choque é tremendo, como se verá nas manchetes dos pasquins. Acredito que um falará do golão extraordinário de Laionel, os outros vão falar da derrota", escrevi ontem isto.
Não sei se viram as capas dos pasquins desportivos: eu até podia ter adivinhado o nome do jornal que fez a manchete pela positiva, mas resguardei-me para o euromilhões...

Laurentino, vem à janela do DN!...

"Ó Laurindinha, venha à janela/Ver o meu amor, ai, ai, ai/ q'ele vai prà guerra/
ver o meu amor, ai, ai, ai/q'ele vai prà guerra" (canção popularizada em tempos)
Eu bem queria referir-me ao Processo Queiroz, à entrevista deste ao Expresso e à de Pinto da Costa à revista Única do mesmo jornal e tinha agora de se meter o Benfica - que a SIC à hora de almoço anunciava ir jogar com estádio cheio de 70 mil adeptos - a perder para pôr o Rui Prantos tolo de todo.







Mas hoje, entre os fogos que lavram como há semanas apesar de os ministros prometerem caça aos pirómanos, o secretário de Estado Laurentino Dias, do Desporto que não deixa de estar incendiado, prometeu revelações quentes para depois de as labaredas passarem sobre aquilo que ele mesmo, ao proclamar como "factos graves" o que se teria passado no estágio da selecção na Covilhã, do alto da sua robusta figura e sonoridade cavernosa na voz, quase definiu, e a si próprio, não como o Processo, que faria confusão kafkiana do diabo, mas como o Possesso.


Leio isto no DN http://dn.sapo.pt/desporto/antidoping/interior.aspx?content_id=1641590 de domingo no seu site e não deixo de esbugalhar os olhos para o facto de a página de Desporto do jornal online ter no seu topo referência à ADoP, com quem Queiroz se envolveu "às tantas da manhã" para tornar isto mais "perturbador", bem como o logótipo do IDP, com a recomendação de este site ser patrocinado pelo dito IDP.

Não é brincadeira de Carnaval em dia de Nossa Senhora da Assunção.

O jornal do Marcelino - e do "amigo Joaquim" - que tem publicado as estórias, já com mais recuos do que avanços prometidos para o despedimento e até exílio do seleccionador, tem publicidade da entidade que quer processar e "enterrar" Queiroz!

Carlos Queiroz, como cidadão contribuinte, está a pagar dos seus impostos, como todos nós, para um organismo do Governo, tutelado pelo omnipresente Laurentino, mais a comissão do doping, insirir publicidade institucional num jornal de informações privilegiadas na matéria: secretaria de Estado do Desporto, Instituto do Desporto de Portugal e Associação do Doping de Portugal, tudo o que... tutela a maioria das acusações pendentes sobre o mesmo Carlos Queiroz.

O senhor Laurentino, que até promete falar, no fim disto tudo, de coisas da FPF como se tivesse algo a ver com isso e pudesse mandar no órgão do futebol, já nem devia olhar só para os relvados onde podem lesionar-se o Nani e onde os guarda-redes da selecção de sub-19, também já apurada para o respectivo Mundial-2011 na Colômbia, já recusaram treinar-se no Jamor vedado há dois anos à Selecção Nacional para treinar - apesar de, entretanto, o senhor Laurentino, armado em governante, exigir que ali se jogue a final da Taça de Portugal.

Já tínhamos uma competição de futebol promovida por uma marca que também patrocina um clube participante, para surpresa de Pinto da Costa ao fim de um ano, que se depreende da sua entrevista (pouco) Única.

Agora temos um organismo desportivo e a respectiva tutela governamental a pagarem em publicidade a página de internet de um jornal onde saem as notícias sobre o prometido "iminente despedimento" de Carlos Queiroz.