04 janeiro 2016

Um fraco rei faz fraca a forte gente

O desnorte desportivo e enquanto entidade associativa do FC Porto é patente há alguns anos. Alguns títulos iludiram a realidade, mas há muito descrevo o mal instalado, por ser o meu desconforto, que me deixa desconfiado em relação ao meu clube.
A saída de Vítor Pereira foi o último sinal e as asneiras subsequentes, mesmo não retendo um vencedor e portista dos sete costados, só reforçam a tese de que os dirigentes e gestores não são os arquitectos de nada, ou nestes tempos maus, que não de vacas magras (bem pelo contrário), comprovam precisamente como a casa pode vir abaixo...
Há quem ache que à SAD chega escolher treinador e oferecer jogadores, como se metesse férias durante o resto do ano. Ou que Lopetegui é bom por trazer jogadores de Espanha e Pinto da Costa inamovível como se o FC Porto não vá viver depois dele e o seu passado de triunfos, já distante, justifique que não tenha responsabilidades no presente e não deva acautelar o futuro, como devia pensar na sua sucessão da forma menos penosa como vai dolorosamente acontecer.
 
Vamos para Dia de Reis e nem sabia que havia jornada agora, a meio da semana, o que é normal em Itália, já foi em Espanha, mas no Portugalorio insano nunca se sabe.
Não é que o campeonato esteja resolvido, longe disso,  mas o FC Porto não convence e há muito que o digo também sem estar atrelado aos resultados. O FC Porto não convence porque a equipa não é estável, não é maior que a soma das partes e continua o portista anónimo a olhar a árvore, seca de Lopetegui, em vez da floresta. Tarde é para discutir o 4x3x3 que eu já disse ser puro, amplo, ingénuo de mais, mais à holandesa do que à Barça, onde não cabe um 10 (disse-o mal Bueno jogou) e a ideia de jogo é tão pueril e de insustentável leveza de ser quão errática pela confusão do 1x2 ou 2x1 no meio-campo é que confunde e divide a equipa atrelada a um jogo sem profundidade e presença na área contrária. Já abordei isso tudo há muito tempo.
Pedir a cabeça do treinador deve ser da parte dos mesmos que se agastavam com o futebol dominante de Jesualdo e a harmonia indestrutível de VP.  Sendo que não atribuem a responsabilidade ao presidente que contrata os treinadores e nunca segura os ganhadores...
Ir ao dragão às 3 da manhã à chegada de Alvalade ,  ou ao aeroporto à chegada de Londres, pedir a cabeça de Lopetegui e não contestar o presidente que tem a responsabilidade é já disse que o mantinha porque precisa defender a sua própria cabeça,  é só o sinal de que o adepto tem palas até por muito que veja só em frente um responsável.
Os adeptos sentem que mudando o treinador a equipa levará uma volta e pode ser campeã. Perceberam a alteração tardia, e só porque tomada pelo próprio treinador, em relação a Paulo Fonseca.  E não querem ter o mesmo atavico presidente a deixar para tempo irremediável a decisão que se impõe.
Pois,  então,  endereçar a quem de direito os protestos.
Porque vamos continuar com o mesmo contraciclo de vitórias, depois das outras depositadas no Museu...
Do Museu já falei ao tempo, a atenção e energia que consumiu em fase crucial da vida associativa. O FC Porto acabou fatalmente ultrapassado pelos rivais. E com mais meios humanos,  técnicos, comunicacionais e financeiros que nunca. chegou a deriva depois de chegar ao topo como recordista de títulos.
Esta última revelação da chuva de milhões só permitirá o idílico fim de vida dourado de uma gestão desastrada e catastrófica que se viu e se antevê.
A pouca vergonha de muitas atitudes do FC Porto ultimamente teve o pináculo ridículo de ver Carlos Pereira ao lado de Pinto da Costa na última derrota em 2015, a primeira do ano em casa, como se nada tivesse ocorrido antes quanto à animosidade do guardanapo da Madeira para com o FC Porto. Também a reacção presidencial seria outra noutros tempos em que os portistas sabiam com que contar... Talvez Jesus consiga ser campeão no Dragão se vier ganhar ao Porto e Bruno de carvalho festeje na tribuna presidencial, com a bonomia do acabado presidente portista, metido agora em bom anfitrião para gáudio dos outros que perderam o temor de jogar no Porto!
Da mesma forma, lembro a última vitória portista em Alvalade, em 2008, lamentavelmente desvalorizada por Pinto da Costa, ao referir ser normal o FC Porto vencer (sic), o que deixou de fazer, e como se aquilo não fosse nada de especial, mas tornou-se inédito, esvaziando a importância de vencer um clássico na casa do rival lisboeta e no estádio onde há mais tempo, agora, o FC Porto não ganha, algo que critiquei na altura. E tenho muito boa memória! Além de não gostar de passar vergonhas nem por troca-tintas, por alguma razão deixei de me identificar com uma SAD cobarde, atávica e inoperacional, engordada por medíocres e perfilhada pelo nepotismo e amiguismo avulsos.
Tem tudo a ver. E não é só com o treinador...

3 comentários:

  1. Mas ainda temos Presidente? Da SAD já sabemo$ o que lá temo$, mas Presidente, creio que já não temos há muito tempo...

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  2. Escrevi isto ao Jorge Vassalo:

    "Bom, ponhamos de parte por um momento os sentimentos que cada um nutra por Lopetegui (e eu não o gramo). Cabe na cabeça de algum portista de cepa, que SAD, direccao, etc., não façam NADA, após o enxovalho a que o treinador do FCP foi submetido pela comunicação social, depois de um clássico?

    O "blackout" uma boa ideia? Não! - a única atitude honrada que se impunha. Não tenho vergonha de Lopetegui, mas sim de quem manda no nosso clube. E com isto sabemos que o nosso treinador esta por um fio, sozinho, empurrado para a demissão assim que tornar a falhar e a contestação atinja níveis para ele incomportáveis. Institucionalmente, somos actualmente um clube sem espinha, de cobardes, gananciosos, mercadores. Lopetegui seria melhor tratado num "call-center" de vão de escada."

    La por cima, limpam-se as mãos ás paredes, certos de que o bêbado de bancada concentra os vituperios no treinador e esperançosos das negociatas pelo próximo defeso. Afinal, futebol são uns negócios com umas peladas pelo meio...

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  3. Muito bem dito, concordo com tudo, e só não vê quem nao quer. Mesmo depois do escândalo de Guimarães continuam como se nada fosse.É isto o tão apregoado "Somos Porto" ?

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