30 abril 2016

Coerência de Peseiro também bateu no fundo

Lembram, decerto, que alguém disse, no FC Porto, que a presença de Helton em Coimbra na semana passada, era para preparar o Jamor. Ou que a aposta em mais portugueses no onze era o virar de página já com vista à próxima época. Ou, há mais tempo, que o plantel tinha muita qualidade. E, ainda, tanta coisa que a cada semana vai por água abaixo no Dragão.
Layun deixou de ser lateral à esquerda e dos melhores no campeonato para ser central adaptado. Faz lembrar o Lopetegui a pôr o central Reyes a lateral em Munique...  Depois foi Danilo a recuar para central, em que estabilizou o sector e abriu vaga no miolo. E o prometedor Rúben Neves a emparelhar com Sérgio Oliveira que não aguenta um jogo completo.
E temos o tridente ofensivo mais improdutivo, ou inepto, de volta...
Peseiro não podia escolher altura para se afundar do que "pensar" assim o "melhor onze" frente à melhor equipa do campeonato.
E se de repente, acabado o jogo, dominado em todos os capítulos e em todo o tempo pelo Sporting que confirma merecer galões de campeão, eu não lembrava, em muitos anos, uma equipa nacional que tenha sido muito melhor e merecido ganhar no Porto, com o tempo e frieza recupero o 0-2 com o Benfica em 2005. Era Koeman contra Adriaanse e na 2a volta o FC Porto averbou outra derrota com o Benfica (1-0), mas seria campeão a uma jornada do fim, no 25 de Abril em Penafiel, como obteria a dobradinha - e iniciava o ciclo do Terra que Jesualdo completou entre os infames títulos de 2005 e 2010 do Benfica.
Pois, mas eu sou do tempo, também, com memória de outros tempos. Como há 40 anos, a última vez que o Sporting ganhou no campeonato os dois jogos ao FC Porto, um deles na noite de nevoeiro nas Antas, com um golo fantasma e um 3-2 final que raramente se acompanhou na íntegra - eu estava lá...
Pois consigo lembrar a última equipa a merecer ganhar no Porto para o campeonato em jogos importantes (não o 0-3 com o Nacional já com o título ganho e a poupar para a final da taça, precisamente a última equipa a ganhar os dois jogos da liga ao FC Porto).
Mas esta superioridade do Sporting não teve só a ver com os erros de Peseiro. Os centrais que jogam à zona larga e um Chidozie que não faz ideia de como estar em campo e posicionar-se, são do mais ridículo que possa conceber-se - mas a poupança indevida de Peseiro foi não ter posto Antero Henrique e Pinto da Costa a centrais para aprenderem.
Sou, então, do tempo em que o FC Porto não ganhava nada mas nunca teve 6 derrotas em casa como agora. Parabéns à SAD reconduzida no Ferrari para o qual não tem habilitação.
E nem com a memória de uma arbitragem tão favorável nas duas últimas épocas o FC Porto conseguiu evitar uma dolorosa derrota mesmo que não contava para nada.
Tivera o FC Porto arbitragens assim esta época e estaria a lutar pelo título. Um jogo senão único, pelo menos raríssimo em que o primeiro amarelo não foi para um portista e Maxi tantas fez que bem merecia um cartão, e com uma gp generosa muito menos evidente do que tantas e tantas negadas está época - gp de facto mas antecedida de falta de Aboubakar; ou lances de fora de jogo não assinalados a portistas contra outros infames mercados que não existiram noutros jogos... é pena que, indevidamente, mas também por bater no fundo da credibilidade e da coerência em protestar arbitragens, ver o presidente do FC Porto comentar que a derrota ficou a dever-se a Artur Soares Dias. Isto só por ironia a par de ver benfiquistas reclamarem gp para o FC Porto enquanto, tendo perdido os dois jogos com os Dragões, ainda seguem incrédulos como não ganharam ao FC Porto - mas com um futebol medíocre e colinho arbitral se preparam para um tri que só quem é de outros tempos lembra como era...
Há dois anos, na Luz, depois de 2 gp negadas evidentes numa derrota por 2-0, Pinto da Costa conteve o impulso de bater no árbitro do Porto,  vindo a confessar numa anedótica entrevista ao canal de trazer por casa que ficou à espera de na conferência de imprensa pós jogo os jornaleiros levantarem questões de arbitragem... Foi na vez em que disse renovar com o preocupações Fonseca se fosse preciso - dois meses antes de sair de cena após muita insistência.
Esperemos que isto não seja o prenúncio de renovar com o medíocre Peseiro.
Porque já não sabemos mais que esperar para a final do Jamor, a ver pela coerência do treinador das derrotas - onde bater no fundo mesmo, como alvitrei há meses, seria perder com o Braga do preocupações Fonseca...
Quanto a Jorge Jesus, nunca ganhou no Dragão com esta categoria de limpinho, limpinho e tendo melhor equipa, melhores jogadores e melhor futebol, ao contrário da época passada onde venceu 2-0 no Dragão sem saber ler nem escrever, arrisca perder um título que merecia e justifica.
Mas o futebol é isto...
Dasse...

23 abril 2016

O livro vermelho que o Politburo do Dragão deve ler (5)

Mal assessorado. Mal acompanhado. A crítica é recorrente. Lopetegui foi só o último, mas tem-se sucedido repetidamente. Pinto da Costa paga pelo que premeia de fidelidade canina. Mas a fragilidade da "estrutura" é indisfarçável. Não é por acaso.
Drucker conta histórias deliciosas de personagens da América. Especialmente Abraham Lincoln, o presidente que arrostou e venceu a guerra civil. Por um lado, confiou no general Grant. Lincoln, como Pinto da Costa, não bebia álcool. Grant era bêbedo. "Se eu soubesse que marca prefere [Grant] mandaria um barril ou mais para outros generais", terá dito Lincoln, e depois de uma batalha horrível com erros de avaliação de Grant, a vitória final, mesmo à custa de milhares de vidas, fez o presidente proclamar: "Este homem luta!".
Lincoln, para governar, debateu-se com falta de estadistas experientes. Nomeou quatro seus adversários políticos para assessora-lo. Um deles, Salman Chase, dirigiu as finanças e protestou várias vezes ameaçando demitir-se. À quarta, Lincoln aceitou a demissão, Chase tinha cumprido objectivos. Pouco depois, para surpresa geral, Lincoln nomeou Chase para o Supremo Tribunal. Em nome do abolicionismo, triunfante na guerra, Lincoln preferiu quem lhe disputou a presidência e se propunha desafia-lo nas eleições seguintes. Chase era, afinal, contra a escravatura e seria importante no Supremo Tribunal para se fazerem as primeiras leis de direitos civis na América.
Pinto da Costa premeia a fidelidade, à custa do mérito, Sobra a mediocridade. Vítor Baía sabe por que corria com a "estrutura"; alguns aproveitam-se, outros podem ser válidos noutras tarefas, mas a maioria não presta e os grandes responsáveis sairão com o fim do presidente; e não faltam exemplos ou não andasse o futebol à deriva - agora só com Lopetegui como culpado, até de ter sido contratado e, nada ganhando, reconduzido...

 As opiniões valem o que valem. Há sócios que não querem ser vistos como clientes, no futebol, mas o que procuram numa área onde não "riscam"? Títulos? Nem sempre é possível, não é preciso Pinto da Costa afirmá-lo. Sobra o quê?  Satisfação. Ao menos o gosto de ter bom futebol, bons jogos, luta até ao fim. Era o que fazia em 2000 o FC Porto, a 90M€ de orçamento. Esta época, a +100M€, nada de nada, só arrelias.
E, contudo, há gente que também acha que a SAD só responde, já li disso, pelas finanças, como se estivessem saudáveis, mas os resultados do futebol são da responsabilidade do treinador porquê?  Quem vende e compra?, quem contesta arbitragens más e denúncia jogos viciados?, para que serve o CEO do futebol e quem é responsável ou quem, além do presidente, percebe da poda?

A confusão é grande, como se vê. Análise curta, deficiente e mal informada, quer na SAD quer na apreciação do exterior. 
Tudo porque conceitos e valores não são bem percepcionados. O futebol, sim, é um negócio que precisa muitas valências e competências para ser gerido. Gestão e Comunicação são exemplos de mau desempenho de uma "estrutura" que não é avaliada, cujo desempenho não é medido. Sócios dão carta branca. Foram 27 mil ao jogo, mas nem 10% exerceram o voto antes. E no Dragão contentar-se sem verem o distanciamvdos adeptos. Como será nos lugares anuais em 2016-17?... 
Tratamos de competências, avaliações, conceitos de valor para sócios e clientes. Os sócios poderão ser os mesmos no verão, veremos se os clientes do futebol mostrarão satisfação pelo que tiveram e pelo que antecipação na próxima época... 
Mas alguém raciocina, avalia, define prioridades, em função dos clientes? É a Gestão que está em causa, o FC Porto é uma empresa na SAD pelo futebol e o escrutínio devia ser rigoroso, para além dos troféus. 

 A forma como o FC Porto usa as redes sociais é outra área sem estratégia e percebe-se a directriz segundo comenta o presidente. O FC Porto não satisfaz os sócios e os mais instruídos já não têm pachorra para tanta mediocridade - que grassa transversalmente no FC Porto. A Internet vira-se contra quem não a sabe utilizar. Como noutros sectores, quem responde por tantas lacunas? Mais um amigo acobertado pelo presidente, que eu aqui trouxe em tempo oportuno, o Tavares dos fretes.

Nem vale a pena falar da Comunicação, tal a unanimidade face ao descalabro deste sector, já se aflora a sucessão quando toma posse o presidente que não durará sempre e está até decrépito e desacreditado, a ver pela irrelevancia que a maioria do eleitorado lhe demonstrou.
Pinto da Costa não faz nenhum favor à consciência dos sócios a propósito da sucessão. E ficam dos excertos da recente entrevista os tópicos de Drucker sobre o tema. Para bom entendedor...








Infelizmente, o mau desempenho do FC Porto deve manter-se, num contexto económico difícil e ambiente muito deleterio e adverso, com clubes de Lisboa por cima e a imprensa no contra como nunca esteve de forma tão virulenta. Mas a responsabilidade é do FC Porto, que geriu mal toda a envolvente do jogo, por omissão de acção, e o essencial do plantel, dizimado por vendas apressadas e ânsia de lucros, que agora se promete inverter, sem reconhecer falhas inadmissiveis.
O novo mandato começa da pior maneira. Hoje é o início do principio do fim. Como disse o presidente, tirando os filhos da equação da sucessão, quem vier por fim poderá ter problemas como ele teve há 34 anos. Eu já escrevi isso como o risco maior para quem vier abrir a porta e acender a luz. 

22 abril 2016

O livro vermelho que o Politburo do Dragão deve ler (4)

Então temos que se criticou a ausência de oposição portista nas urnas como se tal vedasse legitimidade a críticas à incompetência reinante mas reconduzida no Dragão e o presidente armou-se em valentão, quantos são?, quantos são?, para não deixar de criticar Fernando Gomes mas Pinto da Costa não ajudar a criar, não uma lista "que o FC Porto não se mete nisso" nem se vai meter nem mudar a cobardia e inacção recentes, uma oposição nem que fosse só para criticar...
Amanhã toma posse, dia festivo duplamente mas dia que remete para o antigamente, aquele tempo de irrelevancia do FC Porto que temos de volta ao Dragão - nem um presidente deputado temos para criticar por não fazer oposição ao centralismo lisbonense...

A organização do conhecimento é estruturada em torno da Informação, não da hierarquia", defende Drucker para qualquer exemplo, de hospitais a orquestras sinfónica, de empresas a clubes. Digo eu.
Pinto da Costa, que diz agora pretender que outros responsáveis falem em nome do FC Porto instando os OCS a ouvi-los, concentrou tudo em si. Normal foi, com a prática, confundir-se com o clube. Foi válido por um tempo, como historiei, mas já não serve há muito. E o mundo habituou-se a ver nele um líder. Será?
"Vou ser franco: não acredito em líderes. Toda a conversa acerca dos líderes é um absurdo perigoso. É uma desculpa para não agir. Sinto-me muito infeliz por termos tido no séc XX como líderes Hitler, Estaline e Mao... Temos de ter muito medo dos líderes. Têm carisma? Também tivemos demasiado carisma nos últimos cem anos. Truman foi o melhor presidente dos EUA e o que mais alcançou. E não tinha perfil de líder. Todos o subestimavam, incluindo ele próprio (...) os verdadeiros valores dos líderes são avaliados por quem é promovido, quem é demitido, quem é recompensado e quem é punido. As decisões relativas à pessoas são altamente visíveis. As pessoas numa organização não são abstracções, são reais. (...) É fácil fazer boa figura numa época de expansão... Mas também todas as épocas de expansão - e eu já vivi umas quatro ou cinco - põem os charlatães no topo. (...) Há incentivos à má gestão (...) empresas são sistematicamente saqueada, acontece depois de todas as épocas de grande crescimento" - eis um resumo de liderança, para quem tanto viveu a estudar empresas e organizações.
Maciariello, assistente de Drucker e que assina o compêndio de ensinamentos posto à venda em Portugal, define "Um líder só por ter seguidores. Mas há quem confunda condições humanas de liderança com popularidade... E não basta que um núcleo duro de básicos" funcionários " o confirmem.
"Não é necessário gostar de um líder para confiar nele. Também não é necessário concordar com ele. A confiança é a convicção de que um líder fala a sério. É uma crença na integridade. As acções de um líder e as crenças que professa têm de ser congruentes, ou pelo menos compatíveis.. A liderança eficaz não se baseia em ser inteligente, mas principalmente em ser coerente", segundo Drucker.
Pinto da Costa nunca foi tratado por mim como líder, apenas como presidente,  muito menos como grande presidente. Sempre condenei muitas suas atitudes, que marcaram negativamente o FC Porto. Mentiu. Subverteu factos, criou situações desagradáveis, defraudou muitos mais nos últimos tempos.

Vimos em 2009 um funcionário do FC Porto, Acácio Valentim, ser agredido na Luz por imagens de... 2008. Foi cobarde em 2010 quando o D. Chaves admitia não jogar a Taça no Jamor, mas a velha coerência do decrépito presidente face ao estádio de Oeiras não se impôs. Desapareceu da luta. Mente quanto aos convidados de uma gala do FC Porto. Destrata treinadores de forma ignóbil mesmo ganhando, como com AVB, não retendo talentos, como Vítor Pereira bicampeão. Retrai-se a denunciar manigancias de Benfica e Sporting. Não lidera, não confirma valores, não assegura que missão, visão e valores sejam baluartes que a organização transpira, inculque, ostente. Perdeu a ligação com sócios e adeptos. Não definiu a Teoria do Negócio em que deve operar a SAD, liga pouco ao clube, não inspira a confiança de outrora. Já este ano, com a ruína da equipa de futebol, teve os equívocos que teve, sobre a qualidade do plantel, a valia dos jogadores e a competência de Lopetegui, tratado na esteira de outros caídos em desgraça. Quem não concorda com ele sai a mal.
Drucker cita Eisenhower: "A qualidade suprema de um líder é a sua integridade inquestionável, seja num gangue, num campo de futebol, num exército ou num escritório",  dizia o militar americano que comandou os Aliados na Europa e se tornou o 34o presidente dos EUA. Dwight Eisenhower que foi, antes da WWII, assistente do carismático mas vaidoso general McArthur no Pacífico e com o desprezo deste one man show que dizia ter sido Eisenhower "o meu melhor funcionario", não lhe reconhecendo liderança. Foi George Marshall a impor DD Eisenhower chefe das tropas aliadas na Europa.
Pinto da Costa não fez o clube passar do sucesso para a relevância. Tenho vindo a notar, de resto, a irrelevancia do FC Porto. Já ninguém liga ao que faz e diz o presidente, já se resume o que comente a um critério particular. Vai continuar a não intervir nos órgãos de poder do futebol, pelo que pouco pode influenciar. Também aí o FC Porto perdeu afluência e influencia, por falta de líder e falta de estrutura que não foi implementada e não teve poder nem para representar o FC Porto nem para alguém aparecer - só há funcionários, sem empowerment a não ser Antero numa muito contestada gestão de compras e vendas. Pinto da Costa resumiu o FC Porto ao seu interesse particular e inamovível estatuto ou inacção.

"Integridade na liderança inspira confiança e faz os líderes verem o mundo como ele é e não como querem que seja. Os líderes eficazes trabalham nas prioridades da organização, em vez daquelas tarefas que pensavam que ia dominar o seu mandato. Os líderes devem ser aprendizes contínuos e rodear-se de especialistas das áreas necessárias para resolverem os problemas presentes e emergentes", resume Maciariello. Drucker acentua os problemas nas mudanças de fase de uma organização: "À medida que uma organização cresce pode perder a sua vitalidade, centrando-se nas necessidades das pessoas dentro da organização, em vez de centrar nas dos clientes. Acontece em quem tem líderes com estatuto de estrela e que viveram um crescimento fenomenal sob a liderança do seu empreendedor ou fundador".
E, desleixando o futebol, como aqui sempre critiquei, concentrando a energia no museu, delegando talvez em demasia no CEO, Pinto da Costa deu Urgência ao Museu em detrimento da Importância do plantel que à justa ganhou dois campeonatos com Vítor Pereira e perdendo qualidade. A ascensão do Benfica foi menorizada. Os resultados estão à vista. E tendo urgência num centro de formação, como projecto do novo mandato, talvez a retoma do futebol não ocorra quando já o Sporting se junta ao Benfica nos desafios colocados ao FC Porto.
"A popularidade não é um critério para a liderança. Um líder é um catalisador que faz acontecer as coisas certas. E deve evitar que a satisfação e uma mentalidade burocrática se instalem numa organização.  Não importa o carisma. O que importa é se o líder condiz na direcção certa ou errada. Deve definir correctamente o problema. A velha política não faz sentido nenhum. A competência comprovada faz", diz Drucker.
Comparem com o que tem sucedido, de más apostas desportivas a deficientes usos de informação, meios humanos e técnicos, para ver se não enquadra no fracasso subentendido nos pensamentos e definições de Drucker.


21 abril 2016

O livro vermelho que o Politburo do Dragão deve ler (3)

Vou só continuar o tema dos órgãos dirigentes e dos mecanismos inexistentes na débil estrutura organizacional do FC Porto. Deixarei para amanhã o tema do "líder" e do "carisma" ou populismo, até por há uns meses ter dedicado uma semana inteira a centrar o fracasso em Pinto da Costa provando que não é um líder e muito menos o que pode fortalecer um clube amorfo e uma estrutura desacreditada. Depois, abordarei a sucessão, até por o presidente ter falado nela ainda sem ter completado um 13o mandato falhado mas com um salto eleitoral apalhaçado como fosse necessário, mas foi oportuno, um golpe palaciano para eternizar o regime norte-coreano e a crise de valores que aniquilou o clube. Precisamente por ter faltado liderança, carisma importa menos, e acima de tudo conhecimento. Podem assobiar para o ar, mas já de há muito falo nisto, não aproveito a era má nem desisto como os dos efe-erre-a das vitórias desistem por aí. Os novos vassalos e os velhos louvaminheiros fazem o que lhes é costumeiro, palha não falta.
 Podem consultar a net sobre Peter Drucker e apanhar, em brasiles, soundbytes assim. Do livro novo que condensa o seu pensamento de Gestão há muito a extrair. Como avaliar o FC Porto sob este prisma?
Drucker acentua a "responsabilidade"  na Gestão. Não tem de ser "empresarial", de "negócios" mas tão só "o órgão governante de todas as instituições da sociedade moderna". E "a Gestão está entre as maiores inovações sociais do séc XX".
O FC Porto atingiu a hegemonia, aproveitando as suas forças e as oportunidades que surgiram, beneficiando das fraquezas alheias conhecidas. Como é possível de uma posição cimeira passar para plano secundário que começa a ser terciário? O FC Porto não se defendeu em campo e fora dele, gastou recursos e desaproveitou oportunidades, algo que sucedeu em 2000 e volta a repetir-se agora com a ideia de não poder evitar o retrocesso.
Os erros de planeamento e Gestão do plantel são conhecidos, manancial das discussões nos últimos anos. Mas as deficiências de funcionamento já eram públicas mesmo quando ganhava. A propósito do scouting que se tem falado, a par do falhado projecto Visão 611, a mim começou a preocupar-me quando foi assumido que contratar Lisandro Lopez e Radamel Falcao foi mérito da atenção do Benfica. E tantos flops chegaram quando ainda havia olheiros e emissários na América do Sul e víamos chegar craques desconhecidos a toda a Europa, sendo o Shakhtar Donetsk uma montra para tudo aquilo que não se via. Fiquei alerta. E não chegar ninguém de jeito depois, à excepção de Jackson, confirma que as observações foram descartadas ou deixaram de existir. Sobrou o catálogo da Doyen...
Na era do conhecimento fácil e universal,  de viagens rápidas e acessíveis, aos streamings e montes de jogos televisionados, nada de jeito chegou com impacto. O clube perdeu a BATALHA por inacção. Mas de fracasso em fracasso, criou-se o CEO da bola. Reinaldo Teles ainda é o senhor, óptima pessoa,  do futebol mas está por favor de Pinto da Costa. Como outros noutros departamentos. E o amiguismo e amadorismo deram lugar ao comodismo e à fatal entropia da organização, como aponta Drucker.
Os dois títulos de Vítor Pereira, a quem dei sempre o mérito total a par dos jogadores, disfarçaram a queda que seria brutal depois de 2011, o ano invulgar, feliz e anacrónico que valeu quase todas as conquistas. Na verdade, não fosse isso, e depois de AVB ter, ele sim, recriado o ADN perdido do Ser Porto, e a crise teria começado há 5 anos. Porque os sinais de aviso não foram interpretados, ou lidos apenas, pela Gestão que sabia tanto, fazia ganhar com qualquer treinador mas que avaliou mal, autoavaliou-se pessimamente e acabou desacreditada totalmente.
Eu nao
Lembre-se, ainda, como o 3o lugar de 2010 levantou a polémica dos prémios de gestão pelo "inconseguimento".  E que motivou alteração das regalias. Tal como a fraude eleitoral de agora trará democracia ao próximo acto, assim o esperamos.
Como tudo falhou? Com confusão de "gestões" e falhas de supervisão, outra coisa agora na berra. Quem controlava a coisa? Quem média os resultados? Como se avaliava gente a ganhar meio milhão de euros anuais, o presidente, e um quarto de milhão os vogais? Ninguém!
"Os executivos têm de se certificar de que conseguem analisar eficazmente os dados", escreveu Drucker ciente da "literacia da Informação" e de como "a organização do conhecimento é estruturada em torno da Informação, não dá hierarquia".  Ora, o FC Porto perdeu o esforço de scouting, como tem perdido a BATALHA da Informação pura, mesmo defendendo, mal, o seu bom nome.
Custa acreditar que gente experiente, que era marca da "estrutura", se tenha deixado PERDER... Foi de propósito,  porquê? ; ou mesmo por incompetência generalizada em nome do Princípio de Peter?
Eu podia falar de várias pessoas que nunca entendi o que faziam no FC Porto, do advogado Daniel Pereira a quem não se conhece um pensamento ou ouviu um grito como representante do clube em várias reuniões, ao director-geral da SAD Paiva Brandão de quem não de conhece uma medida como gestor ou um pensamento inovador. Mas é a "estrutura" que está em causa, repito, e só o presidente tem a responsabilidade. Mas diz, agora, para outras vozes defenderem o FC Porto.
O que cristalizou foi confundir competências de análise, controlo, verificação, execução e "premiaçao".
Há um CA, um CEO, tudo entre amigos e protegidos. Drucker preconiza o que no FC Porto não se vê e justifica o fracasso de funcionamento, terminada a inércia que manteve a carruagem em movimento. Pede-se um Conselho de Análise, de pessoas experientes e integras, para aconselhar a gestão de topo. Não deve ser o Conselho Consultivo, do clube e um proforma para agregar figuras conhecidas tendentes a incensar o presidente. "Alguém tem de se certificar de que os objectivos estão a ser definidos e de que estão a ser desenvolvidas estratégias. Alguém tem de lançar um olhar crítico ao planeamento, à sua política de investimento de capital e ao seu orçamento de gastos geridos. Alguém tem de monitorizar as decisões relativas às pessoas e aos problemas da organização".  Só se sabe de Pinto da Costa...
"Um CA capaz de remover gestores de topo incompetentes ou com mau desempenho tem um grande poder". Mas quem manda mais? Pinto da Costa...
"É preciso um Órgão de Relações Públicas e" Comunitárias", para passar informação relevante aos decisores de topo e informar o público afecto". Não há...
"Cada instituição será mais forte quanto mais claramente definir os seus objectivos. Será mais eficaz quanto mais bitolas houver para medir o seu desempenho. Será mais legítima quanto mais estreitamente basear a sua autoridade na justificação pelo desempenho". Vejam-se as críticas dos últimos anos e a incompreensão sobre muitos factos da vida da SAD e percebe-se que nada funciona devidamente.





Falaremos então do líder, carisma ou falta dele, e do negócio em causa, com lucros ou não.

20 abril 2016

O livro vermelho que o Politburo do Dragão deve ler (2)

Este foi um anúncio criado por Peter Drucker para ironizar, há 40 anos, com o gestor-tipo necessário para uma empresa americana. Está lá o que se pede, oferece e rejeita. Com benefícios mas muitas exigências. "Membro profissional", "aplicação de carimbos", "elaboração de políticas". E restrições a certos potenciais interessados. Como é explicado em "Um ano com Peter Drucker",  por um associado, Joseph Maciariello, numa edição portuguesa (Março), a gestão de empresas na América começou, há um século, por ser dos próprios proprietários para passar, em 20 anos, para entendidos, gestores profissionais. Drucker (1909-2005), austríaco emigrado nos EUA em 1937 com passagem por Londres antevendo o perigo do nazismo (Anexação de 1936 da Àustria pela Alemanha), faz a história da Gestão (termo cunhado em 1911, precisa) com o exemplo de J.P. Morgan, o banqueiro que gostava de dinheiro mas não esbanjava à toa nem premiava gestores além de um limite e muito menos aceitava pagar a incompetentes.
Pinto da Costa pode apreciar as práticas e ideologias comunistas, ao arrepio das verdades e factos da história que fez a razia de todo esse manancial de demagogia e sepulcro de pobreza endémica. Mas a evolução humana ancorou-se, primeiro, em valores religiosos que Pinto da Costa conhece mas são alheios a ideologia extremista ou só amaciada de delírios tautologicos de Esquerda tola; depois, a Humanidade cresceu, apesar do obscurantismo religioso extremo, com a riqueza produzida (vulgo capitalismo) e o mecenato que libertou as Artes e criou os períodos inovadores, do pensamento à tecnologia. A América dá exemplos de vida e fortuna, ao contrário da URSS e sucedâneo que retomou antigo nome é oligarcas em vez de kulaks. Mas é preciso ter cultura acima da média e dominar várias áreas de conhecimento, algo ao alcance de todos, hoje, na era da Informação, mas é sempre preciso esforço - e retenção de saberes, melhor se forem aplicados e ensinados até...


O problema do FC Porto é não entender a teia em que se enredou. O tempo da luta foi um, impulsionado por Pedroto, e foram duas décadas de luta intensa para começar a hegemonia. Pinto da Costa emergiu à frente desse combate político, num ambiente económico e regulamentar próprio mas que hoje não é igual.
O FC Porto falhou em Gestão pura, em avaliação financeira e de recursos, em aplicação de políticas activas (como pede no anúncio de Drucker), em adequar a estrutura ao crescimento do clube, em pub e mkt, em comunicação e actualização de processos, a falhar o acompanhamento de mercados e oportunidades - tudo na última década em que afrouxou a luta e claudicou em posicionar-se nos centros de poder, acabando, como se ouviu agora, de perder a batalha.
Está declaração fulminante de derrota devia obrigar a perguntar PORQUÊ e saber-se a razão da AUSÊNCIA DE LUTA, o tal "coiso" que era o ADN do FC Porto. Por isso, sem exemplo de cima, a equipa claudicou e os adeptos viram-se sem líder ou general na BATALHA!
Pelo meio, com o advento das SAD, a equipa dirigente do clube, amadora, tornou-se subitamente profissional. J.P. Morgan não admitiria isto. Drucker conta histórias dos grandes da América: Henry Ford, crente na invenção do seu modelo T, em 20 anos tinha sido ultrapassado pela concorrência e só uma Gestão profissional permitiu retomar o topo e devolver à sua marca a primazia e a grandeza.
Pior no FC Porto: começou a confundir o Conselho de Administração da SAD com a Direcção do clube. Depois criou a figura do CEO. Sempre as mesmas pessoas, nenhuma profissional em Gestão, amigos de todas as horas mas sem estudos, sem preparação, sem capacidade de gestão que, de resto, nem o presidente tem. Este é o drama e a RAZÃO do fracasso, agravado com a percepção franca de, afinal, ali não se perceber tanto de futebol como era admitido, divulgado, insensato. Nenhuns princípios e práticas adoptados a não ser adequar contabilidade e balanços, únicas coisas sujeitas a auditoria e obrigação ainda que mínima, de informação pública. E quem tem deixado a SAD? Os responsáveis pelas finanças, Fernando Gomes e, duas vezes, Angelino Ferreira (uma para acompanhar o novo estádio)... Por sinal, saídas com acrimonia, como ainda agora se viu com este, prosseguindo uma guerra latente com o primeiro - os tais Estados de alma e questões pessoais que o ex-dirigente Nuno Antas de Campos notou em O Jogo.

Ainda hoje sócios e adeptos do FC Porto não percebem que no futebol profissional não são stockholders/accionistas para influenciarem decisões, são stakeholders/participantes que devem ser considerados por entre fornecedores, patrocinadores, distribuidores, funcionários,  empresas, comunidade em geral onde se insere. Muitos sócios julgam-se clientes e outros não. Bastantes pessoas passaram a confundir a SAD com o clube e o negócio com a prática desportiva, o móbil do negócio, a obtenção de lucro ou a obtenção de títulos. A confusão é do tamanho dos interesses misturados e das águas não separadas entre entidades distintas - mas sujeitas a relações de sociedade e transferência de activos como o estádio e fluxos financeiros -, tudo, tudo sem distinção de aparelhos administrativos e avaliação de poderes e de fracassos. E, no fim, percebe-se que ninguém é punido, mas prémios e mordomias começaram a causar incómodo nos adeptos e sócios, à revelia do pensamento de Drucker e da prática de J.P. Morgan.
Ou seja, em resumo, princípios de liderança e gestão profissionais estão em causa, sem que a responsabilidade e vencimento correspondam punições e culpados - como numa empresa normal.
Não admira que Pinto da Costa aprecie práticas de gestão dignas do PCP, sendo que se comporta como a esquerda caviar, cheia de proclamações fáceis mas usufruto do melhor da sociedade consumista e luxos do capitalismo.
A moralidade de pacotilha é esta, não faltam chico-espertos por aí, de líderes partidários a comentadores políticos, mas por alguma razão os grandes clubes, não só o FC Porto, passam mal, mas a generalidade de empresas e negocios carecem de gestão profissional, em Portugal,  medição de resultados, avaliação de performances e justificação de modelos e administrações.
Dos aspectos gerais iremos aos particulares, da definição de liderança e carisma à verificação de exemplos, êxitos e medidas.
Sim, porque o futebol é golos e emoções, mas uma actividade humana que tem regras de gestão e accountability como uma empresa normal. Seja para gerar lucros ou só de âmbito social. A SAD no primeiro caso não tem forçosamente de gerar lucros, mas deve cuidar de factores de rentabilidade e sobrevivência: solvência em resumo. O clube de dinamizar o desporto e desenvolver modalidades.
Mas qual é o negócio e quem são os clientes? As pessoas não sabem. Os administradores não querem saber, mas deviam.
O FC Porto foi ultrapassado num tempo em que os seus responsáveis não estão à altura das responsabilidades e das exigências. Não se preparou para cimentar a hegemonia alcançada, apenas cristalizou prática amadora num círculo de amigos íntimos do presidente. E há quem tenha ficado animado com proclamações abstractas, amplos lirismos repetidos sem verem que o museu, como o armário, tem esqueletos em vez de títulos e amigalhaços em vez de gestores.


18 abril 2016

O livro vermelho que o Politburo do Dragão deve ler (1)

Mais uma entrevista de Pinto da Costa e ainda tantas pontas soltas. Muitas boas intenções e outra vez uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Os basbaques ficam com o que gostam de ouvir, como lêem o que gostam de ler e confiam em quem se habituaram a confiar. Nada de novo, apenas o recuo em vários aspectos e a confirmação de não ter trunfos na manga, apenas a velha caderneta de cromos.
Parece que quer emendar alguns erros, mas a verdade é que são erros repetidos: orçamentos elevados sem retorno desportivo e conversas da treta à volta do aleatório que implica o futebol - mesmo as cadeiras da arbitragem são o que são porque há muito o FC Porto se retirou de cena e diz que não quer voltar, regozijando-se por Vítor Pereira sair quando João pode vir o João Ferreira está para entrar com Fontelas Gomes... 
Já os erros de gestão, de relapsos dirigentes pagos para não os repetirem se não conseguem melhorar os seus resultados, ficam sem responsáveis, enquanto caiu mais umas palavrinhas sobre Lopetegui... ainda vamos saber o que tomou ao peq alm no dia do último jogo!
A afeição a práticas políticas e de gestão do PCP, sobre Banca e fiabilidade histórica de gerir dinheiro público nos paraísos socialistas reduzidos a pobreza bolivariana apesar das trombetas esganiçadas da Catarina Martins, numa simpatia de vinco socialista mais abrangente, não é digna de um chalaceador de almanaque, mas confirma os tiques ditatoriais impostos e já infeliz marca da casa. Não surpreende o regime censório instalado e a prática eleitoral seguida, com vigilância pessoal do acto na primeira pessoa. Não acerta uma, por muitas entrevistas que dê só reafirmam a sua incapacidade. Daí ser oportuno sugerir o que indico e já tinha escrito ontem. 

Podem estranhar a cor, até por ser rara nos muitos livros de Peter Drucker, um pensador de Gestão que influenciou muitas das grandes empresas americanas e Bill Gates himself... Se Philip Kotler reina no marketing, Drucker é um must sem ser formado em Gestão, tão só ciência política e relações internacionais como até Miguel Relvas deva conhecer... 
Este é só uma compilação de reflexões e um apanhado da bibliografia de Drucker, feita por um antigo associado. Volta e meia trouxe aqui um ou outro tópico ou frase de Drucker. Quando falta tanta coerência de gestão no FC Porto, trarei por estes dias aspectos que comprovam a falência do regime norte-coreano instalado no Dragão.  O vermelho acaba por ser irónico sinal de perigo que o decrépito Pinto da Costa não entende, porque práticas sadias na SAD é algo inexistente e razão do fracasso actual. 
Pinto da Costa passou a criticar O Jogo, como atazanou a sua existência desde o primeiro momento, salvo quando precisou combater o off Record vai fazer em Outubro 20 anos. Por alguma razão acolheu o então director Tavares como se o FC Porto seja uma misericórdia para inválidos, para mais num sector de me®dia que expõe o atraso atavico do clube na era imparável da Informação e conhecimento que nenhum ditador controla mais a cem por cento - mas com mais recursos gastos, financeiros, técnicos e humanos, sem resultados e com suave intenção de responder agressivamente (uiuiuiui...) como se vá pôr alemães a tremer das pernas, sem forçar a nota no FB... Patético.
As duas páginas de Manuel Queirós de domingo, mais o par das de sábado motivaram mais um ataque e um toque a rebate do velho caudilho. E, contudo, apesar da sua integridade também patente por não beliscar velhos amigos hoje instalados no Dragão, MQ encheu um chouriço para contar pouco do que foi chegar a este ponto de contestação aberta e indisfarçável a Pinto da Costa.
Se MQ quiser desenvolver mais duas páginas a partir do seu último parágrafo, também pode esforçar-se por compreender o que é economia social, em que podem integrar-se e comparar-se os clubes, perceber mecanismos básicos e acessíveis de gestão e aprofundar seriamente as razões do fracasso organizacional que afundou o FC Porto e sem sinais de se recompor usando velhas fórmulas, usados colaboradores e truculentos instrumentos de repressão informativo e obscurantismo ideológico de caducas formas de vitimizaçao.
A verdade que MQ não percebe ou não ousa aprofundar , é que os factos provam que o FC Porto ficou refém de velhos métodos e não avançou ( na verdade, aflora, diz isso, mas não concretiza) não se agilizou e, pior, falhou no autocontrolo e baniu assim a autocrítica para que todos os erros sejam escalpelizados - internamente. 
Com excertos deste livro pode perceber-se melhor como o FC Porto não evoluiu. E o tacanho e passadista modelo eleitoral, vergonha numa democracia, é o último retrato e relato fiel da caducidade do regime autocrático, autofagico e censório instalado na nomenklatura ditatorial que aniquilou o crescimento do clube no auge do seu poder para expor a limitação da SAD usando o Princípio de Peter.
Não tenho entrado nas questiúnculas das bolas nos postes, das gp, das arbitragens, porque os veículos informativos da SAD são pagos para fazê-lo sem o fazerem numa falha que o presidente admite superfluamente, nem sequer das comissões. Uma análise aos anos de gastos excessivos, de volume de comissões em carradas de jogadores aos orçamentos sobredimensionados, bastaria aos 90M€ de 2000 até aos 100M€ de agora para nenhum campeonato ganho reprovar qualquer CA/CEO. Mas é tudo muito mais profundo do que isso. E sem nada vislumbrar-se de mudança de rumo e compensação de perdas, sem capacidade de campeões à vista. 

Cem por cento e sem hipóteses

Com eficiência a cem por cento, dois golos em dois remates em escassos minutos logo a abrir o jogo, o FC Porto começou a derrotar cedo o Nacional que acabou goleado (4-0). Uma sorte circunstancial que, providencial também, soltando a equipa para actuação agradável,  inibiu até que a arbitragem pudesse influenciar o jogo. Assim tivesse sido nos últimos jogos, nem os árbitros teriam hipóteses de prejudicar como dolosamente fizeram - e o último golo até surgiu em fora de jogo. Uma ironia, apenas.

Entretanto, com 79% dos votos expressos em urnas abrangentes de peculiar processo e eleição, Pinto da Costa foi reeleito. Na Síria,  Bashar al-Assad também, em modelo similar. No Brasil, sucedia o inverso, a destituição de uma presidente que, sucialista, vendeu cargos, comprou votos e emprestou porcaria, e o toque a finados de um regime plutocratico.
Se na véspera, dispensado de campanha que a imprensa obviamente não cobriu por omissão, Pinto da Costa asseverou como um voto seu para se reeleger não precisa de cem por cento, mas pigarreando a pilheria com satisfação belicosa, a validação de 79% de votos como a mais baixa vitória de sempre e sem concorrência à vista a não ser uma difusa conivência me®diatica que dá para os dois lados. não inibiu o decrépito presidente de mostrar o desrespeito para com os sócios. 
Afinal, os 21% que há 25 anos um concorrente de carne e osso teve nas urnas mas agora foram nulos para candidato ausente por protesto surdo mas audível, não obliteraram a visão passadista que sempre norteia quem promove o culto de personalidade. 
Voltando a chamar estúpidos aos sócios - indiferente a que menos de 2500 num total de 100 mil associados tenham votado em local fixo e condições de privacidade únicas a sugerir o velho braço no ar -, o líder reeleito com oposição de 1/5 dos votantes, gozou o prazer de um cento deles ter preferido apoiar anulando o seu voto com inscrição a favor da continuidade e votos, bem oportunos, de força, em vez de legitimarem uma mais alta percentagem no triunfo que iludisse o protesto ruidoso, apesar de surdo.
Mas também Pinto da Costa não deu hipóteses e aplicou os 100% devidos aos caudilhos para gáudio de basbaques e parolos de matilhas diversas abrigadas por chicotes castigadores e instrumentos toscos de controlos frágeis de pensamento. 
Se dúvidas houvessem de que nada vai mudar no regime norte-coreano do Dragão, elas foram dissipadas ao mesmo tempo da aberta confrontação com uma imprensa alargada da Cofina a O Jogo: um incómodo que se percebe mas é ridículo e fruto de quem nunca apreciou a imprensa e faz em casa a prática de silenciamento informativo que é um calcanhar de Aquiles do clube e forte razão de insatisfação de adeptos modernos e com níveis de conhecimento e literacia que certas monarquias e plutocracias não toleram.


16 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-1)

E a um dia da eleição norte-coreana algo saiu da caverna do anonimato. Certo que Pinto da Costa secou tudo à volta, desde a vitalidade do FC Porto ao silêncio cobarde e falta de espírito crítico que também cabe a uma imprensa livre e verdadeiro 4o poder em qualquer circunstância. O Jogo ouviu algumas personalidades que fogem do estafado espécime que julga saber do futebol como jogo. Não ouviu sequer ex-jogadores. E, salvo um jornalista externo mas colunista, ouviu gente fora do estereótipo do comentário encartado. 
Um ex-dirigente, para quem "a honra de servir já bastava" e "sem qualquer retribuição",  montou um discurso notável, assertivo e certeiro. Nuno Antas de Campos faz uma reflexão apropriada, centrada na pessoa do presidente e os seus "Estados de alma", "sentimentos pessoais" e tiros no pé. "Ele é que estragou" a "estrutura montada que não era para estragar", segundo o próprio Pinto da Costa. 
Tónica comum a todas as reflexões: para além de reavivar o sentimento à Porto, mais uma coisa estragada pelo próprio presidente com a sua actuação errática e cobarde, pede-se um módico de gestão empresarial série, efectiva e eficaz. Só e bastaria, não fosse o timing que evoca momento para sucessão. 
Porque a "estrutura"  tornou-se um antro de amigos, nenhuma posição comum de defesa do clube e adeptos. 
Mas no campo empresarial tão descurado, há atitudes antagónicas. Um empresário, António Pinto de Sousa que desconheço, fala mais de finanças com a preocupação da sustentabilidade financeira, ao passo que o músico Carlos Te vê uma SAD "moderação operando numa indústria" como se fosse um mal em si, quando não percebe que o mal é a gestão deficiente, Amadora e ineficaz, precisamente o que destrói uma organização, uma empresa e um clube.
Todos estes pontos tenho abordado e vou aprofundar, mesmo que em geral isto tenha menos acolhimento e suscite pouco interesse, sem deixar de ser o cerne da questão que o adepto comum não aborda porque a espuma me®rdiatica o evita com o desconhecimento atavico de gestão, economia e finanças já patente na abstrusa "imprensa de referência"  de lacunas enormes e causa da iliteracia generalizada propagada pelas tvs de lixo informativo em que assenta a percepção do mundo pelo tuga das pantalhas.
Posta está abertura com o tema do dia, passo ao texto que já tinha escrito e complementar desta matéria, dando sequência ao que tenho exposto.
Talvez o comum adepto não compreenda inglês e desconheça o alcance de um quadro deste tipo. A visão empresarial e de mercado também se aplica aos clubes e o futebol nem está sequer tão expandido em management e marketing como as grandes competições nos EUA, como a NBA ou a NFL ou o beisebol. O que acompanha as tendências de gestão são os primos próximos ingleses, daí o sucesso da PL à escala planetária.
Bastaria dizer que, como ontem explanei, nem Valores são reconhecidos no FC Porto para a sua Missão é Objectivo /Estratégia, como nada dos tópicos acima são aplicáveis no Dragão que aqui é ali fala da divulgação da sua marca - apenas conhecida se o futebol der resultados.
Até há muito pouco tempo, li amiúde queixas repetidas de sócios que se sentiam desconsiderados. Amanhã são chamados a votar, ou na lista única ou no protesto - porventura sem saberem como o fazer para a sua insatisfação ser tida em conta.
A semana pré - eleições, sem campanha nem informações, decorreu como se nada fosse, nada vá ocorrer e até será verdade. Basta o voto próprio para Pinto da Costa se reeleger. Brancos ou nulos o que valem?, se valem alguma coisa?, tal como a abstenção?...
Está anunciado o projecto, como medida eleitoral, de um centro de estágio. O Olival não serve, pelo visto, e a gestão foi FC Porto, mesmo num projecto de futuro, aponta a uma aparência de urgência quando tem coisas importantes para assumir.
Mandam práticas de gestão que se cuide do que é importante e não do que for urgente. Foi descurado o futebol em nome da preocupação com o museu. As dificuldades no bicampeonato de Vítor Pereira não foram tidas em conta. O descalabro é o que se sabe: Futebol descurado grosseira e criminosamente por uma gestão desatenta, errática, sem rumo e com fracasso rotundo. Não é de agora, mas a pasmaceira que marcou o 13o mandato deve prosseguir alegremente como uma orquestrada marcha militar de suposto poderio mas bluff norte-coreano.
O Tribunal do Dragão continua a trabalhar bem o dossier dos jogadores, valores, comissões e erros clamoroso aplicados com mentiras, encobrimentos e práticas opacas políticas denegrindo a honorabilidade dos adeptos pensantes. Os Portistas Anónimos escancaram as incongruências organizativas e o Porta26 não deixa de assumir a ruptura com gestão danos comprovada e incompetente. Hoje mesmo, a forma de votar e validar os votos exposta no Reflexão Portista diz bem do anacronismo norte-coreano do FC Porto. Importa ratificar o Grande Líder.
São muitos insatisfeitos para tão poucos resultados. Este é o ponto numa gestão: resultados.  O 13o mandato foi uma tragédia, o próximo cavara até ao fundo já conhecido e oficialmente assumido. Fica o balanço e o que falta fazer mas não será feito. Gestão profissional não é só conhecer o futebol é quem era apontado como conhecedor já reprovou duas vezes este século. Talvez mais um mandato ruinoso obrigue a chamar a troika ou o FC Porto, como Portugal entregue ao delírio socialista de novo, seja a Grécia e se equipare ao Benfica e ao Sporting sobre cujas ruínas e falta de boa gestão o FC Porto criou uma hegemonia que não cuidou de manter, gerindo mal.
Infelizmente, con o statu quo, comprová-lo a máxima de se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente.
Mas não só os resultados de amanhã serão para ler no dia, mais do que o do jogo com o Nacional. Veremos, ainda, como ficarão os lugares anuais na próxima época.
E para a semana aprofundarei a temática da Gestão, com exemplos como o de abaixo, mesmo que Peter Drucker nunca tenha dirigido uma empresa nem fosse Gestão a sua habilitação académica; afinal, formou-se apenas em direito internacional e ciência política, sem ser um Miguel Relvas... E sem saber como recolher fundos ou gerir Fundos, limitou-se a ensinar Gestão.


15 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-2)

Perguntei estes dias a vários amigos se enunciavam aquelas quatro virtudes um dia proclamadas, sem mais, como qualidades portistas, seja para justificar a afeição dos adeptos ou, acima de tudo, o profissionalismo dos que servem, trabalham no FC Porto.
O que foi lançado como Valores para justificar Ser Porto caíram em saco roto. Como o futebol que bateu no fundo mas continuam a cavar.
Ajudei como pude, e lembrei, juntando ao pedido a memória das qualidades Rigor e Paixão. Sei que foram cantadas quatro virtudes, mas perdi o rasto das outras. Nenhum foi capaz de completar o quatuor. Um ainda acrescentou Tradição e esse é membro de uma claque organizada. Não, ele nem fazia ideia do que eu falava. Outros amigos portistas afinavam pelo mesmo desconhecimento. Quê? Oh, pá, pergunta aí mesmo na redacção!...  Ui, ninguém sabe, ninguém lembra, ninguém conhece.
O FC Porto tem Valores que foram enunciados pelo presidente há pouco tempo. Mas, com tudo tão choco, sem rigor para aplicar e paixão partilhada para difundir, não passou. Não passou essa mensagem como não passa qualquer comunicação. A irrelevancia instalou-se, a par do comodismo dos dirigentes e uma estranha obsolescência estrutural na era da Informação, quando o FC Porto integrou vários profissionais da área e os meios de divulgação são o que se sabe e chegam a todo o mundo.
A comunicação é uma pecha há muito criticada aqui e uma preocupação partilhada por todos os portistas: nenhum elogia esse campo, tão importante como descurado pelo FC Porto, apesar dos recursos despendidos e as estruturas montadas mas cuja eficácia e mesmo oportunidade e razão de ser eu antevi como irrelevantes, lá está!...
Ora, sabemos que o Politburo do Dragão são dois ou três elementos que tudo concentram e nada difundem. E isso mata qualquer organização, sem circulação de informação interna e exteriorização do Sentir Porto como deve ser. O Torto Canal nasceu com os erros de casting e missão que são reflexo do comodismo instalado, o amiguismo deslocado e o nepotismo norte-coreano que se sabem. Já também o apelidam de Patético Canal. E o resto segue, como o falhado Dragões Diário que nunca subscrevi e também antevi mal posicionado na grelha mediática portista.
Não se admirem, então, que portistas arreigados e mesmo jornalistas encartados desconheçam o que acrescentar a Rigor e Paixão.
Aos Valores mal difundidos, e não retidos, por isso não partilhados, o FC Porto teria de assumir uma Missão e Estratégia ou Objectivo. Pareceu-me, à data dessa proclamação falhada e surda, que um espírito empresarial emergia no Dragão. Mais um falhanço clamoroso - e em grande parte a razão do fracasso actual.
Desconhece -se quem tem cursos ou apetências de Gestão no FC Porto. E o FC Porto falha aí. E é por aí que tenho entrado nestes dias e vou manter a atenção. A prática empresarial, nas queixas de muitos portistas ainda sócios, levou a perceber que os sócios se sentiram desconsiderados, isolados, tidos como clientes. Insatisfeitos com os resultados. Descontentes como clientes.
O provedor do sócio, agora proposto, é o reconhecer do erro. Mas desconhece-se se emendara alguma coisa. A Liga tem um Provedor do Adepto, mas não se sabe se atende ou serve algum ou alguma coisa. Nem ajuda a mudar algo. Não ajudou até hoje. No FC Porto será diferente?
Certo é que práticas comerciais existem nos clubes profissionais ingleses há décadas. Geram lucros e aumentam afectos e adeptos. O FC Porto mais uma vez acordou tarde. Reagiu, não agiu. Ficou parado, perdido no tempo. Faz comunicações internas? Não pontes com os adeptos.
Continuarei o tema. Para reflexão.

14 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-3)

Não se aflija, a "estrutura", ou a hierarquia de poder no FC Porto não é tão complicada como ler o Metro de Tóquio, ainda que poucos portistas sejam capazes de distinguir corpos dirigentes, pela sobreposição de cargos e concentração de poderes, entre SAD e clube.
Também poucos adeptos e mesmo sócios serão capazes de citar o quatuor de predicados em tempos enunciados sem se saber porquê e para quê, porque saiu do nada e caiu, portanto, na irrelevancia...
De igual modo, ainda, é tão indiferente para muitos aficionados que Antero Henrique seja o CEO do futebol profissional e agora rumo ao CA, sendo de futuro, também, director do clube na formação. Se o PM Costa da geringonça nomeia amigos, sem mais nem menos tateias ou peias éticas com as quais se incomodem as esganiçadas de Esquerda, para assuntos de Estado e negócios escuros correlacionadas, também sem que o Bilhim da Cresap seja chamado a peneirar, tantos 140 Boys&Girls subitamente colocados numa fúria de nepotismo e amiguismo sem paralelo como na devastação do Vieira da Silva no IEFP,  para quê alguém se preocupar no regime norte-coreano do Dragão?
O que interessa se o filho do presidente embolsa comissões, mesmo amiúde trabalhando pro bono, sem jogadores na sua carteira mencionados no site do agente, se o PM Costa despudorado entrega a representação do Estado a um amigo cuja sociedade de advogados não tem, no site oficial, nomes de colegas causidicos?
O FC Porto, como outros clubes, também é o reflexo do país do deixa andar. Portugal chegou onde chegou. O FC Porto também. Reacções?
Acredito que muitos sócios nem saibam a diferença entre clube e SAD porque, a cavalo das conquistas quando em 1997 ou 98 as SAD vieram há luz do dia, a coisa passou e os troféus comprovaram que assim estava bem, até se acumularam em todos os escalões do futebol maior e de limite etário e inclusive somando as principais modalidades.
Mas o modelo esgotou, da mesma forma que são já raros os casos de ecletismo abrangente no mundo. Como esgotou o modelo de organização portista, escaqueirado curiosamente em cada baixa no elenco sempre pelo lado do CFF,  o chefe das finanças como foram Fernando Gomes e Angelino Ferreira, por exemplo, pois os outros cargos ou são irrelevantes ou de mera nomeação assente na fidelidade canina como se autopromoveu o "general prussiano" Camões para o JN...
Temos, nesta análise que proponho à estrutura organizacional do FC Porto, uma bela salada de grelos e muitos nabos. Uns abespinham-se no Facebook, outros nem piam por nada terem a dizer. O chefe do bando amestrado não passa cartão às tropas, o exército de apaniguados leva de todos os lados - mas o Napoleão que emergia da República sempre se coroou Imperador. E o regime absolutista prosperou e na Cidade Muy Nobre e Sempre Leal e Invicta, que resistiu ao cerco da monarquia e ganhou foros de Liberal, temos o regime que se sabe, com um ou outro Robespierre de pacotilha entre vassalos novos e velhos louvaminheiros.
Quando o ciclo da 13a República não se fechará ainda, um expediente com barbas é lançado para limitar os danos e sugerir recondução por aclamação ao novo Querido Líder, aparecendo ainda a pantomina de uma deputada sucialista de permeio a esgrimir legitimidade de assinaturas antes da ovação ao timoneiro da nação, o circo está instalado e ninguém se insurge, até a cordata e servil imprensa de sarjeta local desvia atenções e limita os danos, sendo parte da abnegada mas sempre enganada bluegosfera posta a banhos incapaz de molhar os pés e lavar as mãos, porque isto de grandes talentos em horas de prime-time só revela os trastes que são - como dizia Peter Drucker, e muito falarei dele doravante, é fácil fazer boa figura em épocas de expansão "mas vivi umas quatro ou cinco e as épocas de expansão puseram sempre charlatães no topo".
Ora, como me propus, não estou numa de culpar treinadores que dirigentes escolhem supostamente com critério, nem de avaliar jogadores, uns e outros sob lupa crítica todas as semanas em campo.
E tenho tão boa memória de épocas de expansão como do tempo das vacas magras. Não, este tempo não é novo, é velho e os erros repetiram-se, o que não se admite numa gestão de topo. Aquilo por que me bato aqui.
Também ligo pouco ao ruído das comissões com empresários, mas retendo que a mulher de César era suposta não só ser séria, mas parecer séria também. Não discuto a espuma dos dias e as minudencias me®diaticas porque não tenho agenda nem amigos a defender.
O FC Porto esbanjou recursos espantosos nestes 3 anos anunciados como o retomar de 30 anos de vitórias. Foi também com o maior orçamento de sempre, então, com 90M€ de gastos previstos após o Penta, no virar do século, que se cometeram as maiores barbaridades do rumo desportivo, dos Pavlin aos Pizzi e Esnaider: 3 anos sem ganhar, valeram 2 taças de Portugal e carreiras meritórias na Europa, mas lutando pelo título até à última (2000) jornada ou quase (2001), sendo que no auge de 1999-2000, com 1/4 final da CL com Bayern, os reforços de inverno foram Caju e Clayton...
Mas não é esta SAD, sob análise de accionistas que metem o seu dinheiro com conhecimento de causa e um módico de gestão e accountability nos seus currículos, que vai a votos, porque está renovado o mandato, apesar do estapafúrdio fracasso com, este sim, orçamento já acima de 100M€. Vai a votos quem acabou com o basquetebol e tem o hóquei nas ruas da amargura, quem recebeu uma vez e outra dinheiro estatal para piscina olímpica (lembram-se?) cujas fundações chegaram a ver-se nas Antas junto ao pavilhão e agora são usadas por usar de favor autárquico as municipais de Campanha.
Afinal, são os mesmos da SAD e do clube. Uma grande e dispendiosa confusão. Porque o FC Porto deixou de fazer bem o que fazia e perdeu os papéis, além de muito dinheiro.
É a política global, a estrutura organizacional que discuto, não de agora, e sem esperar que os mesmos de sempre mudem alguma coisa. Cosmética não chega. Boas intenções são só demagógicas.

13 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-4)

Decerto repararam, ou até não, mas não deram a importância devida. São, de facto, coisas aparentemente sem significado. Até a coberto da legalidade, como a adequação a regulamentos, como parece ser o caso. O elenco dirigente portista no clube é reduzido, de 14 para 6 ou 7. Ou seja, uma redução notável
Que explicação terá,  não se sabe ou não de avaliou em devido tempo. Cosmética sem sentido como mudar tudo para tudo ficar na mesma.
E, contudo, se antes eram muitos para tamanhos disparates acumulados, pense-se na especialização que significava um acompanhamento próximo das coisas
 Pense-se nas modalidades, que ultimamente ou desapareceram voluntariamente, como o basquetebol, ou passaram de decacampeoes a irrelevantes, como o hóquei.
Número e tamanho não é documento, mas a verdade é que o ecletismo dos dirigentes perdeu-se. Talvez se justifique a redução de directores, acompanhando a redução de valores e expectativas. Mas, absurdamente, não se separam corpos dirigentes de clube e SAD. E ninguém controla ninguém, uns avaliam os mesmos, os próprios...
Depois temos, no novo Politburo reduzido como Cenáculo ou conciliabulo de sábios, a mesma anterior falha onde não cabe a separação de poderes, numa adaptação de Montesquieu. Onde não havia, em bloco alargado, órgão de análise/aconselhamento, além de se confundir o papel executivo como o de um CEO com um administrativo supervisor, temos que se desconhece quem está por cima na hierarquia - sendo que cristalizou o papel, a hegemonia e um confuso carisma e até difusa liderança, na pessoa e função do presidente. Que é quem demite quem mas ninguém acaba demitido. O CEO medíocre que seria despedido sumariamente numa empresa qualquer acaba de ser chutado para o CA. Antero toma, agora, em mãos o delicado tema da formação, no clube, não bastassem os meios esbanjados e nulos resultados no fracassado projecto Visão 611 sem nada de operacional e lucrativo para o futebol profissional, de que é pomposo mas inútil CEO, salvo se torturar-se exemplos como o de Hulk, bem espremido, em favor da ideologia... É mais ou menos como pôr um tanoeiro a cuidar da lanchonete dos miúdos. Tanta experiência concentrada deve ter sido a pecha, além de Lopetegui pelo qual não há elevadas responsabilidades, para tamanhos inéxitos.
Eu, que já dediquei mais espaço e atenção ao despauterio organizacional da "estrutura",  não deixarei de passar mais uma semana a apontar os culpados da debacle desportiva de quem não cuidou de cimentar a hegemonia. Onde se comprovou que não custa chegar ao cume, mas manter-se e aí fazer o que o FC Porto nunca fez: a diferença.
E não é com a mesma gente que se vai obter resultado diverso. Como não colhe o argumento, de novos vassalos e velhos louvaminheiros, de que estes ganharam e saberão retomar o caminho das vitórias - mas já lá vão 3 épocas de luto quando foram anunciadas como o relançamento dos 30 anos de conquistas que precederam esta negra série. E donde se prova, alguns suspeitavam e eu sabia que a "estrutura"  ganha se funcionar bem mas com jogadores e treinadores competentes para  lograr os êxitos e esta horda norte-coreana de dirigentes caducos e ultrapassados, fartos de meter os pés pelas mãos e arriscarem negócios espalhafatosos, não tem a seu favor, em vez do lastro histórico, o benefício da dúvida de demonstrarem competências.
Porque vemos, sem favor, os rivais mais apetrechados nos gabinetes, ainda que menos vedetas e menores orçamentos em campo, na diferença que tem marcado os últimos anos perdidos no Dragão.
Ou faria favor à "estrutura"  considerar benevolente que a liderança usada em 30 anos de vitórias impensáveis fosse subitamente hipotecada em nome de um guru espanhol para lhe entregar de mão beijada a condução dos destinos do futebol - assim sem mais nem menos?... Ou foi expediente para diluir a abafada guerra de representação e proeminência entre o filho pródigo e o delfim de procedência duvidosa do presidente?

12 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-5)




Ontem, na reportagem do jogo na Mata Real, já tinha reparado que a "imprensa do Porto",  com sede no ainda edifício JN, não tinha uma foto, nem uma linha, sobre Pinto da Costa.
Hoje, mesmo a reboque de uma sondagem que é mera auscultação do sentir do público, para mais em cima da derrota com o Tondela, mesmo a maior conclusão dos dados básicos e simples de analisar é menorizada e recolhida para destaque secundário. Mesmo que entre pelos olhos dentro, veja-se como os quase 60% de opiniões culpando a SAD pelo descalabro portista são subvalorizados em nome de uma divisão de opiniões sobre a valia do treinador Peseiro e as condições para continuar na próxima época.
Na véspera foi o mutismo absoluto, marca de água da actuação pública das figuras de topo da SAD. Como podem verificar, o presidente sozinho na tribuna numa fugaz imagem televisiva e sem se vislumbrar o CEO no banco foram destaques meus, porque sobre eles devia centrar-se as atenções.
Mas a propaganda faz o seu caminho, a diabolizaçao de Lopetegui teve remake à 2a entrevista do presidente que apontou um único culpado para o descalabro. De igual modo, Peseiro é o visado em O Jogo, como se constata pelos destaques de capa e o espaço desproporcional dado aos dois casos, treinador e SAD, no interior.
O trabalho de limpeza segue na imprensa de sarjeta local que tem tanta integridade quanto a SAD portista e o reconhecimento respectivo em vendas a leitores e simpatia dos sócios. O alijar de responsabilidades está em curso e foi montado por Pinto da Costa com o êxito, pifio e serôdio, que se vê.  Este branqueamento criminoso não aproveita a ninguém, a não ser momentaneamente.
Aqui, onde sempre se escalpelizaram vitórias e derrotas, as atenções não se desviam do essencial. O que se passa no FC Porto é demasiado grave para ser limpo por uma esponja me®diatica descredibilizada, incluindo os fracos serviços de propaganda do clube igualmente sob a mira e a ira dos sócios que não comem palha,  não são vassalos nem velhos louvaminheiros de percurso mais ou menos recente.
Cheguei a passar uma semana, este ano, zurzindo no decrépito presidente pela falta de tacto, ambição, visão e estofo para se manter no cargo. Continuarei a não me desviar do essencial esta semana, de ida a votos com cheiro putrefacto, bem como na próxima, até ao 34o ano de presidência a 23 de Abril.
Pinto da Costa não devia continuar no FC Porto salvo como presidente honorário com cadeira de sonho reservada para sempre na tribuna de honra. Pelos serviços prestados. Não os mais recentes, nem os próximos lhe evitarao a saída pela porta pequena. Dele e da clique norte-coreana que fatalmente sairá em bloco com ele, por muitos bacocos com barbas que puxem pela reeleição extemporânea como a que agora sucede a encurtar um negro 13o mandato - aquele anunciado como o primeiro do novo ciclo de 30 anos de vitórias para enganar os papalvos.
Seguem-se os próximos capítulos de denúncia da fraude dirigente enraizada no Dragão.

11 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-6)


Já tinha dito que esta equipa nada ganharia; que Lopetegui devia ter saído em Setembro apesar de ganhar ao Benfica - equivale a ganhar o campeonato, como antigamente -, já que aceitaram reconduzi-lo mas lavam as mãos como Pilatos; a episódica liderança era colada a cuspo; o presidente criticou os sócios por assobios destemperados numa acumulação de frustrações que o 1o lugar não exorcizou; depois de defender o treinador despediram-no sumariamente; foi capa de jornal que "troquei de treinador porque acredito nestes jogadores para o título"; jogadores em que, na revista do clube em início de época, o mesmo presidente reconheceu ter "mais qualidade no plantel"; plantel que pôs à venda, em saldos, agora com inusitadas declarações públicas nunca tidas em 34 anos de mandatos sucessivos; mesmo que, com a "Maiconada" do Arouca, já aqui tinha escrito que os "jogadores desmentiram o presidente"; eles que de barraca em barraca, de roubo de igreja em roubo de igreja perante o silêncio cobarde dos dirigentes, até com Moreirense e U. Madeira insistiam em cavar a sepultura que atavica SAD vem erigindo, sem rumo desportivo visível, de há vários anos.
O rol de equívocos, declarações circunstanciais e "lirismos amplos" sobre carácter, vergonha, ser Porto, ter rigor, paixão e bla, bla não apagam as deficiências estruturais radicadas na incompetência generalizada, nepotismo, compadrio e amiguismo que, enraizados, sempre marcaram, e foram denunciadas, a gestão caótica e destrutiva que agora vai, sem oposição, a votos no domingo.
Esta é a parte visível que mesmo o períodismo bacoco e servil, ainda que encarniçado sem deixar de ser incompetente no seu facciosismo saloio, não belisca. Basta mostrar as capas recentes com contradições para se ver a incoerência e falta de carácter, com despudor, proclamadas aos quatro ventos na pobre imprensa portuense, ela também a definhar pela ausência de integridade que mutila de morte as organizações.
É isto que está em causa. E os resultados, a inoperância, o sacudir a água do capote travestida em proclamações gratuitas como palha para burros deixa esta acção e dirigentes mais fragilizados que nunca.
Dizem não haver oposição mas nem se sabe como fazer oposição e como protestar no voto que eterniza esta nomenklatura norte-coreana. Há uns vassalos, outros louvaminheiros, a preferir o caos com nome e cara mas desculpas fáceis e esfarrapadas, a uma caos imaginado como se no circo também montado no Dragão não prevalecente a máxima do Tiririca: pior do que está não fica.
Também há muito apontei o mau caminho político, além da má política seguida, de estranhas personagens no Dragão. É olhar para o quadro dirigente e ver como tanta coisa mudou sem que fosse para melhor. Nunca foi. É da história. Em nome dos pobres sócios, no caso, cada vez pior servidos.