22 janeiro 2014

António Oliveira fez de Marcelo Rebelo de Sousa desautorizado?

Pinto da Costa sugeriu, na semana passada, que António Oliveira devia calar-se (aludir a que se lembrasse das opções feitas enquanto treinador...) e, percebeu-se que era tido num plano inferior, Manuel Serrão, cego ou vendo apenas mal, não devia levar tudo para a pantominice com uma ironia que, ceguinho seja eu, coube mal ao presidente. Não sei se os remoques de Pinto da Costa surtiram efeito. Acredito que sim, mas não posso reconhecê-lo porque não os via, ouvia ou lia muito menos do que o presidente disse vê-los, ouvi-los e lê-los. E, claro, não sei se ripostaram ou meteram o rabo entre as pernas. Aliás, o rabo entre as pernas meteram todos os que, na Imprensa onde deviam ousar criticar livremente com a sua obrigação profissional (o problema é que falham a obrigação e o profissionalismo, os jornaleiros de merda), temeram entrar a eito na desastradamente abrupta maneira de Pinto da Costa se impor como líbero no sentido futebolístico de varrer/limpar toda a área em nome de uma defesa inexpugnável da coisa portista a defender com os dentes cerrados por estes dias, interiorizando dogmas e expurgando aleivosias filosóficas perniciosas para o statu quo no Dragão.
 
No país onde o "respeitinho" é muito lindo e não é fácil "levantar a bola", apanharam - porque também não vejo, não ouço e não leio - Marcelo Rebelo de Sousa a fazer queixinhas de que Passos Coelho o "riscava" das presidenciais, desautorizando-o, naquelas leituras de todos os politólogos encartados das tv's da treta que nem os ersatz dos comentadores da bola. Mas a política é, acima do futebol, a arte de representar num palco mais amplo e, por isso, alvo de mais diversas interpretações.
 
António Oliveira, que suponho terá comparecido ao programa de domingo à noite, creio ter mais peso institucional no FC Porto, substancial como acionista individual maioritário da SAD, do que o palrador inveterado que as tv's promoveram indiferentes à nulidade que foi Marcelo Rebelo de Sousa como actor político do tabuleiro quando por lá andou mesmo. Mas não me admiraria que Oliveira também metesse o rabinho entre as pernas. Porque o puxão de orelhas, institucional, de Pinto da Costa foi evidente e ostensivo que acho mereceria resposta de quem de direito. A não ser que o Papa ainda tenho o tal poder de excomunhão que assusta qualquer mortal, por muito endinheirado que se seja para comprar todas as indulgências do mundo.
 
Como se vê pelos dois comentadores, basta estar calado para ser um poeta e ser benquisto no reino dos céus e nas cercanias do Poder.
 
São as lições dos últimos dias. Haja quem diga o que pensa. Auscultando quem se deve.

Postal tirado daqui

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