30 abril 2010

A perversão nos mais diversos modos

Os dias de hoje são mais ou menos encarados assim.
Comecemos pelo confronto parlamentar de hoje, sob o tema do estado da economia alvo de "atentados especulativos" de gente sem nome algures no mundo contra o Estado português e a conotada dívida pública muito nacional e nossa:
Primeiro-Ministro - ... o estado da nossa dívida tem sido alvo de especulação e saberemos resistir a isso...
Francisco Louçã - Senhor Primeiro-Ministro, as nossas contas sofrem um abalo, a finança internacional ataca a dívida pública, rebaixa a credibilidade de a pagarmos, dificulta a vida a todos nós e o desemprego sobe, ainda hoje, 30/4/2010, subiu ainda mais o recorde de 10,5% de desempregados inscritos no IEFP.
PM - ... não nos abalarão, o PEC será cumprido e as grandes obras públicas prosseguirão, sem desfalecimentos, criando emprego...
FL - Mas aos ataques de especuladores internacionais, o Governo reage reduzindo as prestações do fundo de desemprego; contra os movimentos especulativos da alta finança, o Governo quer tirar dinheiro ao subsídio de desemprego como se fossem os desempregados a pagar a factura...
PM - O senhor Francisco Louçã acha bem que um desempregado ganhe mais no Fundo de Desemprego do que a trabalhar?
FL - O Governo, no seu portal oficial do IEFP, tem uma proposta de trabalho a 2 euros à hora e se fizer as contas comigo são 80 euros numa semana de 40 horas de trabalho e 320 euros por mês que é o que representam 4 semanas a 80 euros cada uma. Tudo isto, 320 euros, abaixo dos 419 euros que é o subsídio mínimo de desemprego. Patrocinado pelo Governo, este serviço inscrito num portal de emprego.
PM - Não nos desviaremos do PEC, nem do caminho traçado, nem das grandes obras públicas.
(o diálogo foi mais ou menos assim, na essência, e cito apenas de cor do que ocorreu esta manhã na AR)
A perversão (II)
A propósito do Barça-Inter, um diálogo possível e verosímil entre surdos, para não dizer mudos...
Fulano - O Inter fez um jogo extraordinário, o Mourinho deu uma lição táctica e o Barça, que sim senhor admiro e admito que joga tão bem quanto é inigualável, foi eliminado. Justamente. E por um técnico sagaz tacticamente.
Sicrano - Mas o Inter mal passou com a bola do meio-campo e submeteu-se a uma defesa tão recuada e porfiada que não só desmente a teoria da pressão alta como modelo de jogo de Mourinho, como desfaz o mito de quem tem a bola ganha o jogo, da mesma forma que arriscou-se a sofrer mais um golo, de ressalto, com a mão, de penálti e a ser eliminado sem fazer nada por evitá-lo a não ser... não fazer nada no jogo, só defender, de forma exaustiva, exasperada e mesmo desesperada.
Fulano - Ah, mais jogou com 10 cerca de uma hora de jogo e defendia o 3-1 da 1ª mão, não lhe competia atacar...
Sicrano - Estamos numa semifinal da Champions e deduz-se que todos os semifinalistas sabem jogar a bola, até estão habituados a tê-la, a ganhar jogos e o facto de ter 11 na primeira meia-hora não fez o Inter passar da linha de meio-campo e só o fez para marcar um livre, a 40 metros da baliza, que o Chivu atirou rápido ao lado, sem convicção, como que a aliviar e depressa para trás que temos de defender.
Fulano - Mas o Barça não passou e pronto!, ficará na história que passou o Inter contra a que será talvez a melhor equipa do mundo.
Sicrano - O Inter já está na história precisamente pelo tipo de jogo que 50 anos depois voltou a praticar. E o mundo continuará a esperar que o Barça desenvolva bom jogo, para agradar às pessoas e entretar o espectáculo. De resto, todos sabemos que nem sempre os melhores ganham, já era assim e não deixará nunca de ser assim.
Fulano - Era a única maneira de o Inter parar o Barça.
Sicrano - Se todos jogarem assim, sobrará apenas o Barça para jogar a bola?
Fulano - O Mourinho é o melhor do mundo!
Sicrano - O Castro Santos também empatou 0-0 contra o Porto mas o Leixões descerá de divisão.
Fulano - O Mourinho merece tudo o que ganha!
Sicrano - O Mexia e o Zeinal foram eleitos grandes gestores por uma instituição norte-americana e por cá só se debate o que eles ganharam, propostos pelos accionistas...


A perversão (III)
Nas vésperas do Porto-Benfica, ainda se escalpelizam as incidências ao longo do campeonato que muitos não quiseram crer.
Benfiquista - Se não for no Dragão, o Benfica será campeão na última jornada com o Rio Ave.
Portista - Campeão agora ou na última jornada, importa pouco para o FC Porto sendo que está nesta altura afastado do título e de a decisão poder caber-lhe em sua casa, não fossem tantas coisas mais ou menos estranhas mas não aleatórias durante a prova.
Benfiquista - Temos mais vitórias, seremos justos campeões.
Portista - Têm mais penáltis a favor, já são 11 e faltam duas jornadas. O máximo de penáltis numa época para uma equipa são os 17 do Sporting em 34 jornadas em 2001-2002 e o Benfica pode tornar-se a equipa com mais penáltis a favor se lhe apitarem mais um, desde que o campeonato passou a ter 3 pontos por vitória desde 1995-96.
Benfiquista - Jogámos o melhor futebol...
Portista - Num incomensurável número de jogos jogaram sempre 11 contra 10, foi a tónica na maior parte do tempo e nalguns jogos os adversários cedo começaram a perder jogadores por expulsão, fosse aos 26 minutos com o Leixões a jogar com 9 ou aos 8' com o Olhanense a jogar com 10.
Benfiquista - Marcámos mais golos...
Portista - Muitas faltas inventadas para livres preciosos que valeram vitórias, golos irregulares como aquele contra o FC Porto na Luz, penáltis indevidos.
Benfiquista - Jogámos bem toda a época, muito regulares.
Portista - Os árbitros nunca avaliaram de forma tão dura, e às vezes nem era preciso serem muitos severos nas sanções disciplinares, as acções faltosas do Benfica em comparação com a forma como avaliavam os adversários, daí tantos terem ficado reduzidos a 10 e 9 jogadores.
Benfiquista - Temos menos golos sofridos.
Portista - O FC Porto podia ter mais pontos e mais golos, mas anularam 4 golos indevidamente a Falcao, tantos quantos os penáltis que permitiram a Cardozo e ele falhou-os, até aqui a luta pelo título de melhor marcador foi deturpada.
Benfiquista - Seremos campeões e pronto, agora ou na próxima semana...

A perversão (IV)
Parece que as greves de transportes, retirando menos hipóteses de circulação para quem queria ir trabalhar, não impediu que nos dias de calor as praias - especialmente na zona de Lisboa, a que se reportam as notícias destes dias - se enchessem.
Parece haver aqui contradição, mas pode significar, e isso não foi estudado, que a maioria das pessoas vive perto do mar e tinha a praia ali ao pé, fosse na Linha ou na Costa da Caparica.
Tal como a "tolerância de ponto" para a visita do Papa impõe estas perplexidades, muita gente irá à praia se estiver calor ou para fora, passear, como alternativa, ainda que muitos acorram à missa papal no Terreiro do Paço e em Fátima. Ao que ouvi hoje na rádio, o Governo deu "tolerância" às escolas para dia 13, pelo que ficamos sem saber como será no Porto que o Papa visitará no dia 14... Bem, aí é 6ª-feira, afigura-se um fim-de-semana prolongado, mas isso é com os empresários e o espírito liberal do Norte conceder ou não facilidades aos seus assalariados. No Estado, no Governo, em Lisboa, está assim previsto...
E bom fim-de-semana. Com ou sem PSP por perto. Protejam-se contra as melgas. Aproveitem as máscaras contra a gripe A que não chegaram a ser utilizadas no auge da crise epidémica que nos venderam.
Por último, esta ironia: http://www.cmjornal.xl.pt/Noticia.aspx?channelid=00000021-0000-0000-0000-000000000021&contentid=4E2AE311-350B-421E-B3D5-CFEDF398DE65&h=1
TEMOS DE IMPORTAR ESPERMA DE ESPANHA!
Eu não preciso. E também não sou dos que "devem" não sei quanto por conta do défice português. Não devo nada a ninguém, fdp!

29 abril 2010

Uma semana de memórias... para esquecer


As eliminações de Barcelona e Liverpool, cada qual a seu modo e por razões opostas, suscitam-me um sentimento de depressão futebolística, pois acompanho avidamente o futebol europeu desde miúdo.
É uma semana para esquecer, perdida na bruma das memórias que estas "perdas" me sugerem com dois clubes do coração.
O Barça foi afastado pelo antifutebol, gerado por diversos factores sacrificados à primazia do resultado sob cujo prisma se tecem as mais variadas considerações mas nem envergonham sequer alguns auto-intitulados experts e puristas do futebol...

O Liverpool, ao contrário, sucumbe a uma melhor equipa - ressurgido Atl. Madrid dirigido com competência por Quique Flores e empolgado pelo seu quarteto ofensivo de luxo -, mas aos seus erros de formação de plantel que é de uma mediocridade medonha e pode afastar o clube da Europa pela primeira vez em quase 40 anos.
Àquela que não está longe de ser considerada, provavelmente, a melhor equipa do mundo de sempre, o Barça de futebol sempre vivo, enleante e positivo, só um Inter ao velho estilo poderia resistir.
Em Portugal celebrou-se o "efeito Mourinho": li hoje um título acertado no JN sobre a "glória do 'catenaccio'", e uma incompreensível "vitória táctica" do treinador do Inter que, pelo visto, nunca terá alguma "derrota táctica" na vida, tal o clube de fãs incondicionais granjeados desde que deixou o Dragão...
O Inter de Mourinho conseguiu ser mais "negativo" e retranqueiro do que Hiddink na época passada com a visita do Chelsea a Camp Nou. O nosso treinador é mesmo o novo Zé da Europa - depois do Zé Travassos dos anos 50 - e nem de propósito é digno do epíteto de Helénio Herrera que levou os "nerazzurri" a duas conquistas da Taça dos Campeões em 1964 e 65, muitas vezes com aquele futebol feio e de "catenaccio" inquebrantável mas que nunca granjeou adeptos além-fronteiras.
Foi a forma mais pobre a lamentável possível para o Inter afastar o Barça. Ao melhor futebol bastaria, decerto, a troca de árbitros nos dois jogos, pois o belga no Camp Nou puniu antijogo e violência (aquele Thiago Motta estava mesmo a pedi-las há muito) e anulou um golo de forma muito discutível que teria salvo a reputação do futebol. Pode ser precisa muita sorte, além de ferrolho sobre retranca, para parar o Barcelona, mas as decisões de arbitragem favoreceram sempre os italianos.

E, nem de propósito mas de certa forma previsivelmente, Olarápio preenche esta semana também com a nomeação para domingo no Dragão...
Ao chegar a casa ouço que o Mourinho vai dar aulas a putos numa iniciativa qualquer, mas as imagens do último jogo do seu Inter não podem ser mostradas, certamente. Envergonha o futebol, ainda que a façanha pareça de monta. Quando muito, além da bolinha vermelha no canto do ecrã a desaconselhar visionamento a miúdos, serviria para contar umas histórias do futebol, a do futebol especulativo e retranqueiro próprios dos tempos de HH, algo que nem os mais velhos lembrarão e muito menos as abencerragens que comentam jogos na televisão...

A honra do futebol inglês é erguida pelo modesto Fulham, o 99º clube presente numa final europeia que começou a prova a par do Paços de Ferreira, na 2ª pré-eliminatória e, ao longo de 18 jogos, foi passar a fase de grupos vencendo o Basileia na Suíça (3-2), arrumou o detentor do troféu Shakhtar Donetsk, humilhou a Juventus e passou o campeão alemão Wolfsburgo e teve em Hamburgo uma première a pisar o palco da final. Um Salgueiros de Londres, salvo pelo Al-Fayed dono dos "Harrod's" e cujo Craven Cottage chegou a estar ameaçado, que encarou de frente colossos como Juventus (virou 1-3 para 4-1 na 2ª mão) e agora Hamburgo, ex-campeões europeus e o HSV, como o Real Madrid, sem beneficiar de ter a cenoura à frente do nariz com a final marcada para sua casa.
O orgulho do futebol alemão vai ser garbosamente exposto pelo Bayern muito ao estilo dos anos 70 que fez dele um potentado na Europa. Despachou o garboso mas "curto" Lyon com um rolo compressor e permite em Madrid a final entre o mestre van Gaal e o pupilo Mourinho que com ele aprendeu tudo em... Barcelona. Dali voltou Mourinho para o Benfica que o menosprezou, antes de pegar, quase anónimo, na equipa do Leiria e depois chegar ao Porto com o curso feito a esquecer o episódio do tradutor de Robson.
A Espanha tem um representante improvável, depois do duelo fratricida que afastou o Valência, talvez a melhor equipa que restava na indistinta Liga Europa.

Tal como o Inter de Helénio Herrera (vencedor de 3 Taças UEFA nos anos 90 com diferentes técnicos e todos italianos), o Atlético de Madrid ganhou uma Taça das Taças em 1962 e perdeu finais nos anos 70 e 80. Depois de sofrer a pior derrota caseira na Europa com o FC Porto (0-3), eis um confronto impossível de antecipar com o neófito Fulham 7º na época passada na Liga inglesa e à frente do Tottenham. Mas o inglês Roy Hodgson já teve a experiência de perder uma Taça UEFA em casa por penáltis com o Schalke, pelo Inter.
Por cá, entretanto, vai-se falando de polícias. Inacreditavelmente, depois da "estória" aqui trazida de um ataque a uma casa do Benfica em Ermesinde, no sábado passado, eis que um incidente do género, em Braga, da mesma altura, só hoje apareceu relatado nos jornais. Coisinhas de trazer por casa...

26 abril 2010

Notícias do 26 de Abril (II)





Também em Espanha, onde o futebol vive o "problema de sempre" entre Madrid e Barcelona, se percebe que certos árbitros não apitam de forma igual consoante se trate de jogos do Real e do Barça.


Os catalães, aliás, até devem ter percebido como será um Olarápio a apitar na Liga Portuguesa.


Pois, tal e qual...

Notícias do 26 de Abril (I)











"Anti-Portugueses desordeiros" eram duas qualificações de um título de jornal há 80 anos. Eu sei que é difícil fazer contas mas isto remonta para a década de 30, quando a instabilidade social se agudizou face à autoridade que o golpe militar de 1917 (sim, em Portugal) de Sidónio Pais não instaurou face ao caos da I República dos marialvas e revolucionários com tiques piores que os da Monarquia moderna de então. Daí que no início dos Anos 30, com a passagem do dr. Salazar da pasta das Finanças para a chefia do Governo, pomposamente designado de Conselho de Ministros como se ali mandasse mais do que um, às greves de trabalhadores incultos e operários mal pagos e todos desorganizados a viver os vulcânicos dias de protestos sem orquestrações partidárias, respondiam os jornais cedo rendidos ao Regime com observações daquele género.

Quem pedia melhores condições de vida era não só "desordeiro" mas, antes do mais, "anti-português". É claro que, assim, nesse caldo de cultura onde fermentava o pensamento único, uma rádio nacional e um jornal "consolidado" em pequenos jornais que diziam a mesma coisa como um só, com a falsa ideia de liberdade de expressão tão evidente como o edifício vazio da Assembleia Nacional que a Constituição de 1933 essencialmente esvaziara para acabar com o forrobodó parlamentar do advento da República em 1910, tudo tenderia, de facto, para a instauração de um clima que pedia a restauração da ordem e a implementação de uma autoridade que sanasse quaisquer conflitos.
Hoje, 100 anos após a queda da Monarquia sob cuja tutela liberal a liberdade de Imprensa atingiu níveis nunca alcançados nos 100 anos seguintes, e 36 anos depois do 25 de Abril de 1974, a que ainda é televisão do Estado dedicou-nos um fartote de informação relevante que passou da "escolha" do palco de eleição dos benfiquistas para celebrar um título de futebol à longa reportagem de uma sede do Benfica em Ermesinde, com quase uma dezena de entrevistados, alegadamente vandalizada crê-se que no sábado à noite.
Fatalmente, como a pedir "ordem na sala" quiçá clamando por uma autoridade nacional que esmague os "revoltosos", seguramente "anti-portugueses desordeiros" 80 anos depois daquele título de jornal que vi agora numa série notável sobre o Estado Novo no Canal História acessível em qualquer rede de cabo para quem quiser fugir à "informação de novo normalizada" e o rasto de telenovelas com programas cor-de-rosa como dantes se ouviam na rádio e lia no "Corin Tellado", a reportagem permitia concluir que o mundo está perigoso.
A Polícia, dizem e repetem na RTP, "tirou impressões digitais", não se sabe de quê pois não houve arrombamento, apenas vidros estilhaçados de fora e tinta borratada numas paredes exteriores. Ermesinde, subitamente, viu-se não só no centro do furacão, como foi eleita sede da casa do Benfica mártir em terra de "anti-portugueses desordeiros" e, por isso, a pedirem mão forte neles, prisão certa se houvesse a PIDE e desterro da família dos condenados para os confins das Beiras interiores renegados como judeus.
Também contra os certos, identificados e localizados "anti-portugueses desordeiros", lê-se a 26/4/2010 num jornal local que as tv's do regime mostram ao País Profundo do operariado revoltado e miséria humana ao nível de há 80 anos hoje sem capacidade de se indignar e, pior, não lutar por mais do que a mera sobrevivência, que a deslocação de uma equipa local a um ponto do País em polvorosa será acompanhada de medidas de segurança e reforçadas. "Superprotecção", é o título.

Outras duas qualificações que nos dizem que o País está perigoso. Medidas de segurança e reforçadas. Para a "Superprotecção" só falta convocar-se a graça divina, agora que o Papa novo-velho se prepara para uma visita de Estado a um regime já laico mas cuas figuras não deixarão de, como dantes mas então com devoção infinita sendo um pilar do regime, acorrerem ao beija-mão, em Fátima ou virados para o Cristo-Rei.

Nem de propósito, a respeito de liberdade de expressão, o 24 de Abril de 2010 chegou com a notícia de que um órgão jurisdicional do futebol acusa outro, seu par, de querer impor a lei da rolha a um dirigente, amordaçá-lo e impedi-lo de exprimir o seu mais elementar direito de falar, a despeito de alguma condenação que sobre ele impende.
O Portugal republicano de hoje e de sempre.
Faz perceber porque suspiram tantas pessoas pelos ideais de "Abril" não cumpridos e em vias de se resvalar para um regime de informação única, um clube único e uma autoridade única que funcione num só sentido.
Contra os "anti-portugueses desordeiros", hajam "medidas de segurança e reforçadas". Tão inauditos como inelutáveis anacronismos, soam a propaganda, ditada por algum títere de meia tigela num microfone submisso e numa folha de jornal educada para formatar o pensamento do povo.

25 abril 2010

Ena!!!!!!!!!

Um feito ímpar, os parabéns a quem os merece.
Mas parece que passou despercebido nas tv's do Portugal democrático. Pois, mais uma modalidade plena de êxitos e tanto acarinhada no tempo da "outra senhora" e hoje, estranhamente, só episodicamente divulgada por causa da selecção nacional que é tão raro ganhar como dantes.
Eram rádios, era a RTP (só havia uma, um canal e a preto e branco), os jornais, relatos e transmissões televisivas.
Hoje, nem um cravo. Um deserto. Parece a margem sul. Só se vêem camelos.
O 25 de Abril no Hóquei em Patins também revolucionou o palmarés dos clubes. E a Imprensa do regime não aprecia. Ai não? Venha mais uma stickada para o ano. O de(ca)campeonato.
Já agora, o andebol está com boa mão também.

24 abril 2010

Um cretino é um cretino, um vintém é um vintém


Nem vou entrar pela "teoria da conspiração" por causa deste imbecil tal qual o qualifiquei no jogo Porto-Setúbal da 1ª volta. Não, o "cozinhado" nem tem a ver com o facto de, de forma absurda, este cretino ter deixado Falcao suspenso para o próximo jogo, nem por ser contra quem é.
"Cozinhados" há muitos e esta besta foi excluída dos jogos do Benfica desde o Natal de 2008, vejam lá. Aquele jogo do sururu por causa de um golo (bem) anulado aos encornados por mão na bola na jogada, frente ao Nacional. Não sei se por causa disso, se o apito vermelho que hoje lhe foi visto em grandes planos na tv, o FC Porto levou com este asno pela terceira vez esta época.
Na 1ª, em Olhão, um dos algasrvios partiu o nariz a Tomás Costa, já no final. Nem cartão houve e viu-se nitidamente a vontade de agredir do marmanjo.
Na 2ª vez, com o Setúbal em casa, não foi só Belluschi que ficou também com o nariz a sangrar. Deu-se o caso de o agressor, Djikiné, também não ter levado cartão. Pior, não levou cartão algum apesar de quatro faltas feias em pouco mais de meia hora de jogo, incluindo a dada em Belluschi. Mais: o sadino cometeu dois penáltis e nenhum foi marcado, mais dois lances passíveis de cartão e nada. Comparando tão distinta imbecilidade, só ao nível de um Bruno Paixão ou Carlos Xistra, ainda que o nivelamento rasteiro da arbitragem este ano não tenha poupado qualquer dos ridículos árbitros que vegetam por aqui, armados aos cágados com intercomunicadores, emprenhados de instruções idiotas em cursos de aperfeiçoamento que só os piora e sempre credores do maior desprezo por qualquer adepto do futebol que, por imprescindíveis que sejam para se realizar um jogo, não vai ao estádio para ver algum árbitro.
Estas bestas nunca compreenderão isso. E se defendem, como este defende, a introdução de novas tecnologias para os ajudar, o seu papel em campo será não só redundante mas absolutamente inútil. Para vídeo-árbitro, fique o vídeo e deixará de se dizer mal do árbitro.
nota: só agora 20.44h de 25/4/2010) vi uma ficha do jogo e lá deparei com o Gabínio Evaristo, o gordo da bandeirola, e, ai que saudades deste matreco, o sadino Luís Reforço. Parece que o Jesualdo se pegou com ele. Esse também ficou na história...

21 abril 2010

Jamor em Braga

FC Porto e D. Chaves não querem ir ao Jamor. Os flavienses manifestaram-se hoje a favor de um palco a Norte para a final da Taça de Portugal que os cretinos do costume, estribados em regulamentos que não desejam alterar e dependurados em clichés que sustentem a "festa do futebol" no pobre Wembley de Oeiras, anseiam manter na capital do Império onde todo o País Profundo tem de ir desaguar.



Ao contrário dos pacóvios de Paços de Ferreira - e suspeito que os "centralistas" da Naval 1º de Maio também respeitariam a "tradição" -, os flavienses bem que evitariam ir a Lisboa. Afinal, a "festa do futebol" não se pode fazer noutro lado? Ou a alternativa a Lisboa tem de ser o Algarve, trocando-se o Elefante Branco brindado de carne fresca pelo de betão junto às praias após o deserto da margem sul?


Jornais do regime recusaram pegar no assunto e hoje a RR ouviu o presidente Mário Carneiro, do clube transmontano. Pelo Chaves, e decerto o FC Porto concordará, Braga é um cenário ideal, pelo aspecto cénico do seu estádio novo que merece tanto uma final como Faro/Loulé e por acordo dos clubes. Não sei se, depois de levarem nas orelhas por fazerem ouvidos moucos ao assunto que encerra um apelo lancinante dos flavienses, a Imprensa so regime olhará para o assunto sem as barricadas da supremacia centralista da capital.


Mas já falei com um amigo flaviense de longa data que começou por dar-me este dado: alugar uma camioneta para ir a Lisboa: 850 euros; alugar a mesma camioneta para ir a Braga: 350 euros.


Isto do lado dos adeptos, que têm de pagar portagens, gasolina, comidas e bilhetes. Só o que pouparão na estrada dá para o bilhete e a comida em Braga.


Mas isso é que vê o interesse dos adeptos, o que não é o caso da Imprensa do regime que confunde adeptos com leitores de jornais que muitos adeptos dispensam de bom grado e poupam também umas coroas.


Agora, lembrando que o clube flaviense tem receitas penhoradas por dívidas reclamadas por um ex-presidente e esteve em causa a sua ida à 2ª mão da semifinal na Figueira da Foz; considerando que a equipa transmontana corre o risco de descer da Liga de Honra e ver mais reduzidas ainda as suas receitas futuras nos escalões regionais; que a presença na final da Taça não dá acesso à Europa salvo se ganhar ao FC Porto o que é improvável - há todo um sentido de noção das realidades e uma sensatez económica e financeira que há um ano escapou aos pacenses.


Esta leitura não será partilhada pelos cronistas do reino que consagram o Jamor porque agora mal lá põem os pés nem conhecem as sempre deficientes condições de acesso, sanitárias e de bem-estar, nem sabem como é ver mal um jogo num estádio antigo, numa curva atrás da baliza de onde não se vê, em baixo, as marcações de cal do outro lado do campo.


Resta que os clubes concordantes imponham o seu interesse à FPF. O presidente Madaíl, volto a lembrar, disse no dealbar de 2004 com os estádios prontos para o Euro, que ter tantos palcos bons e dignos pelo País poderia fazer descentralizar a final do Jamor. Mas não mexeu uma palha nem se lhe ouviu algo mais para mudar os regulamentos. E, lembro também o que aqui escrevi depois do Jamor-2009, será que o patrocínio então inaugurado, que fez o recinto de pedra parecer o Vaticano com tanta púrpura à volta como se fosse quadra pascal, imporia sempre a final em Oeiras?


Espero que o bom senso prevaleça. E prevalecer o bom-senso será não impor aos clubes finalistas tão distantes da capital a marcação de um palco desusado, desajeitado - até o relvado se mostrou fraco, seco e irregular na época passada - e desadequeado para uma final nos tempos modernos. Simbologia contemporânea e sintomático dos avanços em matéria de estádios novos e belos, o de Braga tem tudo para agradar. A começar por adeptos que pouparão muito dinheiro, o estádio encherá como não encheu o Jamor em 2009 e a "festa do futebol" não deixará de ser feita.


Assim os adeptos, o povo, o queira e faça um manguito à capital de todos os vícios e onde ainda se julgam mandantes e falantes em nome do povo que os despreza. Como Chaves deu o exemplo, depois de, à semelhança de Valença, em tempos ter também pedido a adesão ao país vizinho...

20 abril 2010

III. O Barça e o Olarápio à portuguesa



Vai ser lindo ler amanhã as críticas catalãs, na Imprensa, ao árbitro português que foi caseiro em S. Siro. Olarápio, aquele que alguns fariseus de cá julgam ser mal visto injustamente na lúgubre Liga lusa, vai ser conhecido em Barcelona e até em Espanha, onde mesmo em Madrid não perdem a noção de que o Barcelona representa o País e pelo menos nos jornais esbate-se a rivalidade da capital para a Cidade Condal.

Benquerença foi só para o Inter e ficará sempre a "sugestão" do elogio, interesseiro, de Mourinho ao árbitro português pela nomeação. O jogo duro dos italianos, como vemos por cá no futebol benfiquista impune em faltas e cartões, teve a complacência que eu pessoalmente esperava de um árbitro que não tem estirpe por muito estilo que queira mostrar em campo.


E, tantos anos depois, tanto tempo em cima de estórias dos bastidores da arbitragem europeia em que o Inter era um dos tentáculos do polvo, parece que tudo caiu como mel na sopa...

Nem quero fazer uma avaliação exaustiva, mas a permissividade de Benquerença especialmente para com os brasileiros do Inter fez-me lembrar outras "simpatias" que conheço bem ao pé da porta. Aquele à-vontade e amiguismo com Maicon e Cª no regresso do intervalo justificou-o. Por acaso, o árbitro regressou ao mesmo tempo do Inter ao campo. Mas no campo nada acontece ao acaso. Faltas ao contrário a penalizar o Barça e se iguais das duas equipas foram, como é fácil de ver, avaliadas disciplinarmente de forma diferente. Cito apenas Thiago Motta, que deu lenha de meia-noite e nem no grande círculo nem na proximidade da sua área via amarelo, fosse mais ou menos ríspida a entrada ao adversário. Tantas deu, por fim, que lá levou um cartão Stankovic com uma falta igual a tantas de Motta e creio que a sua única falta cometida - mas que o priva da 2ª mão. Maicon também foi mauzinho. E Motta, de resto, que se notabilizou na porrada dada frente ao Chelsea.
Eu, pessoalmente, acho feio, não que se faça, mas que não se puna. Posso compreender a estratégia, que resulta consoante o árbitro, mas não nego que tem de haver consequências disciplinares e nenhuma "organização" de equipa está acima disso.

Para coroar a coisa, um penálti de Sneijder sobre Dani Alves foi tratado como uma simulação do brasileiro (e mais um amarelo). Poderia dar o 3-2, enfim, mas já aí os catalães tinham percebido que não teriam "simpatias" do árbitro português.

De resto, apesar da péssima transmissão, o golo de Milito (3-1) é irregular, percebe-se pela linha da área pequena que está mais próximo dela do que o último defesa (Piqué). Ao invés de Bertino Miranda, o famoso José Cardinali apontou um fora-de-jogo a Ibrahimovic inexistente na 1ª parte (J. César defendeu o remate, com a jogada invalidada). Tudo somado, o Barcelona que viu tantos criticarem a arbitragem favorável do norueguês Ovrebo em Londres há um ano, só tem por onde escolher quanto a desfavores do português Olarápio, capaz de dar amarelos por protestos e chutos de bola para longe (Eto'o e Busquets) e deixar passar faltas repetidas, e tantas cometidas pelo Inter, sem cartão.
O costume, à portuguesa, mas isso, confesso, é que me irrita. Ao "teatro" italiano, em que víamos jogadores a rebolarem-se no chão como se tivessem camisolas encarnadas, Benquerença era cuidadoso e quanto mais berrasem a protestar, melhor garantia tinham de o árbitro os atender. Chegou a marcar uma falta de Lúcio nas costas de Pedro, depois virou a agulha. Um cara de pau é assim. Revi neste jogo toda a época da arbitragem portuguesa na lúgubre Liga lusa. Mas muitos aplaudirão tanto o Benquerença como o "melhor futebol" que terá ganho esta noite.
nota: http://antonioboronha.blogspot.com/2010/04/mourinho-benquisto.html, parece que viu o que eu vi; e é difícil coincidirmos...
E, para já, no Sport, As e Marca:

II. O Barça, o "melhor futebol" e o jogo súcio



O Inter ganhou esta noite ao Barcelona e por 3-1, virando o resultado. Contundente nas subidas à área contrária, partindo de um sector recuado quase a pé fixo - só Maicon subia, para rivalizar com Dani Alves como melhor lateral direito do mundo e sorte a do Brasil ter dois face a Portugal sem Bosingwa na África do Sul, mesmo que este não se lhes compare sequer.

Tal como Hiddink com o Chelsea na semifinal de há um ano na 1ª mão em Camp Nou, Mourinho fez o jogo de guerrilha e saiu-lhe a lotaria. Não só porque limitou os danos atrás, tal como fez no 0-0 da abertura do jogo de grupos entre ambos na primeira fase da Champions. Mas porque aproveitou quase todas as oportunidades que teve, com insistência e fé, objectividade e pragmatismo. E porque, defendendo até à retranca absoluta no final, evitou os cantados golos barcelonistas que a péssima realização e enquadramento da câmara faziam desesperar ainda mais sem se saber se a bola entrou ou não: porque alguém cortava a bola sobre o risco (Lúcio) ou porque Júlio César impedia as ocasiões catalãs.

O jogo súcio, com faltas e dureza a meio-campo para neutralizar Messi e, especialmente, Xavi, vingou, tal como com Hiddink. Este, como Mourinho agora, não se compadeceu com floreados e a boa imagem, reconheceu ser impossível jogar de igual para igual com o Barça - como quis fazer o Real Madrid -, jogando defensivamente para surpreender ofensivamente. Jesualdo nunca faria isto e, por isso, sempre foi tão "naïve", ingenuidade partilhada pelos jogadores com que pretendia encarar, sem subterfúgios, os tubarões europeus.

O estilista Jesualdo era trucidado na passarela europeia em fases mais avançadas, a eliminar, da Champions. Hiddink e Mourinho mostram como é.

O que levanta a questão do "melhor futebol" ser ou não premiado e se isso interessa. Mourinho há muito joga pelos resultados. Hiddink procurou-os também e acabou traído no último minuto da 2ª mão em casa, com o golo de Iniesta que levou o Barça à final.

Os "puristas" que se levantem, agora? Bem, a avaliar pelos comentários da RTP-1, parece que o primado da beleza voltou a cair por terra. Com a agravante de não se perceber que, a par do posicionamento e a cultura táctica, os médios do Inter jogaram forte e feio. De resto, discordo também no alegado cansaço mental do Barça face à pressão estratégica do Inter. O Barça esteve sempre cómodo no jogo, se não furava entre tantos defesas não se incomodava, até marcou primeiro e na fase de maior pressão, em que era suposto jogar afogueado e "desesperado", só não empatou por milagres e acasos. Sempre no seu jogo de toque e em progressão, entrou na área, saiu dela, voltou a entrar e se aflição havia era na defesa italiana. Apesar da péssima transmissão televisiva - até nisto os transalpinos perdem para os outros grandes países do futebol europeu - foi o que vi claramente esta noite.

Pareceu-me, isso sim, que havia mesmo cansaço físico e o desgaste da viagem de autocarro fez-se sentir no Barça. Os jogadores estavam presos "muscularmente", não reagiam nos piques nem eram fortes nas divididas. Os arranques para a frente não eram demolidores nem aventureiros. O vulcão da Islândia deixou muita aviação em terra e a frescura e aragem do futebol perfumado em progressão ficou algures pelo sinuoso caminho até Milão, via Cannes. Vai ser interessante, já agora, ver como o Lyon, que se fez também à estrada, se comportará amanhã em Munique.

O Barça manteve a sua identidade e estilo, o Inter disfarçou-se de equipa grande, jogando na guerrilha e espreitando jogadas de quatro jogadores no máximo junto a Puyol e Cª. Mourinho e Hiddink ficaram-se pelas meias-finais com o Chelsea, mas o português aprendeu a lição e o holandês não pode repeti-la.

Curiosamente, já na eliminatória recente com o Chelsea o Inter jogou assim, na espera e com dureza que os adversários não costumam sentir: jogo súcio, à sul-americana, feito de faltas programadas, embrulhadas em concorrência leal, favorecidas pelo povoamento do meio-campo e proximidade dos jogadores cientes do seu papel. Depois soube punir os ingleses com golos de oportunidade, como agora repetiu com o Barça.

Parece, portanto, que o designado "melhor futebol", na altura crucial da época, não só deve ser mandado às malvas, com aceitação bovina dos "doutores do futebol", como é irrelevante face à primazia do resultado. E se este confirmar a aposta, melhor: foi o que também ouvi na tv. Mesmo na iminência do 2-3 e até de outro golo catalão, parece que vi outro jogo diferente dos tipos da RTP. Para não variar, achei bem a saída de Ibrahimovic, quando o Barça precisava, antes de olhar os seus avançados, de fazer levar a bola à frente e criou mais perigo depois do acerto de Pepe com Abidal à esquerda com Maxwell.
Isto para não falar dos princípios tão do agrado dos "doutores do futebol", capazes de elocubrações mirabolantes para dizer que é nerazzurro o que foi blaugrana.
Mas, enfim, o futebol não é... isto?
Não tenho dúvidas que uma derrota pela margem mínima seria revertível pelo Barça para a semana. Assim é mais difícil, mas alcançável. Vencedor mesmo, esta noite, pareceu-me a Roma - pelo "scudetto" de que o Inter abdicará provavelmente, confortado nesta ilusão de estar mais perto de Madrid...
nota: Mourinho já avançou para a 2ª mão:
E Pep Guardiola parece os do FC Porto, anteviam mas não anularam:

I. O Barça e Jesualdo






"Olhando para o Barcelona, o 4x3x3 não é assim uma coisa tão ultrapassada como alguns dourores do futebol quiseram fazer crer. Continuo a pensar que é o sistema do presente e do futuro, assim saibamos escolher os jogadores que o interpretem bem. Fiquei também a saber que é um sistema bastante ofensivo, assim o queiramos tornar. Também confirmei que permite nuances tácticas brilhantes, como sempre pensei antes, mas nunca tive equipas para o provar. Portanto, ainda bem que o Barcelona ganhou a Champions a jogar tão bem", Jesualdo, em entrevista O Jogo, 8/6/2009.

Guardo poucos recortes e (agora) muito menos jornais. Este já tinha o pressentimento de me ser útil. Eis a oportunidade.

O "problema" de Jesualdo foi, de facto, continuar iludido com o 4x3x3 que é da sua preferência estilística e de génese táctica. E, afinal, condensa o seu erro estratégico desta época, o de insistir num sistema eleito, escolástico e que lhe deu resultados. Mas não teve os tais intérpretes para o fazer. Não foi tanto querer, nem digo copiar, seguir o exemplo do Barcelona. Parecendo simples, só quem souber a partitura dita a música em campo. Hulk e Rodriguez, por exemplo, são falsos extremos, Varela foi-se tornando um, evoluindo de segundo (ou primeiro) ponta-de-lança de raiz. Mas era pouco. E qualquer um deles jogar como avançado, contando o homem de área, não faz um tridente de ataque como deve exigir o 4x3x3.

No contexto europeu, bem entendido. Porque a nível nacional, o FC Porto impôs-se, apesar de dificuldades pontuais com o losango de Paulo Bento - e na altura bem referi isso aqui, na primeira época de Jesualdo, apontando estas discrepâncias sem renegar a validade do sistema! - e que agora prosseguiram com o de Jorge Jesus.

Pegando, como deve adivinhar-se, no jogo desta noite e que me merecem reflexões sucessivas:

O 4x3x3 do Barça e o do Inter tem jogadores que, mais à frente (os catalães) ou mais atrás (os interistas), jogam abertos, soltos, flanqueadores ou interiores, combinando com o avançado-centro. Nem cultura táctica nem disponibilidade física e empenho defensivo Rodriguez ou Hulk têm para tornar praticável o 4x3x3 que Jesualdo sonhava. Tinha uma ideia. Faltava passar à prática. Então, na Europa, a diferença de qualidade era gritante. E esbarrava mais com sistemas de maior densidade populacional no meio-campo de adversários de mais valor: Arsenal, M. United, Chelsea, menos o Liverpool que por os ter em menores qualidade e quantidade não se impôs ao FC Porto como os carrascos ingleses de Jesualdo.

Cinzas tóxicas e caixas de robalos à portuguesa





Não gosto de desviar atenções, para mais em dia de Inter-Barça, mas não evito estar atento.


Por causa disto, no Blasfémias:




sim, sobre a famigerada EPUL.


Vem isto, a propósito (quem te menda a ti, sapateiro, tocar rabecão?):




Uma notícia do Público no caderno local "Lisboa" que só na net pode ser acessível ao resto do País profundo.


Obviamente, sem esquecer que, para além disto:


http://blasfemias.net/2010/01/29/outros-mercados/



que, para resumir, diz assim:



" Outra anomalia detectada foi o pagamento de 9,975 milhões de euros pela EPUL ao Benfica em 31 de Dezembro de 2004, pelos eventuais lucros da construção de 200 fogos num terreno no Vale de Santo António, habitações essas que até hoje ainda não foram construídas. Em violação do contrato de execução, a EPUL pagou ainda 32,4 milhões de euros do terreno que o Benfica vendeu (imóvel este doado ao clube pela câmara) entre Janeiro e Novembro de 2003, apesar da escritura de compra e venda ter sido realizada só em Setembro de 2004. (no Público, que curiosamente coloca a notícia na secção “Desporto“)"



ainda respigado do Blasfémias mas que, em tempo, para distracção generalizada em blogues e jornais mesmo de referência, aqui também trouxe a "erupção" em causa.



Lembrar, ainda, que há um processo em tribunal em curso mas, tal como o Figo, o beneficiário da corrupção moral, ética e política não tem nada a ver com isto.










Evolução na continuidade



Obviamente o FC Porto não vai a caminho de nada, a não ser uma provável e natural vitória na Taça de Portugal. Mas tem somado vitórias, não porque joga muito melhor (no domingo viram-se os mesmos passes transviados sem nexo, coisas simples deitadas para fora e exibições individuais desastradas), mas por jogar sem complexos, sem alternativas de vulto e basicamente sem objectivos.
A equipa foi massacrada por lesões e outros "azares", nunca teve a complacência dos árbitros orientada para outras equipas, alguns jogadores não se "mostraram" e outros querem mostrar que nem andaram porventura "escondidos", apenas dessincronizados com o tempo e os métodos da equipa. Um fartote de explicações possíveis para uma época fraca, não por ser fraca tout court mas por não ter ganho o campeonato e, pior, por ele estar perdido a 3 jornadas do fim. Isto sim, é fraco para um clube que pelo menos disputava o título até à última jornada. A forma de sair da Champions não ajudou ao panorama, apesar da boa carreira europeia.

Não será, porém, a crise propagada, a equipa ganhou a Supertaça e pode/deve ganhar a Taça de Portugal, passou os grupos da Champions sem problemas e ganhou ao Arsenal. Tomara muitos clubes viverem nessa crise, mesmo que pouco alegre os adeptos e responsáveis do Dragão.

Há várias explicações, não desculpas, mas há, agora, uma teimosa aversão a não se reconhecer a "boa forma", as vitórias naturais e até contundentes, os golos, até golos muito bonitos. Vem tarde, continua menosprezado e não serve de muito. Para alguns, porém, é um pouco como discutir a política e eficácia da comunicação da SAD: ah, não vale a pena, ninguém nos ouve, estamos contra todos, a CS não gosta de nós, é difícil fazer melhor.
Mas a teoria antes usada de que Hulk perdia bolas, Hulk não decidia, Hulk não marcava golos é, agora, desvalorizada a par das actuações mais consitentes e "agressivas" da equipa.
Entretanto, os médios desataram a marcar golos, coisa rara e que tanto afectou a produtividade de uma equipa que continuou a acertar muito nos postes, a sofrer golos bizarros e a não ter ou sorte ao jogo ou sorte com as arbitragens. Nem sorte em prevenir incidentes de túneis, mas isso é incompetência própria e indesculpável.
Voltando à "vaca fria": ao "melhor futebol" que agora se joga na parte final do campeonato pode não bastar o que o FC Porto tem feito, ajudado por golos até brilhantes como a bicicleta de Falcao e os golaços de Guarin ou os petardos de Hulk.
O que dantes era um martírio em relação a Hulk agora é um delírio que poucos aceitam de bom grado pela sua incontornável influência na equipa e no desenrolar do campeonato. Se não marca, oferece golos. E decide, ou ajuda decisivamente a obter vitórias. Como é normal num jogador do seu potencial. Mas quem avalizava que com Hulk o FC Porto perdeu mais pontos do que depois sem Hulk (castigado), agora perdeu tanto o pio como os portistas o entusiasmo em vias de esgotar-se como as já nulas hipóteses de ser campeão.
O que não deixa de comprovar que, nem há mal que sempre dure e Hulk teria de arrebitar e ser o que é no FC Porto e no campeonato onde os adversários voltaram a temê-lo, nem a teoria de que a suspensão decretada administrativamente pelo Bosta da Liga não era perseguição nem uma forma de diminuir, entre outros factores, as hipóteses do FC Porto no campeonato.
E o FC Porto pode acabar com uma pontuação praticamente de campeão - superado pela melhor época de sempre de um inesperado concorrente e a melhor época do maior rival em 30 anos, o que diz bem da coisa - e já ronda os 100 golos marcados na época oficial. Como tudo, vale o que vale, tem na mesma de origem as virtudes e os defeitos da planificação da época e estruturação do plantel, mas também são factos que comprovam como a equipa não era nem é tão depauperada como a pintaram. Mas quando se está na mó de baixo até os adeptos parecem falar de cima da burra.
Ouvi agora (16.30h) na rádio (como o Bruno já apontou): Ruben Micael partiu um pé. É a sina? Se for, seja como em 2002, recomece-se de novo e, de volta à Taça UEFA, ganhe-se para o relançamento internacional e novo ciclo vitorioso. Se falavam em fim de ciclo, "este azarento" nunca mais acaba, de facto. Chame-se-lhe época atípica, what ever, mas superar tantas adversidades é difícil. Crise é que nunca. E se coincide com o relançamento da presidência, pois que tenha sucesso, como anunciado. ue outro clube, se em crise, resiste assim em Portugal?

18 abril 2010

Outra flor no andor


O Xistrema voltou a negar um penálti à Académica, havia 1-2 no jogo. Agora o inimputável foi Sidney. Antes já tinham sido Luisão e David Luiz e até Miguel Vítor (aquele derrube a um brasileiro do Rio Ave, lembram-se?). Mais um prego no caixão e tantos magarefes capazes de, desde o início, carregarem o andor.
Foi assim que o FC Porto foi sendo afastado do título. E vai na época com mais golos marcados (94) na gestão Jesualdo. Mas foi sempre assim, contra a corrente. Antes dos túneis, os árbitros. Hoje, um agarrão a Guarín teve as mesmas vistas grossas de Duarte Gomes como uma calcadela de Nuno Assis a Guarín, depois de ter mostrado (e bem) um amarelo a Bruno Alves por derrubar um adversário.
Podem fazer quantas quiserem, podem perder a memória que estes pormenores não escapam a manchar uma época de apito encarnado desde a 1ª jornada.

16 abril 2010

Fogo "vs." gelo: no futebol tuga ou da fuga?

Por uns anos foi Bruno Alves o vulcão da discórdia, por agora põe-se gelo nas diatribes de Luisão. E o "massacrado" André Vilas Boas perde para o consagrado Miguel Veloso que pode ter os mesmos cartões mas a uma certa realidade chama-se "combatividade". É a "Natureza" do futebol português e dos paineleiros do regime
O politicamente correcto manda fazer vénias ao clube do regime, escondendo todas as arbitrariedades neste reino da impunidade sacralizada até ao ridículo. A propósito de mais uma expulsão perdoada a Luisão, como dantes a David Luiz e recorrentemente a Javi Garcia, o futebol português continua a assobiar para o lado, como se as vestais de agora não fossem as virgens ofendidas nos últimos quatro anos quando o coro crescia contra Bruno Alves.
E enquanto na Islândia escorre lava contra o resistente gelo, fumegando cinzas para todo o continente europeu, parece que no futebol tuga está consagrada a fuga à ética, responsabilidade, credibilidade e o famigerado fair-play que, pelo visto, é mesmo só na Playstation. Depois do jogo em casa com o Liverpool, com uma cacetada a Fernando Torres, Luisão escapou impune a outra entrada a varrer sobre Liedson. Nada que espante em João Ferreira de quem, aliás, o Sporting também não se pode queixar. Noutras épocas, noutros jogos, a mesma "simpatia" e "pusilanimidade" do já celebérrimo João "Pode vir o João" Ferreira foi prodigalizada não só a benfiquistas, mas também a sportinguistas.
Claro que não foi só isso que contribuiu para a derrota do Sporting no dérbi, mas valeu alguma coisa num jogo que devia ter um mínimo de 3 expulsões para cada lado mas a "versão oficial" nem a posteriori quis manchar o espectáculo que vendem como grandioso para os seus rafeiros epígonos... Aos que negam essa importância de um jogador a menos escapa-lhes que, esta época, raramente o Benfica actuou em inferioridade numérica na Liga de todas as trapaças. Eu fiz o balanço da 1ª volta desses minutos a mais do Benfica que fez com que praticamente jogasse como se os adversários tivessem o tempo todo com 10 homens.
É curioso, porém, notar que nos últimos dias - em que também acompanhei as coisas da bola de longe -, observei o destaque dado a André Vilas Boas, o primeiro jogador a chegar aos 12 cartões amarelos na Liga. E leio, hoje, em papel, n' O Jogo, o médio do Rio Ave a evocar: "Se eu fosse dos grandes se calhar não levava tantos amarelos", foi o sentido da sua frase lapidar.
Mas vá lá explicar-se isto aos encartados prolixos comentadeiros da praça lusitana onde a disputa verbal só episodicamente é autêntica tourada à portuguesa, pois normalmente é um show de chocas na arena... Aliás, dos opinadeiros e demais apeadeiros, passando pelas estações com carris bem definidos para veicular pantominices e louvaminhas, mesmo no pós day-after ainda li que a arbitragem, como Jesus proclamou urbi et orbi logo após o prélio, foi boa e aquilo do Luisão algo de somenos... O próprio também sentenciou, de imediato, que basta ter Luisão no meio da confusão para se gerar essas coisas das tricas da bola.
O que não se diria se as duas "varridelas" a Torres e a Liedson fossem da parte de Bruno Alves que pode usar o físico, que o tem para dar e vender, mas não mostra as solas das chuteiras a ninguém? Depois do coro e missa cantada nos últimos anos, mais o espanto irónico de como o central e capitão portista não tinha mais cartões e, sobretudo, expulsões, a idolatria cega pelo líder do grupo tão do agrado de Luís Filipe Vieira rivaliza com as comadres a pedirem tolerância de ponto a tutti quanti queiram ir ver o Papa em breve.
Foi tão ternurenta a defesa das cacetadas de Luisão, e a indiferença deste face à polémica que adivinhava pois então, que até os desmandos de Miguel Veloso - outro que vem sendo perdoado sucessivamente há várias partidas a expulsões certas - foram transformados, hoje, em Record, na personificação da redescoberta garra e combatividade (sic) leoninas com o ímpeto dado ao meio-campo por Carvalhal. É assim mesmo: apesar de ter também 12 amarelos na Liga, e o total de 16 cartões na época incluindo uma expulsão (tal como André Vilas Boas que passa, pequenino e desprotegido, por ser o mais mau da fita), Miguel Veloso não traz o rótulo de caceteiro que subrepticiamente se entrega ao vila-condense. Pelas manhas e artífices correntes nos periódicos que pugnam pela "verdade desportiva" com os mesmos cicerones de episódios televisivos de fazer chorar as pedras da calçada, Miguel Veloso é o símbolo da combatividade leonina no mesmo jornal que, há poucos dias, dava o primeiro lamiré sobre André Vilas Boas: levava um cartão por cada 3 faltas cometidas.
Que Vilas Boas, mais dois colegas de sector igualmente amarelados com abundância (Silvio com 10 e Wires com 9 cartões), seja o protótipo de jogador português a cumprir a regra de "passa a bola, nunca passa o homem", num vulgarizado trinco tuga que joga a agarrar e a placar adversários, fazendo faltas que não se vê em mais lado algum, é realidade tristemente recorrente para mim, que não vou pela piedade aos coitadinhos. Sei que há muito ando em contraciclo com aqueles que advogam justificar o pontinho "sea como sea" e um empate com um grande será sempre com mérito antes de com sarrafada, massacre defensivo e três trincos tristes como os do Rio Ave que bloqueiam muitas partidas com "futebol de partir pedra". Tal como não acho normal a impunidade que desde o início tem marcado as faltas dos médios benfiquistas, sempre na base primária de "passa a bola não passa o homem". Mas já vi disso em 2004-2005, com Luisão ainda protagonista entre outros "figurões". E na época seguinte foram "eles" que começaram a estranhar a marcação de faltas a que não estavam habituados.
Mas vai assim, alegre e sem remoques, o pobre futebol da fuga para a frente em que, além-túneis, os fins justificam os meios e mais cacetada menos sarrafada o campeão há-de ser o melhor. Convém é não ter Bruno Alves para recriminar, sob pena de ficar uma nuvenzita de suspeição e as cinzas dos despiques mais ardorosos para "poluir o ambiente"
Tal como nos instantâneos fotográficos (os daqui retirados do Boston Globe) em que o fogo combate com o gelo, por cá a paisagem muda muito pouco e a aridez do futebol continua colorida só pelos coreógrafos da nossa praça. Mais ou menos derrame de lava, mais ou menos Omo que lava mais branco, umas vezes vence o fogo, outras o gelo. A "Natureza" do futebol tuga é assim. Imutável na sua estupidez atávica, conquanto o horizonte, pontualmente, mude ligeiramente os contornos.
Para reflectir entre uma jornada aos bochechos e outra para bocejar. Sim, porque o espectáculo dos golos portistas, todos brilhantes na partida da Taça, é o fogo que uns quantos apagam enquanto acorrem a apagar outros "fogos" fátuos.



A propósito destas, entre outras, imagens de rara beleza, no Boston.com, um comentários aludia à poluição e alguém ripostou que essa preocupação (em comparação com as indústrias poluentes da China, Índia e EUA) era só de quem olhava para o seu quintal, mas o mundo é muito mais do que as curtas vistas de alguém...
Precisamente o que retrata o pobre futebol português sem critério nem distinção.








13 abril 2010

Milagres há



Leio isto, só as "grandes" no JN, e faz-me acreditar em milagres.


Não sei o que o Vaticano tinha contra eles, mas perdoar os Beatles ao fim de 40 anos...

Seja lá pelo que for.

Há quem esteja há 48 anos à espera de Godot aí pela Europa que só viram a preto e branco.

Certezas e imprevistos



Quem diria que seria o FC Porto a disputar a última quarta-feira de futebol importante do ano em Portugal?
É um dos imprevistos do futebol, tal como os quatro confrontos com o Rio Ave a cumprir no jogo de amanhã à noite, o que torna sempre interessante o desporto-rei apesar de muita "normalidade" que aí impera, aqui e ali anunciada, tonitruante, como um fenómeno dos tempos modernos.
E enquanto a bola continua a rolar, e o Rola a desconcertar nas suas análises de ex-árbitro que uma vez Jaime Pacheco disse ir "recomendar aos columbófilos da minha terra", sem o FC Porto por perto parece que o confronto intramuros entre o "desportivo" e o "recreativo" pôs a desconfiada Polícia em alerta amarelo.
Anunciam-se "vai haver detenções, de certeza", enquanto se prometem "medidas duras" e vigilância apertada a artefactos pirotécnicos, abundantes na Luz até por ali terem arrecadação e tráfico de matérias incendiárias de vária índole, incluindo psicotrópicos que aquecem certas almas e espicaçam espíritos guerreiros. Mas nem isto serve para proclamar que a barbárie chegou à capital do Império e, especialmente, que há aí uns casos em tribunal com facínoras conhecidos em certos domicílios mais ou menos à luz do dia.
Mas depois de duas barrigadas de Barcelona - e de L10 Messi -, esquecendo as opiniões do Verão sobre os galácticos, os melhores do mundo e o futebol verdadeiro e puro, com o meu Liverpool incapaz de bater o Fulham ainda que sejam ambos semifinalistas de uma envergonhada competição que deve calhar ao FC Porto jogar, para ganhar, na próxima época, não vislumbro que motivos felizes podem obrigar a falar de outra coisa em futebol.
Mas vão/bom proveito...

09 abril 2010

Mais vale estar calado...



Começando por afirmar que não ia "fazer um discurso" - "o meu assessor é mais fraco do que o outro", afirmou, sempre polémico... -, o dirigente portista assegurou: "É sempre reconfortante conviver com portistas, mas este ano não vamos ser campeões. Não vamos ganhar o campeonato dos túneis, mas uma coisa prometo: para o ano vamos estar mais atentos e não cair na esparrela como o túnel da Luz".

Do Record online


Além de confessar que o "seu" assessor é fraco, Pinto da Costa deu hoje, na Trofa, mais um exemplo de que era melhor estar calado (além de perder a graça...), a par do que tem sucedido ultimamente. Porque prometer que não volta a "cair na esparrela como o túnel da Luz" é esquecer que os portistas se perguntaram como foi possível o caso do túnel da Luz acontecer à luz do que se passou em 2008?


Ou já se esqueceu que Lucho e Cª viveram o pesadelo - sem ninguém saber?! - do túnel na Luz e as imagens apareceram a par das do túnel de 2009? É que nem todos são tótós!...


Por falar em "assessores", este pode ser um bom pretexto para falar do que se pensa que não existe mas parece que é: a famosa "deserção" da LPM (agência de comunicação de Luís Paixão Martins) de prestar serviço ao FC Porto na área de comunicação pode ter sido um "bluff". Isto é, a coisa funciona apesar da alegada denúncia do contrato, ao que me contam. Mas também não abona nada a ideia de que o FC Porto tem uma assessoria de comunicação, tão deficiente tem sido. E metralhada por todas as concorrentes assessorias de comunicação que facilmente espalham pela Imprensa Destrutiva as "correntes de opinião" e os "factos políticos" que têm polvilhado os jornais do regime e feito "brilhar" mentes obscuras do pardalismo desportivo.

It's been a hard days' night...


08 abril 2010

Sejamos honestos

Todos sabem que o Liverpool é o meu clube favorito no estrangeiro. Desde pequenino. Não preciso de ironizar, porque sempre o confessei e não é preciso jogar lá algum português para me sentir afectivamente ligado a essa gente, ao "kop", aos cânticos, ao "You'll never walk alone" (we'll never..., dizia o parolo do Nuno "saco de mijo" Luz, comprovando haver burros como saloios a olhar para um palácio). Já gostava dos Beatles, Keegan e Cª obrigaram-me a gostar dos "reds", com pena minha pela cor, e não sou, por isso, hipócrita como outros foram há um ano, jogava o FC Porto frente ao M. United, aparentemente porque lá jogava o Ronaldo.












Vale isto por dizer que, sem a classificação da Premiership o desmentir, este é o pior Liverpool talvez dos últimos 15 anos e já nem sei quem lá andava nessa altura, em 1995. E nem os 4-1 disfarçam quão fraca, além de irregular, é a equipa (e o seu fiel público anda inquieto e desconfiado), de tal modo que certos gurus viram esta noite o Benfica "dominar os 90 minutos" - mas esse já confessou que volta e meia passa mesmo pelo Elefante Branco...

No início da época fiquei perplexo com as contratações do Johnson para lateral-direito e do Kyrgiakos para central, mas quem teve o Arbeloa (agora no Real Madrid), o Paulo Ferreira espanhol, e tem ainda o Skrtel tem ainda o que merece. Portanto, toda a desilusão do início de época só foi sendo confirmada, apesar de muito azar com lesões várias e azar nos jogos da Champions com o Lyon, hoje semifinalista também, que venceu em Anfield com sorte no último minuto e evitou a derrota em casa também no último minuto.

Agora, alguém alimentar esta patacoada da "final antecipada", sem troféu, e cujo vencedor chegaria à final propriamente dita já me levava a rir. Mas considerando eu o Valência a melhor equipa dos quartos-de-final da Liga Europa e incapaz de eliminar os "hermanos" do Atlético de Madrid, tá visto que prognósticos só no fim mesmo...
Vão ver que o Rui Costa, de bimbo imberbe à vista do presidente bronco, vai sair em ombros por ter preferido o Quique Flores no Benfica. Mas esta já é a gozar com isto, logo o Atlético que era fraquíssimo quando jogou com o FC Porto, enfardou em casa a maior derrota uefeira da sua história (0-3 até com Valeri a titular) e até o Sempeting sonhou eliminar os "colchoneros" da prova.
O futebol é isto. Não é a Playstation.
nota - já me esquecia, estes posts vão merecer os habituais "és um fdp, corrupto do cara... alho". E para os que julgam estar ao nível, não faltarão os crónicos "que se lixe a taça, interessa é o campeonato". E ainda nem meto o post da próxima 4ª feira...

O João "Pode vir o João" Ferreira no dérbi







Ah, e o Bruno Caixão, cá por coisas, para fazer o funeral ao Braga. Não chegou no Restelo, vai a Leiria.
APAF, Associação Portuguesa de Árbitros Fraudulentos

"Gayvotas" sempre ganharam alguma coisa hoje...



Mas amanhã as manchetes não serão "Humilhados". Mas sim, "Volta a aumentar a violência doméstica".
Ainda não apareceu ninguém a insultar. A não ser o Jesus, claro. Ah, e o Cardozo. Mais os laterais... E o Maxi... poupado para 3ª feira, que cá tudo é permitido, segundo o Manha.

Só acontece a quem lá anda - e mesmo assim há dias

Às vezes a gente lê coisas do diabo.

Foi há pouco, mas não me lembro onde, que um chico-esperto dizia mais ou menos isto:
- Desde os 7-0 na Corunha [foi a 25 de Novembro de 1999, lembro eu, fez há pouco 10 anos e passou-se em Vigo, mas os bimbos são saloios, não é?] que o Benfica não deixa ficar mal o futebol português.
Bem, as gloriosas eliminações com os colossos do Espanyol e, especialmente, do Getafe nem contam como goleadas, de facto, mas os 5-1 no Olimpo-akos também não constam da estória dos mentecaptos. Ou as derrotas com os gigantes Galatasaray e Metallist...
Perder 4-1 com o pior Liverpool dos últimos 15 anos é obra, isto depois de uma das mais incríveis arbitragens caseiras sem memória em tanto tempo nas eurotaças há uma semana, a evitar o colapso da Luz.
É o que dá jogar-se com equipas de um certo nível. E ainda havia idiotas a reverem-se numa Supertaça em Agosto com o... Barcelona.
Prò ano, se calhar bem, medem-se com o Arsenal e lá se vê.
Entretanto, os "Fab 4" de Liverpool não são só música para o Porto. Espectáculo é jogar com os bielorrussos e o Évert. Ah, mais o último classificado da Bundesliga... ainda.
em tempo - gostei de ver uns tipos de colete laranja, lá chamam-se stewards, alinhados nas bancadas, parece que cumpriam ali uma função. Mas eu conheço o túnel de Anfield, nem dá para andar ao soco de tão estreito...

Negócio de ocasião adiado só por uma semana

Localização privilegiada. Tem até frentes para tudo: Centro Comercial, Bombas de Gasolina e Media Markt.
Não fosse uma demolição por forças rasteiras, com recurso a dinamite do famigerado Elefante Branco para uma companhia sueca, o negócio teria sido arrematado na semana passada. Hoje mesmo, constou a dada altura que um tipo holandês - talvez um vigia de passagem de nível sem o dito mas de bandeirola colorida na mão - também já lá teria ido banquetear-se, por antecipação, com o risco de sofrer, como o comparsa sueco, de alucinações e ver falhas onde não existiram.
Mas tudo está bem quando acaba em bem e os correios da manha, sempre à cata de ver juízes de órgãos jurisdicionais do futebol português "de cachecol azul e branco entre os VIP do Dragão", pode anunciar, entre miríades de anúncios relax para distrair o povo, um apartamento T4 , com 2 suites amplas e uma delas com varanda para colocar um belo toldo por causa do sol mas também bom para a ventania que pode soprar de além-Mancha.
Uma suite chama-se "el Niño" e a outra "el cariño". Tem frango de aviário nas trazeiras, que isto de prevenir o futuro e não pensar que pode acontecer mal só aos outros é mesmo assim, calha a todos. A sala, logo à entrada, é do "Flying Dutchman" e há um toque de samba brasileiro mesmo, a rodear o espaço, com mecos espetados que põem cabeças à nora.
Está para chamar-se (ver imagem), sem milagres nem crucifixos, Torres de Lisboa, embora projectadas em Liverpool, com tv's a toda a volta para apreciar o melhor futebol onde se dispensam caceteiros e não se toleram alterações nos compartimentos mais recuados.
"Voltanes" a ver prò ano?...

Mais palhaçadas manhosas...

Como sabem, critico amiúde a política de comunicação do FC Porto. Não por prazer ou sadismo, mas porque desejava melhor para o meu clube. Em particular, o "Labaredas" só raras vezes acerta, para não falar da sua "perseguição" a A Bola que é uma espécie de retribuição. E raramente aqui concordei com os fogachos, quando me merecem total aprovação aqui os trago, isso sim, com prazer e um sentimento de partilha espiritual. Não há, pois, que enganar e eis que, após ausência de meses, o "Labaredas" pega bem uma estória e vira-se para o Rascord que, sabe-se lá porquê, tem passado ao lado do crivo crítico dos propagandistas do Dragão tão sem nome como as notícias de pai incógnito que gostam de atribuir ao jornal da Queimada.


Vale a pena, então, repor a justa crítica do "Labaredas" que, se não fosse isso, me faria aqui comentar de igual modo.
"São tão ridículos...
Quando as decisões são contrárias à sua cegueira clubística e ao ódio ao FC Porto, tudo serve para desacreditar acórdãos que corrigem aberrações. Ainda recentemente, a propósito de um episódio com um jogador do Hamburgo, João Querido Manha vaticinou e previu sobre penas, sempre com Hulk e Sapunaru no pensamento (irra, que passam as 24 horas do dia a pensar nos Dragões...). Na Alemanha é que é, o jogador teve azar, em Portugal seria entronizado... A manha do costume!Sabe-se agora que Guerrero foi suspenso por cinco jogos, depois de ter atingido um adepto com uma garrafa. O Labaredas espera pacientemente pela reacção deste «teórico» do Record ou pela próxima teoria da conspiração (não terá sido assim para beneficiar as posições do FC Porto?!?). Até lá fica uma certeza: jamais vamos ver um Manha (ou um Delgado, um Guerra ou um Serpa) a teorizar acerca dos quatro dias que decorreram entre o acto e a sentença da federação alemã. Isso, seguramente, não interessa nada...


Pelo que, para os do costume, para os "infalíveis" juristas que sabem tanto de Leis do Jogo como de questões de justiça desportiva, maila Verdade Desportiva dos arautos da transparência e comendadores do regime, deve ficar bem notória o proverbial gesto popular que é o que merecem tais manhosos.


O mais importante disto, como sempre, não é o conteúdo, mas a forma. Isto é: não se discute se é uma pena por tempo ou por jogos, nem se discute o que nos cafés entretém pacóvios a julgar um ARD como "público" ou "interveniente no jogo" que fatalmente caem sob legislação diferente consoante preste serviço na bancada ou no túnel onde nem deve estar...
Importa, para aqueles que gostam de trazer à liça os exemplos de lá de fora, que a justiça desportiva alemã tratou de tudo em escassos dias. E decerto que não se eternizam, também, as conversas da treta e os discursos moralistas das abencerragens do regime...


06 abril 2010

Recordes das "palhaçadas"


Se o Sporting, apesar de tantos tiros nos pés esta época que deviam retirar da vida associativa os seus adeptos e simpatizantes mesmo familiares directos do presidente Bettencourt, não estiver a "embrulhar" a CMVM como fez há meses o Benfica a negar os contactos com um jogador contratado dias depois desse anúncio ao mercado, esta semana e as seguintes têm tudo para ser um fartote de polémicas, ressaltos de bola e recordes de mentiras e contra-informação.

Abre-se, entretanto, um novo panomara no "deixa-me tentar se acerto" quanto a trocas de treinadores para a próxima época, sendo, no meio do "pim-pam-pum" certa a saída de Carvalhal de Alvalade possivelmente para ser "campeão em breve" no FC Porto (é o meu desejo e forte palpite), com outro anúncio oficial a levar na conta de sério e sem retorno. Domingos pode ir para o Sporting e Villas Boas para o Braga que pode receber indemnização pelo seu técnico para pagar a devida aos de Coimbra pelo deles, uma conjectura como outras e tão verosímeis como a patacoada do ano, a burrada dos shreck, barbas e gordos consagrada para a posteridade tal como uma certa forma de fazer de jornaleiros modernos.

A notícia de que o Sporting não vai mesmo contratar André Villas Boas não deixará de ser glosada pelos que de fora garantiam em absoluto que o técnico da Académica era seguríssimo valor para orientar os leões a partir da próxima época.Vai ser interessante, amanhã, acompanhar a Imprensa Destrutiva a "comentar" o assunto, depois deste anúncio leonino à CMVM: http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1430903
Num momento em que há mais um ! diante de um ? que um I em vias de desaparecer um ano após o nascimento de um jornal dito moderno, na forma, no conteúdo e na "cagança" estética da própria Redacção, a velha fórmula de fazer jornais e seguir o Desporto tem caído em desuso por via de uns cristãos novos com a posse do abracadabra que garante o futuro das notícias. Pior: não é por o Rascord insistir diariamente, há um mês, que a "sua" notícia um dia iria ser verdade. Mas sem nunca dar uma notícia de futebol em primeira mão, mesmo dando-a como "sua" também sendo já requentada da Imprensa escrita com semanas de atraso, até os pascácios das tv's oficializaram a "confirmação" de Villas Boas em Alvalade, como se dessem a boa nova ao mundo com a aquiescência dos paineleiros que até "gostam" do perfil do homem de laboratório de Mourinho a quem hoje só lhe apontam as derrotas com os estudantes...

Em perda flagrante de leitores e essencialmente de credibilidade, a Imprensa dita Desportiva cava a fossa fétida em que vive ultimamente, adequando-se a um trajecto descendente do futebol como imagem rentabilizadora para bem dos seus clubes de topo que a Liga do taberneiro primou em descaracterizar.

Porque o mercado teve, hoje também, a notícia http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1430862 de que a Unicer retira-se de cena, permitida vergonhosamente a sua ultrapassagem como parceiro de referência no futebol por uma marca concorrente que tem o crime, permitido alegadamente por ser legal embora flagrantemente anti-ético, de patrocinar um clube competidor que nunca poderia beneficiar do mesmo "sponsor" da competição - outra "marca" sui generis desta estirpe de dirigentes que uns basbaques acham ter feito obra no futebol.

De uma penada, a futura Direcção da Liga, que não corre o risco de fazer pior do que esta gestão ruinosa do tasqueiro e sus muchachos, perde patrocinadores na II Liga e na taça da treta. Apesar de uns arautos de futuro radioso surgirem, inopinadamente, com "estudos" e elucubrações da aceitação, mediatismo e audiências da taça da cerveja, o seu patrocinador fartou-se de tanta bebedeira e mistificações que recusa associar a sua marca a um meio obviamente fraudulento que nem regulamento de competição soube fazer em dois anos seguidos, além de permitir-se todos os desmandos no seio da arbitragem.

São duas notícias de tomo que o mercado leva em devida conta, apesar de os gajos do "Porreiro, pá" se calhar minimizarem o alcance destes recuos, simbólicos, sintomáticos e suficientemente sérios para consagrar, voltando a Villas Boas, que tudo isto "é uma palhaçada".

E este assunto das bandeiras espanholas nas janelas de Valença diz bem da identificação que devemos ter com o que é nosso como destino e bem comum. But, who cares?...