31 janeiro 2011

E, ainda, 4-0 na Taça há 10 anos

O único jogador que marcou e venceu em finais europeias diferentes pelo mesmo clube tem um lugar exclusivo na história do futebol pelo contributo dado ao FC Porto frente ao Celtic (UEFA, 2003) e ao Mónaco (Champions, 2004). Mas a evocação de Dmitri Alenitchev ainda nos remete para o próximo Porto-Benfica.

Foi a 23 de Janeiro de 2001 que o FC Porto "espetou" também 4-0 ao Benfica, nas Antas, para a Taça de Portugal. Foi um resultado pornográfico, até por aludir a uma expressão que o então treinador benfiquista Toni usou: "é como as sessões contínuas no Olimpia", para sintetizar o curto período que fez as duas equipas defrontarem-se por três vezes na mudança de ano.
Alenitchev, o príncipe russo que encheu de graça o futebol portista a modos do nosso Frasco pela técnica refinada mas com mais chegada à área, fez dois golos nessa noite chuvosa em que Paredes e Pena completaram o marcador. O FC Porto seguiria na prova para revalidar o título, eliminando o Bragança a seguir e depois o Sporting após prolongamento (dois golos de Capucho), antes de bater o Marítimo no Jamor e onde Dmitri Alenitchev fez o 2º golo, depois de Pena ter inaugurado o marcador.
O FC Porto tinha empatado na Luz (1-1, golo de Capucho) nos oitavos-de-final e forçou o segundo jogo. Entretanto, escassos dias antes do desempate nas Antas a meio da semana, o FC Porto jogou de novo na Luz para o campeonato e perdeu (2-1), vingando-se de forma magistral apesar do dilúvio das Antas para garantir a defesa do troféu. Por causa dos três jogos seguidos em menos de um mês, Toni gracejara com as "sessões contínuas" de pornografia num dos cinemas da capital aderentes a esse exclusivo registo cinematográfico.
Sem querer foi uma eliminatória a duas mãos pela necessidade de desempate, sendo esta a "forma" mais prática de o FC Porto superar o Benfica na Taça de Portugal ao evitar o "dia mau" de uma final que pode suceder a qualquer equipa.
Mais uma inspiração para 4ª feira que vos deixo.

p.s. - obrigado à sugestão do Ricardo SW para eu aceder aos jogos pela net no estrangeiro, já que voltarei a ausentar-me por estes dias. Mas além de eu conhecer o Atdhe.net, que uso muito em casa, a verdade é que experimentei em Marrocos e não deu, com limitação de streaming no acesso no meu hotel pois mesmo de outros jogos estrangeiros a imagem não era boa nem livre de bloqueios frequentes. Como estarei noutro hotel, pode ser que melhore, mas não estou confiante em ver - ainda que acredite na vitória do FC Porto e por 2-0.

Há 40 anos, 4 golos de Lemos

Era o nosso Gerd Müller, atarracado mas rápido e letal na área. Lemos fez há 40 anos 4 golos ao Benfica, nas Antas, para o campeonato.

A 31 de Janeiro, no Porto, não se celebra apenas a revolta de 1891 contra a Monarquia e mais um dos muitos episódios históricos com os quais, sob qualquer regime ou absolutismo, a Invicta, Mui Nobre e Leal Cidade teve de se confrontar, ganhando este epíteto precisamente por do Porto ter descido à capital o Exército que fez triunfar D. Pedro sobre o seu irmão Miguel (1832-34).

Em 1971, Lemos marcou 4 golos ao Benfica, a juntar aos dois que obtivera na Luz (2-2), na primeira volta da época 70-71. Foi o único jogador portista a fazer um "poker" ao grande rival e também o segundo com essa proeza a um dos grandes de Lisboa, depois de Carlos Nunes marcar 4 ao Sporting (10-1) aí uns 40 anos antes, mas no campo do Ameal.
António Lemos foi, de resto, um daqueles casos costumeiros no FC Porto sem obter o estatuto de Atleta de Alta Competição, aquele bónus que livrava os mancebos da tropa e de irem parar ao Ultramar, como era frequente suceder no Benfica e em particular na sua equipa-maravilha e intocada dos anos 60.
Eu tinha acabado, nessa altura, de fazer 9 anos e só me lembro de a RTP ter passado breves imagens das Antas dessa tarde, que recordo ter sido solarenga apesar de fria. Lemos ficou para a história portista e na cidade todos os miúdos a jogar à bola na escola queriam "ser" o Lemos. Obviamente, naquele tempo a Imprensa dava limitado espaço ao Desporto e quem quiser saber mais da proeza, da passagem de Lemos pelo FC Porto - que depois ainda vi jogar ao lado de Pavão, Oliveira, Cubillas e Rodolfo, entre outros - pode ler no blog "Estrelas do FCP".
Hoje, com tanta Imprensa Desportiva, ainda que mais Destrutiva que outra coisa em relação ao FC Porto, onde se perde a memória e se banaliza a leviandade e trivializa o "fait-divers" como modo de vida dócil, apanhei na net a alusão ao marco histórico no Jornal I, aqui: http://www.google.pt/url?sa=t&source=web&cd=5&ved=0CDsQFjAE&url=http%3A%2F%2Fnoticias.notiloo.com%2Fnoticias%2Flemos-o-unico-do-fc-porto-a-marcar-quatro-golos-ao-benfica%2F&ei=bpZGTfL8MY26hAfb35D6AQ&usg=AFQjCNF3fLzHA0ZU2agaaJUou4livWyKNA


Uma inspiração para 4ª feira, 2 de Fevereiro, que marcará também o 61º aniversário de António Lemos, nascido em Angola em 1950.

28 janeiro 2011

Hulk em recato



Apesar dos números estratosféricos, e de receios - não se sabe se bem fundados ou apenas intuídos tendo em conta a dinâmica do mercado de transferências - que não partilho de vê-lo partir no final da temporada, Hulk está seguramente a fazer coisas, em número de golos acima da média de 1 por jogo e em "números" artísticos pela sua inata capacidade inigualável em campo, que fatalmente suscitariam cobiças "de outro mundo".
Acaba por ser bom que a Imprensa Destrutiva não lhe dê o devido valor. Sai de escaparates, desaparece rápido de cena tal como marca golos em tiro mortífero ou inesperadamente até de cabeça a provar a sua evolução como jogador. Não "aparece" a não ser no sítio certo, aquele que os portistas mais apreciam e os outros desgostam profundamente. Aliás, até já é o marcador oficial nº 1 de penáltis do FC Porto, afastadas as dúvidas sobre outros potenciais atiradores no plantel e que cedo deixei de ter ao levantar a questão na época passada.
Nem sequer se queixa de ter de jogar a avançado-centro, quando é extremo ou "ponta lateral" como dizem os italianos pelo apoio directo prestado ao ponta-de-lança e as investidas como extremo para o meio visando o golo ou uma tabela que o desmarque rapidamente na área e o coloque face ao g.r. adversário.
Com o FC Porto na Liga Europa é mais um pretexto para a cobiça não se aguçar. Os dragões, mesmo ganhando a competição, não têm nenhum adversário com capacidade financeira para o "atacar" como objectivo de mercado. Esses só há na Liga dos Campeões. Só uma carreira também estratosférica nesta fase final da campanha europeia poderá fazer os "tubarões" aguçarem o apetite por um jogador que já viram na prova-rainha mas de forma ainda modesta e titubeante. Está, obviamente, "referenciado", como a Imprensa Desportiva da capital gosta de falar dos "seus" jogadores. E também não é por a Imprensa Destrutiva da capital esconder as proezas de Hulk que este não é acompanhado lá de fora.
Pensei nisto ao chegar de fora e ver as manchas vermelhas da Imprensa Desportiva, mesmo após mais um "bis" do brasileiro e o líder cavar a sua vantagem em 11 pontos...
Penso, por isso, que não obstante estar a fazer uma época fenomenal, ao nível do seu incrível epíteto, e não ter as parangonas merecidas que dizem mais da inveja dos editores e directores do que dos méritos que não reconhecem em forma de capas ao jogador, Hulk não será alvo apetecível do mercado. Muito menos alcançável, tal como AVB tem repetido.
Hulk deve pelo menos fazer a Liga dos Campeões da próxima época. E se continuar a sua evolução explosiva, então é que ninguém poderá segurá-lo por cá. Até lá, é o nosso abono de família. E basta os portistas o reconhecerem por isso mesmo.
A mim, que nem tenho estado por cá e estou praticamente de saída outra vez e em risco de não ver mais um jogo a meio da semana, só me dá vontade de saber o que faz e como marca. Fica aqui o registo. Não alimento conversas de parolos que contam os penáltis dos outros como se não os tivessem tido há um ano em igual quantidade e seguramente com menos verdade desportiva. Essa é a conversa da treta com a qual se encobre o que vale realmente Hulk. E que é muito acima da valia do campeonato desta gente triste e reles que à primeira oportunidade ou tem 3 penáltis a favor, como ninguém consegue, ou se espalha ao comprido para lá de Badajoz.
Por falar nisso, em Marrocos sabem o que é o FC Porto, ouvindo falar apenas de Porto.
p.s. (salvo seja, que nunca mais) - tem piada que, enquanto a anunciada transferência do ano dada como iminente está de momento em stand by a ver quem baixa ou sobe a parada, o FC Porto prepara-se para, depois do "novo Messi" Iturbe garantido sem vozeirão e parangonas, sacar um tal de Kelvin. É a suprema ironia quando anunciam o fecho a ferver de uma janela de mercado nunca morna sequer: um grau Kelvin é a jeitos de menos 200 e tal graus Celsius, se ainda não esqueci (creio que -270º ou aproximado)... http://www.jn.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1768428

26 janeiro 2011

Nao vi, mas foi lindo e vao 11 pontos

FC Porto, 3 - Nacional, 0
A TVI, como a SIC, nao da nada na net. Descobri ao intervalo umas imagens da RTPI, procurei la e tambem nada. Os choques tecnologicos sao em Portugal um espanto e nao sei em que exemplos o FC Porto se fiaria para por em marcha a transmissao no seu site do mogo que andou a falhar.
Mas o que conta sao 11 pontos de avanco, Hulk marcou de cabeca ao que li e James fez um golaco de chapeu; pareceu mesmo o Barcelona a despachar o rival em meia hora.
Entretanto, aguarda-se que o Manha actualize a estatistica do Hulk como fez ha um ano para justificar que a sua ausencia compulsivamente decretada pelo Bosta da Liga era indiferente para o FC Porto. Afinal, na epoca passada, eles habituaram-se a jogar com os opositores em inferioridade, nao foi?
Os pasquins vao voltar, como tem feito a exaustao, a destacar o Incrivel mais de um golo por jogo Hulk...

24 janeiro 2011

Se LFV pediu Paulo Costa a Vi-te ó Pereira por alguma coisa foi...*

* de novo, inesperadamente, uma outra forma de eleger um Bin Laden ou Nobel da Paz


Tento agora perceber, face ao inesperado mas habitual folclore lunático à falta de águias para outros voos no circo da Luz, aquela questão, até hoje não esclarecida e já lá vão uns meses, de Luís Filipe Vieira ter deixado no ar a pergunta que dirigiu, publicamente, a Vi-te ó Pereira:


-
- Explique porque não nomeou o árbitro Paulo Costa para um jogo do Benfica na época passada.
Esta foi a questão à laia de desafio, como só os fanfarrões fazem, deixada com veneno no ar, aí pelos idos de Setembro, e a que eu dei a devida importância e enfoque ainda que, como é hábito, tal desaforo tenha passado ao lado dos "shrecks, gordos e barbas" da Imprensa do regime.
A resposta está aí ao lado. O irmão de Paulo Costa nada viu, com tudo às claras e ele com a obrigação de ser o último a deixar o relvado, já que os da casa perderam o hábito, também fanfarronicamente anunciado em tempos de vacas gordas, de deixarem os adversários tomar do campo o rumo aos balneários. Ou também não prometeram essa esses escroques vermelhos que cagam na cara dos seus bajuladores de sarjeta que pululam nas colunas de jornais e antenas radiotelevisivas?
Enquanto o penálti de Hulk foi revisitado 46 vezes, contra duas repetições da mão de André Marques da qual obviamente não mais se falou, os resumos da jornada da arbitragem lusa dispensam a semanal coluna que distinga um Bin Laden de um Nobel da Paz. Porque o cancro da arbitragem nem esteve nos jogos dos três grandes, em geral bem dirigidos por João Ferreira em Aveiro, Artur Soares Dias no Funchal e Rui Costa na Luz. Lateralmente, mas não sem deixar de ter implicações indirectas num jogo de um dos grandes do qual não custa adivinhar qual, Bruno Paixão expulsou três jogadores do Rio Ave que amanhã recebe o Benfica para a Taça.
Ficou, como é típico neste circo hediondo mas do qual as carpideiras do regime se isolaram em casa antes que os destroços da instituição que pavoneiam como parolos lhes caissem em cima da impoluta isenção de que se acham reservas morais, o caso fora do jogo e fora do campo. E como já estranhávamos a falta desse "must" que dá picante à coisa insossa em que se torna um campeonato com o FC Porto a mandar com 15 vitórias e 2 empates em 17 jogos...
Pelo que, para muitos, sobra a questão da vertente disciplinar. E não é que há quem ache que o castigo devia ser assim e assado, tendo como referência o caso do túnel com Hulk e Sapunaru?
Pura ilusão. Cada caso é um caso. Há árbitros que vêem e outros que não. Há imagens retidas em círculos vermelhos ou zonas sombreadas e outras que não. Há filmes escondidos e marotos na montagem e outros que não, passaram em directo. Há jornais denunciantes e jornais colaborantes. Há jornalismo e há debochismo. Depende também dos jogadores envolvidos e dos clubes em questão. Há todo um mundo de diferenças que se esbatem e não fazem alguém corar de vergonha. Há sinecuras televisivas para levantar casos e momentos para os abafar.
Isto, ainda na disciplina, era de esperar para ver se fossem os mesmos juízes de há um ano. Se fosse o Bosta da Liga a decidir ver-se-ia se teria dois pesos e a mesma medida, que não aquela de punir Vandinho 3 meses por agressão nunca vista em imagem alguma. Mas não, os julgadores são diferentes, as imagens não vêm destacadas na edição monitorizada da regie com cordelinhos manobrados à distância.
Por exemplo, voltando á arbitragem, só retive dois lances do que vi em resumo muito curto do Rio Ave-Guimarães. Só o último penálti é mal assinalado e deu a vitória ao V. Guimarães. Os outros existem. Das expulsões, só vi a situação de simulação do segundo amarelo a Saulo a querer "sacar" um penálti.
Ora, aqui há gato, sim, e com Paixão. Porque é nestes casos que se pode fazer comparações e medir o critério: o árbitro é o mesmo. Na CD da Liga, o Bosta de serviço não é o mesmo.
Ora, de novo, como avaliar Paixão no 2º amarelo a Saulo em cima do intervalo?
Há termo comparativo? Há. Como e quando? Olha, com o Rio Ave. Estão a ver porque aparece a capa acima do post?
Bruno Paixão apitou o Rio Ave-Benfica da 15ª jornada e última da 1ª volta na época passada. O resultado ficou para a história. Mas nos nossos registos, nas imagens iniludíveis, ficaram erros grosseiros que prejudicaram o Rio Ave. Há um penálti flagrante de empurrão de Miguel Vítor a um brasileiro, creio que se chamava Eliseu ou parecido, do Rio Ave. Mas há mais: Saviola simulou grosseiramente duas faltas. Uma dentro da área, mas sem o penálti que "pediu" nem amarelo devido. Outra situação rendeu-lhe um livre na "meia-lua", em mais uma simulação. Nenhum amarelo. Nenhum reparo às fitas do Caiviola, era tudo um futebol de maravilhas.
Essa é a comparação que se pode fazer. E deve. Mas já tudo já se escondeu na moleirinha desta criançada que, como na pobre Política, pensa fazer o ninho na cabeça das pessoas pensantes e independentes.
Para terminar, o FC Porto recebe o Nacional em jogo antecipado. André Villas-Boas, o puto a quem não perdoam alguma ousadia de ser diferente e puro, idealista, romântico, chama a atenção para as asneiras dos graúdos. Os shrecks, os gordos e os barbas de que falava Carvalhal há uns meses, não entendem que é com eles. Mas AVB que não se ria. O Porto põe-se a Pau(lo) que vem aí outro Vigarista que resta.

O regime é isto

O silenciamento, o encobrir da porcaria, a falta de coragem para destapar o que deve ser denunciado.

Em situação análoga, mesmo ao lusco-fusco dos túneis em que manobram com à-vontade e impunidade, sabe-se o estardalhaço que deu em primeiras páginas. Antecipou-se a sentença, avisou-se para outros prevaricadores até, alinhavou-se a coluna de expressão moral e supostamente indignada contra a barbárie.
O silenciamento que cobre os poderosos e os seus podres é o mesmo que encobre as tramóias políticas às vezes só trazidas à luz do dia por encomendas informativas senão directamente dos meios de contra-informação e intoxicação profissional internos ao menos de agências de comunicação a que também a Imprensa do regime se atrelou, vegetando para sobreviver.
O regime é isto mesmo.

Há, estúpidos e confusos, quem confunda conceitos mesmo sob idêntica capa significativa. Creio ter sido eu a começar a colar epítetos por aí a este e àquele, pelo menos a divulgá-los permanentemente de modo que hoje, por toda a bluegosfera, é assumido como natural e nem peço direitos de autor. O caso de "clube do regime" ou "Imprensa do regime" são exemplos típicos.
Os estúpidos e confusos são aqueles que sugerem, e da minha parte tal nunca aconteceu, a associação "clube do regime" a "Salazar", algo que historicamente nunca existiu porque o ditador marimbava-se para as coisas da bola. Não quer dizer que a Ditadura as ignorásse, porque gente em cargos de grande poder tudo fizeram para proteger os clubes da capital. Essa associação ao anterior regime político deve ser lida dessa forma, e como sempre a difundi, e não suscitar ridículos assomos de indignação dos que preferem acentuar que o Benfica dissociou-se do regime ditatorial, o que também não é verdade pela influência de muitos directores em cargos políticos e o proteccionismo dado ao clube: dos órgãos do futebol aos favores administrativos que, por exemplo, livravam da tropa a equipa-maravilha dos anos 60, ao contrário de outros clubes que viam os seus jogadores ingressarem no Exército e marcharem até para as colónias do Ultramar de onde vários até eram originários, Seninho e Lemos por exemplo, que foram bater os costados à Angola onde nasceram.
Há um ano, eram parangonas com imagens seleccionadas com uma única origem e erro de vício primário. Sabia-se todos os pormenores, mostravam-se todos os ângulos de abordagem informativa. Era a que também passei a chamar a Imprensa Destrutiva, anti-FC Porto.
Hoje, dá-se o benefício da dúvida, assume-se a verdade que o clube vermelho quer ver difundida pelos meios, seus e dos outros subjugados, ameniza-se com o sereno "não se esperam castigos". É a Imprensa Desportiva de sempre de apoio aos clubes lisbonenses, que afaga as suas mágoas e exalta os mais bacocos e seròdios êxitos. Ter dois clubes por quem torcer dá o jeitão que sempre deu. Se forem os dois, como em décadas a fio, tanto melhor e difunde-se para o País de parvos acríticos as bonomias benfazejas e algumas dores assumidas pelos cronistas também do regime, quer do "recreativo" quer do "desportivo", estes dois títulos que sempre atribui a um amigo especial.
O regime, partanto, é isto tudo. Sempre foi assim. Continua assim. E será assim. A Informação de novo condicionada e controlada, esmagada até quando aflora certos assuntos e questiona certas pessoas ou instituições, é a imagem do País: destroçado e sem moral. Por muitas eleições que se façam, por muita Democracia que apregoem, mesmo com todos os miasmas e atavismos crónicos que as marcam como neste recente acto eleitoral.
adenda: para culminar e não por acaso, mais um triste fracasso do "choque tecnológico" de um País à deriva apesar da aposta, tão cara a alguns e caríssima para todos os outros, das energias renováveis, até o Cavaco deitou fora o desaforo contra as maquinações da Comunicação Social. Os opinadeiros, paineleiros, comentadeiros, freteiros, de resto, quer na Política, como no Desporto e até na chamada e vulgarizada mas estapafúrdia Crónica Social onde o dito "glamour" encobre a miséria material como um perfume disfarça o odor de quem não se lava sequer, estão aqui descritos pela escrita simples e incisiva de João Carvalho no Delito de Opinião:
"Ora, convenhamos que a maior parte (se não a totalidade) de tais surpresas só existiram nos media, nos mesmos media que davam palpites como trigo-limpo-farinha-amparo. Jornalistas, opinadores, comentadores de opinadores, comentadores de comentadores e jornalistas de opinadores, que são, por norma, sempre os mesmos em círculo fechado, só podiam acabar entalados em surpresas. Fora desses círculos e para lá das reservas e expectativas naturais, só se surpreenderam os incautos, aqueles que se deixaram embalar pelos que passam a vida a soprar o que querem que seja e não aquilo que é. São os que vivem a soprar e para soprar. Não servem para produzir energia alternativa, porque o sopro deles não é limpo, mas não faz mal: só sopram entre si e só se surpreendem uns com os outros. Tornaram-se muito semelhantes a grande parte dos políticos: afugentam os cidadãos e ficam na deles.
Não sopram o que o país anónimo pensa e não pensam o que o país anónimo acha. Os sopranos também deviam ir a votos para ter lugar cativo nos media. Nos media e nas sondagens, já agora."

23 janeiro 2011

A Bíblia e Jesus matam o mito

Não tomar a núvem por Juno é um conselho filosófico da nossa era e como em Roma sê romano e foram estes que o inventaram, nada como ter as coisas em devida perspectiva.
Antes do enquadramento histórico-religioso da questão, convém alertar para o facto de os todo-importantes relatórios poderem nem conhecer a luz fora do túnel: já sucedeu com o relatório de um delegado da Liga confortavelmente instalado na bancada principal. Não se admirem que nem todos sejam corajosos e pró-activos como os militantes João "Pode vir o João" Ferreira e o Lucílio Vigarista.
Apertado à saída de um jogo no Bessa, esmurrada e pontapeada a porta do seu balneário após o 0-0 final pelo actual director-desportivo do clube em causa mas estranhamente nunca em xeque, Lucílio disse que nada viu e nada houve, apesar dos relatos em concreto e em directo, quer pelo repórter da SportTV à entrada no túnel quer pelo escriba do Rascord que depois foi desautorizado e viu uma capa como a que ao lado direito se publica. Portanto, nada sucedeu.


Não pensem, por isso, que há moralidade e isenção.


Vai aí um clamor por causa do sucedido no final do Benfica-Nacional, ontem à noite. É um exagero, mas também uma definição contemporânea do fim, crê-se que definitivo, do mito.

Se querem saber o que realmente aconteceu só têm de esperar pelo jornal que antecipa as imagens, divulga os castigos de antemão e sacraliza as sentenças. Sucedeu no túnel da Luz e sabem quem foi o cicerone de tudo em matéria informativa. Ainda não há muito tempo teve acesso a tudo e mais alguma coisa, no âmbito da Imprensa Destrutiva por ser contra o FC Porto.

Sobre o mito: primeiro já há muito que muita gente descrê da Biblia, mesmo que aleguem continuar a ser a edição impressa mais vendida em todo o mundo. Segundo, está claro que se desmistifica a ideia, com 2000 anos, de Jesus dar a outra face: há um anito mostrava os quatro dedos a Manuel Machado, embora apontasse para a família na bancada. Agora deve ter sido de mão cheia e como é suposto o brasileiro Luiz Alberto ser evangelista, nem deve ter levado a mal porque aludiu apenas a um empurrão.

Quanto a justiça, a divina é uma tanga, porque ninguém castiga os desmandos do El mano e do Paixão. A dos homens, bem, só consoante o que vier na Bíblia ou o Seara aos quatro ventos na tv dos papagaios a pedir sumaríssimos e o Vaz com grelos a meter na salgalhada um filme de série B. Mesmo dispensando-se as imagens da tv dos bimbos, já foi condenado Vandinho por imagens que supostamente retratavam uma agressão a um discípulo de Jesus mas nas quais não se via nada, pelo menos aos fiéis de S. Tomé que gostam de ver para crer. Vandinho levou três meses e o Benfica o título, como se sabe, só porque um realizador extremista acreditava ver com o adágio popular do ceguinho seja eu... Basta uma tv do regime, como então fez a SIC com bolinha vermelha, passar e repassar a coisa para se tornar uma visão formal e oficial do credo existente.
A SIC, onde se proclama o ai, ai, ai - ai, ai ai, mas que Democracia é esta, divulgou imagens de um autocarro estilhaçado que presencialmente ninguém viu de tal forma à chegada ao Dragão na época passada, mas que acarretou um custo de 17 mil euros. As imagens são o que são e às vezes só à custa de muita insistência mesmo nos é permitido ver o que querem mesmo mostrar - veja-se o penálti de ontem sobre Hulk.
Também sabemos que a violência extrema, mesmo no seio da própria família desde Abraão, tem dezenas de descrições horroríficas na Bíblia e nem por isso ficou com a sua reputação manchada, não só pelo incitamento à violência mas porque durante milénios foi considerado um "lavar de honra" digno no altar dos sacrifícios, algo que hoje em dia se divulga ser apenas próprio do extremismo muçulmano.
É fácil, por isto exposto, falar de conflitualidade religiosa, Jesus ao sopapo na terra dos infiéis e com os talibãs locais a minimizarem a coisa em nome do ecumenismo moderno. Pelos próximos dias, a cáfila que preenche este deserto de civilidade passará nos ecrãs num habitual circo a que os jornais do regime - e regime é tudo o que esconde a realidade, o inverso de dar a verdade ao povo, associando-se ao "antigo regime" por ter sido da mesma jaez e perfilhar a mesma motivação entre o sagrado e o oculto do chamado país do cinzentismo para o qual voltámos a mergulhar nas últimas décadas - se entregam e, por isso, desalinhando-se num assomo de dignidasde a fugir à censura vermelha (leio aqui http://tascadepalmeira.blogspot.com/2011/01/benfica-tenta-censurar-jornal-record.html que o site oficial encornado remete o Rascord para o rebanho perfilado a que o Careca local nunca costuma desobedecer e até desanca os aventureiros da dessintonia formal do alinhamento informativo), caem sob a ira dos mouros mais empedernidos.

22 janeiro 2011

SportTV dá goleada de 46-2 que todos devem agradecer...



A SportTV prestou hoje um serviço inestimável à Verdade Desportiva, ao repetir 46 vezes o penálti com a perninha marota de André Marques sobre Hulk, fora as repetições... Eu, pelo menos, agradeço tão prestimosa aclaração do lance de que resultou o único golo de um jogo mal jogado, muito disputado e pouco entusiasmante Beira-Mar-FC Porto (0-1), pois só às, respectivamente, 24ª, 31ª e 43ª vez consegui confirmar - porque tão inusitado número de visionamentos do lance capital deve ter sido para não ficar dúvidas a ninguém - que houve mesmo penálti quando nada o fazia prever, Hulk já ensaiava o mergulho à Caimar ou Caientrão ou Caiviola até se perceber, num ângulo desde a linha de fundo, outro em diagonal de 25º e mais um da linha de baliza de Helton para a área oposta, o toque comprometedor.


Confesso que tive dúvidas à 2ª, 9ª, 13ª, 25ª, 33ª, 39ª, 40ª, 41ª, 44ª e 45ª tentativa, para além de mal se vislumbrar o que quer que fosse à 1ª, 3ª, 4ª, 6ª, 8ª, 10ª, 14ª, 18ª, 19ª, 20ª e 21ª observação de um lance que passara despercebido nas restantes ocasiões.
Creio até que, perdendo a conta às agressões visuais permanentes de um lance tão visionado, algumas outras visualizações ocorreram enquanto fui mijar ao intervalo, mais duas ou três em que já nem despeguei da torrada e meia de leite que tinha pedido e outras tantas enquanto lia o jornal e dava a corda ao relógio. Se os lances polémicos em jogos do FC Porto são mais escalpelizados do que rãs em mesa de experiências ou ratos em laboratório, seguramente este bateu todos os recordes e certamente jamais superado.
À falta de melhor, de lances de perigo do Beira-Mar ou ainda menos de defesas de Helton, dar duas repetições de uma mão na bola do mesmo André Marques num canto de Belluschi, na 2ª parte, só se justifica por o lance não envolver o melhor marcador da Liga, o inevitável Hulk que marcou pela 17ª vez em 16 jogos disputados e agora frente à equipa que, por ausência no Brasil, não tinha defrontado na 1ª volta.
É claro que as inúmeras ocasiões de golo que o FC Porto desperdiçou para ampliar a contagem e evitar aflições por "chuveirinho" aveirense com faltas cirúrgicas em que Artur teatralizou quatro vezes e ganhou livres laterais que a competente defesa portista controlou na maior descontracção, só ajudaram a dar visibilidade estatística de um jogo incontornavelmente para a história, pelo menos a respeitante à pertinência televisiva e porventura ainda objecto de análise comunicacional benfiquista mais a proverbial pleîade de opinadores encartados talibenizados lisbonenses a que não deixarão de juntar o credenciado Octávio Malvado e o sinecura de Sintra que há 10 anos lançou a 1ª pedra para o Centro de Estágios das Selecções no seu território como trampolim para uma espantástica candidatura cândida à presidência federativa por forma a terminar o mandato a mandar em beleza.
Admito que possa ter falhado a contagem que variará, provavelmente, entre 38 e 52 transmissões de um lance em que até perdi a conta ao minuto de jogo a que respeitava.
Em bom rigor, e para que todos fiquem cientes da ciência desta acutilância realizadora que confirma os méritos de tornar-se o futebol um jogo para televisão, sem, contudo, baralhar o tempo de jogo ainda que, talvez por isso, o árbitro João Ferreira tenha acrescentado uns impensáveis 4 minutos de descontos, era bom que alguém filmasse o filme e de certeza que no You Tube as 46 visualizações se tornem, multiplicadas por 6 milhões de visitas nacionais e mais 8 milhões lá de fora, no recorde mundial de espreitadelas em prol da Verdade Desportiva.
Para bem da Verdade Desportiva, ainda bem que o próximo adversário do FC Porto não teve três jogadores expulsos...


21 janeiro 2011

Preço certo

Dicas para reflexão no fim-de-semana, abstendo-me de sugestões para a questão presidencial em que mais uma vez o chamado Povo vai dar a sua chancela para que tudo fique na mesma e não puna os prevaricadores como tem sido há 36 anos:

Se uns vidros partidos, em circunstâncias nunca apuradas mas que remetem algures para uma passagem em portagem de auto-estrada, dá 17 mil euros de multa mas confrontam com imagens que à chegada ao Dragão nada revelavam de significativo nem com vidros partidos nem pintados, não sei em quanto ficará um autocarro incendiado junto a uma zona desportiva devidamente identificada...

Por outro lado, os paladinos da verdade desportiva caladinhos na semana dos desmandos do El mano devem esfregar as mãos de contentes com a nomeação de João "Pode vir o João" Ferreira que se evidenciou esta época ao permitir algo como estas imagens ao lado documentam e todos identificam local e criminosos impunes.

«Os antecedentes são infelizes, na Supertaça também não houve uma arbitragem feliz, mas houve vitória do F.C. Porto. A outra equipa não foi prejudicada, bem pelo contrário. Queremos acreditar que se mostrará competente e que faça um bom trabalho. Se é uma nomeação lógica? Não me parece. Mas esperemos que faça um bom trabalho», desejou. O técnico portista garante sentir diferença de ênfase aos erros de arbitragem nos jogos dos grandes. Elmano Santos, que esteve no Académica-Benfica, serve de exemplo: «Espero acreditar que os árbitros não entrem condicionados. A nomeação não me pareceu lógica, após um não-caso no F.C. Porto-V. Setúbal. Com esse antecedente tão fresco, pareceu-me ilógica. Mas acho que foi uma arbitragem, no Académica-Benfica, pouco comentada.»

«Quem se sente mais prejudicado faz questão de se saber, depois depende da difusão que tem através da comunicação social. Esperamos sempre por uma evolução. Se houver profissionalização dos árbitros, esperamos que as coisas melhores. Queremos acreditar que há um presidente competente e que há tendência para melhorar. Em Inglaterra, há sanções extremas para determinadas mensagens que são passadas pelos intervenientes. Não sei se isso é melhor do que temos», frisou Villas-Boas. (in Maisfutebol, numa conferência de Imprensa transmitida pelo jornalista que na semana passada fez um reparo a uma 'boutade' de AVB sobre o "clubismo" de um jornalista; hoje, dando crédito à presença de um jornalista inglês, do "Times", no Olival para reportar sobre a trajectória do técnico do FC Porto, o mesmo jornalista português deve achar isso normal ou que outros técnicos de cá tenham merecido igual referência e deferência internacional no passado mais ou menos recente).


O rei desta bodega, entretanto, remeteu para dia 25 ou 26 um "up to date" da coisa que diz dirigir.
Depois admiram-se de se pôr em causa tudo e mais alguma coisa, especialmente os que se vangloriam de fazer as coisas por outro lado e têm zelosos escrutinadores públicos para esquecer as patifarias à espera de melhor oportunidade para a sua saloia representação do que melhor desejam para o futebol.
Como tudo tem um preço, por vezes caro, acaba por não espantar quem comenta assim, como quem come tremoços, factos da vida real:

http://www.jn.pt/revistas/ntv/Interior.aspx?content_id=1762453

"Favores sexuais", dizem eles... Há quem pareça masturbar-se diante das câmaras ou um simples microfone e só nas coisas da bola..

20 janeiro 2011

Prefiro um novo Messi a um Salv(i)o de um barrete e muito menos um El mano

Gostei de ler, esta manhä, a reaccäo do FC Porto a noticias recentes em que queriam que enfiássemos um barrete mas disso estamos salv(i)os. E, especialmente, a "bronca" de Pinto da Costa a esse respeito. Este idioma esquisito e um pc com limitacöes (também näo pude ver a SIC pela internet e o jogo de ontem) impedem-me de colar os links, mas deceto já todos os portistas se rebolaram a rir com esta farsa toda como é tudo o que, directa ou indirectamente, implica com o clube do regime, enquanto o "desportivo" está a banhos de multidäo acorrendo às urnas mais uma vez depois de o Roquette ter metido Esporäo no Além-Tejo...
Näo sabemos se temos o novo Messi em Iturbe, e embora conhecemos as habilidades do El mano ainda prescindimos delas. Para Aveiro, porém, vamos ter o Joäo "Pode vir o Joäo" Ferreira...
Os outros decerto vao ter onde gastar no salv(i)o conduto os 295 milhöes de euros (sem virgulas mesmo, ao menos este teclado tem-nas no sítio) que väo encaixar com o David Luiz.

Bom proveito.

18 janeiro 2011

Jornada do Jardel com outro central em vista e capaz de cortar as bolas todas...

Tou com o fuso trocado, um teclado com tremas em vez de tils, agora reparo que o z mudou de sítio (mas nao estou na Polónia), mas também Pinto da Costa disse nao se importar de perder todos os jogos da Taca da Treta (também nao há c com cedilhas...) e aproveitei para arejar...
Sendo assim, nao tenho expectativa pela 2a. jornada desta prova e, obviamente, nao posso ver o jogo, até porque nao sei se encontrarei a SIC pela net.
Contudo, sei que é um dia muito importante, é a Jornada do Jardel que nao pode (também nao há acento circunflexo) jogar pelo seu clube contra o futuro clube e pode jogar por este contra o antigo clube, tudo muito tuga e tal.
Consta, tal a dimensao internacional do caso, que vem aí ainda mais um central para o Benfica, estao a tratar da desvinculacao nos Estados Unidos e é um tipo melhor que o David Luiz, que estará de saída por 295 milhoes de euros: o seu substituto costuma cortar as bolas todas e há infelizes que, em vez das cotoveladas do espanador (perdao, esplendor) da Luz e do Luisao, faz tantas aos contrários, mesmo que sejam amigos íntimos, que leva a que sejam reduzidos a cinzas...

Posto isto, auf Wiedersehen e até amanha!

Lin Baden ou Pobel da Naz? - ou um Serrão todo Catita na ordem do grande El mano

Esta é uma capa típica de pasquim lisbonense e abriu o mote para as arbitragens más da 2ª volta que agora começou, expectáveis à Luz do habitual cá na paróquia de maus missionários e péssimo rebanho para pastorear.

Numa vitória justíssima do P. Ferreira em Alvalade, que levou a uma risível auto-imolação do inútil e imbecil presidente dos locais, lá tinha de vir uma referência a um árbitro só porque um dos protegidos clubes lisbonenses perdeu e em casa. De facto, o penálti que Rondon "cavou" ante Polga não existe, mas não se lhe negue a "nota artística". Mas querer inventar um por suposto agarrão a Saleiro é ridículo e só acentua o desespero desta gente reles que confunde liberdade de informação com livre arbítrio para dizer o que lhe apetece. Já na edição online não tinha sido dado destaque, mesmo uma hora após o jogo, à saída de Bettencourt, tal o desespero dos que se agarravam a erros dos árbitros para justificar uma derrota. Esta capa só levanta a ponta do véu que é a despudorada razia do mais razoável bom senso e isenção pela qual batem a mão no peito.

Não fosse o Sporting em muitos casos credor de incontáveis benefícios de arbitragem: dois golos ao Guimarães com um em fora-de-jogo e outro que nem entrou; um golo ilegal com o FC Porto; mais um golo em fora-de-jogo com o Braga. Enfim... Quanto ao Rascord, ficou para os anais do riso e do despautério uma vez titular "Roubo" mas sem aspas após um Moreirense-Sporting (1-0)´, quando ninguém dos leões assim se referiu a duas situações polémicas mas uma apenas comprovada em imagens e só por uma câmara atrás da baliza. Tempos depois, a 1ª vitória do consagrado Paulo Bento surgiu com a U. Leiria (2-1) e com um golo que Ricardo tirou da sua baliza bem meio metro lá dentro, mas os cínicos patetas do Rascord limitaram-se ao dichote: "Leão agradece".

Se favorecem o "recreativo" ou o "desportivo", exalta-se a exibição, descobre-se um lance mal julgado a seu favor e goza-se com a cena: Porreiro, pá! Se prejudicam os coitadinhos, ai, ai, ai, ai, ai, ai que assim não pode ser.

Achei até que Luís Catita foi muito isento no julgamento das faltas e mostrou bem os amarelos. Foi ludibriado pela queda de Rondon, mas há por aí tantos sul-americanos na Segunda Circular que são mestres na arte. Da vitória pacense, nada a contestar: justíssima da melhor equipa que assumiu poder ganhar e convenceu plenamente na forma como o fez.

Mas pareceu tudo trocado, como no título, neste fim-de-semana de apitos viciados na Liga e correspondência cabal nas capas dos pasquins. Não se distingue, sequer, o que mete mais nojo, mas há marcas que vêm de longe e é dessas que se dá aqui registo.
Sérgio Serrão já aqui foi comentado em tempos, esse escriturário madeirense que segue o El mano para todo o lado. No Porto-Leiria (3-2) da época passada, em que dois golos limpos foram anulados ao FC Porto, um golo irregular foi concedido ao Leiria a quem foi ainda oferecido um penálti no último minuto que não deu empate porque Helton defendeu, este Sérgio Serrão aqui em baixo foi o primeiro criminoso de serviço, anulando um golo a Farias na 1ª parte: estavam só e apenas dois defesas pacenses à frente de Farias, mas a velocidade a que decorreu o lance deve tê-lo confundido.
Foi à 15ª jornada e não tardou em ouvir-se falar da mesma dupla, El mano e Serrão. À 17ª jornada, Benfica-V. Guimarães (3-1) com Carlos Martins a marcar dois golos quando devia estar já expulso do jogo e que acabaria mesmo por tomar banho mais cedo mas só depois do resultado garantido. Com 1-1, numa bola parada, começou a perceber-se a dificuldade de Serrão e de El mano em jogadas típicas em que todos estão quietos e só com certas extremidades a mexer. Javi Garcia dá uma patada em Valdomiro, era penálti (provavelmente 1-2) e expulsão, mas nem El mano nem Serrão viram alguma coisa.

Não admira, pois, que em bola parada, com um jogador claramente destacado atrás da barreira para um livre de Cardozo, Saviola tenha desviado, mesmo que involuntariamente, a bola para a baliza sem que Sérgio Serrão, este mesmo, desse conta de alguma irregularidade como a mão de Saviola, difícil de avaliar de facto, a não ser por faltonismo e confundir o vermelho da verdade desportiva com o negro do atentado a essa mesma verdade desportiva, deixando marcar um golo arrepiantemente ilegal mas que, de tão banal no Benfica, se torna regular e quase natural como a sede de alguns em fazerem as coisas por outro lado.




Da corja que dá nomes e caras a este escarro informativo ao lado também nada de invulgar. Para assinalarem o golo ilegal de Saviola, lá arranjaram dois penáltis a favor do Benfica. Um deles é do Caientrão mas nem todos os árbitros marcam: por exemplo, resultou, fraudulentamente, com o P. Ferreira, mas desta vez não "colou". Podiam pôr Sérgio Serrão a avaliar mão de David Luiz, mas mais uma vez era um livre e em bolas paradas é muita areia para a camioneta do escriturário do Funchal...






Nada melhor do que, de facto, desviar a atenção do golo ilegal concedendo-o a quem bateu o livre. É só mais um para empurrar Cardozo para cima, como foi feito em toda a época passada no chamado "andor". Nada mau para um pasquim que deturpa tanto a verdade desportiva como os árbitros e os seus comentadores encartados/encornados escolhidos a dedo. Quando prejudicam os lisbonenses "recreativo" e "desportivo" cai o Carmo, a Trindade e o Cristo-Rei do outro lado. Quando Lisandro "sacou" um penálti a Yebdá, foi escândalo da 1ª página. Lá dentro vinha também um penálti não marcado de Reyes a Lucho, mas sem evidência correspondente na capa. Pela aragem se vê quem vai na carruagem.






Entretanto, no Dragão, pequenos casos não mancharam a actuação serena de Cosme Machado, sem titubear no infantil penálti de Fucile e a não condescender com um amarelo ao g.r. da Naval por queimar tempo ainda na 1ª parte. Algum exagero em certos amarelos num jogo sem entradas duras.



Um fim-de-semana exemplar para a arbitragem cujo líder Vi-te ó Pereira acabara de afirmar que se registava apenas uma má arbitragem por jornada, incluindo I e II Ligas, sendo que desta poucos dados podemos recolher a não ser protestos, regularmente, daqui e dali. Resta saber qual foi a má arbitragem. Ainda que o Rascord tenha elegido uma capa para o efeito, juntando-se ao coro calimero. Está-lhe no sangue. O vermelho deste é que disfarça a cor da pele que têm já nojo em mostrar.

17 janeiro 2011

Mais um que foge do Carlos Queiroz... na sombra de (Agostinho) Oliveira?


Parece moda, só que Carlos Queiroz já há muito não está na Selecção/FPF e não podem justificar mais uma renúncia com o "patinho feio" que "destabiliza" os "mininos", como desavergonhadamente alvoroçaram por aí quando foi Simão, Miguel e outros a bater com a porta.
Aos 29 anos, Tiago, ex-Braga, Benfica, Chelsea, Juventus e agora no Atl. Madrid, não quer jogar mais por Portugal. Mais um que se diz contente por tudo, mas até logo que vou torcer para a bancada. Ah, e por fax, com o site da FPF a "responder" o mesmo a todos, porque todos dizem o mesmo.
(entretanto, esta noite, na SICN, apanhei Carlos Queiroz a repisar aqueles fraudulentos documentos dos médicos da ADoP e em vias de saber em Lausana o que o TAS acha de toda esta pouca-vergonha)
Vão ver, afinal, que Tiago saiu da Selecção em solidariedade com... Agostinho Oliveira? Este, subitamente, deixou a estrutura das selecções pós-Paulo Bento mesmo depois de o novo seleccionador lhe ter confiado a preparação dos sub-23. Curiosamente, ou talvez não, tantos experts da Selecção que pululam nos jornais não perceberam nem explicaram como, subitamente, o ex-adjunto de Carlos Queiroz que empatou 4-4 com Chipre e perdeu com a Noruega pela 1ª vez na história, saiu há dias da FPF e apareceu para a formação do Sp. Braga...
Mas, diligentes como sempre são, desde que lhes soprem as verdades convenientes, os jornaleiros e directores-marionetas da Imprensa Porreiro, Pá, ainda um dia descobrirão como Agostinho Oliveira fez a cama onde se quis deitar... mas todos lhe viraram as costas.
Consta que os responsáveis das selecções com limite etário recusaram-se aceitá-lo como manda-chuva na formação e chefe dessa estrutura. Pois não podendo fazê-lo na FPF, lá voltou à casinha acolhedora de Braga.
Isto, claro, depois de virar as costas e dar o dito por não dito no "processo do polvo" (entrevista de CQ ao Expresso visando Amândio de Carvalho), negando perante o CD da FPF aquilo que confirmara (e ouvira com Carlos Queiroz do ex-árbitro Porfírio Alves) diante dos outros componentes da equipa técnica que esteve no Mundial.
Com amigos assim, quem precisa de inimigos?


Os nosos penáltis (ou 8 pontos) são mais válidos do que os vossos

Agora que já pude conciliar imagens com texto, e repus o Hulk com a imagem que merece no post do jogo do Dragão enquanto continua escondido nas capas dos pasquins da Queimada ou da Tourada rascord, vamos lá ver se desatamos os nós górdios das magnas questões da bola que se nos põem nos nossos dias como ovo de Colombo. Cuidado, por isso,
Não é preciso a contra-informação em peso e o dito peso, arcaico, de ex-conselheiro presidencial capaz de esquecer o campeão europeu Mourinho em troca de agraciar o vice-campeão europeu batido em casa duas vezes em 15 dias pela Grécia para dar com Sampaio uma comenda ao brasileiro. Já não bastava os monólogos do Jesus aos peixes na tv dos bimbos, que a Imprensa do regime, de cócoras e sem calças, serve em prato requentado, agora temos o cicerone do choque informativo a querer repôr a verdade dos factos.

Temos, partanto, que os nossos penáltis são mais válidos que os penáltis dos vossos...
Da mesma forma, o tudólogo aqui ilustrado acha que os 8 pontos de atraso do Sporting para o Benfica afastam os leões do título. "Matematicamente é possível, mas...", balbucia entre duas trincadelas ferozes na chiclete com a boca aberta. Como sabe de matemática, os 8 pontos de atraso do 2º classificado para o líder sereníssimo valem menos e sem pressão - "Temos a pressão de não poder perder mais pontos, tolerância zero para a 2ª volta", alvitrou e lá teve a arbitragem conveniente para não se atrasar logo à partida como o outro que em 45 pontos queria fazer 46 talvez a contar com um extra de secretaria...

É irrelevante, e bem escondido atrás dos números, que os 8 pontos de atraso do 2º para o 1º equivalem, pelo regulamento que dá primazia ao despique directo e vantagem a quem já deu cincazero, a 9 pontos; já os 8 pontos de avanço do 2º sobre o 3º podem ser anulados, face a um resultado menos desequilibrado no confronto directo entre ambos os dois (1-0 salvo erro)...

Partanto, quando vocês têm penáltis a favor os árbitros tão com vocês, mesmo que um mesmo árbitro assinale dois penáltis contra vocês em dois jogos diferentes, ambos os dois em casa, ambos os dois no último minuto, no mesmo ano da graça de 2010 (Leiria em Janeiro e Setúbal em Dezembro). Sim, esse mesmo El mano que agora nos permitiu dar uma lição de moralidade saloia em Coimbra e isto antes de recebermos o Olhanense agora já com Jardel do nosso lado e não na bancada supostamente a torcer pelos hoje ex-colegas...


Pa concluire, partanto, que no forno interno da instituição se marcarmos golos em fora-de-jogo estático, como com o Braga apitado pelo Paulo Vigarista em 2008 com o David Luiz especado na área para a marcação de um livre que desviou de cabeça para a baliza, sem ser preciso replay mas uma dose extra de vitamina e óculos de preferência para o novo fiscal-de-linha amigo do povo Sérgio Serrão compadre madeirense do El mano que nos ajudou a despromover o Boavista pela queixa feita num jogo pelos axadrezados que perderam 3-2 na Luz e acabaram com 9, então tá tudo bem.

Como tá bem que possamos argumentar, com a ajuda incomparável da Imprensa lisbonense, que se marcámos em fora-de-jogo e com a mão - naquele lance por tantos imaginado mas a acontecer no último minuto para derrotarmos o nosso grande rival -, a verdade é que tivemos dois penáltis a favor que o árbitro não concedeu.

Porque isto de ver as coisas só para um lado não pode ser, excepto quando reclamámos um falso penálti do Yebdá sobre o Lisandro mas esquecemos um penálti não marcado do Reyes sobre o Lucho; ou vemos a Imprensa Impoluta da Verdade Desportiva a valorizar o golo mal anulado ao Moreirense para esquecer que antes o Hulk foi derrubado e não foi marcado penálti, ou o árbitro que inventa um penálti pó Porto nos descontos quando está 1-0 pó Porto e é um escândalo mesmo depois de Hulk ter sido travado em falta na área e F. Anunciação devia ser expulso mas nem houve penálti nem 2º amarelo a 12 minutos do fim em Paços de Ferreira.

Partanto, continuamos em grande e enquanto a APAF quiser manter a "cãopetitividade na Liga, já que não podemos nem a voltar como nos velhos tempos recentes a jogar contra 10 mas a andar com as calças na mão e todas borradas, ainda estamos aí para as curvas.

Pena é - mas isso é das "bolas quentes" e "bolas frias", porque as do Carlos Castro já não contam como se alguma vez tivessem contado para alguma coisa - que nos dêem a oportunidade de jogar, porventura, a 2ª mão das meias-finais da Taça em casa com o nosso adversário, a 20 de Abril, talvez quando já tenhamos perdido o campeonato mas se a APAF fizer uma forcinha mais ainda será possível recuperar a olhos vistos ou a olhos cegos, como em Coimbra.



16 janeiro 2011

Nem à falta de CR7 se falará de Hulk-mais-de-um-golo-por-jogo Incrível





Não terá havido ópera em lado algum, se quisermos desvalorizar a brilhante vitória do P. Ferreira em Alvalade e o gordo resultado do Beira-Mar em Leiria. Mas o Dragão respirou calmamente em mais um jogo da Liga. Se não foi um concerto em "allegro", não deixou de ser uma serenata em "pianissimo", com um pico de emoção a terminar a primeira "ária" com dois golos de rajada para um "score" com o contributo do trio diabólico de cordas do costume a dar música a toda a gente.


Alguns quiseram glosar uma espécie de "ópera bufa" a ver onde era melhor cantada, mas as dificulades para ganhar não se sentiram no Dragão, onde o FC Porto ficou a dever a si próprio a goleada da ronda com uma mão cheia de oportunidades (mal) perdidas, por infelicidade ou aselhice, depois de confortavelmente instalado num 3-0 que não deixava dúvidas a ninguém, apesar de demorar a mexer no marcador.



Com Varela-Hulk-Falcao reunidos para a carga da brigada ligeira, o golo rondou sempre a baliza navalista, apesar de os regressados Varela e Falcao acusarem falta de ritmo. Com Fucile igualmente "emperrado" na lateral-esquerda e deixando-se banalizar ao ponto de, entre várias asneiras defensivas, voltar a cometer um penálti infantil (como o do último minuto com o V. Setúbal) a merecer sério puxão de orelhas, o resultado não espelha a superioridade portista que foi contundente em eficácia antes do descanso e ineficaz depois do 3-0 com tanta bola perdida ou mal finalizada diante da baliza. Acabou 3-1 quando nada o fazia prever, mas a vitória ficou garantida antes do intervalo.


E mais uma jornada passa, o FC Porto sempre confortável a remediar os seus pequenos males internos enquanto o calendário, apesar de apertado neste mês, propiciar adversários macios, ao contrário do P. Ferreira e Marítimo a fechar a 1ª volta.


Hulk fez dois golos mas continua a merecer menos destaques nas capas do que jogadores de outros campeonatos, contando agora mais de 1 golo por jogo ao bisar, mais uma vez, nesta partida e com dois golos de belo efeito. O primeiro após tabelinhas sucessivas de Moutinho-Belluschi-Falcao-Belluschi-Hulk a finalizar de primeira num dos golos mais bem conseguidos colectivamente em todo o campeonato. Após o intervalo, um lançamento longo à mão de Helton foi mal controlado por Orestes e Hulk fugiu-lhe para um golo com apenas dois intervenientes. Já o FC Porto tinha aberto o activo na sequência de um lançamento lateral que apanhou a Naval a dormir na forma, Varela servindo Falcao para empurrar sem problemas.


Hulk já leva 16 golos em 15 partidas disputadas. Na circunstância, por motivos familiares no Brasil, falhou o jogo com o Beira-Mar da 1ª volta, precisamente o próximo adversário. Isto de mais de um golo por jogo no dia em que o Real Madrid baqueou em Almeria (1-1) e teve de correr atrás do prejuízo, distando agora 4 pontos do Barcelona que, hèlas, ganhara em Almeria 8-0 e o fanfarrão Ronaldo fizia que não marcavam 8 golos ao Madrid: na verdade ñão faltaram muitos e houve quem, após a "manita", tivesse ensejo de prometer os três em falta para a 2ª volta no Bernabéu.


Para dizer que há jogos que correm mal quando menos se espera, como já aconteceu aqui e ali com o FC Porto mas sem motivos para alarme, apesar da impaciência descontrolada de um sector de adeptos aos quais falta uma certa noção das realidades ou confundem desejos com a mesma realidade, seja a que lhes impingem sob rótulo publicitário ou porque acreditam, sabe-se lá, em Jesus mesmo depois do Natal e a despeito de tantas promessas terem há muito sido soterradas no que é a competição pura e dura.



Fernando e Mariano também voltaram a jogar uns minutos, tal como James, pelo que não tarda teremos ópera de novo com a orquestra afinada e completa. De momento, sem deslumbrar, piano piano se va lontano, no lema do líder sereníssimo. Tomara outros poderem desfrutar assim. Leio por aí que houve fora-de-jogo e mão no golo do Benfica em Coimbra mas as capas dos jornais também devem falar de outra coisa qualquer que não um árbitro como o que o Rascord arranjou para ilustrar a derrota leonina merecida com os pacenses.

14 janeiro 2011

Tempestade num copo de água: sim, qual é o problema com a equipa e o momento?

Já é a segunda vez que tenho de recorrer à gravação integral da conferência de Imprensa de AVB no Olival para o lançamento de um jogo.

Duas vezes numa semana. Para o jogo da Taça, quis certificar-me da sua "gaffe" sobre nenhuma equipa ter ganho a prova três anos seguidos.
Hoje, ao ler um reparo, no Maisfutebol, ao treinador do FC Porto, por uma "blague" incidindo na alegada preferência clubística de um jornalista presente (que me pareceu ser da RTP, pela voz que se ouve no filme), lá tive de escutar para ouvir melhor.
Coisas sem importância alguma. Uma e outra. Mas, pior, não percebi se alguém quis fazer uma tempestade num copo de água, obrigando o treinador a sublinhar não ver que a equipa e o momento que atravessa possam deixar preocupados os adeptos. Alegadamente, porque na 4ª feira houve assobios e impaciência nas bancadas do Dragão, talvez por ser frente ao modesto Pinhalnovense que podia ter levado uma cabazada mas aguentou o 0-0 até aos 78'...
Acho que AVB respondeu bem: qual o problema com a equipa? qual a dúvida sobre o momento de forma? de que modo os resultados criam tanta insatisfação? porque não se regista empatia do público com a equipa?
Para ouvir aqui:

Eu não percebo, nem pressinto que haja mal-estar. A equipa corresponde perfeitamente dentro do campo. Foram alguns de 15 mil e tal adeptos que assobiaram? Estará a ser reposta a turbulência que há um ano diziam ser orquestrada de adeptos estranhos no Dragão?
Não sei, mas isto não tem pés nem cabeça. Como é ridículo o "Abaixo" que apontaram a AVB no Maisfutebol. Porque o técnico brincou evocando o clubismo diferenciado, claramente em tom informal e sem azedume ou acinte pessoal para o visado.
Há coisas mesmo fora de proporção. Mas, como sempre, resposta só no campo. Ganhar.
AVB FOREVER!
Ah, achei curioso e custa-me acreditar, isso sim, que AVB pretenda treinar apenas por mais uns 15 anos. Palpitou-me que, por ele, seriam sempre no Dragão. É o lugar que quis e mais deseja ainda hoje. Um Guardiola, homem da casa e identificado com a causa. Portista. É dos nossos. Por muitos anos. Prefere, se sair, abraçar desafios no Japão do que em Itália ou Inglaterra. São opções. Mas a escolha do coração é definitiva. E isso pareceu-me evidente.
DESAFIO DE SEGUNDA CIRCULAR
Eu acho que, depois ds bacoradas e promessas furadas do "mestre das tácticas" a garantir nas jornadas iniciais que o seu Benfica era o mesmo, jogava igual e iria ser campeão, Paulo Sérgio tem feito um duelo "interessante" na Segunda Circular para as piores frases da época: depois de, antes de receber o Braga, ter afirmado "todos gostariam de estar no nosso lugar", o 3º na tabela, hoje propõe-se para a 2ª volta http://www.abola.pt/nnh/destaque.aspx?id=242092&zona=1 "fazer 46 pontos em 45 possíveis#.
É o esférico rolando sobre a erva dada a comer aos ruminantes...

13 janeiro 2011

Desfaçatez e chicos-espertos

Ainda a propósito do tema do dia de ontem, uma transferência anunciada "em cima" de um jogo entre o comprador, mais forte e rico, e o vendedor, pobre e obrigado a vender um bem do qual só detinha pequena parcela estando irremediavelmente fragilizado no negócio, registei, vendo esta manhã a reportagem tv creio que na RTP, a pergunta do intrépido repórter e a resposta que o deixou desarmado, para não dizer... "descolhoado".

Pareceu-me ser a voz do contestado, ainda que emproado, Hélder Conduto, mas isso interessa menos e não estou para o confirmar.
Falando com o presidente do Olhanense, Isidoro Sousa, a questão foi implacável, à moda de lá de baixo para uma manobra de diversão que desviasse as atenções para outros quadrantes, um deles "lá no Norte" como diria um destacado chefe de esquadra local, além de "legitimar" a contratação, sem mais, acabada de fazer ao arrepio de bom-senso e ética desportiva.
- O FC Porto e o Sporting estavam interessados [em Jardel]?
- O FC Porto não, quanto aos outros não posso dizer!...
E, prontos, esboroou-se a hipótese de uma polémica atirada para o outro lado do campo. Quando for apresentado na Luz, já ninguém vai insistir se porventura o Sporting chegou a mostrar interesse em Jardel. Como, entretanto, o central brasileiro ainda deve jogar em Guimarães pelo Olhanense, a provar o ridículo disto tudo, quando chegar ao novo clube estará tudo esquecido e é bem capaz de dizer, sugestionado por outro chico-esperto da saloiice pegada, que o FC Porto quis desviá-lo.
É quase certo, ou isso ou que o Benfica é o mais grande clube do mundo.

Repetido, mas esquecido (II)

Podem estranhar a foto aqui e nem conceber porquê. É a modos como fazer de conta que o moço da foto não era portista desde pequenino e até apanhou o nome de guerra "Gomes" para o futebol se calhar pelo brasileiro Jorge Gomes, o primeiro estrangeiro a jogar no Benfica procedente do Sp. Braga em 1979 salvo erro - e não do dragão bi-Bota de Ouro Fernando Gomes...

É fácil enumerar os casos de jogadores contratados pelo Benfica"em cima" de defrontar o clube onde jogam. Marcel, Jorge Ribeiro, Makukula, estes até a falharem penáltis contra o seu futuro clube..., agora Jardel, o central do Olhanense que, a despeito de ser poupado no jogo para sua segurança, não apaga o mau exemplo que, mais uma vez, tudo isto encerra mas quase ninguém critica. Fábio Faria tinha sido o caso mais recente, pouco antes de o Rio Ave defrontar o Benfica na última jornada em que se decidia o campeão da época passada, na Luz.






Mas se quiserem ajuda, eu remonto a 1995 um caso idêntico, com o mesmo clube protagonista. Portanto, isto é antigo e dá resultados. O comprador safa-se sempre no campo e não é sujeito a coro de críticas que uma sociedade digna e não amordaçada e vesga não pouparia na Europa civilizada.
Nuno Gomes está para deixar o Benfica. Vai para uns 14 ou 15 anos que foi comprado e anunciado precisamente num dia de Boavista-Benfica. Ficou 0-0 e, se forem às crónicas da época, verão que o então jovem boavisteiro de Amarante falhou, isolado ante Preud'homme, quatro situações de golo. Não é que tivesse de os marcar todos, o guarda-redes belga era muito bom, mas em situação normal, com uma mente serena, sem a pressão de um contrato já assinado com o futuro patrão e a equipa que nessa noite defrontava no Bessa, Nuno Gomes marcaria uma dessas oportunidades.
É só para lembrar, porque há muita gente esquecida que gosta de pôr lama na ventoinha quando se trata de julgar os exemplos dos outros clubes, nomeadamente o FC Porto.

Repetido, mas esquecido (I)

Acabei de ver nos jornais que houve um derrube a Hulk pelo guarda-redes Pedro Alves (8') mas nenhuma tv mostrou o lance. Como não vi a 1ª parte do jogo de ontem, nada posso dizer. É uma situação clássica de penálti, mas os corpos dos jogadores podem perfeitamente encobrir a bola e o árbitro ficar na dúvida e, assim, nada assinalar.


Agora, vi as imagens na tv e aquele penálti sobre James, não assinalado, tem foros de escândalo.
Não sei que raio de justificação algum árbitro pode encontrar para não marcar uma falta daquelas (32' de jogo). Não consigo imaginar o que um árbitro diria para não ver um lance tão evidente. É imperdoável.
Contudo, é repetido. Já na recepção à U. Leiria, a despeito do 5-1 final, há uma falta idêntica na área sobre Varela. O árbitro, Vasco Santos, nada marcou. Quase no final, em lance idêntico, marcou penálti, e bem, contra o FC Porto.
Partanto, fala-se muito de penáltis e vemos lances repetidos e não marcados, em jogos diferentes, por árbitros diferentes. Lances que não suscitam dúvida alguma, que os jornais nem sequer escamotearam.
É muito difícil ser coerente, requer uma força mental e um conhecimento de nós próprios enorme mas que nos identifica com a vida.
É mais difícil ainda, ao que parece, ser honesto e a história contemporânea e política do País comprova-o à saciedade. Requer uma força moral e um nível intelectual que rareiam e, tudo somado, faz descer o País ao nível rasteiro a que chegou.
É também o mal da arbitragem portuguesa. Sem vergonha.
O clamor do "parece proibido marcar penáltis a" ou "é mais fácil marcar penáltis a favor de" uma equipa já resulta, a começar a 2ª metade da época.
No primeiro caso, Maxi Pereira cometeu mais um penálti, mais uma falta das muitas que passam impunes e sem acção disciplinar. Não interessava para a economia do jogo, que podia acabar 5-1 para o Benfica e nada de relevo significaria.
No segundo caso, é mau se se verificar que os árbitros deixam de marcar penáltis a favor do FC Porto. Começam a ser vários os casos gritantes de cegueira, a juntar aos gritos lancinantes de quem gosta de fazer as coisas por outro lado. E pode ter alguma coisa a ver com a outra. Não tarda e saberemos.

12 janeiro 2011

Ufff!, tou mais descansado e ainda bem que não dá azo a más interpretações e lições de moral dos do costume...



http://www.maisfutebol.iol.pt/benfica/olhanense-"Jardel no Benfica só depois de Guimarães"...
Nem é o Jardel mesmo,
(aquele que serviu de bandeira eleitoral para uns ganharem eleições no seu clube que tem tantos exemplos de verticalidade, lisura de processos e honradez face a todos aqueles que não podem nascer duas vezes...)
Nem é... anedota.
É em Portugal, vem aí o Carnaval e ninguém leva a mal.
em tempo: o desfazer de um mito
Não há nada como o efectivamente...

O«bis»gado Hulk


Não vi a 1ª parte. O 0-0 ao intervalo apressou-me e lá recorri à net. O 1-0 só aos 78 minutos, 0 2-0 nos descontos. Parece-me que não haverá muito a dizer. Mesmo que, com 0-0, Kieszek tenha feito uma grande defesa, porque também merece o destaque até por ser um casual herói improvável. Mas foi Hulk, com uma bomba e um pequenino petardo que quis adornar em jeito, a figura do jogo, claro. Não se sentiu bem na pele de ponta-de-lança e foi estranho ver Walter no banco e a entrar já depois do 1-0...
Bem, talvez haja algo mais a dizer. Ainda que tenha perdido metade do jogo. Do que vi, e destes lances mais flagrantes, pareceu-me um jogo estranho. Muito bizarro mesmo. Nunca vi Miran correr assim quando chegou a Portugal ainda jovem, rotulado de espécie de Jardel, lembro-me do seu tempo apagado no Braga e outro também pouco vistoso no E. Amadora. Disputou um carrinho com Sapunaru a meio da 2ª parte, depois foi a correr estorvar Fernando fazendo falta, parecia um leão e já deve ter 30 e tais. Pareceu-me estranho. Cheguei a duvidar se aquilo era futebol, com muitas placagens. Estranho era, até porque os de azul-e-branco tinham uma complacência do árbitro que nunca vi. Eram faltas repetidas e até corte deliberado com a mão não deu amarelo. Os de azul-e-branco deverão ser muito elogiados, mas atravessavam-se à frente dos adversários de amarelo só para simularem um mergulho e terem a falta compensadora da sua espertice. Pedro Alves, aquele que ocasionalmente aparecia nuns jogos da I Divisão e julgava já estar retirado das balizas, somava intervenções de valor. Nunca é tarde para ter um jogo memorável, mas já nem sei a sua idade.
Pareceu-me tudo estranho. Guarín a falhar todos os passes e uma antítese do que foi no sábado passado. Emídio Rafael sem passar nem receber em condições, James muito trapalhão, todos algo precipitados a procurarem o remate. Ao lado, noutro visor, assistia ao tiki-taka do Barça e mais uma "manita" agora ao Bétis sem Ricardo, não sei se Nélson jogou mas não me pareceu. O FC Porto padeceu de alguma ansiedade na hora de rematar, ficando-se pelos tiros de longe. Estão a resultar, mas é falta de alguém na área. Não há Falcao (regressa domingo), Walter no banco. Vá lá que acabou tudo em bem. Mas agradeçamos ao Hulk, mais uma vez. Ai se jogador de outras equipas tivesse este registo de golos: nem aproveitando a capa e contracapa dos pasquins chegava espaço para o Incrível desequilibrador.

André, hoje é o recorde de jogos e no Jamor será o nosso primeiro tri na Taça

André Villas-Boas, de novo sem "rede" ou "mal acompanhado", cometeu ontem uma "gaffe" ao dizer que nenhum clube português ganhou a Taça de Portugal três anos seguidos. Ganhou sim, o Benfica e por duas vezes, primeiro nos anos 50 quando o Sporting dos Cinco Violinos ganhava campeonatos (o seu Tetra em 1950-53), depois nos anos 80 (85-87).

O FC Porto aponta esta época ao seu primeiro "tri" na competição, isso sim, mas quando hoje entrar em campo para receber o Pinhalnovense, para os 1/4 final num dia em que se disputam (três) jogos atrasados da ronda anterior para actualizar a prova com mais jogos atrasados no dia 26 de modo a chegar-se às meias-finais a 2 de Fevereiro (1ª mão) com as quatro equipas conhecidas para a recta rumo ao Jamor, o FC Porto bate o seu recorde de jogos consecutivos na prova. A saber, recuperando os anos das duas vitórias com Fernando Santos e a interrupção com Octávio que seria substituído por José Mourinho ainda em Janeiro de 2002:

17 JOGOS
1999-2000

Ribeira Brava (f) – 4-0
Sp. Braga (c) - 4-1
Isento 1/8 final
Fafe (c) - 3-0
Rio Ave (c) - 3-0
Sporting (Jamor) – 1-1 e 2-0
2000-2001
Atlético (c) - 2-1
Felgueiras (f) – 3-0
Benfica (f) – 1-1
Benfica (c) - 4-0
Bragança (f) – 2-1
Sporting (c) - 2-1 (a.p.)
Marítimo (Jamor) – 2-0

2001-2002
E. Amadora (c) - 3-0
Santa Clara (c) - 2-1 (a.p.)
Ac. Viseu (f) – 4-0
Sp. Braga (c) - 1-2 (1/4 final)
o jogo em meados de Dezembro no qual Cajuda atendeu, no banco, uma chamada de telemóvel; Octávio seria afastado após derrota no Bessa um mês depois...
18 JOGOS
2008-2009
Sertanense (f) – 4-0
Sporting (f) – 1-1 (5-4 g.p.)
Cinfães (f) – 4-1
Leixões (c) - 1-0
E. Amadora (c) - 2-0
E. Amadora (f) – 1-2
P. Ferreira (Jamor) – 1-0
2009-2010
Sertanense (f) – 4-0
Oliveirense (f) – 2-0
Belenenses (f) – 2-2 (10-9 g.p.)
Sporting (c) - 5-2
Rio Ave (f) – 3-1
Rio Ave (c) - 4-0
Chaves (Jamor) – 2-1
2010-2011
Limianos (c) - 4-1
Moreirense (f) – 1-0
Juv. Évora (c) - 4-0
Pinhalnovense (c) - 1/4 final

Bom proveito.

Pinto da Costa anda mesmo glorigozo


Há quem leia as recentes palavras de Pinto da Costa na festa da casa do FC Porto de Espinho, já um clássico nesta altura do ano, como o tocar a (re)unir as hostes portistas com vista à 2ª volta e a metade que falta na época. O líder portista, além de falar de galinhas e urubus que viu numa praia em Fortaleza (Brasil), dizem que apelou aos adeptos, como se não fosse preciso apelar à equipa e ao staff técnico, alertando para os ataques que supostamente o FC Porto receberá - como se isso fosse novidade.
Dizer que "querem-nos dividir" ou "tudo farão para nos criar dúvidas" e, ainda, que pretendem desviar o FC Porto "da rota do título", quanto a mim, não é um alarme.
É um gozo. Simplesmente um glorigozo. Há um ano, por esta altura, Filipe Vieira apelava nesses termos aos benfiquistas. Fazia manchetes de jornais e pedia mesmo para "deixarem-nos ganhar no campo" enquanto nos lembrávamos do mesmo em 2004-2005... Logo nos tempos seguintes às peripécias do túnel da Luz, uma vitória irregular sobre o FC Porto antes do Natal e o proteccionismo de Bruno Paixão a fechar a 1ª volta na visita ao Rio Ave que foi espoliado do empate.
Pinto da Costa limitou-se a repisar as palavras de LFV. Mais nada. Não deu tom dramático ao discurso. Não enfatizou a cruzada do inimigo. Não empolou a circunstância, natural, de os rivais lutarem pelo título e desejarem afastar o líder do topo da tabela. Mais, ao aludir às dúvidas, PdC goza com recente declaração de Javi Garcia, que alimentou a expectativa de o plantel dos dragões "ficar com dúvidas" sobre a sua capacidade após a primeira derrota da época.
Quem não percebeu isto continua a não entender o tom e a ironia mordaz de Pinto da Costa.
O que faz dele, não o tipo da ironia fácil que agora disfarça muito bem, segundo o perfil consabido que lhe dedicaram há muitos anos quem não muda o seu discurso e sentimento para com o presidente do FC Porto, uma figura inimitável. Para o qual também nunca haverá... clones.
E diverte-se à brava, como sempre. Agora até sem que quem o ame ou odeie o detectar. Sublime.

11 janeiro 2011

Marc Batta português*


* excepcionalmente, pelos factos e a figura em questão, a rubrica "Bin Laden ou Nobel da Paz" é a mesma mas com um título e um cognome apropriados

Tem cara de bimbo e porta-se como tal. Xistra não defraudou as expectativas. Foi igual a si próprio no Porto-Marítimo. Na esteira do que costuma fazer nos jogos do FC Porto. Independentemente de André Villas-Boas ter tido ou não oportunidade de lhe dar "uma palavrinha" pelo sucedido em Guimarães e do qual o treinador do FC Porto se retractou publicamente de uma crítica injusta (assumindo até o odioso de uma má informação de terceiros), o Xistrema esteve no Dragão, indiferente a salamaleques de circunstância.
A marcação de uma falta ao contrário pode acontecer a qualquer árbitro e nenhum escapa a um mau julgamento de um lance. Com Xistra, em jogos do FC Porto, é já vulgar. De uma assentada, deu um amarelo a Sapunaru quando foi este a sofrer falta numa dividida com Djalma. Pior, ironicamente, do livre nasceu o golo maritimista.
O julgamento das faltas, e amiúde a consequente acção disciplinar, é um caso patológico nos árbitros portugueses. Xistra, com o FC Porto, padece de esquizofrenia. Desonesto por natureza, é vil na forma cínica como avalia os lances. Após jogos a fio em que deixa dar porrada, às vezes calamitosa, nos jogadores portistas, Xistra permitiu alguma rudeza também aos do Marítimo. Só após repetidas faltas mostrava amarelo. Mas, mais uma vez nesta 1ª volta da Liga, os adversários não acabam em inferioridade numérica. A excepção foi Luisão, do Benfica, por uma cotovelada tantas vezes impune nele e noutros da sua agremiação, o único jogo em que o FC Porto acabou a jogar contra 10.
Mas Xistra teve, ainda, a cereja no cimo do bolo. Permitindo o golo maritimista de forma aviltante, com dupla penalização para o FC Porto pelo amarelo a Sapu e o golo do livre mal assinalado, Xistra mostrou como lê mal os lances e não tem sensibilidade para a função, com ou sem insígnias da FIFA. Aquela era quando muito uma jogada dividida, sem maldade de algum dos intervenientes e, logo, sem acção disciplinar.
Minutos depois do 1-2 do Marítimo, Guarín fez o 3-1 para o FC Porto. Festejou normalmente, recorrendo a um chapéu de alguém, que nestas coisas a surpresa sucede sempre por estar prevista, ou apostado, ou sonhado de algum modo que tal momento de celebração sairia nalgum tempo, nalgum jogo e alguém vai munido para o banco dos artefactos imaginados para a ocasião. Nada de mal ao mundo.
Xistra deu amarelo a Guarín por festejar. Um cartão que só se justifica, não pelo chapéu, porque poderia ser uma garrafa de água ou uma esfregona, um punho no ar e uma pirueta, um mortal para a frente ou para trás que nunca são punidos. Com excesso de zelo como tem sempre com o FC Porto, Xistra considerou exagerados ou exuberantes os festejos. Esta é uma noção discricionária que os regulamentos permitem aos árbitros, cheia de subjectividade. Pelo chapéu, pela demora (mas pode ser compensada em tempo e até agravada porque só o relógio do árbitro manda), pelo amontoado de jogadores, só um cínico imbecil se atreve a dar um amarelo sem nada de extraordinário na ocasião que o justifique. Porque não é pelo chapéu que se dá um amarelo, é pelo protagonismo do árbitro que influenciou o resultado antes e pareceu incomodado por não ter influído depois, conseguindo o FC Porto repor a vantagem.
Há instruções claras em aspectos de festejos, como mostrar camisolas interiores com qualquer tipo de mensagem. Mas, lembro bem, Iniesta não viu amarelo a marcar na final do Mundial e evocar a memória de Dani Jarque, que ainda há dias lhe mereceu uma ovação do público rival do Espanyol por ter tido esse arrojo e na ocasião que foi. Iniesta não viu amarelo, embora a situação fosse clara mas ninguém fez o reparo, porque cairia mal fazê-lo. Outra situação tipificada claramente nas regras é tirar a camisola ou mesmo apenas tapar a cara com ela. Isso sim, não implica com a subjectividade de um árbitro, é um facto em si e distinguível o suficiente para ter acção disciplinar, objectivamente.
Então, Xistra deve ter dado um amarelo pela primeira vez por um festejo num golo que não foi por tirar a camisola, mostrar uma inscrição numa t-shirt interior ou tapar a cara com o equipamento que enverga.
Mas Xistra já se tinha mostrado como é, cretino, quando mostrou a Jorginho um amarelo por demorar a sair do campo numa substituição. Na altura assinalei-o aqui, mas ninguém pareceu compreender ou aprender a lição. O caso era bem conhecido, infelizmente, dos portugueses. Para quem não se lembra, foi no tempo de Adriaanse, o FC Porto ganhava 2-0 e se risco passou a existir no resultado foi apenas porque Xistra inventou um penálti de Marek Cech por falta inexistente a permitir o 2-1 à Académica...
O árbitro Marc Batta expulsou Rui Costa em Berlim, ao sair para uma substituição. Com o 2º amarelo no jogo, Rui Costa deixou Portugal com 10, a ganhar 1-0 a poucos minutos do fim. Não pôde ser rendido. Kirsten empataria pouco depois e o 1-1 final atrasou Portugal que não se apurou para o Mundial-98. Batta ficou bem conhecido dos portugueses. A idiotice de dar um amarelo naquelas circunstâncias, trocando até pela bravata que poderia dar-lhe de acrescentar longos minutos de descontos ao jogo de apuramento na Alemanha sem que alguém pudesse levar-lhe a mal, ficou para amaldiçoarmos isto e aquilo. Mas não aprendemos e temos macaquinhos de imitação até para isto.
Com o amarelo a Guarín por cretinice adveniente de excesso de zelo, Xistra foi igual a si próprio, depois da asneira, quase parecendo deliberada, do mau julgamento de um lance em que Sapunaru sofreu falta, saiu lesionado e levou um amarelo, com o FC Porto a sofrer um golo escusadamente.
Não iria passar a semana sem tocar nesta arbitragem de novo inquinada com preconceito arbitrário com o FC Porto.
Pouco a dizer nos outros jogos dos grandes, acho que Bruno Paixão voltou a fazer uma arbitragem de alto nível em Alvalade, no Sporting-Braga. Parece tão distante do burro ignóbil que o distinguiu por mais de 10 anos, uma transfiguração inverosímil de um tipo que, afinal, tantas críticas merecia de todos os quadrantes como árbitro medíocre. Tenho notado que está muito diferente, sereno e competente. Xistra, por exemplo, é o Burro Paixão de há alguns anos atrás...
Quanto a Duarte Gomes, como vi pouco do Leiria-Benfica não me posso pronunciar. Não houve erros com influência no resultado, ainda que me afiancem que não puniu devidamente os habituais caceteiros da Luz que prevaricam e seguem impunes. Mas isso também já é normal. O Benfica é que se desabituou de não ter tantos adversários expulsos como na 1ª volta da época passada. E estranhou tanto que se atrasou...

10 janeiro 2011

Dourinho para os portistas se sentirem pequeninos...

Ainda deve ser reconhecido aos portistas como o tenho tratado, afectuosamente, como o Nosso Zé. Por sinal, o Nosso Zé da Europa, o título pelo qual ficou famoso José Travassos, dos Cinco Violinos do Sporting depois de ter integrado uma Selecção da Europa num jogo de homenagem nos anos 40, como era então típico.
Eleito o Melhor Treinador do Ano, pela primeira vez instituído tal prémio a nível oficial pela FIFA e o semanário France Football, José Mário Félix não abriu agora uma porta ímpar. Para muitos abriu-a com a emancipação no Chelsea onde foi bicampão inglês. A tripla consagração com o Inter - a despeito de me ter desagradado como nunca o escondi pelo jogo vergonhoso com o Barcelona na Champions e uma quase inevitável ajuda do português Benquerença na 1ª mão em S. Siro, como também não me esqueço - dá-lhe a justa recompensa com este título.
Ouvi a notícia na rádio do carro, apanhei a Antena Um com emissão especial e senti-me pequeninho. O Nosso Zé, para os portistas, aquele que ergueu o FC Porto e com ele ascendeu ao topo europeu, há muito deixou de ser odiado e maltratado. Desde 2004. Quando deixou as Antas - "Presidente, deixe-me ir embora daqui", gritado de forma lancinante a 31/1/2004 no final de um conturbado Sporting-FC Porto -, Mourinho mreceu a admiração do País. Subitamente, ele que era só do FC Porto, passou a ser do País que, antes, não o queria a ver substituir Scolari numa titubeante Selecção Nacional que se preparava, com a indiferença geral, para o fracasso na estreia do Europeu em solo pátrio.
Hoje senti, cada vez mais, que Mourinho é dos Portugueses, mas não do FC Porto. Só Chelsea para aqui, Inter para ali, Real Madrid para acolá. Ah, falava um tal Capristano que foi dirigente do Benfica que apostou num ex-adjunto de van Gaal (e Robson) no Barcelona. Pois, auguravam-lhe um "grande futuro". Um ex-presidente sadino, Fernando Oliveira, evocou quando, por lhe reconhecerem inatas qualidades, logo meteram o jovem Mourinho a treinar os juniores, sem passar pelos escalões etários inferiores. E, de novo, Capristano, tantos elogios, uma maravilha, um percurso e tal, génio assim e um senhor assado, até parece que o percurso de Mourinho no Benfica nasceu e morreu com o 9º e último jogo disputado pelos encarnados, num derbi com o Sporting (3-0).
Vale a pena não gastar tanto latim em elogios e poupar na memória de 3 vitórias apenas em 9 jogos pelo Benfica. Começou com uma derrota no Bessa, 0-1, passou por um empate em casa com uma equipa mediana qualquer e a primeira vitória foi um escândalo de 1-0 contra o Belenenses, graças ao viseense Isidoro Rodrigues, a 15/10/2000. Um jogo vergonhosamente desequilibrado pela arbitragem na esteira do primeiro triunfo a sério de Mourinho, que depois passaria por levar 3-0 no Marítimo antes de dar 3-0 ao Sporting e desentender-se com o Vilavinho que elegeu Toni como o seu treinador.
Para quem deliberadamente esqueceu que Mourinho conquistou a Europa com o FC Porto em 2004, um ano depois da tripla Campeonato+Taça de Portugal+Taça UEFA inédita entre nós, a que se seguiu a Supertaça na época seguinte e novo campeonato e ainda a Champions... convém recordar o percurso que quiseram enfatizar ouvindo meio mundo como se o Nosso Zé tivesse alguma coisa a ver com o insucesso dos outros.
Pareceu, a espaços, que tinha sido com o Benfica que o agora Zé de todo o Portugal tinha, além de estreado na I Liga portuguesa, conquistado o mundo. E, naquele tempo, parece que remontámos à época bíblica em que é preciso algum evangelho para as pessoas acreditarem, o agora adorado Zé da Europa, o Dourinho actual, como foi massacrado pelos invejosos e truculentos de Lisboa que odiando o FC Porto forçaram Mourinho a desejar sair de Portugal.
O resto... é História.
MESSI. É irónico que de tanto insistirem nos seus, legitimamente, os espanhóis tenham perdido tudo, até Messi superou os colegas Xavi e Iniesta que mais justificavam o "World Player of the Year", especialmente Xavi que eu elegeria. Guardiola e del Bosque perderam para Mourinho. Messi foi a surpresa? Ou a confirmação de que, doravante, vai ser mesmo eleito sempre o melhor do mundo e o troféu fica entregue por muitos e muitos anos porque o argentino é mesmo o melhor do mundo em absoluto?
Também é irónico que foi em Espanha que Portugal se fiou de que organizaria um Mundial... Vai lá vai...
SNEIJDER. Saber que se fosse pela votação dos jornalistas Sneijder teria ganho é de facto um alívio, pois foram então seleccionadores e capitães de equipa que destronaram o flying dutchman do pódio, inexplicavelmente. Esta sim, foi uma martelada mortal. A Bola (ler no post abaixo) surpreendeu-se por CR7 não estar no pódio, mas esta é à maneira portuguesa do "saca-rolhas"...