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20 dezembro 2013

Aproveitamento das redes sociais, menos no Futebol

Todos os dias algum teletragédia telejornal, ou jornalismo travestido na opinião de um "fake" que por aí ainda anda, traz-nos uma menção ou até uma reportagem completa de ou sobre um tema explorado nas redes sociais. O de uma sociedade de advogadas, todas mulheres, dizem-se especializadas em cobranças difíceis sabe-se lá com que artes e variadas "skills", é apenas o último na berra, mas vale o que vale. Por acaso fui dos que comentaram quando a a novidade apareceu primeiro na Porta da Loja mas nunca me apeteceu transpor para aqui o show-off do caso. As tv's sim, até porque surgiram queixas da promoção atrevida e muito sensual na própria Ordem dos Advogados; só não sei porque não ouviram Marinho e Pinto que tem sempre algo a dizer sobre tudo e para além disso e ser já ex-BOA não lhe retira créditos, como não retira em ex-ministros, ex-disto e ex-daquilo.
 
O que noto, sempre, é que as tv's nunca pegam em temas do futebol explorados, para vergonha do jornalismo televisivo, nas redes sociais. Isso é que era coragem, até para aqueles directores de Informação que se prezam de inserir nos seus jornais de tv tanta coisa, que até chateia, à solta nas redes sociais, mesmo que, como Judite de Sousa instada por Medina Carreira a ler nos blogs o que dela escrevem, depois venham dizer "tenho lá tempo para ler blogues".
 
Fosse essa a tendência e a sua vergonha matá-los-ia provavelmente. De resto, as edições online dos jornais, onde muitos aceitam deixar campear a mais estúpida violência verbal e insultos como se não bastasse o pretoguês cavernoso que é o sinal da Pátria da ignorância atrevida, recebem muitos "recados" e amiúde bastantes correcções às notícias da forma como estão escritas, ou mal ou com coisas inverosímeis. Mas em nome de qualquer Liberdade há quem ache que o Zé Povo deve dizer o que acha da forma que acha e sabe, o que denota também o nível da publicação mas também o alheamento dos responsáveis editoriais que se marimbam porque nem lêem aquilo.
 
O Público demorou mais de dois anos a pegar no caso da Licenciatura fraudulenta, comprovadamente, do ex-Primeiro-Sinistro Sócrates, depois de toda a exposição e factualidade no blogue Do Portugal Profundo de António Balbino Caldeira. Foi, creio que em 2007/2008, a minha primeira constatação do fracasso da Imprensa, de resto visível na inenarrável governança da coisa pública nos anos infaustos do sócretinismo de que as tv's eram o arauto inverso tal a grandiosidade que nos estava prometida mesmo até à assinatura do MoU em Maio de 2011 que nos garantia, ainda assim, um próspero futuro.
 
Muito recentemente, num "6ª às 9", da RTP-1, alguém achou que a tragédia de 1983-85 (não de 1383-85 mas do tempo mesmo de Mário Chulares) devia ser resumida a um tipo de "magazinismo" ligeiro e presumivelmente com piada, quando se justificava um programa, sério, rigoroso, competente, independente e jornalístico, com todos os desmandos dessa era. Por sinal algo que os blogues em concreto têm vindo a repescar cada vez que o ex-Bochechas, agora com os pés para a cova mas a cabeça sempre na lua, diz alguma trauliteirada sempre com eco nos média reverenciais.
 
Como a Imprensa, sem fazer muito do que lhe compete, passou a ter vergonha de ser subalternizada pelas redes sociais, nomeadamente os blogs que ridicularizam a sua (dela) informação e dão os pontos de vista nunca transmitidos em jornais a não ser por colunistas especializados e pagos para veicularem uma tendência obrigando a veicular todas as tendências possíveis, eis que qualquer edição online traz também algo das redes sociais. Normalmente, as redes sociais ridicularizam os jornais e as tv's, mas nunca estas se atrevem a ripostar.
 

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