30 setembro 2011

Funciona a pressão alta ou damos um passo maior do que o chinelo?

Como não tenho tempo para aprofundar certas questões, limitando-me a colocar os comentários (e tardiamente, volto a pedir desculpas), eis uma reflexão do meirelesportuense na caixa do post abaixo. Uma reflexão, curiosamente, que eu mesmo estava a fazer e que toca no ponto que me parece fundamental.

A reboque, vem a questão física. Anda muita gente a questionar, ou duvidas, da capacidade física da equipa e penso ser um erro ou uma ilusão ou má inferição do que se passa. Com o Benfica percebeu-se a perda de fòlego de Hulk e Álvaro porque tinham passado uma semana sem treinar. Ora, faltando duas peças a funcionar na engrenagem, a máquina não corre tão bem. Se as peças estiverem desafinadas ou não ajustadas, idem aspas. Pode ser que, não correndo todos no mesmo sentido e com o objectivo colectivo em mente, dará a sensação de algum estar a faltar com o seu esforço. Acho prematuro falar da parte física que pode ser confundida com a falta de jogo colectivo e adviria de uma falta de atitude que alguns vão reparando.

Eis o que nos diz o meireles, uma observação que me parece justa e eu partilho:

"foram cometidos muitos erros, mas essencialmente o que eu sinto na equipa é falta de nervo, falta de garra e débil demonstração de força para com os jogadores...O futebol não é bem um exercício de Democracia, o treinador de futebol tem de saber escolher e não pode recear decidir...Tem de saber punir e apoiar, mas com conta peso e medida porque os jogadores de futebol são difíceis de gerir...Tem de transmitir a sua própria confiança para dentro do campo, não gostava do Jesualdo porque era sereno e teimoso demais, não estou a gostar do Pereira porque me parece ter pouco pulso na relação com os jogadores...O jogo de preparação com o PSG deixou-me água na boca. mas o engraçado é que perdemos todos os jogos em que fizemos a tal pressão alta...Se perdemos foi porque essa pressão não resultou, se não resultou uma, duas ou três vezes para quê insistir?...Ao fim de meia hora de pressão muito alta o único resultado que fica, é a língua toda de fora.Se a preparação da equipa não dá para fazer isso, terá que se optar por outro sistema e se não temos um ponta de lança de qualidade inquestionável, então temos que privilegiar a acção da linha média...O que verificamos é que os alas continuam a jogar como se lá estivesse o Falcao e ele está a 600 quilómetros de distância, convenhamos que é muito espaço para cobrir com um cruzamento...A linha média está toda aqui, adquirimos uma série de alas mas na verdade nenhum deles tem jogado...E os melhores até foram cedidos".

Sopbre a ausência do Falcao, já referi a alteração sensível que tal representa no jogo, como a referência na frente e a capacidade de fazer jogo, recebendo, dando apoio. Realmente, se não há Falcao, faz sentido jogar da mesma forma? A verdade é que a filosofia de jogo não muda. O jogo com o PSG de que fala o meireles penso ser o jogo com o Lyon (1-2), muita pressão mas pouco resultado.

28 setembro 2011

O pior dos pesadelos na lei de Murphy (que não joga)

Pois é, quando algo tem de correr mal corre, dizem que é a lei de Murphy, ainda pior e o FC Porto começou bastante bem (0-1 por James) e acabou muito mal (3-1 e goleada à vista), na primeira derrota na Rússia mas com a melhor equipa, o campeão em título e líder do campeonato numa época bem adiantada e que faz inveja ver a saúde física do Zenit além da sua qualidade técnica de que muita gente, por ignorância mais que por despeito (de resto uma consequência da primeira), não tem consciência.


Pois para além da lesão do Kléber - mesmo que tenha só influência num jogo da Champions foi decisiva nesta partida pelo que implicou de mexidas forçadas -, sem alternativa de forma inadmissível e que era passível de ocorrer não fosse a ligeireza de quem define o plantel na SAD, tivemos o habitual expulso com o careca Webb (além de quatro faltas consecutivas e ainda uma falta perigosa em zona frontal a acabar poupou sempre os amarelos, este son of a bitch) que tem sempre uma contundência com os portistas e que nunca dedica à outra equipa, um desnorte absoluto na 2ª parte e um grupo com as dificuldades previstas aqui desde o sorteio.


Vai toda a gente atirar-se ao Fucile por um amarelo estúpido, aliás qualquer deles porque não se faz uma falta daquelas a meio-campo, mas para mim o problema está instalado de princípio com a insustentável leveza do ponta-de-lança e a falta de alternativas que é confrangedora até para desvalorização de Hulk quando metido na posição à força.


Não vamos bater no ceguinho como muita gente anda com vontade de bater no Vítor Pereira, por qualquer substituição que faça, agora parece que tinha de ter um lateral no banco (Sapunaru ainda assim lesionado), a verdade é que não teve ninguém para meter a ponta-de-lança - aquele toninho da RTP, dizem filho do ex-ministro da Justiça Alberto Martins, dizia na 2ª feira à chegada à antiga cidade de Pedro o Grande que Walter "definitivamente não faz parte das opções do treinador" - e com a expulsão, idiota, de Fucile (foi ele ou Mariano expulso frente ao Schalke com o Webb?), havia que meter alguém à direita, infelizmente não podia ser o iluminado Lobo das tácticas que sabe tudo de melões e um par de botas, lá foi Fernando que já por lá andou e entrou Souza mas a 2ª parte estava traçada.


E no fim de contas continuo a insistir, ainda, porque gosto do Zenit, com classe e futebol a rodos, como provam os seus médios, um grande golo de Shirokov, o Zyryanov o dínamo habitual a lembrar o antigo Zavarov do D. Kiev, é um encanto ver o Zenit jogar, especialmente em casa onde é muito forte. Também se confirmou, como diz o meireles na caixa anterior de comentários, a valia destes médios russos, todos de selecção.


Pois o Zenit teve não só mérito e justificava vantagem mais dilatada, mas fez ao Porto o que o Porto não fez, como então chamei a atenção, ao Shakhtar, isto é pressionar e dilatar o marcador em vantagem numérica.


Começam a ser muitos tiros no pé, nos pés, na cabeça, a par da tendência de qualquer bacoco atirar ao treinador que é normalmente a peça mais vulnerável e sobre isso, nas contingências do plantel para esta época, também fiz o aviso em tempo próprio e começam a ver-se os efeitos gravosos de más opções do defeso. Já que poucos criticaram a apatia em substituir Falcao convenientemente, para não dizer dolosamente, não se esqueçam que as críticas ao treinador são indirectamente críticas em quem apostou, pessoalmente, nele, ainda que a minha análise nunca vá por aí e tenha lembrado, precisamente, o sucedido ao tricampeão Jesualdo.


Pois nada está perdido, era o que faltava, acho um resultado normal como acho natural, no contexto actual, as dificuldades portistas na Champions que não é a Liga Europa e onde não se ganha a jogar com menos um - creio que nenhuma equipa alguma vez o conseguiu ou se o fez terá sido caso único. A este nível qualquer erro é fatal, a valia das equipas é em princípio muito igual, está tudo em aberto agora nos dois jogos com o APOEL (não esqueçam as dificuldades de há duas épocas) enquanto Zenit e Shakhtar vão digladiar-se mas como era previsível ainda vamos jogar o apuramento em Donetsk com o magro 2-1 do Dragão que pode ser arevertido nos confins da Ucrânia...


É um segundo jogo em que vemos o nosso ponta-de-lança e comparamos com o da outra equipa, depois de Luiz Adriano agora foi o Kerzhakov a pôr a cabeça em água a Rolando e Otamendi, é notório o desequilíbrio, vamos ver o que vai sair do Ailton do APOEL que apurou os cipriotas frente ao Wisla e derrotou o Zenit na 1ª jornada do grupo.


Vai-se falar de crise por estes dias, não há crise nenhuma mas agravam-se os problemas estruturais que uma ou outra opção de mercado sempre criam, para mais com contingências de jogo (várias lesões, não venham dizer que é normal ou resulta de má preparação, são acasos do jogo mas com os quais é preciso contar como prevenção) que deixam a equipa sobre brasas e acentua a falta de confiança que aos poucos se instala.


É pena para Kléber, porque vai falhar a presença pelo Brasil, vamos ter Walter em Coimbra se não houver uma diarreia qualquer ou dano colateral, depois há paragem do campeonato que vem a jeito para pôr tudo nos eixos, devemos ter Sapunaru mas andamos desconfiados com o lateral-direito seja quem for porque são várias as falhas, e é um momento de dúvida, momentâneo passe o pleonasmo, que tem de fazer ressaltar o melhor Porto que por momentos se viu no Petrovsky. A equipa entrou personalizada e fiel ao seu princípio de jogo, mas está fadada para sofrer ao primeiro golpe do adversário e não tem sido feliz nessas ocasiões sempre aproveitadas.


Fucile acaba por dar razão aos seus críticos, anda azarado como se prova na infelicidade de não evitar o golo do empate (ao qual Helton tinha de sair como saiu, acho eu, face à ameaça de Kerzhakov, numa situação delicada), e vai se calhar tirar-se mérito à categoria do Zenit que a mim não espanta nada mas a muitos adeptos, tipo benfas, deve andar a fazer cócegas essa mania de pensar que o FC Porto é o melhor do mundo e arredores quando esse título está entregue urbi et orbi para bem do regime e seus acólitos.


Entretenham-se, pois (insisto nesta locução propositadamente), a mistificar as mais mirabolantes teorias, enquanto Pinto da Costa amanhã vai reaparecer no treino, fatalmente, para mostrar o apoio ao treinador que muitos vão diminuindo em vez de dispersarem a atenção por outros focos.


Está escrito isto quando começa o outro jogo do grupo, seja o que for não altera nada da análise que deve ser feita conscientemente e não com a malandrice de comentarista encartado que é capaz de todo o golpe de asa no microfone e de palpitar sobre qualquer substituição que se faça. E como estou por fora (desculpem o atraso na colocação de comentários, é inevitável) também não meto foto, nem se justifica. Por mim passo adiante.

Gosto do Zenit, não gosto do árbitro

Apesar do resultado da 1ª jornada, acho o Zenit ainda melhor do que o Shakhtar. O FC Porto terá hoje um opositor de categoria, como foi também a equipa ucraniana, além de ferido pela derrota em Chipre. Mas com o meio-campo de Denisov, Shirokov e Zyryanov, que foi o motor da equipa vencedora da Taça UEFA em 2008, é o futebol russo, de passe e movimento, no seu melhor. Com o regressado Kerzhakov, então em parelha atacante com um certo Arshavin, a aura está lá, ainda bem que Bruno Alves não...

Aprecio muito o Zenit e por isso, também pela presença do Shakhtar, acho este grupo muito difícil e a partida de hoje irá comprová-lo para o FC Porto.

A nomeação do inglês Howard Webb causa-me, porém, mais engulhos. É que não suporto este árbitro, um daqueles chegados ao topo sem o justificarem. Foi um desastre na final do Mundial-2010, mas no tocante a anteriores presenças em jogos portistas não ficou atrás. Em cada jogo expulsou Mariano (ou Fucile?) frente ao Schalke e Álvaro há uns meses com o Sevilha. Em cada jogo deixou um penálti por marcar para o FC Porto e a verdade é que, com ele, por isto ou por aquilo, o FC Porto só venceu com os alemães mas foi eliminado nos penáltis, jogando quase uma hora com 10. Empatou 2-2 no Calderon com uma arbitragem permissível face aos espanhóis do Atléti, tal como frente aos sevilhanos em Fevereiro no Dragão (0-1).

Não é ser pessimista, mas os dois factores juntos fazem-me prever sérios problemas esta tarde (17h, SportTV).

26 setembro 2011

O cretino deixou o egocêntrico sair da casca

Jorge Jesus continua a dar uma de alarve e com alarde. Julga-se o mestre das tácticas e espera aplausos à sua volta. Que não se ouvem, mas a Imprensa do regime cobriu o empate do Benfica com a maior glória.

Mas bate no ponto de que ele é que salvou o Benfica da derrota. E festeja o empate como uma vitória, por alguma razão certamente. Por muito mais o Feirense lamentou o seu ponto e acreditou que podia ter vencido o FC Porto.

Enumera os jogadores de características ofensivas com que acabou: Cardozo, Saviola, Gaitan, Bruno César e Axel. São cinco. Como trocou Nolito por Bruno César e Aimar por Saviola, manteve os cinco homens de características ofensivas do início, aquele 11 vocacionado para atacar mas que, sabe-se lá porquê, não só não atacou na 1ª parte como correu o risco sério de perder por dois ou três ao intervalo e a coisa acabava ali.

O FC Porto perdoou, o Benfica safou-se sem saber ler nem escrever. O jogo não teve história, para lá de dois ou três lapsos defensivos portistas que renderam dois golos, inesperados, e uma bola de Cardozo, isolado, nas pernas de Helton. Tudo saído do nada, que foi em geral o jogo benfiquista. O 1-1 de todo improvável, com perda de bola de Hulk na lateral sem perseguir o adversário que o desarmou, instalando-se o Benfica junto à área quando o Porto ia sair a jogar. Asneira do Hulk. O 2-2 é ainda mais difícil de descrever, tal o lance fortuito essencialmente saído do passe de costas e largo de Saviola para Gaitan, que correu, o passe, ainda melhor do que o remate final.

O Benfica respirou de alívio porque a sua vocação ofensiva esteve sempre condicionada. Nunca deu ideia de pegar no jogo, muito menos de ganhá-lo. Saiu-lhe a sorte grande, na 1ª parte por não ficar irremediavelmente perdido no resultado e na 2ª parte com dois golos caídos do nada. Nunca em momento algum do jogo se viu futebol do Benfica para justificar um empate, quanto mais consegui-lo duas vezes.

Agora, o facto de trocar Kléber por Belluschi, para o mestre das tácticas, é defender o resultado. Que faria se tivesse entrado Defour... Mas, na verdade, no delírio patético e irrealista debaixo dos cabelos brancos desalinhados aparentando um falso chefe de orquestra, Jesus não viu a substituição de que fala. Guarín, admite-se que cansado porque foi o médio mais esforçado, saiu para entrar Belluschi e depois Kléber, tocado, por Rodriguez, passando Hulk para o meio.

Pelas contas do cretino, o FC Porto até ganhou um médio mais ofensivo do que Guarín e ganhou mais gente para atacar. Acontece que as substituições não resultaram. A estratégia passou a ser outra, mas Belluschi não deu a classe esperada ao jogo e Hulk, igualmente cansado, perdeu a noção da bola, do espaço e do passe, desaparecendo do jogo. Kléber ter-se-á lesionado naquele esticão sobre Artur Moraes que lhe valeu o amarelo, porque foi assim em esforço constante que o FC Porto foi superior ao Benfica em três quartos do tempo de jogo.

Qual foi o toque de Midas do génio da Luz? Primeiro, com meia equipa de ataque, ninguém saiu dos blocos de partida e o futebol do Benfica foi mais do que conservador, uma nulidade. Depois, sem saber o que fazer do sorridente Aimar, quais vacas sorridentes vistas por Cavaco nos Açores, lá meteu a muleta Saviola junto a Cardozo, o que é mais habitual. Nolito, perigoso a jogar junto a Cardozo, foi desterrado para a faixa esquerda e mal chegou à área. Jesus esvaziou o factor-surpresa deste reforço que causou estragos, pela sua movimentação, nos primeiros jogos. Nolito passou de segundo ponta-de-lança a médio-ala-extremo com boa vontade, sem resultado visível.

Foi graças a Jorge Jesus que o Benfica se arriscou a levar mais três ao intervalo. Acreditando em milagres, o mestre das tácticas não se dá conta da sorte que bafejou o Benfica, que não mereceu o ponto que o Feirense, por exemplo, mais justificou ante o FC Porto.

O Benfica entrou com uma ideia no papel e o receio de levar uma abada se abrisse muito. Acabou pontuado com alguma quebra física de jogadores condicionados no FC Porto - que o seu treinador tinha obrigação de avaliar e antecipar, o erro que lhe aponto, mas não o de trair o seu ideal de jogo mesmo quando a tentação poderia ser forte para defender. E, fanfarrão e pateta, julga-se o maior do mundo. Qual passe de mágica de Saviola, qual tiro certeiro de Gaitan? Se não for Jesus, o que será do Benfica?

Egocêntrico, chamou-lhe Vítor Pereira. O cretino acusou o toque, o fanfarrão saiu a reboque e o escroque mostrou o que é, sem saber ler nem falar. Um idiota a quem os resultadistas que seguem o futebol indígena prestam, algo envergonhados, vassalagem.

25 setembro 2011

Com legendas vê-se melhor e Jorge Sousa não tem os tomates de Fucile que é onde dói, nê?

Do Cardozo foi sempre perigoso... os cotovelos, em lances pelo ar até disfarça mas na Europa já foi expulso. Quando o jogo é rasteiro, o tuga não vê...

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_TmCKIcaHmQ

A questão da "intensidade" depende sempre do alvo crítico.

O James teve o vermelho - que reputei de justo - e há vermelhos que não têm o que merecem.

Façam o favor... e decidam lá quem é o líder

Vão longas, muitas, variadas as análises da bluegosfera aos empates do FC Porto.


Do ataque que não é o mesmo, mas onde apenas o lugar de Falcao foi entregue de mão beijada a Kléber;


Da falta de forma física de vários jogadores, omitindo que alguns dos visados passaram recentemente por lesões (Hulk e Álvaro ausentes até no empate anterior com o Feirense);


Da falta de visão do treinador;


Das substituições incompreensíveis;


De não ter metido o Defour para segurar o 2-1;


Ao invés, com o meio-campo em perda (saiu Guarín) e o Benfica a atrever-se a atacar um bocadinho no quarto de hora final e em desvantagem, o treinador ousou meter um médio de rasgo mas que simplesmente não cumpriu, enquanto Hulk decaía precisamente por não andar a treinar bem por causa de lesão, tal como Álvaro;


Da falta de agressividade... na conferência após o jogo onde, audível, o treinador "pediu" a expulsão de Cardozo por agressão a Fucile mas foi marcar o 1-1 "quando não devia estar em campo".



Portanto, escolham. Eu, em resumo, direi:
só o treinador sabe como se encontram os jogadores, com quem fala e troca sinais durante o jogo, cabendo-lhe fazer alterações em consonância (ficámos a saber pelo próprio que Sapunaru saiu em Aveiro por lesão e entrou Djalma quando era suposto entrar Walter) e assumir opções estratégicas que podem correr bem ou não, com o sério risco de ser preso por ter e não ter cão. Digam apenas que, se sentia a equipa em quebra (mesmo que os jogadores nunca queiram sair nestes jogos), optava pelo seguro e... talvez segurasse o 2-1; se não resultasse, diziam que tinha tido medo e convidou o adversário a ir para cima.



Agora, como diria o Alfredo Jorge no seu pasquim, na "semana da asneira" nada como ver como o Rascord trata e assume a classificação momentânea do campeonato. O pontinho foi tão luxuoso quanto de alívio e fortuito que dá para tudo e um par de botas.



Também quem reforça os títulos do glorigozo com taças latrinas não pode fazer outra coisa que não seja dar graxa ao cágado...



Veja-se porque é que o FC Porto é líder num caso


Em A Bola

"A Liga determinou, no entanto, que durante a prova, para estabelecer a classificação,
aplicam-se apenas os critérios d) a f) [do regulamento de competições para a classificação final entre equipas com os mesmos pontos, nota minha].
d) Maior diferença entre o número dos golos marcados e o número de golos sofridos pelos Clubes nos jogos realizados em toda a competição;
e) Maior número de vitórias em toda a competição;
f) Maior número de golos marcados em toda a competição»
Ou seja, se até aqui não havia qualquer especificação sobre como ordenar os clubes ao fim de cada jornada - A BOLA, tal como a Liga, aplicava os critérios finais -, agora o confronto directo só será relevante no final"



O FC Porto tem 14-5 (+9) e o Benfica 15-7 (+8), é bom lembrar e a classificação actual é meramente intercalar, aplicando-se as regras que dizem respeito a este momento.


Mas é 2º classificado noutro caso absolutamente patético e doentio mas com letra que condiz com a careta dos marretas daquela banda de esquizofrénicos



No Record, lido em http://oportoeomaiorcarago.blogspot.com/

"O Benfica é o líder da classificação, em igualdade pontual com o FC Porto. O nosso jornal segue o critério aplicado pela Liga apenas no final do campeonato e é por isso que a classificação de Record regista a equipa encarnada como primeira classificada.

De acordo com o artigo 13.º do Regulamento de Competições, o fator que coloca o Benfica na frente está expresso na alínea c): “Maior número de golos marcados no campo do adversário, nos jogos que realizaram entre si”.


Sucede que a Liga só aplica estes critérios “no final das competições” e não durante as mesmas. Sublinhe-se que as alíneas a) e b) do mesmo artigo 13.º não permitem desempatar entre Benfica e FCPorto.

A alínea a) refere-se ao número de pontos conquistados nos jogos entre si (um para cada) e a alínea b) atende à “maior diferença de golos marcados e sofridos nos jogos realizados entre si” (dois por clube)"

Como o critério estabelecido para ler a classificação a cada jornada não serve, vamos pôr isto como se fosse já a sério e oferece-se de imediato mais um título de latrina ao benfas. Só o Rascord podia fazer isto? Não, claro, mas não era a mesma coisa no campeonato com A Bola que o Rascord vem a perder de há uns anos a esta parte depois de uma década em que, historicamente, o Record passou A Bola desde que ambos passaram a diário em 1995. Foi em 2008 que A Bola anunciou ter voltado a ocupar o 1º lugar entre os pasquins ditos desportivos.
Não há pachorra! Mas tudo pelo glorigozo, para gozo de toda a gente!

Isto é assim a modos de ter as imagens e legendar como dá jeito:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_TmCKIcaHmQ

24 setembro 2011

FC Porto marcou a dominar e sofreu a controlar

O FC Porto provou ser mais forte do que o Benfica, tem melhores jogadores e mais equipa, mas deixou-se empatar (2-2) num clássico em que alguns vão "somar" o não ter ganho por 5-0 ao deixar escapar duas vezes o avanço no marcador, porque marcou quando dominou e foi muito superior ao adversário e sofreu quando quis controlar.

Uma excelente 1ª parte que não fez justiça no resultado ante um opositor que não rematou uma vez à baliza. E uma 2ª parte expectante, de controlo, em que logo sofreu o 1-1 e, voltando cedo a adiantar-se com 2-1, para sofrer o imerecido 2-2 para o qual o Benfica pouco fez ou arriscou.

Ao invés do aparente Benfica ofensivo que foi uma nulidade atroz na 1ª parte, sem tanta gente ofensiva (Witzel mal saiu da companhia do "porteiro de discoteca" Javi Garcia e os alas pouca mossa fizeram junto a Cardozo) chegar-se sequer à área, o FC Porto mandou sempre no jogo mas teve uma atitude mais passiva que castiga a sua inoperância. Com 2-1, mesmo quando Vítor Pereira quis tirar a equipa da letargia em que deixava enredar-se e dava esperanças ao Benfica, a troca de Guarín, que estava bem, por Belluschi, para dar a criatividade que começava a faltar, não resultou. Já com a ideia de controlar e resguardar o resultado posicionada a equipa na linha de meio-campo, uma pastosa acção de médios e defesas deu a oportunidade, num golo imprevisto, que fixou o enganador resultado final que os lisboetas, e seus acólitos, vão cavalgar na medida de uma falsa igualdade de capacidade e um aparente equilíbrio traduzido do resultado mas não visto em campo.

O FC Porto não tem a acutilância e killer instinct na ofensiva como era seu cariz na época passada, mas o Benfica foi pouco mais do que uma equipa conservadora que saiu satisfeita com o empate para o qual apostou mas que obteve de forma muito feliz e graças apenas à modorra que na parte final se apossou dos portistas, sem que Hulk tenha feito o que fizera de notável na 1ª parte e Varela sempre a perder gás e trocado por Rodriguez. Ao não defenderem, Hulk e Varela deixaram o Benfica atacar com mais unidades, algo que na época passada não aconteceu.

Além de mostrar ser mais forte, o FC Porto tem de momento um 11 já definido, enquanto o Benfica pode ter alternativas, mas não nas laterais em que continua muito fraco e permeável, mas dificilmente uns convencem mais do que outros, como provam as saídas de Nolito perdido num flanco e Aimar que se desgasta a rir e a falar com o árbitro. Gaitan continua a ser o melhor benfiquista e único desequilibrador.

Mais uma arbitragem deplorável de Jorge Sousa no capítulo disciplinar, acolitado pelo José "levas no cachaço" Ramalho que à sua frente não via falta alguma, fosse sobre Hulk ou Guarín. Nas divididas era apitar contra o FC Porto, que teve Otamendi e Fucile amarelados em lances de corte na bola e acabou com mais quatro (esses sim, justos) amarelos a Fernando, Moutinho, Kléber e Rolando. O Benfica, que viu o boxeur Javi Garcia levar amarelo à sua 4ª falta só na 1ª parte, lá sobreviveu com a complacência de um árbitro à portuguesa que assim não merecerá os reparos, que tanto assustam os apitos lusitanos, da Imprensa da capital, enquanto a do Norte ou desaparece ou também se amedronta e relega para plano secundário sem protagonismo visível. 

23 setembro 2011

Como o FC Porto superou o Benfica na Europa




Sobre o clássico de hoje já sabíamos disto acima e que desde a época passada o FC Porto superou o Benfica em títulos conquistados no futebol chamado antigamente de "primeira categoria" mas que convém modernamente falar de contabilidade de troféus oficiais.




Há uma semana garanti que o FC Porto superou o Benfica na Europa. http://draft.blogger.com/post-edit.g?blogID=31355489&postID=2706231860840920559#


Não é só em número de provas conquistadas, pois só o FC Porto tem mais eurotaças do que os restantes clubes portugueses juntos.



47,7% de vitórias



Mas ao obter a sua 150ª vitória europeia, em 314 jogos oficiais cumpridos frente ao Shakhtar Donetsk (e não apenas 300, como foi divulgado e alguns blogues portistas copiaram), o FC Porto atingiu a média de 47,77% de vitórias no seu currículo internacional, sim contando a Supertaça Europeia mas não, por exemplo, os dois êxitos na Taça Intercontinental. Se acrescentar esses triunfos no Japão, como a UEFA, por exemplo, contabiliza até em termos de presenças individuais por jogador, a média melhorará.


Ora, precisamente o empate do Benfica com a segunda linha do Manchester United, somado aos outros empates nas pré-eliminatórias, deixou as 161 vitórias dos encarnados em 338 partidas no seio da UEFA com a média de 47,63% de vitórias. Ou seja, o Benfica continua a ter mais jogos e 47,6% de vitórias

mais vitórias na Europa, fruto dos êxitos de outros tempos a preto e branco e em provas de menor exigência. Mas em média é o FC Porto que ganha mais, pois também as vitórias não têm um valor absoluto, facial, face à disparidade de oponentes e momentos ou épocas vividos.

Pode parecer insignificante, quase um empate técnico, mas nunca o FC Porto, mesmo com as "ameaças" da época passada, tinha superado, para todos os efeitos, a média de vitórias do Benfica. Se, por exemplo, tivesse ganho as duas partidas perdidas na Liga Europa com equipas espanholas, o FC Porto já em 2010-2011 teria obtido essa supremacia. Infelizmente, por azar e aselhices em doses descomunais, o FC Porto perdeu no Dragão com o Sevilha quando podia ter goleado; e um relaxamento final e erros defensivos de concentração e afrouxamento competitivos ditaram que o 1-2 em Vila-Real fosse transformado para 3-2 para o Submarino Amarelo eliminado na semifinal.

Estes números são incontestáveis, verificados e do conhecimento de algum periodismo lusitano que, por preguiça e desinteresse, não olha para a evolução das coisas como deve ser, no seu conformismo atávico.

De há muito o FC Porto vinha progredindo nesta matéria e só as três ocasiões em que o Benfica pôde passar da Liga dos Campeões para a Taça UEFA ou Liga Europa, como na última época, permitiram aos encarnados somar mais umas vitórias que a sua fraca categoria não lhe chegava para alcançar na mais difícil prova da UEFA, tal como é também exemplo a campanha desastrosa da época passada em que só um empate alheio por terceiros, do Lyon com o Hapoel, lhe serviu para continuar na Europa e acalentar esperanças de... morrer na praia de Braga!

Mas da pasquinagem nacional já se sabe o que esperar e até do arquivo oficial do FC Porto também pouco há a registar.

É claro, também, que isto pode mudar na próxima semana, no regresso às lides europeias, mas o momento histórico é este e este blogue volta a dar uma notícia exclusiva que deve agradar a todos os portistas, encher de orgulho os adeptos e eventualmente ser aproveitada por alguns jornalistas. Se fica satisfeita a curiosidade dos que se me dirigiram, também podem saber, como então aviseu o Off-shore, que um amigo contactou-me para saber e até prometeu descobrir o facto que é... notícia. Talvez para a semana peguem no assunto.

22 setembro 2011

Em Lisboa não fazem isto pelo FC Porto

http://www.as.com/futbol/articulo/velasco-carballo-senalo-penaltis-leo/20110921dasdasftb_53/Tes

É por isso que considero mais o As, em comparação com a Marca que inspira os pasquins de Lisboa, por ser mais equilibrado e justo, criticando mesmo os de Madrid quando tem de ser e sem paninhos quentes. Além de um grafismo mais atractivo e muito melhorado em relação ao passado, como constatei há semanas quando por Espanha andei, o As tem uma leitura decente e mostra sensatez e equilíbrio que nem os jornais de Barcelona têm.

Nunca uma capa de um jornal de Lisboa ou um destaque, agora no online, podia dizer que o FC Porto foi prejudicado.

A diferença de categoria é notória e o respeito que merece incomparável. Talvez por ser o... ás num baralho de paus e duques falidos.

Lisboa nunca aprenderá, como nunca o fez, a respeitar o resto do País. No Desporto e não só.
Em Portugal, por exemplo, custa ser sério. Ainda sobre o Valência-Barça, veja-se a omissão grosseira sobre o penálti de Miguel em Messi apesar de o título falar no "Valência de Miguel":

Uma questão de tempo

http://www.as.com/futbol/articulo/aficion-culpa-mourinho-situacion-madrid/20110922dasdasftb_14/Tes

21 setembro 2011

Falcao só brilha e o Madrid volta a "pinchar"

Acompanhei na net os jogos da Liga espanhola até há pouco.
Mais dois golos de Falcao, outro que lhe tiraram (com 0-0) de forma incompreensível, o 1-0 é dele mas atribuem o último toque a um defesa do Sp. Gijon, o Atlético deu 4-0.
Em Santander, o Madrid jogou mal e porcamente, mais um jogo sem marcar, Coentrão e Pepe não jogaram por lesão mas antes do jogo com o Racing já se liam muitas críticas a ambos, que não valem o que lhes pagam, além de a Mourinho pelo triste espectáculo que continua a dar de si e a prejudicar a imagem do clube.
Segui ainda o Valência-Barça.: 2-2, grande espectáculo, chés a justificarem a liderança numa noite aziaga de Abidal (autogolo e a falhar o corte no 2-1), depois reacção culé que deu empate e quase a vitória, dois penáltis negados a Messi um deles com 0-0 e outro no último minuto de descontos por falta de Miguel que, como lateral, não passou da linha do meio-campo, a defesa da casa só jogava a pé fixo para não perder a posição mas foi nas costas de Miguel que Messi descobriu o buraco para Pedro fazer o 1-1. O Bétis pode ficar amanhã líder só com vitórias.
Sábado o Barça-Atlético e o teste de Falcao que não teve na Supertaça do Mónaco.

Segui ainda, em simultâneo, o Chelsea-Fulham (0-0, 4-3 g.p.) e mal vai a equipa de AVB, o Lukaku é muito fraco para valer 20ME, Lampard já nem penáltis sabe marcar e os blues são uma equipa desconjuntada mas passaram nos penáltis ao contrário do ano passado.

ACTUALIZAÇÃO: e para quem pensa que a Imprensa espanhola é tão ou mais facciosa do que a portuguesa, eis como o As, de Madrid, observa as incidências do Valência-Barça http://www.as.com/futbol/articulo/velasco-carballo-senalo-penaltis-leo/20110921dasdasftb_53/Tes

Com o Jorge Sousa no clássico...

... não se lembrem de dar um cachaço no José Ramalho, isso só é permitido na Luz ao clube que vive na impunidade.

20 setembro 2011

O relativismo e o valor absoluto

Não vou puxar a brasa à minha sardinha, tocando na tecla mais incómoda que poucos afloram, mas apenas aprofundar o que quis dizer com "equipa experimental" no texto abaixo e que me parece ser a chave da situação actual, e pontual, do FC Porto. Às vezes não quero prolongar os textos em demasia, como amiúde sucede, com diversas considerações sobre um jogo. Li-as, porém, de diverso tipo, embora a maioria incidindo num ponto, o mais fácil, de bater no treinador. O Carlos Teixeira acrescentou algumas num último comentário aí atrás. Com calma, mesmo que o 0-0 de domingo não me tenha chateado por aí além quando percebi que a equipa não dava mais, vamos lá esclarecer algumas questões.

Vítor Pereira fez a gestão do plantel. Tivesse ganho, com um penálti ou uma bola da barra para lá da linha, e todos elogiariam. Escalou o onze que achava e podia e devia ganhar o jogo. Era suficiente. Perdeu-se foi tempo. A 1ª parte. Os jogadores não perceberam que deviam jogar forte desde o primeiro minuto. O treinador poderá não ter exercitado esse ponto. No fim, criticaram que fez alterações a mais. Num jogo contra uma equipa que subiu de divisão, até jogava em casa emprestada, o FC Porto com uma dinâmica de vitória. Para Vítor Pereira, foi uma espécie de Taça da Liga. André Villas-Boas meteu o Kiesczek frente ao Nacional quando não devia, o estatuto do adversário não lho permitia e o polaco deu um frango, acabámos por perder sem o Nacional saber ler nem escrever e perdeu-se o único troféu não ganho na época passada. Uma má aposta pode ser decisiva. Vítor Pereira, com um cenário algo "fácil" em teoria, mudou meia equipa e não teve os mais preponderantes Hulk e Álvaro Pereira.
Ora, com Hulk e Álvaro Pereira, há dois anos, o FC Porto também emperrava. Dava-se até conta de ficar a perder e o forcing final só dava para empatar. Lembro de repente jogos com o Belenenses (1-1) e P. Ferreira (1-1) ambos no Dragão.
Frente ao Feirense, a meio do jogo, o treinador tira o avançado-centro. Não mete o outro que tem no banco. É estranho, acaba por queimar ambos. Foi o aspecto fulcral que apontei e não dá azo a confiança para o futuro, nem nos jogadores nem nos adeptos. Como em jogos que se revelaram complicados na época passada, como frente ao Portimonense e o V. Setúbal em casa após o Cincazero, o Feirense apresentou-se a jogar em profundidade. Isto é: linhas juntas e próximas da sua área, longe de Helton mas compactos a defender o seu guarda-redes. Ocasionalmente, como fizeram algarvios e sadinos na época passada, esticões de gajos rápidos criaram muitos problemas. Ciente disso, Vítor Pereira devia antecipar a coisa e forçar a nota da disponibilidade física e de pressão constante sobre o Feirense. Mas uma coisa é pensar e outra executar. O Feirense saiu pior do que a encomenda. Bem posicionado, metido lá atrás e esticando o jogo com bola controlada em vez de pontapé para a frente como o V. Guimarães, falhou o posicionamento dos médios portistas. Com os vitorianos, as bolas longas podiam lá chegar uma vez ou outra, a maioria eram ganhas com alguma facilidade. Desta vez, o Feirense mostrou saber tratar a bola, mais um mérito seu, e dificultou os médios portistas.
Face a uma equipa muito recuada, a outra fica estendida no campo, avançados muito à frente, defesa muito atrás, médios com enorme espaço para cobrir. Com tanto espaço e um adversário a ocupar bem os espaços com o recuo dos alas (Rabiola ficava muito isolado), o FC Porto começou por errar muitos passes. Mais do que é habitual. Porque optou, mas também foi levado a isso, por insistir em passes largos que eram interceptados. O fuebol portista perdeu fluidez, foi curtocircuitado. A toada do jogo era estranha, porque assim se revelou. O 11 escalado não percebeu, com Belluschi e Guarín só virados para a frente e Moutinho atrás sem poder acorrer a todos os focos de incêndio.
Já se leram as mais diversas opiniões sobre Sapunaru, bem para uns, mal para outros, mal para mim, não foi à linha e destapou a sua. Num jogo assim, o lateral ou tem influência ou é um jogador a menos. Fucile, a alternar nas laterais, não cria rotina e confiança. Faltando Álvaro, James não tem um apoio fundamental na esquerda. Faltava, ainda, Hulk a concentrar as atenções na direita. Mas essa foi uma opção consciente do treinador. Com riscos, mas ponderados. James foi o primeiro a acusar a pressão de ter de ser o desequilibrador. Esteve quase sempre mal. O adversário fechou-o. Belluschi não foi esclarecido, Guarín emperrou e o jogo não saiu.
Tudo está relativizado, condicionado, pelas incidências do jogo e o acerto do Feirense, controlador da partida. Mas há um ponto de valor absoluto. Com Falcao a coisa resolvia-se, pela sua movimentação, astúcia, faro do golo. Não se dá à marcação, todo o contrário de Kléber. Se está entre os centrais dá-lhes luta e vence mais do que perde, tudo o contrário de Kléber que é muito mais fixo. Se se tentava uma tabelinha, Kléber dominava mal, passava mal, a bola era perdida e se não ele já não se desmarcava. O vazio. Esse, para mim, continua a ser o ponto fundamental ainda não esclarecido. Os poucos golos de Kléber foram fáceis. Dados, oferecidos, obrigando-o a marcar.
Quando começou, há um ano e tal, a falar-se de Kléber, disse aqui que não o conhecia. Um Porto-Marítimo (acho que 4-1) em que marcou um golo e Falcao fez uma bicicleta, não pude ver. Depois terei falhado outro jogo. E não tive uma ideia de Kléber. Não sabia se valia a pena o "barulho" por ele com o guardanapo da Madeira, o tipo que quis vender o que não era dele, da mesma forma que o Governo regional faz obra com dinheiro alheio que agora pede para todos pagarmos. A Ma.Madeira a funcionar. Kléber, confesso, mal vi. Agora, fico a ver e não sai nada dali. Como vários blogues apontaram, e eu também, ao contrários de outros habituais do "efe-erre-á" e da infalibilidade dogmática da SAD, muitos estranhámos não haver alternativa a Kléber. Walter ficou enterrado de vez, importa pouco se foi pelo peso ou um alegado drama familiar que pode ocorrer a qualquer um. Um jogador só perde tempo a fazer um jogo, com a concentração no hotel de véspera. Na semana, treina uma hora e meia e fica livre, não tem as preocupações de um vulgar cidadão e operário. Nenhumas.
Kléber é, até, agora, o fracasso. É o ponto absoluto neste enquadramento. Se vai progredir, se é jovem e melhorará, não sei, admito que sim, com o benefício da dúvida para ele e deixo à margem a fé da SAD. Mas não será um Falcao. Chorámos Lisandro, mas cedo percebemos que tínhamos um craque a substitui-lo. Agora, eventualmente, há uma fé, nem sequer uma promessa, mas uma fé e não partilhada ou consensual.
Veio a 2ª parte. Nas condições tácticas do jogo, Kléber poderia ser importante. Mas sem a bola lá chegar, e para sua atenuante ela não chegava lá em condições, não adianta ter um meco na área. Vítor Pereira reforçou o meio-campo, para ter a bola, ganhar ascendente no miolo e, nessa base, sustentada, algo que não tinha havido, partir ao assalto. Foi mais consistente, como frente ao V. Setúbal mas aí tívemos de meter Hulk e Moutinho. Percebem a diferença? O teinador sadino disse-o logo: obrigámos o FC Porto a meter Hulk e Moutinho. No domingo faltou o Hulk.
Em Aveiro, Varela alargou o campo, perdemos a referência, inútil, na área, mas ganhou-se largura. Depois, com Defour, mais bola ganha mais à frente, apesar da exposição atrás nos riscos habituais num jogo. Varela falhou golo de baliza aberta. A uma jornada de receber o Benfica, Varela inventou um golo na piscina de Coimbra, um pontapé de moinho, e acrobático, de costas para a baliza, que deu a vitória e manteve a diferença para o Benfica, depois ampliada com os Cincazero. Varela pressionou na direita como fazia Rodriguez na esquerda. James jogava no meio, fora da área, à Messi, procurando romper e com Belluschi e Guarín aptos a rematar de fora, com mais espaço, por acaso até foi Moutinho a acertar na trave. Os defesas e médios do Feirense preenchiam a área. O FC Porto encostou o Feirense à baliza. Só por milagre a bola não entrou. Acontece. Sucede, às vezes, um ou outro contra-ataque. O Feirense teve mérito e médios que levavam a bola. A defesa subiu à linha de meio-campo. Não acho que não era uma partida para estrear Mangala. Acho é que o jogo tornou-se difícil, quando se pensava ser calmo para uma estreia. O FC Porto estava mais exposto atrás, não era de mais arriscar tudo na frente, era uma questão de a bola entrar, ou não. Sucede que nem sempre sobra a lucidez e ela faltou, mas a equipa quis asfixiar o adversário e, naquelas condições, o treinador viu bem.
Não é preciso ser ou tirar um curso de jornalista para "perguntar" ao treinador porque tirou um avançado e... não meteu outro igual na área. Leu-se muito disso no periodismo atávico, a mesmice que tudo iguala e nada distingue nos relatos dos pasquins. Qual o adepto comum que não tira a mesma conclusão. A ideia é perceber se era exequível sem a bola lá chegar. Vítor Pereira tratou de fazer a máquina funcionar desde a base, à falta dos melhores mecânicos para pôr a coisa a funcionar mais eficientemente. Hulk e Álvaro, riscos assumidos, não estavam lá desde o início, a falta de um ponta-de-lança credenciado e que faça jus à valia dos médios que o sustentam é a pedra na biqueira do sapato portista, ignorem-no ou minimizem-no. O busílis.
Não vou, por isso, bater no treinador. Percebo-o. Este jogo foi um "one-off". Perdeu-se apenas dois pontos, como amiúde sucede quando menos se espera. A lição é, só, saber que nenhum jogo está ganho por antecipação. Meia equipa titular e meia de reservas e reforços deve chegar, mas nem sempre. Afinal, o FC Porto só empatou com uma equipa que subiu de divisão, tal qual o Benfica frente ao Gil Vicente. Nada de mais. E se tivesse ganho, perder a seguir com o Benfica significaria perder sempre a liderança. Não há razão para pessimismo e, como escrevi para o jogo, as bases para o clássico são outras. Não havia razão para a capa de O Jogo, claramente forçada, ainda que faça sentido mas parece que caiu o mundo e, afinal, a ordem na tabela está igual ao que estava.
Relativize-se o que tem de ser e aponte-se o que tem mais valor. Duscutível é, como venho dizendo, Kléber, ou pior, a opção de não se ter comprado um avançado. Gastar 60ME no Verão, 6 ou 7 com Kléber, e não ter uma alternativa melhor do que Walter, antes já negligenciado, é diminuir o potencial da equipa.
Há medios para trocas posicionais e movimento em futebol de toque, sim, não é o Barça insuperável, mas há condições, meios e qualidade. Foi o que se tentou fazer. O Barça insuperável já encravou aqui e ali. Mas nunca perdeu o tino nem deixou de ser o que é. E se na frente acaba por fazer a diferença é por não ter Kléber. Por exemplo, comprou, estupidamente, Keirrison, um fracasso que nem no Benfica se alterou e hoje ainda perdido pelo Brasil e quase incógnito. O FC Porto tem esse equivalente, que não dá resultado, e não tem melhores opções agora. O tal busílis.
Decerto voltarei a falar disto e do que já escrevi por aí há uns dias atrás. Sobre o treinador, para contrariar os ataques que já lhe dirigem. Aí tudo deve ser relativizado. E confrontado com outros valores.
Com o Benfica é só ganhar, com Hulk e Álvaro, Fucile à direita, Fernando no meio e talvez Defour, insisto, em vez de Guarín com Moutinho, mas o colombiano pode entrar pela experiência que tem já dos clássicos. Varela por James ou Rodriguez é a maior dúvida. Otamendi, claro, com Rolando. Continuo a achar o FC Porto melhor do que o Benfica. Apesar de Kléber não ser Falcao
ATENÇÃO: o Sharu faz considerações pertinentes e alargadas nos comentários, entrados com atraso que não me responsabiliza, do post abaixo. O que escrevo aqui vai em parte ao encontro do que ele diz, embora haja alguma divergência. A crítica de Sharu ao Vítor Pereira não é por ter tirado o Kléber, inútil face ao jogo que não lhe chegava. Merece reflexão
EXPERIÊNCIA. Como digo, não é preciso ser "profissional" para escrever nos pasquins as banalidades correntes e dizer que o treinador não trocou um avançado por outro igual. Isso é para certos Alfredos do periodismo atávico, repito. Eu já vi Dick Advocaat tirar um avançado-centro e meter um central e recuperar de 0-2 para 2-2 em Wembley num Inglaterra-Holanda. E já vi José Romão, em Portugal, fazer o mesmo e com sucesso creio que pelo Tirsense. Uma questão de perspectiva e não de precipitação, de conhecimento e não de vulgaridade, ajuda sempre. Os pasquins são o que são. Partilhando alguma experiência pode ajudar os mais imprecisos
CLÁSSICOS. Falam por aí de falhanço do século de Fernando Torres, fintando De Gea para errar o remate com a baliza deserta. João V. Pinto fez o mesmo num Porto-Benfica há uns anos. Mas há quem veja futebol como quem come tremoços e esqueça rapidamente o ingrediente principal. É por isso que tenho a boa memória que muitos me elogiam.

18 setembro 2011

Pior do que o resultado



Já não estávamos habituados a um futebol tão fraquinho e sem graça alguma, mas também a estranhar não termos um avançado-centro. Juntaram-se as duas coisas para uma péssima 1ª parte a moralizar o adversário. E pior não podia ficar a não ser tirar o ponta-de-lança Kléber, deixando a sua inconvincente alternativa Walter sem sair do banco, menorizando o titular e desprezando completamente a única opção que a SAD fez por manter de forma tão estranha quanto incompreensível.

Enquanto Falcao faz mais três golos em Madrid, o FC Porto obtém o seu primeiro zero desde que há tanto tempo o fizera, tanto que ninguém se lembra mas talvez desde a última derrota em Alvalade. Há quem queira menorizar a questão do ponta-de-lança, mas este é um problema sério e a dias de disputar o 1º lugar contra o rival mais cotado o treinador Vítor Pereira fragilizou psicologicamente o Kléber que correu para os seus braços por ter marcado um golo obrigado por James.

Passe o que passar no clássico de 6ª feira e no resto da época, está claro que esta opção de apostar as fichas todas em Kléber, ridicularizando ainda mais o Walter que não caiu no goto de ninguém, vai ser falada toda a época, se em Janeiro não se arrepiar caminho. Uma opção estratégica debilitada, ainda, pela ausência de Hulk e uma opção, da SAD, que é bem mais discutível do que a tentativa do treinador dar outro ar ao ataque anémico em que, à falta de Hulk a ponta-de-lança que se vira para a frente e visa a baliza, a ideia foi meter James como uma espécie de Messi, mais atrás do que um homem de área e a procurar mais os flanqueadores do que mandar-se para a baliza.

Acabou por não resultado o forcing portista e a equipa não mereceu mais do que obteve, o que é razoável e resulta mesmo em futebol. Muitas mexidas na equipa, Mangala a estrear-se nem bem nem mal, o meio-campo que muitos gostariam de ver Moutinho-Guarin-Belluschi mas sem convencer e eu nunca tive muita curiosidade por algo do género, depois entrou o Defour e jogou-se em 3-4-3 com a saída de Sapunaru que esteve muito fraco, o meio-campo pegou mais na bola mas os extremos foram pouco diligentes a irem à linha, de qualquer nodo já não havia para quem cruzar e ainda se insistiu em Djalma que é ainda mais fraquinho do que Kléber e a coisa conseguiu piorar. A ideia de duas bolas nos ferros pode dar alento a quem quiser falar em azar, mas o desacerto começou na abordagem ao jogo, uma equipa experimental a pensar-se que se ganharia a bem ou a mal mas saem haver um desequilibrador para acabar tudo em sobressaltos, Helton também a ver Guarin evitar um golo certo, e James a perder a cabeça e a perder o jogo com o Benfica sendo bem expulso e o FC Porto bem empatado por um Feirense organizado, positivo e atrevido.

Não acho que o 0-0 tenha repercussão no clássico, Álvaro e Hulk reencontrarão, creio que Defour tomará o seu lugar como tem justificado e Belluschi sairá para se refazer o miolo com Fernando e Moutinho, pelo que a dinâmica será outra seja Varela ou C. Rodriguez a actuar à esquerda, reentrando Otamendi para a dupla com Rolando.

Resta saber o que Kléber fará ante Luisão, com a imagem dos golaços de Falcao no Cincazero, a fazer o ninho na careca do Girafa. Pode ser a libertação do fantasma-Falcao ou o prolongar, até nunca, da agonia do seu vazio e o massacre psicológico sobre Kléber para um campeonato que não será o passeio do anterior e exigirá muita força e classe. A SAD continuará nas boas graças dos que não lhe apontam um dedo que seja.

16 setembro 2011

«A gente temos que ficar extremamente orgulhosos e satisfeitos»


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Dei5CElMaMI

Com a devia vénia, melhor revelado do que explicado seria:

para chegarmos à conclusão que a ilusão de atingir o objectivo é assim a modos de que ver uma maré de água num deserto mais árido.

Vem a propósito de um pequeno debate, aí abaixo nos comentários, sobre a relatividade de um resultado e de uma exibição e sobre o que são equipas de primeira e suas reservas.

Directa e objectivamente:
- o Benfica não ganhou a uma equipa senão de reservas absolutas pelo menos em poupança de energias e de efectivos, gerindo apenas o resultado e o esforço, como lhes conveio, ao M. United, ou Unité talqualmente é ressalvado no post do Pobo do Norte.
- o Braga já ganhou ao Arsenal também mais ou menos de reservas, foi na época passada.
- o FC Porto já ganhou ao Arsenal a sério (2-1) e até ao Arsenal, se quiserem, com algumas reservas (2-0), tal como já empatou (0-0) quando aqui vieram gerir a situação e viram dois remates de Quaresma esbarrar nos postes.
- Pena é que, voltando ao princípio, não se tenha relevado - não é revelado nem relvado... - que o Benfica levou 4 do pior Liverpool de que eu tenho memória, e tenho-a bem boa ainda, como adepto fervoroso dos "reds", isto para além de a proeza de Cardozo ao Liverpool ter sido de marcar dois penáltis num jogo em que uma expulsão por violência gratuita de Luisão ter sido transformada em expulsão de Babbel quando foi este o agredido selvaticamente e o benfas jogou contra 10 na 1ª mão.

Os factos são estes. O resto é mais ou menos fair-play. E com muita treta.

FC Porto já passou o Benfica outra vez e na Europa, ninguém sabe mas o baile continua...

Passou a semana europeia com o empolgamento de uns martelos que não ganharam a uma equipa B.

Os pasquins, na sua bacoca cegueira idiota, lá pintam as cores do dia com as coisas triviais.


E, contudo, o FC Porto voltou a superar o Benfica, em termos estatísticos mas históricos mesmo, na Europa.

Ninguém deu por isso. Alguém saberá?

O próximo clássico já mexe, daqui a uma semana, antes de nova ronda europeia.

Fica o suspense sobre mais uma ultrapassagem, invisível, que relega, de novo, o Benfica para plano inferior nas competições europeias, face ao FC Porto: já nem se fala no numero de títulos e na sua diversidade...

Agora é que aposto que ninguém sabe o que é!

15 setembro 2011

Falcao já voou e marcou

Bastou um canto e dois minutos ante o Celtic.
E Diego ampliou...

Mas o Braga esteve muito bem e ganhou pela 1ª vez em Inglaterra. É o Birmingham da II Liga inglesa, mas há quem nem a uma equipa de reservas ganhe...

Antítese de Messi

E ainda faltava o "palmarés" português, enquato a máquina blanca já fala em complot da UEFA na Marca
Já todos esqueceram as patadas na final da Taça do Rei que CR7 deciciu graças a um árbitro espanhol que perdoou entradas muito piores do que a de Leko em Zagreb ao "nosso minino". Segue o folclore.

A nova edição vista da SIC com o famoso Falcao e sem o marreta do Marques

Eu não sei como o Portismo vai seguir a nova edição da prova esta época. Talvez com indiferença por não lá estarmos? Ou com curiosidade para ver o que fazem os outros, já que parece tão fácil?
Nas duas últimas vezes que o FC Porto a disputou venceu-as. Motiva algum desprezo, bah a gente se quiser vai lá e ganha outra vez?
Eu vou apoiar o Atlético de Madrid. Para todos os efeitos, deu-nos 45 milhões de euros, mesmo depois de lhes termos sucedido no trono e sacado o troféu das suas mãos de 2010 para 2011. E, lembre-se, os colchoneros ganharam-na depois de terem levado 0-3 no Calderon (depois de 2-0 no Dragão e um golo de calcanhar de Falcao, para eles terem tempo de tomar a decisão de o contratar), a sua pior derrota caseira na Europa e que os fez mudar de competição para salvarem alguma coisa lá com o sobrinho da Lola Flores que, descobri há pouco ao andar por lá, tem uma avenida com pompa em Puerto Banús, ao lado de Marbella, contígua a outra artéria dedicada ao Julio Iglésias, salvo erro, e um destaque no passeio das estrelas daquele pequenino principado ainda mais minúsculo do que o do Mónaco.
E sou Atlético pelo Falcao. Só por isso. E por lá ter jogado o Futre, por supuesto. Não fosse o FC Porto, o que seria do Atléti?
A SIC vai continuar a dar os jogos. Depois da vertigem com o Benfica há dois anos, até ao choque frontal com o pior Liverpool dos últimos 35 anos, na época passada dourou a pílula ao Sporting, depois virou-se para o Benfica outra vez e, por fim, a contragosto, não só teve de dar a final (por eles) indesejada Porto-Braga como assistiu a mais um êxito retumbante do FC Porto.
Hoje recomeça a competição a sério, apesar de já terem ficado pelo caminho, apesar de parecer uma prova fácil, a Roma ante os eslovacos do Slovan Bratislava e o Sevilha diante dos teimosos alemães do Hannover, mais o Partizan de Belgrado que perdeu em casa, no prolongamento, com os "celtics" do Shamrock Rovers de Dublin que se tornam os primeiros irlandeses a jogar uma fase de grupos. E Glasgow só não ficou sem Europa tão cedo porque, depois de o modesto Maribor afastar o Rangers - a quem Manzano, do Atlético, chama QPR http://www.marca.com/2011/09/14/futbol/europa_league/1316029141.html... - e o Sion eliminar o Celtic, os "católicos"... protestaram e viram sancionada a inscrição ilegal de jogadores pelos suíços! De resto, reeditando a semifinal da Taça dos Campeões de 1974, o Celtic visita o Atlético e ainda caem chispas das patadas do encontro de Parkhead onde só faltou cortar cabeças porque pernas escocesas rebentadas não faltaram.
E recomeça com o Zurique-Sporting, às 18h, e o Birmingham-Braga, às 20.05h. Estava curioso e fui, ontem, ao site saber que jogo daria a SIC. Hoje confirma-se nos noticiários da estação que é o Braga a dar em directo. Na época passada, só deu o Braga na semifinal, porque era com o Benfica. A estação de Lisboa, envergonhadamente a pensar no Porto de vez em quando, estraga o seu prime-time, antecipando o telejornal para dar o Braga. O Sporting, a jogar às 6 da tarde, ficou relegado, surpreendentemente, para segundo plano. Isto não obstante estar a ser colocada, à moda lisbonense, a questão de Domingos, ex-treinador do Braga vencido em Dublin, ser pressionado para ganhar a prova. Não é pela hora, decerto, porque quer com o Benfica quer com o Sporting na época passada, passaram jogos às 18h.
Não sei o critério. Também não interessa, como não importa quem fará o relato televisivo.
Mas a notícia, que soube esta semana, é que aquele marreta do José Alberto Marques já lá não trabalha.
Sim, aquele tipo que dava palmadinhas nas costas ao Luís Filipe Vieira em directo, supostamente numa entrevista-monólogo com grunhos pelo meio, antes de um jogo da Champions na Luz que a tv não podia dar. E ria-se, ria-se com as diatribes do pobre diabo analfabeto. O J.A. Marques, que saiu da SIC no âmbito da redução de quadros e pelo plano das rescisões com o pessoal que liquidou 70 trabalhadores do império do aflito Balsemão, era aquele idiota sem jeito nenhum para aquilo e ao pé de quem o Gabriel Alves era um barítono, um chefe de orquestra até.
O Marques que naquela semifinal de Alvalade para a Taça da Treta, nos dois penáltis inventados pelo Xistra que deram aos "bentinhos" a reviravolta no marcador depois da abertura do Tarik, disse que o Pedro Emanuel "tinha cara" de quem fez o (primeiro) penálti, uma suposta falta salvo erro desse mergulhador chamado... João Moutinho!
Bem, podemos sempre levar com o Rui Prantos a comentar, refugiando-se em 90% de paleio sobre o Benfica e 45% sobre o Sporting seguramente, mas acho um alívio não ouvir aquele marreta do Marques - logo quando faz 35 anos o programa dos Marretas...  O Balsemão também deve ter achado um alívio para as contas da SIC... que decerto não perdeu nada. Resta saber o que ganhou. Para já, ao transmitir o Braga, mudou de rumo. É um começo...

14 setembro 2011

Há bancos que não têm crise...

De Gea, Jones, Owen, Nani, Anderson, Berbatov, Chicharito Hernandez.

É o que faz pensar no campeonato e gerir as coisas nas calmas.

Porque domingo é que é.

Este homem é um Míster, carago!

Retiro do Maisfutebol, que merece a referência total e só sublinho duas ou três passagens que tudo resumem do jogo de futebol, do papel do treinador, enquanto desmascara parolos que dão ênfase à táctica e falam como se fossem treinadores:

«O meu papel é não estragar o talento que tenho em mãos»
Vítor Pereira sintetiza qual é, para si, a missão de um treinador: conduzir jogadores e deixá-los crescer.

Por João Tiago Figueiredo2011-09-13 23:15h
«Treinar é uma descoberta constante. Eu não me iludo com o táctico, julgo que treinar é conduzir jogadores. Quem vai dar a dinâmica são os jogadores, são eles que promovem o modelo do jogo. É algo que vai acontecendo, são os jogadores que nos levam para um caminho de posse ou de transições. Eu não acredito em «futebóis» em que o treinador assume o papel fundamental. Acredito no talento dos jogadores e que quanto mais qualidade tivermos e se o treino estiver à altura da qualidade deles, eles próprios vão à procura do jogo em que se sentem mais confortáveis e mais acreditam. Se eles não acreditarem é o treinador que está a impor e se o treinador impõe é o jogo do treinador e não o jogo dos jogadores.»
[Qual o sector que está melhor?] «O meu conceito de jogo é colectivo, não é sectorial. Evoluímos como equipa, não é o sector A, B ou C que está melhor ou pior...Temos de ter consciência que estamos numa fase prematura, inicial, mas estamos a crescer para dominarmos mais e sermos mais agressivos. Agora, não consigo dizer se será contra o Feirense, se será no próximo jogo da Liga dos Campeões. Não sei dizer se a criança já caminha ou corre aos dois ou aos três meses.»

[Sobre James Rodríguez]: «O James tem um talento muito grande e vai ser um futebolista de nível mundial. Mas é ainda um menino que está a crescer e que tem um talento acima da média. Temos muitos jogadores de qualidade. O meu papel é não estragar o talento que tenho em mãos e deixá-los desfrutar do jogo e crescer como equipa, sem muitas amarras tácticas. Espero não estragar o talento que tenho em mãos.»

13 setembro 2011

Bomba de Hulk e Baile de James na Patuscada de Helton

Porque gosto de saber e não me incomoda rever, analisar e reavaliar, continuo sem perceber o que aconteceu naquele golo anulado (pareceu-me que bem, mas não tenho certezas e gostava de ter algumas...) aos ucranianos. Não revi imagens, a repetição não aconteceu durante ou no final do jogo, já li crónicas de jornais e lances avaliados na tv, mas esse mistério permanece. Não acho que Lucescu tenha razão quanto ao árbitro, nem acho justas as críticas que em geral lhe foram dirigidas, especialmente na bluegosfera. Não se queixem se este episódio, de somenos mas com importância ética e informativa relevantes, se parecer com aquilo que muitos criticam quando as tv's e os jornais encobrem lances em jogos de Benfica e Sporting. À excepção da minha dúvida deixada num parágrafo aí em baixo a esse respeito, não vi imagem alguma e muito menos li sequer a descrição, quanto mais a explicação para a decisão do árbitro, desse lance. Continua a falta-me informação, sem prejuízo de nada alterar quanto ao jogo e todas as outras incidências das quais dou conta. Mas isso sou eu que sou esquisito e irrequieto, seja nesta ou noutras situações mas em que casos como este me dão sempre força moral para criticar sempre e não só quando me dá jeito, enquanto uns criticam aqui e calam ali, habituados ou amistosos com esse tipo de informação. Isto para não falar de certas avaliações como a única, no Rascord, de um imbecil iluminado e único a falar de "brilhantismo" portista (são mais papistas que o Papa, que até nem aprecia lambe-cús) que francamente mais ninguém viu, nem em jornais nem nos blogues. - actualizado às 15.30h de 14/9/2011.

E, ainda, http://www.abola.pt/nnh/ver.aspx?id=287253 - como eu percebo a dificuldade de Kléber, há quem entender esses problemas e ajudá-lo a "crescer", mas não pela via do "estamos servidos"...




O FC Porto lá ganhou, com muita dificuldade e pouco esclarecimento apesar de merecidamente, vergando o Shakhtar mas ficando a dever a si próprio outro "conforto a respirar" num grupo que muitos avaliaram como fácil mas que se confirma poder causar problemas e deixar dúvidas a todos. Até porque o APOEL também deu a volta ao 0-1 e venceu 2-1 o Zenit e tudo pode voltar à primeira forma se na ronda seguinte, no fim do mês, prevalecer o factor - só o Marselha, graças a Lucho Gonzalez, ganhou fora e nem o Barça logrou segurar o 2-1 em casa ante o Milan deixando-se empatar no fim.


Obtido o mais importante, importa, agora, respirar fundo, sabendo que tudo pode ficar complicado em caso de derrota em Sampetersburgo ou dar o passo de gigante se os dragões triunfarem no Petrovsky. Os russos, que perderam também Bruno Alves por duplo amarelo, terão de jogar já tudo com o FC Porto e ou se assumem como candidatos ou perdem de vez as hipóteses de qualificação, até porque depois vão a Donetsk.


FC Porto e Shakhtar são os favoritos no grupo, mas os campeões nacionais deveriam ter assegurado, hoje, um triunfo importante e melhorado o saldo de golos. Faltou mais contundência na área, quando ela abundou nos disparos de Hulk e nas investidas de James mas de longe, os destaques de um jogo que não é fácil descrever desapaixonadamente. E acabamos o dia, inesperadamente, sem nos destacarmos na classificação, quando tudo parecia deixar o FC Porto confortável logo à 1ª ronda.


Um frango de Helton parecia complicar mais a vida aos dragões, depois de Hulk falhar o seu primeiro penálti no FC Porto. Depressa emendou a mão, com um pontapé tremendo mas que não deixa de constituir, também, um frango de Rybka, pois não só formou barreira curta como, tendo pelo menos aberto o ângulo para ver Hulk disparar, lançou-se tarde e foi a morte do artista para deter aquele míssil do Incrível.


Pode dar a ilusão, por três bolas nos ferros no total, de domínio esmagador portista. Mas ainda com 0-1 e Eduardo da Silva marcou um golo que não percebi se foi anulado por fora-de-jogo, que me pareceu, ou mão de Luiz Adriano, que viu amarelo por protestos.


Mas o FC Porto passou a jogar contra 10, por expulsão acertada de Rakhytskyi com entrada de pitões à canela de João Moutinho. E acabaria a jogar contra 9, por outra entrada violenta de Chygrynskyi sobre Djalma. E não fosse o génio de James, que tanto tentou marcar mas pecou na finalização desastrada, e o FC Porto lamentaria uma noite de desperdício ofensivo, pouco esclarecido e nada efectivo, sendo fácil a Kléber empurrar para a baliza deserta que o colombiano lhe escancarou escandalosamente de forma tão formidável em finta e cruzamento mortal da esquerda.


Porque, na verdade, salvo um ou outro tiro de Hulk, o FC Porto não criou grandes oportunidades e não aproveitou a superioridade numérica. Rybka defendeu só um remate de James, desmarcado por Belluschi. Contra um opositor fechado com a expulsão da 1ª parte, retirado Eduardo do apoio a Luiz Adriano para Kucher fechar a zona central do expulso Rakhystskyi, o FC Porto fez por circular a bola, lateralizou mas fê-lo em demasia porque não foi incisivo nas entradas na área. Também por mérito do Shakhtar que manteve coesão defensiva. Para ser o mini-Barcelona teria de penetrar e abrir espaços na área. E, aí, faltou o "punch" definitivo para dilatar e conseguir uma margem melhor para um eventual desempate final no confronto directo. Inclusive, Luiz Adriano chegou ameaçar empatar, fugindo a Maicon mas atrapalhando-se na hora h ante Helton.


Não gostei muito da forma como o FC Porto não foi impositivo na área de decisão. Até acabou atrapalhado nos remates de Djalma, Varela, Moutinho e James. A vitória não se discute, mas o jogo não foi brilhante e notou-se, mais uma vez, que Kléber, apesar do golo (fácil), é muito pouco, por muito que disfarce e festeje com o treinador que lhe confiou, com um cheque em branco, a posição 9.

Se mérito o FC Porto teve foi mais em não se enervar pelo penálti falhado e o frango de Helton, do que em explorar a superioridade numérica. Até porque controlar o jogo não é o mesmo que dominar, ainda que tenha valido a pena não correr demasiados riscos, nem defensiva nem ofensivamente. Não era contra 9 que fazia falta um ponta-de-lança na área (e saiu Kléber) e não se podia prescindir de Hulk para dilatar o marcador? Compreende-se a gestão, até de esforço físico, do Incrível, porque o FC Porto sentiu o jogo ganho e o Shakhtar mostrava a impotência à espera de um milagre de Luiz Adriano que esteve para acontecer. O 2-1, nestas condições, sendo essencial é apenas suficiente, porque podia ter sido melhor, apesar de se admitir algum nervosismo das estreias e se defrontarem as melhores equipas do grupo. Foi o que o jogo deu e, como dizia um tio meu, é melhor (ganhar) Peru(m) que dois frangos...


Quando vemos o confronto de Kléber com um craque total como Luiz Adriano, que há um ano fez miséria em Braga, não só nos lembramos da falta de Falcao como temos de remoer a falta de uma alternativa a Kléber, encostado Walter, melhor alguém que entrasse para ser titular. A pecha atacante do FC Porto passou por não reconhecer, a equipa, a referência na área, inexistente no 1º tempo e que, na verdade, só James num momento único ajudou a mostrar, porque no jogo nunca se viu a preponderância de um ponta-de-lança adequado a ser servido pelos flanqueadores de categoria que o FC Porto tem - além de um miolo onde, reentrado Fernando e bem, voltou a ser forte e ofensivo só com o tridente Defour-Moutinho-Belluschi, como destaquei na 6ª feira com os sadinos.


Não é a vitória, mesmo com o golo de Kléber que se torna, com Maicon, o jogador mais "discutido" apesar de ter o lugar praticamente resrvado, que fará alterar esta visão do jogo e da equipa, embora o resultado tão importante conseguido decerto fará muita gente dizer que não tem dúvidas e que chamar a atenção para isso é ser do contra - contra o que estou bem a borrifar-me. É certo que as expulsões foram justas, até há mais um penálti (sobre Hulk) por marcar e ele foi derrubado ilegalmente algumas vezes, mas o 11-9 no jogo não permite ter avaliação mais concreta sobre quem ganhará o grupo. Se tudo ficar igual na 2ª jornada com vitórias caseiras, ficará tudo em aberto e parece que, apesar de ter obtido agora a sua 1ª vitória na Champions, já andam esquecidos dos problemas que em 2009-10 o APOEL (derrotas tangenciais com o FC Porto) criou, começando por 0-0 no Calderon e quase vencendo o Atlético de Madrid em Chipre (salvo por um golo de Simão), cipriotas que estiveram até com 1-2 em Chelsea e quase se classificavam para a Liga Europa para a qual, só com 3 empates e margem mínima de vantagem na diferença de golos com os cicpriotas, os colchoneros se apuraram para vencer a prova...


Agora é vencer o Feirense e esperar que o Felix Brych possa apitar o jogo com o Benfica, para punir os caceteiros da Luz como merecem e por cá se habituam a malhar no FC Porto da forma mais grosseira e ostensiva.


CORRECÇÃO: a provar que a minha memória regista muito melhor o que os olhos vêem, merecendo os elogios amiúde por aqui, pois o Hulk não falhou o primeiro penálti pelo FC Porto, já tinha falhado há um ano com o Genk, mas eu não pude ver o jogo e, assim, escapou-me. Fica a rectificação.

12 setembro 2011

Brainstorm?

Pois é, subitamente parece que todos recordaram, por si mesmos, o penálti de cabeça da Roubalheira. De repente, um, dois, três, passou um dia e já vamos no segundo Day-after e mais blogues falam no assunto, evocando sempre o mesmo penálti de cabeça. Até o Rui Prantos, nesta minha catarse de voltar a passar por toos os locais para rever o Portugalório após uma quinzena longe disto tudo, começou o seu tempo largamente excedido para se lembrar daquele penálti que, na verdade, ninguém mais precisou na data. E, contudo, o problema naquele jogo da Amadora foi da indicação de José Lima, o assistente que deu a indicação a Duarte Gomes de que Wagnão jogara a bola com a mão. Duarte Gomes levou com a culpa e até pediu desculpa, o que é mais fácil quando se entende que a culpa é de outrém mas o chefe de equipa assume a responsavilidade pelo colectivo. Parece bonito...
Entretanto, as capas dos pasquins, sejam de Lisboa ou do Porto, nada falam do roubo. Do assalto e sem assistência. Desta vez, Duarte Gomes precisará de muita coragem para assumir a responsabilide, pois só ele decidiu consoante o que estava a ver ou pensava que via.

Toda a gente glosa agora o momento e evoca o penálti de cabeça. Todos não, os pasquins, no segundo dia do Day-after, não acordaram para a situação, tão atreitos a visionarem imagens e escarrapacharem discursos de flash-interview ou, à falta deles, assumindo as dores pelas suas cores e os seus leitores. Lendo daqui e dali, alguém descobriu que o pobre Magalhães do Rascord dé crédito ao árbitro porque decidiu logo e mostrou determinação como se tivesse a certeza absoluta do que via e decidia.

Já tínhamos ouvido na tv alguém, estúpido como um tal JA Marques da SIC, falar em culpa mediante a expressão do rosto de um defesa acusado de fazer penálti. Sucedeu com Pedro Emanuel num Sporting-Porto da mesma Taça da Liga onde todas as experiências são permitidas e o Carlos Xistra tornou-se mais um a marcar dois penáltis, para mais inexistentes, no mesmo jogo contra o FC Porto.

Mas ainda há mais de que me admiro e muito: leio em vários comentários por aí que até os vimaranenses não se lembravam do penálti de cabeça. Seguramente não se lembrarão de um V. Guimarães-Benfica (2-4), apitado por Duarte Gomes e que ficou célebre por o 4º árbitro dar indicação para Romeu ser expulso por agredir Simão. Inácio, então a treinar em Guimarães, revoltou-se por o João Ferreira ter consultado as imagens na câmara de tv ali ao lado para ver uma agressão de Romeu a Simão muito longe do local onde o jogo decorria.

E, contudo, nesse jogo, Duarte Gomes negou um penálti ao V. Guimarães que daria o 2-2 eventualmente, para assinalar falta contra o V. Guimarães 15 metros à saída da área do Benfica quando os encarnados iniciavam a sua jogada a meros segundos após um derrube claro na sua área de um jogador dos minhotos em falta rigorosamente idêntica.

É claro que os jornais do regime são como são e moldam as pessoas, já de si iludidas por discursos eloquentes e imagens amiúde manipuladas na televisão. Vejam o que se tem passado em Espanha, onde a TVE é sempre posta em causa por proteger o Real Madrid. Por cá, bico calado que a máquina de propaganda do Benfica está atenta e até reparou num penálti por marcar.

Mas espanta-me, sim, que mesmo os adeptos que não dão crédito ao que se lê e ouve sejam tão fracos de memória quando os roubos acontecem mesmo à porta de casa.

Agora, se quiserem, vão procurar esse penálti negado ao V. Guimarães por uma falta que o árbitro Duarte Gomes a seguir marcou a favor do Benfica exactamente do mesmo tipo de infracção, só que favorável a outra equipa e por acaso nem grave para a economia do jogo.

Quanto aos 3 penáltis em 12' que por aí se fala, e o Reflexão Portista dá destaque em poste alusivo, peguem em 10' de terror arbitral de Duarte Gomes num Sporting-Nacional que ficou 5-1 porque subitamente passou de 0-1 para 2-1 num piscar de olhos mas do que ficou apenas os quatro golos de um argentino que ninguém lembra um dos quais encavalitado num defesa madeirense e depois de um penálti puramente inventado que Liedson desperdiçou.

Se quiserem mais, vão ao Totta...

11 setembro 2011

De volta ao Portugalório - e o Duarte Gomes do "penálti de cabeça" a marcar um penálti de barriga mas para Jesus todos os milagres são poucos





Atravesso a fronteira em Vilar Formoso. Cada situação similar, há muitos ou poucos anos, deixou-me sempre com a ideia de sentir dois países diferentes. Em Espanha noto sempre melhorias. Em Portugal está cada vez mais igual, em cada regresso a casa, o que significa atraso, não avançar. E querem saber porquê por ali? Porque há uma A66 nova, excelente e grátis de norte para sul do outro lado da fronteira e até Vilar Formoso faz-se 800kms em 6 horas com facilidade e sem ameaças de radares como ainda existe numa curva da A25 em Viseu-norte para a qual não serve a prevença do sinal de aviso de curva perigosa, tem de subsistir a caça à multa a quem pisar o risco dos 80km/h...


Ainda por lá ouvi que o combustível do lado de cá ia subir 3 ou 4 cts., enquanto
para lá atestei em Salamanca com o gasóleo a 1,236 e
1,293 em Málaga. Quinze dias depois, lá continua 1,293, atestei em Cáceres a 1,281 e a Galp
logo do lado de Espanha tem a 1,266, a BP a seguir um poucochinho mais caro e do lado de cá apanho logo 1,481, mais ou menos confirmado no Porto. Pode ter sido da subida do crude no mercado internacional, como ouvi lá do que sucedia cá. Mas lá no pasa nada.

Sintonizada a rádio lusa, um flash de um congresso albanês, em Braga onde há meses o vigarista-mor foi entronizado com 95% de votos e, agora, presente sempre ausente nas inocente, ouço clamar que alguém quis atribuir, sabe-se lá porquê, o estado a que isto por cá chegou, ao PS, onde os mesmos votam agora a 75% noutro chico-esperto, rodeado dos governantes do último ciclo a dizerem que, ao contrário do que se diz por aí sabe-se lá porquê, o estado a que isto chegou não é o que andam a dizer e nos anda a tramar a todos. Mais tarde, o sempiterno deputado poeta, já bem dentro do séc. XXI, ainda fala em "centro-direita", "mais à esquerda" e "neoliberalismo". E o novo dirigente-mor da coisa que, em 13 dos últimos 15 anos, afundou esta coisa ainda chamada Portugal e cada vez mais Portugalório, foi capaz de apear um entrevistado do mesmo partido em directo, como quem não quer a coisa e o periodismo que liga 24h diárias por um fim-de-semana completo a esta treta do século passado quando o "Partido" mandava na vida das pessoas, alegrou-se por um momento-Chavez que Sócrates não desdenharia...


Lá ouço coisas da bola e vejos umas imagens ao fim da noite. O Sporting continua a queixar-se, agora é Domingos a lembrar-se se algum dia jogou contra um tal Paulo Baptista que julgou intencional um passe de Rodriguez para Rui Patrício. Domingos já tem a demagogia que é marca da casa. Ele nunca conseguiria fazer um passe daqueles, como se fosse difícil, com ou sem o peito do pé. Um intrépido repórter, ouço na A1, pergunta a Domingos o que achou do lance do 1-0, mas não perguntou se o defesa pacense que cortou a bola fez algo para falta e, pior, para amarelo que o levou à expulsão por reincidência. O Sporting perdia 2-0 e, embora uma expulsão não possa justificar a reviravolta, lá contribuiu para a vitória imprevista do Sporting que não precisou das capas dos pasquins de hoje para "roubos de arbitragem".



No outro jogo, de que só vi imagens muito tarde, três penáltis em escasso tempo. Todos bem marcados pelo árbitro, se considerarmos que o segundo leva a bola à barriga de um defesa vitoriano, mas como no penálti da Roubalheira, Reboleira, já vimos um penálti de cabeça marcado pelo mesmo Duarte Gomes, nada de anormal. Poderá ser que, de vez, os benfiquistas deixem de lembrar o golo anulado nas Antas a Kandaurov, por dominar a bola com a barriga antes de marcar com o árbitro a ver uma mão inexistente e anulando um golo limpo que a memória vermelha escusa de repetir porque é verdade e nos lembramos todos disso, mas talvez mais este penálti sem falta possa igualar esse golo não contado a Kandaurov.

Ah, eu sei, até porque ninguém o comentou, e a Imprensa é igualmente relapsa, que não se lembravam daquele penálti da Taça da Liga no último minuto na Amadora e que deu o 1-1 por esse portento chamado Adu. Decerto também não se lembram que, uma vez, para a Taça de Portugal, o Bruno Caixão Paixão teve de marcar 3 penáltis para a Oliveirense ser eliminada na Luz... Pois... só falta virem aí os benfientos evocar um jogo de 3 penáltis pó Porto, seguramente todos mal marcados...
Mas Jesus, que tudo sabe e vê, especialmente em penáltis, diz que sim, senhores, foi tudo certo, haja quem conteste que será excomungado. Aquele penálti flagrantíssimo da 1ª jornada em Guimarães a favor do FC Porto é que para Jesus não existiu. Ainda bem para ele que as faltas de N'Diaye existiram e valeram dois penáltis, porque as faltas dele em jogos com o FC Porto costumam passar despercebidas, depois de uma vez ter sido (bem) expulso num jogo do Dragão.




Mas o mestre das tácticas, que diz que os penáltis são para se marcar existam os que existirem, embora se for a favor do FC Porto possa não ser bem assim, até fala ainda em prejuízo, porque a sua secretaria de apoio, precisando até o minuto 26º do jogo, reparou numa mão de Alex, meramente casual e que foi de bola na mão num cruzamento da esquerda, e pediu um 4º penálti, que milagres até para Jesus podem ser poucos.


O eterno retorno a esta coisa dá-me sempre vontade de, como o outro, gritar que quero voltar para a ilha. Seja lá onde for, mas pelo menos longe deste manicómio.