31 janeiro 2012

O Barça já fala e enquanto o Porto cala revisitamos Rui Costa/Bruno Paixão um ano depois

Enquanto por cá o silêncio portista por Bruno do Caixão é ensurdecedor mas pouco eficaz perante surdos à sua volta, em Espanha o Barça já vai dizendo alguma coisa sobre as arbitragens.
Aliás, só um burro não percebe que o silêncio paga do seu próprio bolso o prejuízo. Mas cá, como lá, quem barafusta sabe por que o faz. Até o pobre Sporting viu o seu director-desportivo não falar dos fracassos de Inverno, entre outros, mas ser capaz de apontar uma perseguição a João Pereira que é mais um insurrecto em campo e destravado da língua para os adversários colegas de profissão.
E no Benfica a estratégia há muito foi montada, como em Madrid. Pressionar os árbitros com antecedência e os clubes adversários também. Jesus pede penáltis como quem masca chicletes e Mourinho aproveita sempre os jogos com o Barça para gerar o caldinho da vitimização para sacar vantagem nos jogos da Liga em que os árbitros impediram o Barça de ganhar ou pontuar.
Se cá temos o Rui Costa irmão do Paulo Costa que Luís Filipe Vieira uma vez perguntou a Vítor Pereira porque nunca foi nomeado para os jogos do Benfica em 2009-2010, em Espanha soube agora que depois do Fernando Teixeira, árbitro do clássico que poupou pelo menos duas expulsões (Diarra e Pepe) ao Real Madrid em Camp Nou, apareceu um José António seu irmão para o jogo da Liga em Vila-Real no último domingo.
Yo no creo en brujas, pero que las hay...

Torto canal

Ouvi hoje cedinho, no zapping matinal em que me cruzei com a reposição de um programa qualquer da noite de ontem no Porto Canal, falarem do passado de Bruno Paixão por causa do jogo de Barcelos com que o FC Porto não quer fazer um molho de grelos. Uns perguntam-se como é possível isto repetir-se, esquecendo que Pinto da Costa apoiou a promoção do cretino a internacional. Mas que queiram fazer de conta que cá não se fazem nem cá se pagam, quer seja para mostrar os dotes de comentadeirice para a função, o que dizer de um pivot seleccionado para o canal dito portista que nem sabe quando foi o roubo de Campo Maior?

Pois é, pasmei a ouvir o mocinho, todo politicamente correcto e que debita as frases todas sequenciais que os mestres do jornalismo actual lhe ensinaram para ficar bem na tv, dizer que teria sido em 1999 "porque em 2000 Jardel já não estava no FC Porto".

O Campomaiorense-Porto foi a 19 de Fevereiro de 2000, começou a perder-se aí o Hexa apesar de Jardel marcar como nunca antes de sair no Verão para o Galatasaray, mas o FC Porto, institucionalmente, silenciou então a revolta, para além das reclamações do final do jogo com o técnico Fernando Santos e um ou outro jogador, como agora optou por nada dizer, como se ganhasse alguma coisa com isso.
Claramente há portistas que têm a esperar muito do Torto Canal, pelo menos que não apareçam jornalistas de fraldas e de preferência evitá-los com menos de 10 anos de idade, já nem digo de profissão.
Amadorismos pacóvios disfarçados de postura corporal correcta e tom de voz a relatar uma procissão.
Entretanto, os profissionais do descrédito apagaram mais um roubo de catedral e gozaram à brava com a cena: dos sites noticiosos a programas de tv com figuras do fede-set nos programas coloquiais da manhã das alcoviteiras, ao queijo de A Bola que perguntava se o FC Porto tinha sido prejudicado em Barcelos e 65% responderam que não...

Linchamento ao FC Porto de novo reprovado em tribunal


Lembram-se do João Carrajola Abreu?
Aquela reunião mafiosa algures em Julho de 2008 para afastar o FC Porto da Champions e o Boavista da I Liga, o que conseguiram neste pormenor, voltou a ser derrotada em tribunal. A sério. Não em fretes do Amaral. Não em tangas e malabarismos com o Benfica a mexer os cordelinhos daquelas marionetas que volta e meia ainda aparecem no futebol. O Ricardo Bosta já só está a borrar mais o sujo Rascord, o tasqueiro Hermínio também deixou a Liga da Treta mas, ó ironia ó maus costumes, reapareceu na FPF de onde o chico-esperto do Merdaíl já foi de vela. A verdade, porém, segue o seu caminho, apesar das parvoíces que gente indecentemente (in)formada não se absteve de cacarejar. Com caracóis na cabecinha de abóbora ou sem os ditos no sótão cheio de merda, com intestino delgado ou grosso, todos podem rever-se na porcaria em que chafurdaram alegremente. Podem assobiar para o lado, repor as conversas do YouTube outra vez, cagar postas de pescada de moralidade bafienta. Dos génios do Porto aos crâneos de Lisboa, ao periodismo parolo e sectário que infectou de morte a pasquinagem febril por acabar com o FC Porto nem o escalpe do Boavista lhes serve. Infelizmente, também por culpa dos "remendados" e bem-feita para eles se coserem assim, ainda têm o cadáver adiado do Boavista.

Deixo a cara do protagonista-mor da farsa federativa para não mais se esquecer a sua similitude com um "caracter" de série cómica...

É pá!, agradeço muito mas deviam trabalhar mais!

Num dia fácil para escrever sobre o FC Porto e sem necessidade de recorrer a trabalhos forçados como arbitragens encomendadas e jornalistas entalados sobre o que dizer de mais um trabalho digno do Bruno e de Caixão, a bluegosfera ficou apática como a equipa de VP em Barcelos.
Agradeço terem dobrado o número regular de visitas, não sei que proveito tiveram, se aprenderam para o bem ou para o mal, mas ficaram todos embatucados e não dedilharam nadinha sobre tantas movimentações no dia acabado há pouco. Uns perderam a foiteza de comentar até para dizer mal, os anónimos do costume vão usando as estrelinhas da praxe para o seu "like" ou "dislike" como se condicionassem o blogger. Ou ainda esperam pelas últimas: O mercado ainda dura mais 24 horas, virá Liedson, Ganso, Djaló ou o último golpe de asa é... Lisandro Lopez? Afinal, não se dizia que Lucho tinha ascendência sobre Licha?

Pois é, também não tiveram vontade de vomitar comentar, as verdades doem como punhais quando queremos ser mais papistas que o Papa e hoje os pasquins também não vão trazer manchetes com a dupla-maravilha engendrada na SAD, como não trouxeram o roubo monumental em Barcelos - afinal, a par do silêncio de lata do FC Porto, que ecoa por todo o lado sobre o seu árbitro-fetiche tão do agrado de Guilherme Aguiar nos tempos áureos de Campo Maior e até de Pinto da Costa que apoiou a promoção do Caixão a internacional.

A Comunicação do FC Porto também não vai apresentar estes jogadores, como não deitou Labaredas sobre algum escrito de A Bola que é da praxe como os remoques do presidente portista apenas dirigidos a Duarte Gomes.
O Jogo dará a dupla-maravilha - mas perdeu o exclusivo numa relação de novo gélida sem o bafo do Dragão - para fazer de conta que o patrão "amigo Joaquim" do Benfica não está interessado em levar o andor benfiquista junto com a APAF, enquanto lhe fica de novo com os direitos televisivos apagando do pasquim as poucas-vergonhas que se têm visto e a última ligada ao Rui da família dos Bostas da arbitragem, made in Porto, mimados por abencerragens desinformativas que por aí andam à cata de favores como bolores.
Os pacóvios portistas já salivam com a visão das tatuagens de Lucho, órfãos também das de Meireles, enquanto se beliscam para saber quem é o Janko na esperança de não ser manco como Kléber em quem confiavam terem confiado na confiança da SAD nesse portento meio bicho da Madeira que nunca se viu a roer fosse o que fosse.
E, como alertava no Gil Vicente-Porto, o que conta doravante é isto mesmo. Ah, à última hora as tv's passaram minutos sem fim o rodapé do Djaló no Benfica. Já sabem as manchetes...

30 janeiro 2012

Isto é o que se chama desistir desta e preparar a próxima época

Guarín confirmado no Inter de Milão e Belluschi no Génova.

Ou é a isto que me referia há poucos dias sobre a preparação da próxima época, uma equipa de transição em curso e um treinador em posição ingrata a quem todos apontam baterias sem verem o óbvio. Procurem por aí que não encontrarão muitas diferenças nas ditas análises pelo mesmo olho cego...

E há ainda quem pense que Lucho e Janko são para salvar a época...

Janko só para consumo interno

Vinte anos depois, o FC Porto incorre no mesmo erro de inscrição de jogadores a meio da época na "janela" permitida para o efeito. Marc Janko não pode ser usado na Liga Europa, pois já jogou pelo Twente nesta competição (Grupo K, que venceu) e o regulamento proíbe que um jogador jogue por um clube sendo proveniente de um clube que tenha disputado a mesma prova ou vá disputá-la de agora em diante (imagine-se que o Twente vinha da Champions para a Liga Europa onde o FC Porto também já está, o efeito é o mesmo). É o parágrafo 18.18 do regulamento sobre a "Elegibilidade" dos jogadores a partir desta fase das competições.
Em 1991, para quem se lembra apesar de serem muito poucos os resistentes e menos ainda os com memória, o FC Porto inscreveu o brasileiro Baltazar, do Atl. Madrid, e desculpou-se depois que não era para jogar na Taça dos Campeões, mas só no campeonato. A Europa perdeu-se logo a seguir, salvo erro com o Bayern de Munique, e Baltazar ainda veio participar, mal, no Porto-Benfica (0-2) em que Artur Jorge trocou os papéis também e meteu Baltazar ao intervalo tirando João Pinto do campo, mudando Paulo Pereira da esquerda para a direita e desguarnecendo a lateral-esquerda por onde Vítor Paneira se esgueirou, com André correndo atrás dele pelo imenso buraco criado, para cruzar para César Brito marcar o 0-1.
Quem diz que a História não se repete e não se cai no mesmo erro? Podem vir desculpar-se que Janko era só para consumo interno. Nem para contenção de danos serve esta SAD.

adenda: Falo no post abaixo em Co Adriaanse, que saiu do Twente no final de 2011. Ligando Adriaanse a um ponta-de-lança, lembro-me que o técnico holandês reclamava um avançado-centro alto e tinha nome: Vennegoor of Hesselink. Também não era grande coisa, apesar de muito alto, acabou por ir para o Celtic e já lhe perdi o rasto. Mas o FC Porto voltar a encarar a aposta num tipo de mais de 1,90m depois do divórcio com Adriaanse na pré-época de 2006 é só mais uma traição do destino. Já agora, se queriam um pdl ligado à Áustria de alguma forma, iam buscar Barazite, um holandês de origem argelina que se evidenciou na Liga Europa pelo Áustria de Viena e acabou de ser contratado por um clube holandês...

A cigarra quis ser formiga no Inverno

Em catadupa, o anúncio de reforços no FC Porto abriu mais um capítulo esta manhã, com a contratação assegurada de Marc Janko. Escolheram um meco de área, faltava decidir entre o austríaco e o holandês Luuk de Jong. Talvez o FC Porto estivesse à espera de Co Adriaanse deixar o Twente para ir pescar a Enschede.
Janko é grande, quase dois metros, mas não é grande coisa. O campeonato holandês esteve parado e a SAD portista também, só agora foi ao mercado de reparação encontrar uma peça alternativa, no segundo mercado. Vamos ter chuveirinho num tempo em que a falta de chuva ameaça a agricultura e irritava o nortenho que não passa sem ela. Mas já temos um gigante para contrariar Onyewu, ainda que tenhamos passado em Alvalade sem sobressaltos ou enjoos de altura.
Depois da inacção do Verão, onde foi a cigarra, a SAD meteu-se em formiguinha no pico do Inverno. Fez bem, Janko, repito, não é grande coisa, não vale sequer uma perna de Lucho que não vem fazer a diferença ao meio-campo que se estava carente de arrumação num overbooking gritante e pouco funcional, agora vai fazer um lifting para esconder as rugas de decrepitude. Mas Janko vale o dobro de Kléber. Kléber, a maior fraude depois de Rentería, vale zero. É só fazer as contas. 
Isto chama-se desespero. Patético. Penúria. Nem é controlar os danos, com notícias, e contraditórias, que os adeptos esperam há muito. Controlar os danos faz a Imprensa do regime, escamoteando os roubos do fim-de-semana. Ah, mas o Porto Canal, tão importante, vai dar informação disto tudo.

Pelo visto vai continuar

"Na semana em que a SAD deu mais um passo no caminho do seu total descrédito, completamente atarantada no mercado de "reparação" em que só se reparou a sua inoperância e completa ausência de ideias e alternativas, risível na busca de um ponta-de-lança e sujeita a vexames brasileiros que expõem o ridículo de toda a época em que se afunda a equipa", comecei assim ontem sobre o jogo do galo...

Parece que precisamos de mais um médio, o que faz sentido depois da abundância deles no início da época, da contratação por 18ME de um moço recém-chegado que só tem jogado a médio e da insegurança posta a correr face à saída iminente de mais médios (Guarín e Belluschi).

Além das parvoíces da semana passada, parece que a nova semana trará Lucho Gonzalez. É bom revê-lo, diz o Marselha que vem por empréstimo e opção de compra de 3,5ME o que é bom para quem o comprou por 20ME. Mas não havia necessidade.

Durante quatro épocas no Dragão, defendi sempre aqui que Lucho era/foi o melhor jogador do campeonato. Acredito que ainda mantém a sua classe. Mas não é para aí que estaria virado o interesse da equipa. Mesmo que tenha deixado saudades e até uma boa maquia na sua venda.

É o descrédito mesmo na SAD. Patético luxo pensarem em Lucho.

29 janeiro 2012

Atiraram a toalha

ACT.: Vi as imagens há pouco e, de facto, há dois penáltis por marcar para o FC Porto e é curioso que Bruno Paixão tenha marcado a mão/braço de Otamendi, encostados ao corpo, e não tenha visto a mão/braço de um gilista na cara de Defour. Mas de Bruno Paixão, que numa Supertaça em Leiria também não viu uma mão de Tonel esticada para a bola, espera-se tudo. Há dois anos também obrigou o FC Porto a despedir-se do título, com um penálti monstruoso negado a R. Micael no Leixões-Porto (0-0). Para quem já viu tudo desse tipo, nada surpreende. Mas no FC Porto nunca se aprende nem ensina. Calar, como venho dizendo, é comer disto. Faltam 21 dias para celebrar o jogo de Campo Maior e tudo vem a calhar.

Na semana em que a SAD deu mais um passo no caminho do seu total descrédito, completamente atarantada no mercado de "reparação" em que só se reparou a sua inoperância e completa ausência de ideias e alternativas, risível na busca de um ponta-de-lança e sujeita a vexames brasileiros que expõem o ridículo de toda a época em que se afunda a equipa, parece nem estranhar-se que também no campo o FC Porto tenha atirado a toalha ao chão.
Não vi o jogo, ou só vi a partir do momento do 3-0 muito bem conseguido por André Cunha, mas do que vi a apatia pareceu-me geral e a incapacidade colectiva gritante. Ou não lembraram àquela malta que ainda havia um 56º jogo para ganhar, ou pelo menos não perder, mas até as coisas mais acessíveis escapam a quem não tem noção do que anda a fazer, dos gabinetes ao relvado.
Por isso do jogo posso dizer pouco, quase nada, embora fique com a impressão de a auto-estima dos profissionais do FC Porto ter-se esvaído. Não sei se por terem visto o Benfica ganhar na véspera com mais um roubo de arbitragem - uma jornada que salvo arbitragens conduzidas não inocentemente poderia mudar o líder, mas ninguém entende porque alertei para as nomeações do vi-te ó Pereira -, admitindo implicitamente que vão levar o andor ao título, ou se a rapaziada de azul-branco até a Bruno Paixão tem complexo, atendendo à vergonhosa derrota de Coimbra para a Taça.
O certo é que, com um ridículo ponta-de-lança e dois laterais comprados por mais de 30ME em que um praticamente não jogou e o recém-chegado não vale nem um quarto do balúrdio disparatado nele investido, o FC Porto entregou o título como se nada fosse, não vi angústia na cara dos jogadores, um miúdo fixado na esquerda estava desenquadrado talvez por ser menor de idade e o treinador não me pareceu mais capaz do que descruzar os braços, quiçá com a falta de iniciativa sentida a montante.
As nomeações dos árbitros fizeram o seu caminho, sem alguém dar por isso, esta jornada carimbou a minha suspeita na íntegra, as investidas brasileiras do FC Porto ficam no fundo do Atlântico e a chover no molhado, mas decerto será o treinador de mãos atadas a levar com as culpas e não os responsáveis que deixaram chegar isto ao deus-dará.
Não chegou aos 56 jogos de imbatibilidade nem a dois anos completos sem perder no campeonato, mas um dia tinha de acontecer e decerto não foi por galo.
Daqui a pouco teremos a Imprensa do regime a querer tirar o 2º lugar com que os responsáveis portistas demonstram estar satisfeitos. O que vale é terem o Porto Canal para levantarem o moral.

28 janeiro 2012

A táctica da antecipação para andar à frente



Depois de há uns tempos a pasquinagem idólatra apostar em cavalos ou errados ou quem nem chegavam a correr, perdendo-se na pista tanto corcel sem rasto, como em baixo e ao lado, os tiros passaram a ser corrigidos. Em cima temos um exemplo recente, antes do Benfica jogar em Leiria. Esta semana, à direita em cima também, até cheguei a pensar que o Benfica ia jogar a P. Ferreira, mas afinal é em Santa Maria da Feira. Contudo, não falta muito para ir à Mata Real. E não tarda, apesar da cedência de jogadores que não jogam, o Benfica ainda vai a Guimarães depois de pagar salários em atraso nos afonsinos. A táctica agora é por antecipação. Nada como ter freteiros boa Imprensa...


27 janeiro 2012

As habilidades do vi-te ó Pereira trazem paixão no bico da águia...

Juro que estive para escrever a meio da semana que me palpitava Bruno Paixão para o jogo de Barcelos, ontem nomeado mesmo para o Gil Vicente-FC Porto no domingo. Não o fiz por ter perdido a noção do dia das nomeações, deixou de saber-se pela 4ª feira ao almoço para passar a 5ª feira ao fim da tarde. Com a mudança da arbitragem (e disciplina) da Liga no Porto para a FPF em Lisboa, percebe-se que algo tinha de mudar em consonância: passou a fazer-se tarde o trabalhinho mas ainda antes do meio-dia de 6ª feira quando a Federação deixa de trabalhar e é difícil encontrar alguém por lá...

Agora que o FC Porto vai, decerto, passar o 56º jogo sem perder no campeonato para igualar o Benfica no recorde de imbatibilidade, é pura coincidência aparecer o árbitro que esteve na única derrota do FC Porto em Portugal (em Coimbra para a Taça) desde há quase dois anos.
Mas não acredito ser pura coincidência a sequência de nomeações que o chico-esperto do presidente da CA hoje na FPF tem feito. Pode passar ao lado dos experts do sector tão abundantes nos OCS mas que esta época nem piam. Pode escapar ao grande público, sem noção do que se passa e também sem informação de quem deveria seguir atentamente estas coisas nos pasquins da paróquia.
Já me parecia estranho o escalonamento dos árbitros, só por dedução empírica. E lá fui consultar o arquivo. Bingo! A minha suspeita confirmou-se, mas deixo só os nomes dos árbitros para ver se percebem que aragem vai soprando em cada carruagem dos únicos candidatos ao título. Não sei se as coisas são tão notórias para os (des)entendidos como para a UE se tratam mal certas matérias e espécies...Ora, contando já com a 17ª jornada, tivemos sucessivamente os seguintes árbitros desde a abertura em Agosto:

FC PORTO                                BENFICA
O. Benquerença                        João Ferreira
Rui Silva                                  Hugo Pacheco
João Capela                              Artur S. Dias
Marco Ferreira                         Duarte Gomes
Bruno Esteves                          Vasco Santos
Jorge Sousa                             Jorge Sousa
Paulo Batista                          Bruno Esteves
Cosme Machado                    Paulo Batista
Hugo Miguel                         Marco Ferreira
João Capela (bis)                   Pedro Proença
Artur S. Dias                         João Capela
Carlos Xistra                          Jorge Sousa (bis)
Duarte Gomes                       Bruno Esteves (bis)
Pedro Proença                     Cosme Machado
Marco Ferreira                    Hélder Malheiro
Hugo Miguel (bis)                Marco Ferreira (bis)
Bruno Paixão                      Rui Costa
O FC Porto completa um ci(r)c(u)lo. O Benfica ainda mal passou de meio e a última nomeação mantém a "pegada ecológica" do chico-esperto dos chefes dos árbitros.
Descubra as diferenças

Dez milhões

Não parece muito no contexto actual do FC Porto, que os gasta em defesas-laterais brasileiros carentes de adaptação ao futebol europeu.
Afinal, por 10ME foi Vagner Love do CSKA Moscovo para o Flamengo. Mas a Imprensa da especialidade clubística dos recreativo e desportivo da capital só se lembrou de falar com ele quando era "falado" para o Sporting. Se fosse para o Benfica seria igual...
E, já que ainda está em aberto a opção  de um avançado este mês, tal como falei de Vagner Love em Agosto como boa alternativa a Falcao, eis aqui um caso de 10ME que já aqui sugeri há tempos a respeito do tema. E já no início da época tinha deixado a questão de saber se devia ficar para aprender ou rodar com potencial para voltar mais cedo, em Janeiro.
Faites vos jeux!

26 janeiro 2012

Roubados como nunca e protegidos como sempre!

Há aquela frase tão espanhola de "jogar como nunca e perder como sempre". Para as carpideiras de Madrid, parece agora mudar-se em "roubados como nunca e protegidos como sempre". Anotem:
1. Debió expulsar a Lass. Una dura entrada del francés sobre Messi fue merecedora de la segunda amarilla. Los jugadores del Barça rodearon a Teixeira pidiendo la expulsión del jugador.
2. Debió expulsar a Pepe . Al central del Real Madrid se le fue de nuevo la mano. En esta oportunidad impactó en el rostro de Cesc.
3. No hay penalti de Busquets. Una jugada difícil de ver. En la primera imagen se aprecia una mano del centrocampista azulgrana. En una segunda toma se ve como el balón impacta en el abdomen.
4. No hay penalti de Abidal. Previamente hay juego peligroso de Sergio Ramos y además la mano del francés es involuntaria.
5. Gol bien anulado a Sergio Ramos. El central del Real Madrid hace falta previa a Dani Alves.
6. No hay penalti de Pepe a Alexis. La acción no deja de ser un forcejeo normal y no hay falta. El central blanco carga legalmente al ariete azulgrana.
7. No hay penalti de Puyol a Benzema. El francés intenta llegar al balón pero se desequilibra en la carrera.
Este é o resumo da análise do ex-árbitro "comentador-residente" da Marca, Andujar Oliver. Trago só como exemplo do que isto tudo é e do que há nisto tudo.
E faço-o por concordar inteiramente: não houve penáltis por marcar, apesar das dúvidas, e ficaram dois jogadores do Real Madrid por expulsar. Se quiserem ler por aí, há muito idiota basbaque que viu o contrário. Na Imprensa e na blogosfera.
Posto isto, quem acham que equipa para a Marca, este mesmo jornal, pôs na capa que o árbitro prejudicou? Más de lo mismo. Até na capa: quem esteve quase ko com 2-0 ao intervalo?; e com quantos jogadores devia acabar o jogo o Real Madrid, inviabilizando a sua recuperação?
Pois... é por isso que Casillas, impedindo o árbitro de mostrar o 2º amarelo a Diarra, pode ter roda livre para dizer as barbaridades que disse ao árbitro - mas também não é castigado.
adenda: o parolismo do Rascord também acha que os "portugueses" estiveram bem no Real Madrid, apesar de Coentrão se borrar o jogo todo e nem passar do meio-campo e de Pepe ter escapado à expulsão após mais uma exibição de autêntico criminoso.
Mais do mesmo. Cá como lá.

O ídolo e "the king" que fez Lei foi Denis Law

Este escocês de Aberdeen vai ser aqui evocado por ser uma lenda do futebol, ainda vivo e de boa saúde por levar uma vida regrada e não regada. Fez no ano passado, em Fevereiro, 70 anos. Foi Bola de Ouro (melhor jogador europeu) em 1964, um ano antes de Eusébio. Teve uma carreira fantástica, apesar de também torturado por operações aos joelhos. Ao contrário de Eusébio, mantido na redoma salazarista, Law chegou a jogar em Itália (Torino), ainda antes de se fecharem as fronteiras transalpinas a estrangeiros após o descalabro norte-coreano (0-1 dos azzurri no Mundial) de 1966, mas não se adaptou e voltou a Manchester, não ao City a que pertencera, mas ao United. E chegou a campeão europeu, contra Eusébio, em 1968, ano em que pela última vez o Man. City foi campeão inglês, precisamente à frente do United, por dois pontos. 
 Law tem espírito jovial e fala bem ao ponto de não confundir tremoço com marisco. Não sei se uma loira lindíssima, Relações Públicas do United, é sua filha, mas não interessa. Denis Law, que até começou no Huddersfield que é um berço de ouro do futebol em Inglaterra, não tem sequer um passado de mistificação e viciação desportiva por intermédio de transferências ziguezagueantes e corrupção de Estado na Inglaterra do Bill of Rights, um país ainda assim às direitas.

Dá entrevistas animadas da sua carreira naquela equipa de Charlton e Best, primeira equipa inglesa campeã da Europa, frente ao Benfica de Eusébio. Símbolo do United, como os citados, Law não só não fala de coisas esquisitas da sua carreira, como não se inibiu de marcar ao United pelo City. Essa imagem de cima (2º a contar da esquerda), e as que se sucedem em baixo a ser acarinhado por colegas e adeptos, são de um golo de calcanhar. Um golo só por si célebre. Mas um golo de Law pelo City que fez o 1-0 a condenar o United à descida de divisão em 1974, na última jornada. Um golo, um jogo, um homem para a história, que não diminuíram o United de ser grande pela despromoção, mas defenderam os valores do desportivismo, do fair-play que não é da treta e de uma cultura que se preserva, incute, difunde e educa, até hoje, em Inglaterra. Não festejou o seu golo, compreensivelmente, mas cumpriu o seu dever.


Se querem exemplos de profissionalismo e sobriedade, de quem nunca faltou às suas obrigações e não contribuiu para viciar resultados, conheçam histórias de gente que valha a pena e não de quem se tenha pena.. Modelos para a juventude e não retratos difusos de uma realidade e verdades desportivas adulteradas nos tempos da censura, da repressão, da obrigação de amar o líder, exaltar a Pátria e dar bom nome à família, em que valia tudo para a preservação de um ideário político (e religioso) e a sempre esquisita verdade desportiva que em Portugal é como papas e bolos para enganar os tolos.

25 janeiro 2012

Um árbitro de nome português em Espanha e o animal Pepe

Mourinho vai perguntar: Por qué?, Pepe não foi expulso desta vez?
ACT.: afinal, o palhaço do dia é Casillas a culpar o árbitro a quem impediu de mostrar o 2º cartão a Diarra antes do intervalo...

Fernando Teixeira é nome de um árbitro espanhol, um que ditou as duas últimas derrotas do Barça na Liga Espanhola: em San Sebastian, na época passada e que fez terminar o recorde de 28 jogos imbatível dos catalães; e há dois meses em Getafe. Em ambas anulou golos limpos aos catalães. Esta noite, no Camp Nou, acabou a expulsar mal Sergio Ramos, que não agrediu Busquets mas viu um segundo amarelo. Talvez Mourinho tenha ganho o pretexto para virar o bico ao prego e falar de arbitragens outra vez.
Mas este árbitro espanhol de nome português não expulsou Diarra com 2º amarelo justificadíssimo sobre Messi, na falta que deu o 2-0 ao Barça. Um minuto antes, por falta semelhante, deu amarelo a Messi justo por falta sobre Pepe. Mas deixou Pepe em campo por agressão nítida a Fàbregas, com o braço na cara como já fez noutros embates com o Barcelona. Estava 2-0 (Pedro e Dani Alves) e o Madrid devia jogar com 9, mas o árbitro deixou os madrilenos jogarem como se nada fosse.
Diarra é que já não estava em campo. Mourinho revolucionou a equipa: Granero no meio por Diarra, Benzema e Callejon na frente, em vez de Kaká e Higuain que quase marcava um golo do outro mundo a abrir o jogo (bola no poste, remate a 30m). Em três minutos o Madrid empatou (CR7 e Benzema), com deslizes defensivos de perdas de bola a  apanhar a equipa catalãe em contra-pé. Em menos tempo do que o Barça marcara dois antes do intervalo, o Madrid ficou a um golo de se apurar. Mas porque o árbitro permitiu que continuassem 11 em campo.
Isto é o Real Madrid mal sofre um golo do Barça
Provou-se, uma vez mais, como após a semifinal da Champions da época passada, que o Madrid tem mais futebol do que a estratégia de contenção montada por Mourinho no Bernabéu. Hoje, como em Abril passado, o Madrid jogou valente, forçou a vitória e quase a obteve, embora com a permissividade do árbitro. Nenhum árbitro de nível europeu perdoaria as expulsôes de Diarra e Pepe, antes e depois do intervalo. Lamentavelmente, tinha de ser um tipo com nome tuga.
O problema do Madrid não é o medo ao Barça. O Madrid não tem, nenhuma equipa tem futebol para o Barça. Mas pode jogar de igual para igual, que só torna os jogos mais espectaculares, arrebatadores, como esta noite. Como na 2ª mão da semifinal em Camp Nou, quer na Champions 2011, quer na Supertaça em Agosto. Curiosamente, deu dois empates: 1-1, 3-2 (nos últimos segundos a evitar o prolongamento na Supertaça) e 2-2 esta noite, caindo de pé na Taça do Rei. Se o Madrid jogasse em casa da mesma forma, talvez pudesse bater o Barça.
Mas basta o Barça marcar um golo para o Madrid desbaratar, desatar à cacetada e perder o controlo emocional que lhe pesa mais do que o jogo catalão. A questão é saber se, após três experiências mal geridas por conta própria, Mourinho fará o Madrid jogar como o seu padrão competitivo exige. De certeza que adeptos e Imprensa não sairão a criticar, mas a aplaudir.
Porém, se voltar a falar do árbitro, que poupou a expulsão a dois jogadores e expulsou mal Sérgio Ramos, Mourinho perderá de novo a razão. Porque não a tem, não se dominando na retórica insolente. Não tem razão, agora, para perguntar: Por qué?, como fez dirigindo-se a Stark (lance Pepe-Dani Alves) e à UEFA. Porque não se sabe porque Pepe, o animal, desta vez a central, não foi expulso mais uma vez. Ironicamente, acabou por ver um amarelo no final, tal como Coentrão...

No As online, o seu director, Alfredo Relaño, que sempre aqui trago viu o jogo como eu, embora poupando a Pepe e percebendo que, fora o extremismo para com Ramos, o árbitro não quis criar confusão.

adenda: outro jogo espectacular e 2-2, o Liverpool afastou o Man. City e vai disputar a Carling Cup (Taça da Liga) com o Cardiff em Wembley.

Portugal, perto de Espanha, longe de Inglaterra

A justiça desportiva espanhola ignorou o que se passou com Pepe a pisar Messi de forma claramente propositada. Parece que poderá vir a decidir, assim como uma semana depois a RTP passou imagens do gesto do luso-português que vi acidentalmente ontem ao almoço.
Não é crível que Pepe seja lançado por Mourinho esta noite no Camp Nou. Se o fizer, servirá para superar a recepção arrasadora um dia destinado a Figo e com a oferta de uma cabeça de leitão.
A verdade é que, mesmo com os jornais da capital a exporem na 1ª página - algo impossível em Portugal - a pisadela de Pepe a Messi, o Comité de Competición não quis julgar o caso e Pepe teoricamente está disponível.
Em Inglaterra é melhor. Para mim é. Poderia dizer que nem é melhor nem pior, mas diferente. Não, é mesmo melhor. Não há igual. Tratam todos por igual, ou andam muito próximo desse ideal. Não deixa de haver problemas, mas também ali não deixam de tentar que todos esses problemas sejam resolvidos. E preferindo aplicar sanções que todos compreendam, do que agradar a gregos e troianos.
O italiano do Man. City, vi em directo no domingo, tocou na cabeça de Scott Parker, do Tottenham. Mas foi no desenrolar de uma acção de jogo, um carrinho do londrino e um salto do negrão que, ao voltar ao solo, tocou de leve no adversário: primeiro nem lhe toca, depois um pé aparentemente "maroto" raspa a cabeça de Parker. O árbitro que não aprecio, Howard Webb, viu a dois metros e nada assinalou, interrompendo depois o jogo para prestar assistência a Parker. Por pouco tempo, que em Inglaterra também não fazem teatro, ainda que possa cair-se em extremos com facilidade. Há dias, Foy expulsou Kompany no derby de Manchester para a FA Cup, sem haver falta sobre Nani nem sequer contacto com o português, apenas corte de bola mas de... pés juntos e de frente até. E Kompany levou 4 jogos de castigo, algo impossível de acontecer com um Lucílio Vigarista, um Jorge Rouba ou um Bruno Caixão, muito menos com a CD do Bosta da Liga do Tasqueiro Hermínio que tratava os do Benfica nas palminhas.
É toda uma diferença de Inglaterra para Espanha. E além-Mancha é melhor nem apelar, pois o normal é agravar o castigo... A diferença cultural, de abordagem ao jogo e percepção do mesmo pelo público e pela Imprensa. Uma cultura que mostra, em Madrid, o pior de Mourinho, lamentavelmente para ele, e o torna mais aceite em Inglaterra, porque no ambiente ou entorno local sabe enquadrar-se como é devido.
Em Portugal estamos mais perto da farsa habitual espanhola com reverência para a capital. E sempre longe de Inglaterra, que nunca chegamos a ver ao perto. Apesar de tanto apreciarmos o futebol inglês. Para mim melhor.

Por exemplo, esta besta não tinha lugar em Espanha e é "impresentable" em Inglaterra. Onde poderia vir dar patadas e marradas aos adversários mesmo com o jogo parado, além de insultar e mostrar-se racista senão em Portugal e ter a impunidade garantida no Benfica?

Esta noite, só poderei ver a 1ª parte do Liverpool-City (19.45h), 2ª mão da semifinal da Taça da Liga. Depois, só dará Camp Nou, 2ª mão dos 1/4 final da Taça do Rei. E quando começar o jogo, tudo o resto de antes não conta.

24 janeiro 2012

Não houve amor por ele...

Lembro-me de em Agosto, até fechar o mercado de transferências, a hipótese de Vagner Love render Falcao foi ventilada. E agradava-me. Acho-o um tremendo ponta-de-lança e um que caberia perfeitamente no FC Porto. O dinheiro de Falcao sobraria até...
Até aquele companheiro dele africano no CSKA Moscovo, Doumbia, é muito bom. Os dois fizeram a cabeça em água aos dragões, na Liga Europa. Lá escapámos (golo de Guarin na Rússia) quando esteve à vista uma goleada só na 1ª parte - mas disso já ninguém se lembra, como em Sevilha e com o Villarreal em casa...
Agora, mesmo com o CSKA Moscovo a prosseguir na Champions (defronta o Real Madrid e fica desde já diminuído), parece que o rapaz voltará ao Brasil.
Sinceramente, não esperava quer trocasse a Champions pela Liga Europa (leia-se, no caso de vir para o FC Porto). Mas voltar ao Brasil muito menos. Porém, o que se há-de fazer com estes jogadores hoje em dia?

Aquelas trancinhas enquadravam-se perfeitamente no Dragão. E o futebol do Vagner é música que dá golos. Com amor. O FC Porto é que esteve e está virado para outro lado.

Que dizer dos jogadores hoje em dia?
Este trocou o Benfica pelo Milan e acaba no QPR
E este preferiu o gelo da Áustria ao inferno da Luz.

«Bobby&Tareco» chama-se «Rosie-47» e tem conta no Mónaco

Se havia dúvidas de que os "managers" em Inglaterra eram/são mesmo gestores para além de treinadores, o caso de Harry Redknapp, ou talvez apropriadamente "Dirty Harry", agora chegado a Tribunal por fuga ao Fisco, revela o que praticamente foi sempre negado: que os técnicos em Inglaterra recebem mesmo dinheiro das transferências de jogadores.

A situação está descrita de forma que, no seu tempo no Portsmouth, vencedor da FA Cup em 2008 e adversário do V. Guimarães na Taça UEFA, Redknapp recebeu verbas por conta do seu contrato: 10% em cada valor líquido de transferência. Cita-se o caso de Peter Crouch até.

E se uma vez Alex Ferguson teve de justificar, de forma mirabolante, como recebia, endossado o cheque ao seu filho, agora "Dirty Harry" decidiu dar prémio ao cão... e com conta no Mónaco!
O "Rosie-47" leva o nome do cão e a data de nascimento do conhecido treinador, hoje no Tottenham. O dinheiro é que tem andado por off-shores entre Miami e as ilhas caribenhas.

What about that!

FC Porto, equipa jovem com potencial e muito futuro

Estará iminente a venda de Guarín à Juventus (diz-se por 12ME) e a prossecução de uma gradual reformulação do plantel com vista à próxima época. Não só o FC Porto vende por ter jogadores cotados e realmente cobiçados, mas vende a bons clubes. Guarín, como outros antes dele, sairá para um clube decerto presente na próxima Champions: a Juve lidera a Série A sem derrotas.

O FC Porto aposta em comprar e vender com lucro, juntando dinheiro a prestígio e títulos, garantindo saídas condizentes com o estatuto do jogador: o tal trampolim desejado por um sul-americano. É, pois, a confirmação de um caso de sucesso, graças ao potencial dos jogadores e a projecção dada pelo clube.

Sabe-se agora, mas já tinha feito esta observação aqui e ali, o FC Porto é a equipa mais jovem da Liga portuguesa. Jovem e vencedora, combinação nem sempre perfeita, como se sabe, nem sempre proclamada pela Imprensa até a da dita especialidade...

"O V. Setúbal é a equipa mais velha da Liga, com uma média de 27,80 anos, enquanto o FC Porto tem o plantel mais jovem, com 24,52. A nível europeu, o Milan é o mais velho, com 30 anos de média, seguido pelo APOEL e a Lazio, ambos com 29,70. Inter e Nápoles também fazem parte do top-15. Já o UC Dublin AFC, da Irlanda, é o emblema mais jovem da Europa, com uma média de idades de 20,94 anos".

Está relatado no Maisfutebol.

FC Porto vai jogar sem parar e o Man. City descansar na dupla jornada europeia!

Ao contrário da época passada, quando antecipou o jogo com o Nacional (26 de Janeiro) encravado entre os jogos europeus com o Sevilha, o FC Porto não fez por antecipar o jogo da 20ª jornada, este ano, com o V. Setúbal, como eu admitia, escalado entre os jogos com o Man. City a 16 e 22 de Fevereiro. Ontem saiu o calendário da 19ª jornada e o FC Porto estará no Bonfim às 18.15 de domingo (TVI), 19 de Fevereiro. Fico perplexo e não encontro uma boa razão para esta opção. E parece-me, como dizem os ingleses, toda uma montanha para escalar...
Não se entende esta opção, até lembrando o sucedido há um ano, precisamente. Mas os responsáveis portistas lá saberão se mais vale descansar do que manter o ritmo. Esgotada a possibilidade de ir ao Bonfim amanhã, 4ª feira, restavam os dias 1 e 8 de Fevereiro livres. Ok, vamos ter uma situação inédita e vamos ver o resultado de ser uma equipa portuguesa, que aproveita sempre as vagas do calendário para descansar antes de confrontos europeus, a competir enquanto um adversário, para mais um inglês sempre metido em calendários trepidantes, irá folgar. Nesse fim de semana, o Man. City não jogará, pois há jornada de Taça da qual já está eliminado.

O FC Porto recebe o City dia 16, vai a Setubal dia 19 e joga em Manchester dia 22, uma quarta-feira, jogo antecipado por o United jogar no dia seguinte em casa também (com o Ajax).

O Sp. Braga acaba por ter melhor sorte. O seu jogo com o Besiktas foi antecipado de 16 para 14 de Fevereiro, por causa da partida do Dragão. Joga o dérbi em Barcelos com os gilistas a 18, sábado, mas só defrontará os turcos na 5ª feira seguinte, ganhando mais dias de descanso.

Não vejo que bons argumentos terão os portistas para deixarem o calendário seguir o seu curso normal.

O FC Porto apresentou-se bem ante o V. Guimarães e nas próximas semanas só esperamos o avolumar de triunfos. Incluindo no Bonfim para chegarmos em alta na altura de defrontar os líderes da Premier League. Então, seguramente, com o recorde de jogos sem perder no campeonato. E depois do Man. City, a recepção ao Feirense (26/2) e a confiança para a ida à Luz, a 4 de Março.

23 janeiro 2012

Cérelac, papas, bolos e tolos sem Paciência

Não é fácil vencer em Olhão e Rui Patrício até evitou a derrota leonina.
 
A perda de pontos vai a caminho dos 36 para o 1º lugar na época passada. Vão só 13, mas já não há Paciência.. Domingos já ganhou um problema sério antes de títulos. E, à atenção dos precipitados por um ponta-de-lança seja como for, o reforço Ribas tanto é lançado como desprezado.
Pelo visto, os da Cérelac já deviam comer croquetes de merda?
Só falta ver o Rascord de amanhã, aquele do Gordo, do Barbas e do Careca de que falava Carvalhal que teve uma vez direito a esta capa após 0-0 numa noite de ventania invernal em Olhão.

Os sinais, senhores!

Neste tempo, mais precipitado que apressado, em que depois dos pudins instantâneos e das máquinas fotográficas digitais temos o "like" ou "don't like" para exprimir mais um gosto que uma opinião que a maioria dos utentes não sabe fundamentar, não resta senão decidirmos e optarmos por descodificar informações e sensações praticamente ao nível de tuítar uma sentença num ápice e numa palavra ou meros pares delas.

A evolução na continuidade do colectivo montado por Vítor Pereira é um caso. A pouco mais de uma semana de terminar o "mercado" de Janeiro, ainda há gente que não só não percebeu que não vem um ponta-de-lança para o FC Porto porque não é urgentemente preciso e não há dinheiro para comprá-lo nem oportunidade para acertar na escolha, rejeitando-se e bem a situação de comprar por comprar. Resta ao treinador, cuja competência nesta situação não só complicada como limitada pelas opções tem sido evidente, trabalhar e exaltar o colectivo para obter resultados, enquanto muitos esperam brilhantismo como a única forma de chegar aos títulos que sobram.
Tenho marcado a este nível mais do que nunca a minha opinião, ao arrepio da quase totalidade da bluegosfera. Não por não achar que não é preciso um pdl, porque já desde a saída de Falcao que o vinquei e a inferioridade europeia do FC Porto ficou patente no comparativo negativo face às opções das outras equipas no grupo da Champions, inclusive o excelente Ailton do APOEL. Mas por perceber as condicionantes em que se movem os responsáveis portistas. Gostando ou não apoiando esta ou aquela opção, é dever de ofício, no caso para quem escreve, perceber porque se faz ou não uma operação. E não só resta pouco tempo, como o tempo que resta não chegará para ambientar um potencial novo reforço para uma área efectivamente carenciada. Uma carência que, também ao arrepio da maioria das opiniões, apontei logo desde o primeiro jogo na Champions e mesmo com Kléber assinando o golo (fácil) da vitória.
É claro que temos um risco, mesmo divagando como diletantes numa área imensa de compreensão difícil que nos chega de notícias normalmente avulsas e frequentemente mal alinhavadas e mal concebidas, também por falta de dados mas acima de tudo por falta de análise comparativa e competitiva que marque a diferença no notíciário desportivo tuga atreita ao clubismo e inclinada para o imbecilismo, servilismo e paroquialismo, passem as expressões. A última impressão que fiquei foi de estar em andamento uma fase de mudança da equipa com vista à próxima época, a meio com limpeza de balneário.
Da mesma forma, a minha opinião muito desagradável sobre Mourinho continua tão evidente a cada dia que passa quanto o segregacionismo das informações e imagens das tv's tugas que continuam, sabe-se lá porquê, a esconder os jogos do Barcelona e de Messi. De novo, desde ontem à noite e passando pela manhã de hoje, só a SIC dá imagens dos jogos do Barça e do Madrid. A pacóvia RTP, mesmo no ramo quebrado da Informação, já esta madrugada só dava o resultado do Barça em Málaga com emblemas dos dois clubes como se acrescentasse alguma coisa. E, ao lado, pude ver na SICN os três golos de Messi, mais uma vez nenhum de penálti, sendo o terceiro bem ao jeito de Ronaldo, mas o brasileiro Nazário de Lima.

Podem ver que Messi marca golos de cabeça como um poderoso avançado-centro de quase dois metros, além da especialidade de serpentear entre os defesas como Jardel voava sobre os centrais.
Quanto a opiniões, ganhe ou não títulos e eu penso que não ganhará, mas se ganhar algum é mais um motivo para a sua decisão, podem ver aí no link o que se acha em Espanha como Mourinho vai acabar a época em Madrid: fora. A bem ou a mal, com tristeza ou alegria (champanhe, nalguns casos, opina-se), com "pitos" ou gritos.  São sinais, senhores, da Natureza das Coisas.

De Ronaldo, em vez de mais dois penáltis, podem apreciar a troca de olhares com Xabi Alonso nos links do DN. Sobre os resumos do Barça disponíveis na SIC e desprezados pelas outras, escrevam aos provadores dos respectivos leitões que engordam à imagem dos seus cabotinos directores de Informa~ção e balde mar quejandos em editorias de mera carpintaria rústica de pregar adereços informativos pelas paredes nuas de uma Redacção que às vezes nem escrever direito sabe, quanto mais pôr imagens no ar...
Em Madrid, por exemplo, acumulam-se e parece já poucas dúvidas restarem a uma boa parte dos comentadores.

As tv's tugas dão a rama para entreter parolos e os frutos continuam na internet.

22 janeiro 2012

Virtudes confirmadas

A equipa não acusou a falta de Hulk e deu mais um passo na sua evolução. No onze provável jogou Defour em vez de Belluschi, o prudente Vítor Pereira não arriscou logo e só a meio meteu Danilo: estreou-se a render o belga e o argentino substituiu James com Souza por fim em vez de Moutinho. Sem sobressaltos de maior, pelo menos a equipa não os causou, apesar da valentia vimaranense pela sua pujança física no ataque a causar choques perigosos.
Kléber correspondeu mal quando solicitado enquanto homem na área, mas esteve bem jogando fora dela, tabelando com colegas e até assistindo Moutinho para o 2-0 logo após o intervalo. Talvez tenham dito a Rolando que havia um troféu qualquer para o marcador do primeiro golo e ele lembrou-se dos dois da Supertaça aos minhotos, finalizando com uma categoria que muitos suspiram de um dia ver em Kléber. James rematou a faena - com alguma tourada pelas investidas amiúde ao homem dos visitantes que confudem arena com cultura em que se entusiasmam enquanto Capital Europeia - com um penálti tão bem marcado quanto indiscutível.
Problema maior, porém, foi a arbitragem, com um golo mal anulado a Defour na 1ª parte: o belga estava em linha aquando do remate de Moutinho, para mais há um ressalto posterior entre defesas vimaranenses (como o golo de Capel ao Moreirense) que não podia "pô-lo" fora-de-jogo mas o liber precipitou-se na primeira avaliação à jogada original; mais um livre inventado do qual nasceu, em recarga, o golo forasteiro, e o amarelo pela falta inexistente que impede Fernando de jogar em Barcelos.
No resto, um jogo tranquilo do FC Porto, boa circulação, Fernando imenso no meio, Moutinho a demorar a acertar o passe mas depois a empurrar todos para a frente, Varela parece renascido, sim, talvez em honra do bebé a quem dedicou o golo ao Estoril na 4ª feira, Kléber esteve mais em jogo fora do que dentro da área e Maicon está um senhor lateral-direito, o que também vai causando engulhos a muitos que ainda não devem perceber, passado todo este tempo, a evolução na continuidade e a sobrevalorização do colectivo que Vítor Pereira implementou e parece que de vez, pois sai tudo com muita naturalidade é é um sinal evolutivo evidente a par da superior segurança e confiança do jogo fluído que já parece sair de olhos fechados. Falta a qualidade de Hulk, claro, como de Falcao, flagrante, mas está tudo a entrar nos eixos, o que se consegue com o tempo e o feliz acerto de todos num momento de comunhão de esforços em altura ideal para o arranque na recta decisiva para o título. E, assim, mesmo com alguns inconvencidos, o público também correspondeu, alegrou e parece mais relaxado e menos agreste e de cenho franzido. Uma boa noite no Dragão.

adenda: a pedido do Fernando B, com toda a razão e plenamente justificado, além do monstruoso jogo do Fernando deve acrescentar-se o infatigável Álvaro que arrasa em todo o flanco, de tal forma que a maioria dos cruzamentos não sai na devida conta. Falar de Álvaro a jogar bem, sempre na mecha e capaz de fazer mais jogos seguidos do que qualquer elefante com pilhas Duracell, é uma redundância. Salvo quando, na fase de todos estarem mal, ele ter estado mal. E, como para todos, muitos acharam que foram as sereias do mercado. Essas, que me lembre, nunca seduziram Fernando. De resto, para se dar conta de Álvaro, esfusiante como sempre nos habituámos a ver, é conveniente ter em conta que quando sobe a sua retaguarda não fica vulnerável. Há compensação defensiva de alguém (Defour no caso) que o deixa ir e lhe poupa as costas. Isto chama-se... jogo colectivo, caro Fernando B. Por isso não queria fixar-me muito nas acções individuais, mas é justo que Álvaro mereça também uma meñção honrosa, como fiz para Fernando, acompanhada do cuidado posto em jogo por Defour, tacticamente hábil e que permite tudo isto, na parte que lhe(s) diz(em) respeito, nesse flanco, que se chama jogo colectivo. Insiste VP e eu também. Estamos de acordo?

21 janeiro 2012

A virtude de não ter Hulk

Já aqui tinha lembrado a parábola do pescador levada por Vítor Pereira ao balneário portista. Quando percebi que Hulk era/é para fixar-se como ponta-de-lança, perante a indiferença geral, o treinador do FC Porto obrigou a equipa a procurar alternativas à construção/delineação do jogo ofensivo que dependia, em grande parte, das explosões do Incrível dos flancos para o meio. Percebera-se, o treinador para começar, que a equipa jogava como se houvesse Falcao, entregando o jogo à referência que já não havia na forma de receber a bola, procurar apoio e saber finalizar de El Tigre.
Agora que Hulk não recuperou para defrontar o V. Guimarães, a quem marcara o golo da vitória na 1ª jornada, a equipa vai ter de continuar a fazer jogo sem Hulk num flanco e também sem Hulk no meio. Sem Hulk, pura e simplesmente. É mais difícil e, a par da provável estreia de Danilo, será o aliciante para a partida de amanhã, embora admita que o prudente e circunstancial conservadorismo de VP mantenha o onze habitual possível e depurado. Acicate, até, para o Benfica, à espera de ver o Porto perder gás e pontos.
Nada como esperar para ver. Que remédio. Kléber vai ter de jogar, tenha a pressão que tiver. Os jogadores não andam alheados da equipa mesmo que não joguem. Têm de estar preparados para corresponder. Se o fizerem só ganham com isso, a titularidade mais do que certa. E a equipa ganha também. Com o treinador. E os adeptos, mesmo que se mostrem interessados em seguir as coisas mas não percebam puto da evolução da equipa e as vicissitudes que passa numa época. Nada na bluegosfera tratou disto nestes tempos ainda à espera de verem o treinador pelas costas, uma larga franja, alguns deles até pedindo apoio aos jogadores e invectivando o técnico permanentemente.
Da mesma forma, como referi também por estes dias, Danilo jogar a médio pode ajudar a dar a profundidade ao flanco direito onde Maicon, mal-amado a lateral, tem presença garantida até final da época, muito provavelmente. Lá está, no banco ou adaptado numa posição, o jogador só tem de esforçar-se para corresponder. Maicon como Kléber. Não há dúvidas.
Danilo pode, como defendi, trazer outra qualidade ao jogo mas também impôr outras rotinas, que decerto ainda não estão adquiridas face à sua provável estreia. Penso ser provável, mais do que fazer Belluschi descair para a direita, onde não corre o flanco para dar profundidade. E o Santana, lateral-esquerdo vitoriano, é duro de roer, como até Hulk percebeu na 1ª volta. Ora, Danilo no meio-campo pode fazer, virado para o ataque na direita, com que James jogue definitivamente no meio, atrás de Kléber. Varela será extremo-esquerdo, até pela ausência de Cr. Rodriguez. Com a defesa habitual e Fernando e Moutinho no miolo, a equipa está feita. Resta saber se sabe para onde atirar as redes. E se apanhará peixe. (Se VP manter o tal prudente e circunstancial conservadorismo nesta fase crítica, Belluschi deve jogar mesmo à direita e Danilo começará no banco)
O problema é isto não estar testado. Por Danilo não ter jogado ainda. Mas numa equipa de topo, os credenciados, com um preço elevado à cabeça e não por ser um potencial craques sub-18 ou sub-20, estas coisas têm de pegar de estaca. Porque os 100ME de Hulk não contam, mas os 18ME de Danilo serão cobrados de imediato. Assim a modos como o Santos, ao levar Fucile de borla mesmo emprestado, fez numa certa chantagem com o FC Porto.
Se tudo correr bem, vê-se as virtudes de não ter Hulk e a equipa arranjar soluções por si própria e acabando com o dito da Hulkdependência. E a sobrevalorização do colectivo, que tem funcionado, em vez do individual a que todos nos habituámos, emergirá com força. A outra metade da equação nem a cito. Porque acredito que dê certo e o Vítor Pereira merece o crédito que infelizmente só terá dos adeptos quando for campeão. E em Janeiro, dois pontos de atraso para o Benfica mas apenas menos quatro pontos do FC Porto nesta altura da época passada, só há campeões da 1ª volta, que valem o que valem. A época faz-se, no caminho, caminhando.

adenda: entretanto, Hulk confessou mais algumas coisas; ele, tal como Falcão, muito deve a Jesualdo, mas esse trabalho a ingrata massa assobiativa ignora porque é vil e espalhafatosa; e ele Hulk não deu o melhor de si, como outros - a fase em que a massa assobiativa culpava o treinador e não via o que os jogadores não faziam em campo. Mas isto é chover no molhado com os chico-espertos sempre a passarem pelos intervalos da chuva.

20 janeiro 2012

Os exemplos, as práticas e os personagens

"Estaría de acuerdo si entendiera que en el Madrid queda un resto de autoridad moral para sancionar ahora a Pepe. Pero creo que no la hay, después de que el entrenador-manager le metiera el dedo en el ojo a Tito Vilanova, en otro acto tan repugnante y espaldero como éste, y el club mirara para otro lado. Aún más: consintiera una pancarta impresentable en el siguiente partido.
El dedo de Mou señala el camino, sí. Desde que llegó se han puesto en solfa los viejos valores del Madrid. En realidad los viejos valores del Madrid no eran más que los valores comunes: deportividad, nobleza, respetabilidad... Sólo que el Madrid durante mucho tiempo hizo hincapié en ellos, los predicó. No siempre los cultivó escrupulosamente, es cierto, tuvo deslices, algunos graves, pero siempre hizo prédica de ellos y puso cara de arrepentido cuando los incumplió. Y en sus filas han militado durante muchos años algunos de los jugadores más intachables que he visto, singularmente Pirri.
Ahora se desprecia eso como algo del pasado y el club se macarriza en un proceso acelerado tanto más notable aún cuanto mayor es la ejemplaridad del Barça. Esta vez el Madrid lo ha puesto todo: las patadas y los fingimientos. El Barça ha corregido lo suyo, el Madrid ha adquirido el vicio que su rival abandonó. Pepe los personaliza todos. Pepe y el dedo de Mourinho. Yo esperaría del club que cambiaran esto, aunque sólo sea por marketing, que tanto les preocupa. El marketing vende valores y el Madrid los pierde a chorros. Su imagen empieza a ser muy mala. Y conviene que reflexione seriamente sobre ello". Alfredo Relaño, no editorial de hoje do As.
Não seria possível um director de um pasquim tuga, de Desporto ou não, assumir o que são valores a preservar e identificar os culpados, erradicando de vez as más práticas. Nem que seja por marketing, tão em voga. Em Portugal reina a cobardia, refém da autocensura, impõem-na os directores que se ajoelham perante os clubes e os capatazes que mexem nisto com pinças, não vá o feitiço virar-se contra o feiticeiro.
As tv's tugas, a venderem toda a merda e os jornais a amplificá-la, dentro de casa com mais ou menos segredos, não passaram imagens da pisadela de Pepe. Não, não foi involuntário. Porque já antes de pisar a mão a Messi, Pepe pontapeou, levemente é certo mas intencionalmente, o braço cuja mão iria pisar a seguir. As imagens que correram mundo não apareceram em Portugal. Paulo Bento até pode vir dizer que nem as viu. O que não aparece é esquecido.
Ninguém acredita em Pepe, o madridismo quer mandá-lo embora de vez. Até porque perceberam e não escondem o anterior exemplo de desculpa que pegou melhor quando há 1000 dias parecia desfazer Casquero, do Getafe, a pontapé, como um animal. Agora, claramente, levantando-se o dedo contra Mourinho, mais o dedo dele espetado no olho do adjunto de Guardiola na Supertaça. Que indicou o caminho. Também Coentrão a acariciar Messi no chão não passou despercebido, mas disso nem em palavras as tv's e o periodismo saloio tuga passaram. Não há ninguém acima dos clubes. Nem sequer o segundo melhor treinador do mundo acima do eventualmente segundo melhor clube do mundo. Por isso disse há muito que, se não ganhar a Liga que os árbitros lhe têm garantido a liderança, Mourinho cumprirá a última época no Bernabéu. E em Inglaterra, onde quer refugiar-se e sabe aprender fair-play e respeitabilidade, jamais permitirão a Mourinho estes comportamentos.
Alguns jornalistas em Portugal perceberam que Mourinho meteu três trincos e pôs CR7 a fazer de Eto'o a tapar Daniel Alves. Não foi só no Inter, foi também na semifinal da época passada com o Barça que a táctica pegou. Glorificada quando um árbitro português ajudou o Inter a derrotar o Barça. Compreendida quando aproveitaram a expulsão de Pepe por entrada de violenta sobre Dani Alves que o alemão Stark não perdoou, com os basbaques vociferando que a expulsão "matou" a estratégia cobarde. Agora, como não pegou nem pega mais de uma vez em cem, já ninguém perdoa a Mourinho a cobardia táctica, desculpada desta vez por um golo sofrido de bola parada - aquela que aqui falei sempre e a que os periodistas tugas da adulação serôdia não assumem, por cobardia que estranha mas é entranhada no sistema.
Agora, mais uma vez, compare-se o fulcro da discussão, ética, de valores, de imagem, com o chirivari de um penálti falhado ontem quando se percebe que... não há ordem vinda de cima.
Quando o director do As escreve que esta prática do Madrid já pertenceu ao Barcelona, que por sua vez a erradicou e tornou-se no clube mais amado e afamado do planeta, faz-me lembrar os parolos que para justificarem as porcarias do Benfica se lembram porventura que Pinto da Costa tê-las-ia feito há 30 anos. Os profetas tugas da desgraça são esses, os que marcam a agenda com colunas de pasquim e microfones à fartazana, salvo quando algum do FC Porto mete o pé na argola - Pepe nunca meteu no Dragão - o que tem sido raríssimo de há muitos anos a esta parte e com todo o mal do futebol plasmado nos vencidos de Lisboa - como no derrotado de Madrid.
É mais um exemplo para tuga ver. Como as crianças na Holanda e os posters em Alvalade. Agora a falta de mando no Madrid - que mesmo os clubes do regime criticaram desde que Florentino entregou todo o poder a Mourinho, capaz até de escolher o cozinheiro esta época. Como em Alvalade. Só se combate a demagogia com seriedade. E percebe-se a falta de poder ou um poder sem ordem nem ética.

Até nos tiques compulsivos de sebastianismo do PS na AR se vê como vai a ética, a auto-estima e o valor da palavra e dos actos em Portugal. Na Política também. E, contudo, seja o socialismo da tanga que nos trouxe à beira do colapso mas reage como se o desastre não tivesse a sua (al)cunha, ou a larga e consentida deferência para 14% representativo do eleitorado na AR mas que se desdobra em outros dois partidos mais um apêndice, dito Os Verdes e por uma tolinha desbotada, parece vingar para manter a má prática e a má política.

Domingos (ressabiado) a três dimensões (III)

Não sei se irá cumprir-se a profecia de Oliveira, de Domingos um dia chegar a treinador do FC Porto. Pode ser. Para já, palpável, ficou a quantificação do ex-treinador (e maior accionista individual, mas que não risca nada nem quer a nível societário) sobre os "6 milhões de benfiquistas", uma boutade que vale o que vale mas ganha raízes em mentalidades fracas e contabilisticamente por apurar. Oliveira, que se formou em Direito a entrar na velhice, apanhou uma boca que ficou no ar e vende-a pelo preço que comprou aos pategos que se beliscam com isso.
Domingos veio agora falar dos adeptos do Sporting: "Três ou quatro milhões", disse.
Não sei se haverá alguém para recebê-lo se um dia chegar ao Dragão. Ou, quando isso suceder, a taxa de natalidade e alguma imigração seduzida pelas conquistas recentes do FC Porto melhorarão a quota de adeptos portistas substancialmente em baixo. Mas estas boutades cada qual toma, como a presunção, as que quer.
Domingos perceberá que estar em Lisboa não equivale a dizer tudo, mesmo para o mercado local de saloiices e provincianismos. Na capital do desperdício, da chularia geral para o País em vez de chancelaria que nunca funcionou nesta ou noutra República ou Monarquia instalada pela rribação de Afonso Henriques, há coisas a que já se dão desconto e outras que são manipuladas e alvo da mais sacana propaganda. Até involuntariamente. Ou para salvar a pele. E o tacho. O JN de hoje explica o tal "efeito difusor" de concentrar dinheiro na capital do Império tão falido quanto o do Sporting e a Alvaláxia dos azulejos coloridos e corredores floridos nos balneários. Presumindo que, mesmo custeando esse dinheiro comunitário e de todo o tuga, leonino ou não, a instalação de um gabinete no Campo Grande é o suficiente para tornar grande o chuveiro de forma a cobrir o imenso Portugal e o Portugalório insano. Basta mesmo que chegue a Lisboa qualquer arrivista nortenho e o País rejubilará com a sincronia de uma manifestação fúnebre norte-coreada por um qualquer Querido Líder - e lá tivemos o só cretino da história recente.
No FC Porto, se um dia voltar como treinador, Domingos será lembrado disso, se alguém não lho disse já, dos muitos amigos que tem no Porto e decerto em Braga e no Norte, provavelmente nenhum em Lisboa, nem dos amigos dos jornais que incensaram a equipa bebé hoje desconsolada e órfã.

Domingos (ressabiado) a três dimensões (II)

Domingos quis visar o Braga. Ficou-lhe ainda pior. Aliás, tem ficado sempre pior a quem sai de lá e pensa que o sucessor não faz melhor. Aconteceu com Domingos, depois de Jesus, para saber que o antecessor desconsiderava o Braga como adversário, que já não havia Playstation para ganhar em certos campos inclinados e que deixara equipa estruturada e jogadores feitos.

Jesus ganhou-lhe o campeonato de 2010 como se sabe, com a Liga e o Lóbi a favor. Sem Playstation. Mas Domingos vingou-se um ano depois na Liga Europa, sobre o mestre das tácticas.
Agora, porém, Domingos virou-se contra o Braga, mesmo não dizendo mal como diz que dizem quem sai de certos lugares. Foi feio ir buscar a história do Djamal, que nem jogou no domingo passado. Mais feio ainda, e desmentido obviamente pelos próprios, falar dos manguitos e de expressões vingativas de dois jogadores do Braga, Mossoró e Hugo Viana. Tranquilamente, estes deixaram mal o ex-treinador. E, pior, lembraram-lhe que se Domingos os ajudou na época memorável a serem melhores jogadores, eles também ajudaram à sua projecção, tanto que foi treinar para o Sporting e, como diz Viana, a eles o deve.
Tal como antes Jesus para com Domingos, agora é Domingos para com Jardim. Leonardo Jardim, discreto, pacato mas eficiente e sóbrio, desvalorizou o assunto. O Braga acaba de ser melhor do que o Sporting, não tendo sido pior na eliminação, injusta, da Taça em Alvalade. Ainda podem encontrar-se na Taça da Liga. E a última jornada do campeonato pode decidir o 3º lugar, aquele em que Domingos se deixou ultrapassar pelo futuro clube em Maio...
Há qualquer coisa em Braga que incomoda Lisboa. Como foi com o Boavista... Lisboa não gosta de ser menorizada, espera sempre vassalagem. Nem Domingos escapou a ver-se com o rei na barriga e mostrar como um nortenho se converte ao bacoco centralismo e provincianismo da capital.

19 janeiro 2012

Domingos (ressabiado) em três dimensões (I)


Já todos sabem o que disse Domingos, treinador do Sporting. E muitos sabem que Domingos traçou a sua sentença em Alvalade. Apesar da bonomia da pasquinagem que só lhe lembra estar o treinador a ser avaliado pelos resultados, que são o que são.

Se calhar, não fora a ajuda do árbitro Vigarista na semifinal da Taça, e a derrota com o Nacional em casa agudizaria mais ainda a trajectória descendente da equipa da Cerelac, confirmada em Braga e agora acompanhada a preceito por miosótis, borboletas e girassóis (evitaram as papoilas, sempre tiveram juízo, ou imagens de fogo em vulcão, já agora) onde antes agitavam "médicos, fadistas e carpinteiros" de cara tapada e tatuagens da moda.
Domingos, que esquece como tais classes profissionais estão tão representados na "paineleiragem" televisiva como desavergonhada e "desinstitucionalmente" qualquer bademeco ilustre Presidente da Mesa (AG), fez o "downgrade" do Sporting. Nem precisa de falar mal "deste clube quando partir", como diz que outros falaram. Até lembrou o mais antigo, o Paulo Bentoinha que espalhava merda por "jornalistas, árbitros e comentadores", "disparos" entre aspas evidentemente, ou não tivesse o PB chegado a seleccionador nacional...
O "downgrade" começa na caracterização dos sócios, não pelo sangue azul e títulos nobiliárquicos, uns e outros diluídos e pelas ruas da amargura, mas pela estruturação social e categorias profissionais nem todas de alto estirpe. Os trogloditas de Alvalade já reagiram e a comentadeirice encartada vai deitando água na fervura só à espera de pegar fogo à cadeira do treinador se a eliminação da Taça for consumado na Choupana.

Domingos, pior, falou como adepto. Estes podem aceitá-lo a esse nível, mas olharão sempre para ele como treinador que perdeu na última jornada em Braga o 3º lugar. Em Braga onde Domingos perdeu na última jornada de 2010-2011 o 3º lugar para o Sporting ganhar um patamar na pré-qualificação europeia. Domingos expôs-se. Aparentemente, vestiu a camisola, mas foi levando recados para inscrever não nas costas mas na frente e ao lado do emblema..., como é suposto, e isso cai bem. Mesmo sendo contranatura. Mas dele esperam-se resultados e decerto não teve a Imprensa hostil reservada exclusivamente a Vítor Pereira, com quem certos fanáticos quereriam trocar de lugares entre ambos após o Sporting-Porto... Ainda ninguém esqueceu as maravilhas dos papagaios literários nos pasquins ou nas colunas dos mesmos com colunáveis de outras políticas mas sempre do bota-abaixo...
Não há sangue azul e os viscondes estão falidos, como se sabe. Não é fácil a tarefa com as condicionantes que enumerou. Não é fácil para nenhum treinador. Ali ou noutro lado qualquer onde se esperam, ou até exigem, vitórias. Eu avalio os protagonistas do jogo e Domingos desceu um bocado abaixo das expectativas, até porque nunca ganhou nada como treinador e arrisca-se a ser trucidado, por quem espera algo destes deslizes, em dois meses. E portar-se como adepto, sendo portista de coração, vai ser-lhe lembrado em breve.
Carvalhal, que eu aprecio, foi o último a derrotar o FC Porto no campeonato, há 55 jornadas atrás. Foi tratado como um cão, como se vê ao lado, pelos (jornalistas) que caracterizou: "Gordo, Barbas e Careca". Carvalhal disse também (ver ao lado).
Os que atacam são os que enchem de glória as capas dos pasquins.
Domingos devia saber disso. Mas este é um tirocínio na sua carreira. Também decerto já sabia que Lisboa não tem só encantos. No futebol perdedor muito menos.