30 junho 2008

Sobre a defesa mediática e institucional do nosso clube aos ataques da inveja

Devo dizer que escolhi este espaço para debater ideias porque sempre achei que podíamos discutir tudo o que quiséssemos, por muito diferentes que sejam as nossas opiniões.

O nosso jornalismo desportivo está de rastos e a blogosfera começa a ser o lugar de eleição para o debate de ideias e acompanhamento em tempo real daquilo que vai acontecendo no nosso futebol.

Há 3 ou 4 blogs Portistas, que suplantam largamente a qualidade de qualquer blog dos clubes adversários. Quando temos a razão do nosso lado e existe um ideal, eu diria histórico e social, por detrás da nossa paixão, só podemos ser mais fortes, até no debate de ideias. Os textos do Zé Luís são para mim um exemplo de como se devia escrever nos jornais desportivos em Portugal. Mas, valores mais altos se levantam. Vejo uma grande qualidade na blogosfera Portista. Há um grande debate e uma qualidade que vem colmatar as deficiências do sítio da Internet que o nosso clube apresenta.

Aliás, a política de imagem seguida pelo clube não tem ajudado em nada a garantir os nossos resultados desportivos, nem à blindagem do balneário, nem tão pouco ao sossego necessário para se preparar uma época que se apresenta como um grande desafio.

Existe claramente uma pecha na estrutura de gestão desportiva do clube, a falta de duas figuras que representem o clube na comunicação social. Figuras cujo papel seja o de defender e vender a imagem do clube na comunicação social e no mundo da Internet. Como se faz em qualquer empresa que esteja ligada a um produto especial com vicissitudes mediáticas diferentes. Gostaria que essas figuras aparecessem. Uma mais nova e desconhecida, outra mais experiente com créditos firmados. Caras presentes, a quem se possa associar a imagem do clube. Porque, meus amigos, não é com comunicados que se defendem os direitos a a imagem de um clube.

Gostávamos de estar a discutir exclusivamente as ocorrências do defeso. Mas não há espaço nem tempo para tal. É com pena que vemos todas as semanas os ataques desesperados daqueles que dentro do terreno de jogo não demonstraram qualquer qualidade para nos bater. Agora até autocarros queimam. Esses ataques derivam de um desespero provocado pela falta de resultados desportivos. Na instituição Benfica, faz-se como na política, desviam-se as atenções do fracasso (desportivo), com acções populistas de coacção sobre instituições que deveriam estar acima de qualquer pressão institucional ou mediática. Atira-se areia para os olhos dos benfiquistas, com a choradeira habitual suportada por uma comunicação social vermelha completamente facciosa, que por ironia, tem sido uma das traves mestras da desgraça que paira na segunda circular, ao esconder a verdadeira falta de qualidade que por ali vai e, ao atacar o FC Porto com mentiras e notícias falsas de jogadores que "rejeitam" jogar no Tri-Campeão nacional.

É a realidade da nossa nação.

A juntar a esta "resma" de futilidades, temos agora Platini. Falta de nível, ignorância, falta de preparação para assumir as responsabilidades da posição que ocupa, presunção de autoridade que não tem e não lhe é reconhecida.

Perante tudo isto, o que vai o FC Porto SAD fazer? Que respostas serão dadas?

Confio na lição aprendida no passado mês para ver um volte de face na estratégia Portista no que concerne à defesa dos direitos do clube na comunicação social e na Internet. Isto para já não falar na nossa representação e estratégia na Liga de Clubes. Temos provas de que o nosso Presidente é a pessoa certa no lugar certo e certamente que essa estratégia já estará a ser preparada.

Muitos criticaram a SAD e outros houve que até pediram a demissão do Presidente. Os primeiros falharam muitas vezes no conteúdo e sempre no timing, há tempo para tudo. Dos segundos nem vale a pena falar. Sempre fui apologista da união entre todos os Portistas. Por isso acho que devíamos debater estas questões sem histerias nem preconceitos.

Como Portista não espero senão uma estratégia concertada de ataque cerrado a quem nos tenta denegrir e tirar o mérito de tantas vitórias alcançadas com tanto trabalho e com recurso a tanto esforço e talento tão genuínos.

PS: Quero agradecer ao Zirtaev a oportunidade que me deu, para poder ser um elemento activo no debate de ideias sobre o nosso clube. Fá-lo-ei na medida das minhas possibilidades e disponibilidade.

28 junho 2008

Silly Season? É bem pior que isso

Parece-me incrível que sejam publicados textos (ou comunicados) no site do FCPorto a dar respostas a um delgado qualquer e no entanto a instituição é enxovalhada aos olhos do mundo pelo presidente da Uefa e nem uma reacção, nem uma palavra, nada a defender a honra do clube. Mas no último mês já ficamos a saber o que vale para muitos a honra, ou seja, nada. Inclusive para muitos adeptos. Mas cada um sabe de si.

Por outro lado, e na mesma senda, nem uma explicação, nem uma reacção, nem uma linha, nada no site sobre mais um ataque feito pelos vermelhos na Europa, desta vez no TAS. Nada, não dizem nada, não explicam nada. Terão sido apanhados novamente de surpresa? Para eles os sócios só servem para pagar os DragonSeat, é para isso que querem os sócios. Em vez de nos defenderem preferem responder a delgados que já todos sabemos há muiiiiiito tempo que são vermelhos, que apenas escrevem a vermelho e quase em exclusivo para agradar a vermelhos.

Bem que eu esperei para escrever este post, ou melhor, para evitar escrevê-lo, mas em vão. Até agora do site do FCPorto, que parece ser a única voz do clube, nem uma linha tem sobre o que falei acima.

O problema, em relação à entrada do FCPorto na Champiosn League, continua bem aceso, ao contrário do que eu pensava, já que tinha a ideia que ele estava apenas adiado para o próximo ano. E como tudo teria sido muito facilmente evitado, caso o FCPorto tivesse feito o que lhe competia, que era recorrer logo que foi verdadeiramente e fortemente atacado, logo que saiu o castigo do CD da liga. Mas não, logo que conseguiram o adiamento do problema, criado por eles, toca a atacar os PORTISTAS que não pensam só em dinheiro e que não olham para os actos da Sad com palas nos olhos.

Prevejo perto de um mês e meio muito complicado, não por causa do que quer que seja que o TAS decida, mas porque estou farto de tudo o que se vai passando durante este tempo, que coloca todos os portistas em alvoroço, sendo atacados sem qualquer defesa por parte de quem representa o clube que amam. Muitos vão dizer que estão tranquilos, que acreditam nas pessoas que comandam o clube. Parabéns, mas infelizmente eu não vivo de fé, vivo da realidade e a realidade é que me sinto mal representado no meu clube, que não me defende, que parecem preocupados apenas com números, o tal pragmatismo, e depois correm feitos desalmados atrás do prejuízo e ainda pegam nessa "vitória" e atiram-na contra mim e outros PORTISTAS que pensam como eu. E não me venham dizer que o que interessa são títulos, que os vencemos e que por isso temos de aceitar tudo. Peço desculpas se penso diferente de vocês, mas há coisas que não têm preço e as vitórias não me cegam. Para mim o FCPorto é bem mais que simples vitórias.

Não sei se alguém faria melhor que esta direcção. Na vertente desportiva está visto que não e como é óbvio isso satisfaz-me imenso. Mas há algo que sei, e disto tenho a certeza, há sempre espaço para melhorar e esta direcção poderia fazer muito mais pelos seus sócios e adeptos. Para além de alguns tiros nos pés no que respeita ao que se tem passado com apitos dourados e afins, parece que para eles os sócios são apenas números, para não falar de outras coisas. Não consigo entender porque não defendem o clube pensando e informando os seus adeptos, que são a verdadeira alma do clube. Com a entrada de um novo director de comunicação pensei que estaríamos representados na comunicação social e que teriamos uma voz para nos esclarecer, mas a realidade é que o seu trabalho, ao que se tem visto, é praticamente nulo. Os portistas continuam a ser atacados sem qualquer defesa e na comunicação social então é que nem se fala, sendo tão normal, que já nem ligamos. Novamente nem se vê director de comunicação, nem a Sad a fazer seja o que for.

Agora que o Euro 2008 vai acabar, que mês e meio tão complicado vamos ter sem o verdadeiro futebol dentro das quatro linhas que é onde realmente somos bons. Mas que tristeza. Ainda assim, e ao que tenho visto e tendo noção do que ainda aí vem, prefiriria, e muito, olhar para esta Season apenas como de transferência de jogadores e de boatos por mais Silly que fossem.

27 junho 2008

Mercado de transferências 2008: Certezas e rumores - III


SAÍDAS

Bosingwa > Chelsea (Inglaterra) - 20,5 M

Hélder Postiga > Sporting - 2,5 M por 50% do passe + Diogo Viana (50% do passe)

Vieirinha > PAOK (Grécia) - Empréstimo

Paulo Assunção > Atlético Madrid (Espanha) / Sunderland (Inglaterra) / Benfica - 0

Edgar > Almería (Espanha) - ?

Quaresma > Inter Milão (Itália) - 30 M + 1 jogador (fala-se de Pélé, Suazo ou Solari)

Adriano > Rapid Bucareste (Roménia) - ?

Bruno Alves > Barcelona (Espanha) – 30 M

Bruno Moraes > PAOK (Grécia) - ?

Ernesto Farias > Estudiantes (Argentina) - ?

Ibson > Flamengo (Brasil) - vendido em definitivo ao clube de empréstimo envolvendo no negócio Léo Moura ou Juan Maldonado

João Paulo > PAOK (Grécia) – empréstimo

Lisandro Lopez > Roma (Itália) - ?

Lucho Gonzalez > Atlético Madrid (Espanha) – 22 M + José Castro / Juventus (Itália) / Villareal (Espanha) / Roma (Itália) - 23 M

Marek Cech > Nápoles (Itália) – 4 M

Mário Bolatti > Sporting - Troca com Stojkovic

Nuno Espirito Santo > Sporting - Troca com Stojkovic

Raúl Meireles > Valência (Espanha) – 10 M / Atlético Madrid (Espanha)


ENTRADAS

- Defesas

Rolando (Belenenses) – Defesa Central – 22 anos - 0.7 M (4 épocas)

Nelson Benitez (Lanús – Argentina) – Defesa Esquerdo – 24 anos – 1 M (50% passe) (4 épocas)

Cristian Sapunaru (Rapid Bucareste- Roménia) - Defesa Central - 24 anos - ?

José Castro (Atlético de Madrid - Espanha) - Defesa Central - 25 anos - Incluído no negócio de Lucho Gonzalez

Jean Calvé (Le Mans) - Defesa Direito - 24 anos - ?

João Pereira (Braga) – Defesa Direito – 24 anos - 3 M

Léo Moura (Flamengo - Brasil) - Defesa Direito - 29 anos - Incluído no negócio de Ibson

Juan Maldonado (Flamengo - Brasil) - Defesa Esquerdo - 26 anos - Incluído no negócio de Ibson

Kléber (Santos - Brasil) – Defesa Esquerdo – 28 anos – ?

Miranda (S. Paulo) – Defesa Central – 23 anos – ?

Pawel Golanski (Steaua de Bucareste – Roménia) – Defesa Direito – 25 anos - ?

Stojkovic (Sporting) - Guarda Redes - 24 anos - Nuno Espirito Santo ou Mário Bolatti


- Médios

Cristian Rodriguez (Benfica - Portugal) - Médio Atacante - 22 anos - 7 M (70% do passe)

Tomás Costa (Rosário Central - Argentina) – Médio Atacante – 23 anos - 3,2 M (4 épocas)

Andrés Madrid (Braga) - Médio - 26 anos - ?

Pélé (Inter Milão - Itália) - Médio - 20 anos - Incluído no negócio de Quaresma

Custódio (Dynamo de Moscovo - Rússia) - Médio Defensivo - 25 anos -3,5 M

Fernando Belluschi (Olympiacos) – Médio - 24 anos - ?

Freddy Guarín (Saint-Étienne - França) - Médio - 21 anos - 5 M

Jorge Valdivia (Palmeiras - Brasil) - Médio Centro - 24 anos - ?

Lazaros Christodoulopoulos (Salónica – Grécia) – Médio Atacante – 21 anos – 2 M

Leonardo Ponzio (River Plate - Argentina) - Médio - 26 anos - 3,5 M

Orlando Engelaard (FCTwente - Holanda) Médio Ofensivo - 28 anos - ?

Thiago Neves (Fluminense - Brasil) - Médio Ofensivo - 23 anos - ?


- Avançados

Diogo Viana (Sporting) - Extremo Esquerdo - 18 anos - Aquisição de 50% do passe incluído no negócio de Hélder Postiga

Cláudio Pitbull (V. Setúbal) – Avançado – 26 anos - Regresso de empréstimo

Alan (V. Guimarães) – Avançado – 28 anos - Regresso de empréstimo

David Suazo (Inter Milão - Itália) - Avançado - 28 anos - Incluído no negócio de Quaresma

Roland Linz (Braga) - Ponta de Lança - 26 anos - ?

Alexis Sanches (River Plate - Argentina) - Extremo - 19 anos - ?

Guedes (Penafiel) – Ponta de Lança – 21 anos - ?

Jonathan Urretaviscaya (River Plate de Montevideu - Uruguai) - Ponta de Lança - 18 anos - 2 M

Radamel Falcão (River Plate - Argentina) - Ponta de Lança - 22 anos - ?

Santiago Solari (Inter Milão) – Extremos Esquerdo – 31 anos - Incluído no negócio de Quaresma


Continuamos a aguardar o jogador que vinha emprestado do Manchester United incluído no negócio da venda de Anderson. Esperemos que, ao sair Quaresma com um negócio do género, não aconteça o mesmo.

Nota:

- Apenas as transferências a negrito estão confirmadas;
- Apenas com o nome a negrito estão as transferências quase certas mas ainda não confirmadas pelo FCPorto;
- Tudo o resto não passam de rumores.

26 junho 2008

FC Porto campeão há 30 anos e o S. João antecipado caído em desuso

Evocar o campeonato de 1977-78, apesar de se lhe ter seguido o episódio do árbitro da finalíssima da Taça que foi de viagem com o Sporting à China…

aqui tinha evocado a conquista da Taça de Portugal pelo FC Porto em 1977. Seguiu-se-lhe dois títulos de campeão nacional, apesar de não ter conseguido revalidar o triunfo no Jamor pelo celebérrimo Mário Luís que de escalabitano passou a “chinês”: em dia de final do Mundial em Buenos Aires, com a garra argentina a superar a qualidade laranja em movimento, houve a finalíssima de 25 de Junho de 1978 (1-2, depois de 1-1 uma semana antes com o sadino, irradiado pela UEFA em 1973, Francisco Lobo a apitar), ter seguido viagem com o fato oficial do Sporting numa digressão à China. Eram tempos em que a democracia fervilhante em Portugal cheirava a pólvora, entre a ameaça pavorosa da guerra civil abortada a 25 de Novembro de 1975 e os atentados das FP-25 até ao início dos anos 80.

Tempos de grandes memórias, quando tudo se sentia à flor da pele e os resquícios do regime perpassavam no futebol. Um tempo em que, ganhos dois títulos para o Porto a juntar à Taça de 1977 após as conquistas do Boavista de 75 e 76 com Pedroto ao leme antes de voltar às Antas, a democracia demorou a aceitar uma nova ordem no futebol – uma reviravolta porventura mais espectacular da que o próprio país viveu, este com subsídios de Bruxelas para betão e ironicamente mais centralismo asfixiante que hoje é mais abominável e intolerável; e o futebol com resistência interna feroz que na actualidade passa por golpes baixos de ética para inverter o curso da História.

A hegemonia portista actual é esmagadora como também aqui se evocou e suplantava, há 30 anos, os mais bisonhos sonhos do mais indefectível adepto.

Mano-a-mano
O FC Porto ganhou o título de 1977-78, o primeiro desde 1958-59, sim aquele em que Calabote, antes como hoje, bem tentou tudo para manter as águias no poleiro. E que título, 19 anos depois, com que luta, frente a uma rotina bafienta instalada desde os anos 60, quando a regra eram 3 campeonatos do Benfica e 1 do Sporting, durante uns 15 anos, maquinalmente, ciclicamente, quando não se duvidava do cavalheirismo dos dirigentes de então e a falta de competitividade do campeonato não era motivo de discussão alguma. Discussão passou a existir quando a agulha mudou para Norte e se alvitraram mil e uma maneiras de questionar o sucesso de emblemas fora da capital.

O quadro ao lado resume o mano-a-mano do FC Porto com o Benfica que era tricampeão pela 4ª vez consecutiva, com o Sporting a intervalar mas sem deixar de se enjoar com o mesmo cenário de sempre. Talvez por isso, o êxito do FC Porto, cavalgado pelo dinamismo e liberalismo nortenhos a impulsionar a economia, foi aceite de bom grado, uma lufada de ar fresco na competitividade nacional. Mas o futebol era a imagem do que estava para mudar no país, antes ainda de haver auto-estradas (só nos anos 80 a A1 fez Porto-Lisboa) que, no futebol do mais alto escalão, só em 2006 chegou (A42) a Paços de Ferreira para, ironicamente, agora lhe meterem portagens…

Os episódios marcantes tenho-os de memória, dessa época inolvidável, mas a ajuda documental, de tanta ânsia de preservá-la, escapou-se-me no formato de uma revista “Golo” então dedicada ao título portista com todas as fichas de jogos e em vão a procurei nos últimos meses.

O FC Porto foi líder isolado apenas em 7 jornadas, contra as 12 em que o Benfica, com uma defesa de ferro que garantiria a imbatibilidade na prova, comandou sozinho. Mas a diferença pontual entre ambos nunca superou os dois pontos, então equivalentes a uma vitória. Ficou famosa a época do Benfica por nunca perder nas 30 jornadas, mas o FC Porto também só sofreu o que passou a ser uma costumeira derrota em anos de título, à 2ª jornada e no sempre problemático campo do Estoril onde no ano seguinte foi despachado da Taça com 3-0…

A regularidade do Benfica parecia impor-se, graças a 6 golos sofridos nas 20 primeiras jornadas, apesar de não se exprimir em grandes resultados nem sequer em séries de vitórias que costumam desmoralizar a concorrência: só numa ocasião fez 4 triunfos seguidos. Esteve 5 jogos sem marcar e a sua pior série foi de 2 empates em 3 jogos.

Defesa melhorada, ataque arrasador
O FC Porto marcou quase 3 golos por jogo no campeonato e, por uma vez, o ataque resolveu aquilo que em épocas anteriores não bastara: desde 1973-74, o ataque produzia, mas a defesa costumava ceder até ao dobro dos golos consentidos pelo Benfica… Pois foi a sul que se pescaram grandes jogadores, de Freitas do Belenenses para compor a dupla de centrais com Simões da Académica, de Murça na lateral-esquerda também procedente do Restelo a Octávio e Duda no meio-campo oriundos do Bonfim. O capitão Rodolfo era e foi sempre um homem da casa, Oliveira idem, Seninho também apesar da incorporação militar que o levou a Angola, Gomes estreou-se na I Divisão em 1974 com dois golos à CUF na 1ª jornada e acabaria em 1978 como melhor marcador com 25 tentos (e 27 no título seguinte).

Os 81 golos do campeão só tiveram freio em 6 jogos sem marcar. Mais de metade (48) da produção atacante garantiu 13 vitórias consecutivas que se seguiram ao moralizador empate na Luz. O FC Porto passou de dois pontos atrasado para dois pontos adiantado nessas 13 jornadas, com vitórias importantíssimas em Braga e no Bonfim na viragem do campeonato e a espectacular derrota do Sporting sempre atrás no marcador (0-1, 1-1, 1-2, 2-2, 2-3) até Duda marcar de tiraço rasteiro, a 30 metros, junto a um poste tornando infrutífera a estirada de Botelho.

Antes, porém, o FC Porto teve de fazer dois jogos no Estádio do Mar, por interdição das Antas, no dérbi com o Boavista a ver fugir o Benfica e numa série de três empates em quatro jornadas que podiam comprometer a caminhada para o título.

Memorável capacidade atacante teria de se coroar com a liderança na recepção ao Belenenses. À 22ª jornada, os azuis tinham Jorge Martins na baliza e chegaram às Antas com apenas 9 golos sofridos: 8 nas primeiras 10 jornadas e um em Espinho nas 11 partidas seguintes. Aos 15’, Pedroto tirou Gabriel da lateral-direita e meteu Seninho. O Belenenses, soterrado com 8-0 na época anterior nas Antas e que nos quatro anos seguintes levou sempre de três para cima, foi arrasado com 6-0 e acabaria com os mesmos 21 tentos sofridos pelos portistas e só com 25 golos marcados, o bastante para o 5º lugar. Perdera apenas uma vez por mais de um golo (1-3 em Alvalade, 10ª jornada).

Empatado na Póvoa onde o Benfica tinha o que ao Porto correspondia a visita ao malfadado Estoril, o tricampeão empatou em casa com o Portimonense e depois cedeu também outro 0-0 com o Sp. Braga. Para aproveitar este deslize benfiquista, o FC Porto tinha de vencer no Bessa, onde era costume jogar ao sábado, a condizer com o estádio que, apesar de muita chapa na cobertura e rede de galinheiro à volta do relvado, granjeava a fama de britanizado.

Cada Boavista-Porto valia a pena. O ambiente era fantástico, ao contrário dos dérbis nas Antas, sem público contrário nem adversário de luta. Tudo amontoado nas bancadas, estas pouco altas e sem grandes condições de visibilidade. O túnel para os balneários era atrás da baliza sul. Os adeptos boavisteiros ocupavam apenas a bancada central. Existia o peão, sem degraus, cujo muro permitia a melhor visão, para quem nele se empoleirasse.

O Boavista-Porto com a Taça de Inglaterra
O problema é que naquele sábado, como era hábito de Maio, havia a final da Taça de Inglaterra na televisão. À parte as finais europeias, era dos raros jogos estrangeiros disponíveis na RTP e nenhum passível de se perder. O Ipswich, de Bobby Robson, foi o ‘underdog’ desse ano face ao Arsenal que cumpria a primeira das suas três finais consecutivas. Perdeu esta, o Arsenal, por 0-1, como perderia a terceira (com o West Ham), mas muito renitente lá estive eu no Bessa sem saber como os azuis do futuro técnico do FC Porto bateram os londrinos com o golo de Osborne. Um Ipswich de futebol ofensivo, 3º em 1975, 77 e 79, 2º em 1980 e 81 ano em que venceu a Taça UEFA e cuja carreira levou Bobby Robson em 1984 à selecção inglesa e 10 anos depois ao FC Porto via Alvalade.

Gomes fez no Bessa, pelo quarto-de-hora, o golo costumeiro, desvio subtil de cabeça num cruzamento da direita (talvez um canto). Oliveira faria o 2-0 na 2ª parte, dominando a bola com a coxa direita, sobre a meia esquerda, no bico da área, para rematar um canhoto cruzado rasteiro, indefensável para Matos, um golo à inglesa, de uma beleza plástica invulgar mas própria da sua genialidade. Timóteo, no JN, teve o instante fotográfico da bola a bater no poste mais distante para tabelar e entrar, uma foto de 1ª página que guardei até a má impressão da altura, quando os jornais saíam a quente dos caracteres de chumbo, fazer amarelecer o que na memória jamais se apagou.

Com dois pontos de vantagem a cinco jornadas do fim, ainda para receber o Benfica, ir às Antas era igual fosse o Espinho ou o Sporting: sempre enchente. A 28 de Maio, com jogo às 5 da tarde, sob um sol abrasador, a visita do Benfica não podia começar da pior maneira. Na época anterior, um Benfica superdefensivo ganhou 1-0 com golo de estreia de Chalana, do seu formidável canhoto do bico da área direita, bola em arco sobre Joaquim Torres aos 11’. O FC Porto massacrou o resto do tempo mas perdeu. Taí, o lateral-esquerdo, prometia ao intervalo deixar de jogar se com tal avalancha ofensiva o FC Porto não vencesse. Faltava sempre um bocadinho… assim…

Simões acabara de marcar na própria baliza, uma bola morta, mal dominada com a coxa esquerda a um cruzamento da direita para ninguém: 3’. O melhor ataque do campeonato superaria a melhor defesa? Fosse pelo sol tórrido de fim de tarde, pela defesa de ferro comandada por Humberto a secar Gomes, por um dia não do FC Porto que nem obrigou Fidalgo a muito trabalho, era preciso um milagre e aconteceram dois.

De repente, vindo do nada, espraiando-se no campo como a espreguiçar-se, o Benfica meteu uma bola na área portista onde só apareceu Humberto. Estou atrás da baliza sul, o silêncio impera, o mundo irá acabar? Humberto chuta, centrado, da marca de penálti, Fonseca atira-se à toa, a bola bate-lhe num pé e ressalta para a barra. Rodolfo deu-lhe a extrema unção, talvez se tenha até trocado de bola que terá saído do estádio, tal o alívio de a ver longe, não houve recarga e os 12 minutos para o fim do jogo foram como recomeçar o campeonato. Um livre de Ademir devolvido pela barreira mereceu uma recarga para golo, aos 83’, que ficou como um dos mais marcantes golos da história do FC Porto. Tivesse entrado a bola de Humberto, não tivesse marcado Ademir na recarga a que teve direito, a história dos 30 anos seguintes do FC Porto poderia ter sido bem diferente.

Ainda dava para perder um ponto em Coimbra, onde a Académica passou a designar-se no masculino com a criação do Académico, Organismo Autónomo do Futebol (OAF). Freitas estourou uma bola na barra, do meio do campo, Costa destacava-se nos estudantes e explodiria no ano seguinte com a camisola do FC Porto no bicampeonato. O FC Porto chegou à última jornada, a 11 de Junho de 1978, com os mesmos pontos do Benfica e uma diferença de golos muito favorável.

Mais um jogo às 17 horas, ida para o estádio às 13, comida na bancada que às 15 já ninguém cabia nas duas filas de gente, tanta gente, em cada degrau. O Braga que um ano antes viu consagrar o FC Porto vencedor da Taça, viria assistir ao coroar de um novo campeonato e o relançar de uma nova história dos campeões nacionais. Nelinho, tricampeão pelo Benfica, teve uma queda na área pelos 10’ que nunca se soube se foi provocada ou simulada. Mas o FC Porto actuou com a força de um campeão e somou 4 golos anos 81 da época, contra 56 do Benfica que só sofreu 11.

O regime caduco
O Sporting ficou a 9 pontos, perdera à 4ª (Setúbal) e 6ª (Antas) jornadas para não mais dar luta. O Guimarães resistiu com os primeiros até à 10ª jornada, cedendo em Setúbal também.

Foi a época de estreia do Marítimo na I Divisão, o futebol chegava às ilhas da mesma forma que virou a norte.

O Braga acabou em 4º e qualificou-se pela 1ª vez para a Taça UEFA. Havia subido em 75-76, quando o Boavista acabou em 2º na I Divisão e tinha duas Taças no bolso, frequentava a Europa da bola.

Até Riopele e Feirense, em 77-78, marcaram presença, mas desceram e para os primeiros, dos arredores de Guimarães e da fábrica têxtil do mesmo nome, foi a única vez na alta-roda.

A democracia e o impulso económico a norte mudaram a face da I Divisão. Do equilíbrio no número de clubes, passou-se à hegemonia nortenha. A fisionomia do país alterou-se e via-se no futebol: Atlético e Montijo desceram na época anterior (76-77) e nunca mais se viram. Antes (75-76) acontecera à CUF, tal como a U. Tomar. Olhanense e Oriental despediram-se em 74-75. A cintura lisboeta perderia ainda o Estoril, apesar de ganhar o E. Amadora.

Portugal mudou muito e não se imaginaria em que extensão. O futebol marcou golos na via da democratização. O FC Porto fez valer o seu peso em ouro para ir mais longe onde o Boavista já chegara via Taça de Portugal.

Santos populares
Para a história ficaram os heróis portistas que passaram a santos populares – e como eu vi Gomes e Oliveira, dependurados em camionetas cheias de adeptos anónimos, festejarem na Baixa, no meio do povo portista com o mesmo sentimento de alma arreigado.

Os jogadores campeões foram: Murça, Oliveira, Fonseca, Duda (30 jogos); Seninho, Simões, Rodolfo (28); Gabriel (26), Gomes (25), Ademir (24), Octávio (22), Celso (16), Adelino Teixeira, Vital (12), Paço Gonzalez (5), Taí (2), Jairo, Manuel Teixeira “Teixeirinha” e Rui guarda-redes (1).

Percebe-se que a equipa não mudava muito: Fonseca; Gabriel, Freitas, Simões, Murça; Rodolfo; Octávio (Ademir), Duda; Seninho, Oliveira e Gomes.

E os 81 golos: Gomes (25), Oliveira (19), Duda (12), Ademir (11), Seninho (5), Octávio (4), Murça e Vital (2 cada) e Gabriel (1).

Europa, Europa
Enquanto o FC Porto se afirmava em Portugal, a Europa começou a ouvir falar do clube azul-e-branco. O triunfo da Taça da época anterior levou a equipa de Pedroto aos quartos-de-final da Taça das Taças ao longo de 1977-78. Eliminado o Colónia que seria bicampeão alemão, com 2-2 (golos improváveis de Gabriel e Octávio) e 1-0 em Coimbra (golo também improvável de Murça), o FC Porto afastou o Manchester United com 4-0 (3 golos de Oliveira e 1 de Duda) e 2-5 numa 2ª mão do maior sofrimento admissível num jogo de futebol; depois o Anderlecht verdugo, que recuperaria (4-0 ao Áustria de Viena) o troféu ganho em 1976 (West Ham) e perdido em 1977 (para o Hamburgo): 1-0 nas Antas (Gomes), num jogo repetido 24 horas depois devido à chuva que só deixou jogar meia parte na quarta-feira uefeira, e 0-3 em Bruxelas.

A Taça dos Campeões de 1978-79 começaria com 1-6 em Atenas com o AEK e 4-1 na missão impossível das Antas. Na época seguinte, já caiu o Milan com o famoso (mais um tiraço) golo de Duda a 45 metros de Albertosi em S. Siro. E o Real Madrid não tombou (2-1 e 0-1) porque após o bis de Gomes o golo traiçoeiro de Cunningham, sem Vautrot deixar completar a barreira portista no livre, deixou que um golo solitário em Chamartin, após falhanço clamoroso de Gomes isolado, decidisse a eliminatória pelo golo marcado fora pelo negro inglês que foi das contratações mais famosas à época.

p.s. – estive vários dias longe destas lides, para as quais deixei alguns textos, de escrita apressada, que o Zirtaev “editou” e que mereceram apelos de amigos da bancada de que só agora dei conta, mas a que não posso responder tão tardiamente. As atribulações uefeiras fizeram-me, de resto, adiar esta evocação do título de há 30 anos que então vivi com a mesma emoção com que agora encarei, mais serenamente e confiante desta vez, esta luta ganha ao Benfica que teve de ser dirimida na secretaria e confirma o statu quo da instituição falida em credibilidade moral quando já lhe feneceram as forças para uma competitividade que há três décadas não supunha sofrer, muito menos com humilhações constantes que só recrudescem o seu desespero.
E como o S. João era costume falar-se ser antecipado pelos títulos do FC Porto, como foi em 1978, e agora já estão tão desfasados no tempo como a certeza matemática do título de 2008 ter sido em 5 de Abril (a 2 meses e meio de distância, meu Deus!), o post/filme, delicioso, do Zirtaev sobre o S. João só reconforta o meu esforço em trazer agora o que muitos não conheceram mas bastantes serão capazes de lembrar nos comentários que lhes aprouver.

25 junho 2008

Jogador da Bancada Época 2007/2008 – LISANDRO LOPEZ


Quem não se lembra, no último jogo do Dragão contra o clube da Luz, daquela corrida enorme em que o argentino, da frente de ataque, vem ao flanco esquerdo da defesa tirar a bola ao adversário fazendo um sprint de mais de 70 metros? Valeu um aplauso enorme por parte dos adeptos que estavam no estádio, quase tão grande como o festejo de um golo e este foi apenas um pequeno exemplo do que personifica Lisandro Lopez, o vencedor do prémio deste ano de Jogador da Bancada.

Não dá como perdido qualquer lance, corre até à exaustão, aparece a ajudar em qualquer sector do terreno de jogo quando tal é necessário. A raça, a determinação e a grande entrega ao jogo exemplifica o que é para todos os portistas um verdadeiro jogador à Porto. Lisandro tem todos estes atributos e consegue ainda juntar a todos eles o pontapé certeiro em frente à baliza, tendo sido um dos elementos do FCPorto mais determinante na conquista do tri-campeonato, tendo conseguido a conquista do troféu de melhor marcador do campeonato com a obtenção de 21 golos.

Por mim o prémio não poderia estar melhor entregue e creio que todos estarão de acordo comigo. Resta-me agradecer a participação de todos os que contribuíram para o apuramento do Jogador da Bancada deste ano, que apenas começou no jogo contra a Nacional da Madeira, mas que apesar disso acabou por reflectir alguma verdade em relação aos elementos mais influentes da equipa, como foram o Lucho Gonzalez, 2º classificado, e Paulo Assunção, 3º classificado.

Fica prometido que para o próximo ano este passatempo terá algumas alterações e espero desde já que comecem a dar algumas dicas para melhorar o passatempo. Agora deixo a tabela geral dos 26 jogadores utilizados desde que se iniciou o apuramento do Jogador da Bancada 2007/2008.

23 junho 2008

E porque é São João...


... deixo-vos um pouco de boa disposição. Um pequeno filme que ilustra um pouco do que foi a última semana no ninho da águia e que prova que não são necessários apoios de ninguém para se fazerem filmes realmente com alguma piada.

(Esta montagem, apesar da personagem central que aparece, não pode nunca deixar de ser vista apenas como uma brincadeira e um momento de humor)




Um bom São João para todos !!!

22 junho 2008

O desafio à média Luz

E se o Benfica consumar a ameaça e não jogar o campeonato como fez com a Taça da Liga?

Não estará ainda esquecido como o Benfica (im)pressionou aquele tipo abarracado, com aspecto de taberneiro, que lá pôs na presidência da Liga. À falta de decisões do Aborto Final (mera coincidência com a nova triste tragédia que uma meretriz está a passar, sem aproveitar o namoro alentejano e dar um salto a Badajoz para parir), o Benfia aí por Setembro ou Outubro ameaçou que não jogaria a Taça da Liga.

Hermínio não fez jus ao nome das montanhas que abrigaram Viriato. Baixou as calças e levou até o Labaredas da Luz a dizer que, afinal, acreditava “nesta Liga” e, antevendo um trabalho sério, os encarnados lá participaram na neófita prova. Melhor: aquele penálti da luz dos olhos do “liner” José Lima, no que ficou célebre como a Roubalheira da Reboleira, foi logo um rebuçado de luxo para os da freguesia da capital prosseguirem em competição.

Agora que desatam a bater em tudo e todos (Andreia Couto, João Leal, Gilberto Madaíl, Laurentino Dias com o caso Nuno Assis já aqui lembrado também), os benfiquistas podiam pressionar o seu líder com quem se identificam e não disputar o campeonato 2008-2009. Porque, no final, o seu Hermínio, coadjuvado pelo inefável Costa da Disciplina, arranjariam maneira de levar o clube à Champions.

Como se acham com razão, vendo ainda o copo meio cheio num ambiente fétido de bebidas (quiçá armas) brancas no ar, era uma proposta à altura da instituição.

Quanto a pagar os 25 milhões em reforços que só deram para o 4º lugar em 2008-09, mais os 25 milhões a caminho este Verão, isso depois pede-se a alguém, insulta-se o Governo, faz-se buzinão na ponte, metem-se mais uns papéis sem valor ao Estado que a Manuela Ferreira Leite está de volta, tudo a bem da instituição. Não tanto da seriedade e credibilidade, mas isso são valores que mais alto se alevantam e há que concentrar todo o esforço em “fazer as coisas por outro lado”. Sempre.

Ficam algumas lembranças do terror vermelho dos últimos tempos:

Sábado, Fevereiro 03, 2007

Vicente Moura pode agir contra ameaças de morte

'Doping': Presidente do comité olímpico português quer encerrar polémica no caso nuno Assis
Vicente Moura pode agir contra ameaças de morte

Vicente Moura mantém as críticas ao processo de Nuno Assis

O presidente do Comité Olímpico Português (COP), Vicente Moura, admite recorrer às autoridades se as ameaças de morte de que foi alvo persistirem.

Se houver novas ameaças poderei tomar medidas”, refere o líder do COP, recusando qualquer acção neste momento.

Vicente Moura, recorde-se, foi ameaçado na sequência da posição que assumiu no caso Nuno Assis, no qual teceu críticas ao desenvolvimento de todo o processo. Contactado pelo CM, o presidente do COP reafirma as palavras proferidas. “Mantenho a minha opinião. A forma como este processo foi conduzido foi prejudicial para o jogador e à medida que vou conhecendo mais dados reforço a minha opinião”, assegura.

Vicente Moura lamenta, porém, o castigo duro aplicado pelo Tribunal Arbitral do Desporto ao jogador benfiquista. “Um ano é pesado. Os seis meses teriam sido suficientes. O jogador podia ter cumprido as três semanas e hoje estaria a jogar”, considera o dirigente, que garante ser “a favor de uma política mais pedagógica e não tão penalizante para os atletas”. Moura recusa também as acusações de Luís Filipe Vieira: “Não tenho qualquer interferência nesse caso. Ele estará enganado ou terão dado uma informação errada se ele pensa que o COP terá responsabilidades no laboratório. Não tenho nenhum prazer em que o Nuno Assis esteja suspenso”, afirma, defendendo apenas a “posição pelo combate ao ‘doping’”.

Questionado sobre se o facto de ser sócio do Sporting teve alguma influência nas ameaças, Vicente Moura não recusa a ligação, mas desvaloriza. “É capaz de ter tido alguma influência. O futebol é diferente das outras modalidades. Talvez pensassem que por ser do Sporting pudesse ter alguma coisa a ver com o processo e eu nunca seria capaz”, destaca o presidente do COP.

Andreia Couto na mira do Benfica
Num comunicado especialmente afiado para a directora executiva da Liga, por esta ter possibilitado uma declaração que corrobora a inexistência de uma sentença em julgado nos casos do Apito Final referentes ao FC Porto, o Benfica justifica a entrada em força no processo com a notificação que a UEFA lhe enviou. Fá-lo ainda "na convicção e na defesa de princípios", diz o documento.

Explicando que, "tendo sido chamado ao processo" pela UEFA, não poderia "deixar de deduzir a respectiva alegação na defesa intransigente da transparência e da verdade desportiva do futebol português", o Benfica recorda que não é "responsável por nenhuns dos factos apurados, quer pelos tribunais comuns, quer pelos órgãos jurisdicionais desportivos" . Contrariado pela "querela jurídica sobre a utilização das escutas telefónicas como meio de prova", o clube da Luz "sublinha" também o parecer do constitucionalista Vital Moreira sobre o tema, favorável às acusações feitas ao FC Porto pela Comissão Disciplinar da Liga, que solicitou o dito parecer.

A parte final do documento é quase totalmente dedicada a Andreia Couto, directora executiva da Liga, que fez seguir para a assessoria jurídica o pedido de esclarecimento do FC Porto. O acto é considerado "uma usurpação inqualificável", mas o comunicado não especifica os motivos pelos quais é feito esse julgamento.

"O SL Benfica lamenta que o fundamentalismo demonstrado por alguns, ao longo deste processo, os impeça de analisar os factos, preferindo a propaganda", conclui o texto.

Quinta-feira, Junho 12, 2008

Filipe Vieira arma confusão na Federação

Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, voltou a ameaçar com a Polícia. Desta vez, na sede da Federação, mas não conseguiu obter a certidão que tanto desejava, para sustentar uma posição contra o F. C. Porto junto da UEFA.
Vítor Santos

O presidente da SAD da Luz não esteve com meias-medidas e deslocou-se, anteontem, à sede da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Segundo testemunhos a que o JN teve acesso, o líder encarnado, confrontando com a impossibilidade de obter a certidão requerida, exaltou-se e afirmou que apenas sairia do local com a Polícia, ameaçando, ainda, chamar a Comunicação Social.

O Benfica pretendia uma certidão para atestar que a condenação da F. C. Porto, SAD, no processo Apito Final, já transitou
em julgado. Um documento para sustentar a argumentação das águias na UEFA.

O Comité de Apelo notificou o Benfica e o Vitória de Guimarães para, na qualidade de partes interessadas, participarem no recurso do F. C. Porto. Os encarnados foram também informados de que têm presença garantida na terceira pré-eliminatória da Champions (e os vitorianos acesso directo à fase de grupos), caso a segunda instância da UEFA ratifique a decisão de excluir os azuis e brancos da competição. A certidão pedida pelo Benfica destinava-se a integrar um processo de alegações que os juristas encarnados terão, entretanto, apresentado,
em Nyon. Como não podia esperar dez dias, Luís Filipe Vieira procurou resolver o assunto pessoalmente.

O requerimento foi entregue sexta-feira na FPF, mas a entrada apenas registada na segunda, isto porque chegou depois do horário de expediente. Ao abrigo do n.º 3 do Art.º 61 do Código Administrativo, o Conselho de Justiça (CJ) tem dez dias para emitir a certidão. E nem um segundo requerimento, com carácter de urgência, acelerou a entrega, isto porque há muitas dúvidas, mesmo entre os próprios especialistas, se o processo realmente transitou em julgado, atendendo ao recurso de Pinto da Costa, pelo que uma avaliação cuidada nunca poderia ser feita num espaço de tempo tão curto.

Os encarnados assumem uma posição activa "na defesa da transparência e da verdade desportiva do futebol português", conforme esclareceram ontem,
em comunicado. Mais contido está o Vitória. O clube minhoto está pronto para a entrada directa na Liga dos Campeões, será representado no Comité de Apelo por João Morais, advogado e director-geral, mas não argumentará no sentido de atrapalhar a vida ao tricampeão

Benfica critica FPF e secretário de Estado do Desporto
O Benfica vai recorrer aos tribunais para a "reparação integral dos danos sofridos" pela "conduta negligente" da Federação Portuguesa de Futebol no caso da readmissão do FC Porto na Liga dos Campeões anunciada, esta segunda-feira, pela UEFA.

"(...) A SLB Benfica-Futebol, SAD em consequência dos factos descritos, da sua ilicitude e gravidade, já deu conhecimento dos mesmo à UEFA e irá promover de imediato todas as diligências judiciais a fim de ser reposta a verdade desportiva, punindo-se desde logo a conduta negligente da FPF e de forma concomitante a reparação integral dos danos sofridos", refere o ponto oito de um comunicado da administração da sociedade benfiquista.

Uma fonte do clube disse à Agência Lusa que as diligências serão, em Portugal, um processo cível contra a FPF e, na Suíça, uma providência cautelar e recurso para o Tribunal do Arbitral do Desporto, porque o Benfica passa a ser "parte" no processo.

A SAD "encarnada" culpa ainda a "actuação negligente" da FPF, o "silêncio ensurdecedor do presidente da FPF", Gilberto Madail, a "ausência de decisões" do Conselho de Justiça da FPF e a "total passividade" do secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias, pela alteração do "cenário" que previa a exclusão do FC Porto da próxima Liga dos Campeões.

"Neste processo, também está em causa a acção do Governo que não pode ficar indiferente em relação à actuação grosseira de uma instituição que age no exercício de poderes públicos", lê-se na nota.

Além de reafirmar as críticas ao director do Departamento Jurídico da FPF, João Leal, o Benfica garante que foi o depoimento daquele responsável federativo que "induziu em erro de julgamento o Comité de Apelo da UEFA", que na passada sexta-feira anulou a decisão do órgão de primeira instância do organismo que rege o futebol europeu em excluir os tricampeões nacionais.

Apesar de dar conta do anúncio proferido hoje por um porta-voz da UEFA, no sentido da readmissão do FC Porto na Liga dos Campeões, a SAD do Benfica sublinha que "não foi ainda notificada de qualquer outra decisão" senão a que dava conta de uma nova reunião da Comissão de Controlo e Disciplina daquela organismo, para reapreciar o processo.

No penúltimo parágrafo, a SAD alerta para o "disposto no artigo 1.08 do Regulamento da UEFA Champions League, ao abrigo do qual, a todo o tempo, um clube pode ser excluído da competição assim que apurado que não cumpre os critérios de admissão".
JN, 16/6/2008

Hepta


Benfica 3-4 FCPorto (4º jogo da final de play-off / 3-1 em jogos a favor do FCPorto)
Reinaldo Ventura (2), André Azevedo e Caio

Equipa Hepta-Campeã: Edo Bosch; Pedro Moreira, Filipe Santos, Reinaldo Ventura, Emanuel Garcia, Caio, Ricardo Figueira, Jorge Silva e André Azevedo - Treinador: Franklim Pais



PS: Estive para colocar aqui uma foto do autocarro dos adeptos do FCPorto que apoiaram a equipa neste jogo e que foi incendiado, facto que necessita de ser divulgado para que se veja o quanto são civilizados os adeptos desse clube, compreendendo-se até o porquê da PSP de Lisboa no ano passado não ter deixado entrar os adeptos do FCPorto em Lisboa, afinal era para os proteger, já sabem o que a casa gasta... Mas esta equipa e estes jogadores não merecem que conspurque um post que é de alegria, com o mau perder, o nojo e a falta de desportivismo que é a actual imagem do clube da Luz. Podem continuar a queimar, a insultar, a tentar denegrir o nome do FCPorto, mas a nossa resposta continuará a ser dada de uma só forma, dentro do campo, com vitórias. Por isso eles vão continuar a a chorar e muito .

21 junho 2008

Come e não chora

"O FC Porto acertou a contratação de Cristian Rodríguez, que era esperado em Lisboa a qualquer momento para conversar com Rui Costa e fechar um acordo com o Benfica, onde jogou, por empréstimo, na última época.

Segundo apurou O JOGO, as negociações dos portistas com o representante de Rodríguez - ou "Cebola", como também é conhecido - já duravam há algumas semanas, tendo sido fechadas ontem em Milão, numa investida rápida que incluiu a passagem pelo consulado português daquela cidade italiana para oficializar o contrato. Além do Benfica, os dragões ultrapassaram a concorrência de clubes italianos e franceses, que também estavam interessados no uruguaio, de 22 anos. Completa 23 em Setembro. "

In O Jogo


Mais uma vez, o clube da luz comido de cebolada. De ir às lágrimas.

E será que vem o Miccoli? Até seria interessante para o 4-4-2 de Jesualdo ao lado do Licha.

Relembro também esta notícia da passada semana:
"Katso" anuncia desejo de sair
Katsouranis admitiu ontem, pela primeira vez, o seu desejo de deixar a Luz. Tal como O JOGO adiantou em primeira mão, o internacional grego está descontente no Benfica, e, nesta altura, nem o aumento salarial recebido em Setembro do ano passado - passou a auferir 950 mil euros/ano, sendo um dos mais pagos do plantel encarnado - refreia a vontade de sair. Rui Costa tem feito um esforço para motivar o jogador com o novo projecto encarnado, mas certo é que o camisola 8 está mais inclinado para a porta de saída.
In O Jogo
Alguém poderá chorar bem mais.

20 junho 2008

Rui Moreira - A caça às bruxas


"Há um mês expliquei que não me conformava por o FC Porto não recorrer «porque só há uma honra». Por isso, e só por isso, pois, como também disse, já então não acreditava na exclusão da UEFA. Há duas semanas falei na «inveja dos medíocres», louvei o presidente, por travar a caça às bruxas, e escrevi que era impensável, nessa fase, desbaratar o departamento jurídico.

Agora, com o caso adiado, alguns dos que andavam aterrados com a perspectiva da penalização e imploravam pela união dos adeptos metamorfosearam-se em saneadores. Já no sábado, para além duma crónica em que os que não concordaram com a táctica foram apelidados de «abutres» e de «proclamados portistas», li, no mesmo jornal, uma notícia anónima sobre «vencedores e vencidos» segundo a qual faço parte, com Miguel Sousa Tavares e Manuel Serrão, de um triunvirato que, tal como LF Vieira, saiu derrotado e a quem só resta pedir «desculpa a Adelino Caldeira».

Lamento e registo que, numa altura em que há razões para acreditar num desfecho favorável para este caso, que só foi suscitado por inépcia do calculismo e que só está adiado por, em desespero, o clube ter recorrido a bons advogados externos, se procure branquear os erros e se gastem energias a inventar opositores internos. Percebo também por que razão a direcção de comunicação do clube é passiva com o inimigo externo: afinal, foi criada para vigiar e perseguir os portistas que cometem delitos de opinião.

Saibam que não me deixo ultrajar por mercenários nem aceito lições de «portismo». Além do mais, prefiro que me imaginem em triunvirato com o Miguel e Manuel, dois portistas de gema, com quem não estou sempre de acordo nem tenho pactos mas de quem sou amigo e admirador, a ser identificado com quem se serve do clube e não sabe o significado da palavra vergonha."

Rui Moreira in A Bola (Coluna do Senador)
Texto copiado do Sou Portista Com Muito Orgulho

PINTO DA COSTA "O Visionário" e a SELECÇÃO !!!


PINTO DA COSTA em 15 Novembro 2007:

"Não conheço nenhuma Selecção que ganhe títulos sem
um bom Guarda-Redes e bom defesa esquerdo"


Título e texto retirado do Futebolar

19 junho 2008

Mercado de transferências 2008: Certezas e rumores - II


SAÍDAS

Bosingwa > Chelsea (Inglaterra) - 20,5 M

Hélder Postiga > Sporting - 2,5 M por 50% do passe + Diogo Viana (50% do passe)

Vieirinha > PAOK (Grécia) - Empréstimo

Paulo Assunção > Atlético Madrid (Espanha) / Sunderland (Inglaterra) / Benfica - 0

Edgar > Almería (Espanha) - ?

Adriano > Rapid Bucareste (Roménia) - ?

Alan > V. Guimarães (Portugal) - vendido em definitivo ao clube de empréstimo

Bruno Alves > Barcelona (Espanha) – 30 M

Bruno Moraes > PAOK (Grécia) - ?

Ernesto Farias > Estudiantes (Argentina) - ?

Ibson > Flamengo (Brasil) - vendido em definitivo ao clube de empréstimo por 3.8 M

João Paulo > PAOK (Grécia) – empréstimo

Lisandro Lopez > Roma (Itália) - ?

Lucho Gonzalez > Atlético Madrid (Espanha) – 22 M + José Castro / Juventus (Itália) / Villareal (Espanha) / Roma (Itália) - 23 M

Marek Cech > Nápoles (Itália) – 4 M

Mário Bolatti > Sporting - Troca com Stojkovic

Nuno Espirito Santo > Sporting - Troca com Stojkovic

Quaresma > Inter Milão (Itália) - 30 M / Real Madrid (Espanha) – 25 M

Raúl Meireles > Valência (Espanha) – 10 M / Atlético Madrid (Espanha)


ENTRADAS

- Defesas

Rolando (Belenenses) – Defesa Central – 22 anos - 0.7 M (4 épocas)

Nelson Benitez (Lanús – Argentina) – Defesa Esquerdo – 24 anos – 1 M (50% passe) (4 épocas)

Jean Calvé (Le Mans) - Defesa Direito - 24 anos - ?

João Pereira (Braga) – Defesa Direito – 24 anos - 3 M

Kléber (Santos - Brasil) – Defesa Esquerdo – 28 anos – ?

Miranda (S. Paulo) – Defesa Central – 23 anos – ?

Pawel Golanski (Steaua de Bucareste – Roménia) – Defesa Direito – 25 anos - ?

Stojkovic (Sporting) - Guarda Redes - 24 anos - Nuno Espirito Santo ou Mário Bolatti

Zé Castro (Atlético de Madrid - Espanha) – Defesa Central – 25 anos – Troca com Lucho Gonzalez


- Médios

Tomás Costa (Rosário Central - Argentina) – Médio Atacante – 23 anos - 3,2 M (4 épocas)

Custódio (Dynamo de Moscovo - Rússia) - Médio Defensivo - 25 anos -3,5 M

Fernando Belluschi (Olympiacos) – Médio - 24 anos - ?

Freddy Guarín (Saint-Étienne - França) - Médio - 21 anos - 5 M

Jorge Valdivia (Palmeiras - Brasil) - Médio Centro - 24 anos - ?

Lazaros Christodoulopoulos (Salónica – Grécia) – Médio Atacante – 21 anos – 2 M

Leonardo Ponzio (River Plate - Argentina) - Médio - 26 anos - 3,5 M

Orlando Engelaard (FCTwente - Holanda) Médio Ofensivo - 28 anos - ?

Simon Vukcevic (Sporting) – Médio Atacante – 22 anos – 5 M

Thiago Neves (Fluminense - Brasil) - Médio Ofensivo - 23 anos - ?


- Avançados

Diogo Viana (Sporting) - Extremo Esquerdo - 18 anos - Aquisição de 50% do passe incluído no negócio de Hélder Postiga

Cláudio Pitbull (V. Setúbal) – Avançado – 26 anos - Regresso de empréstimo

Alexis Sanches (River Plate - Argentina) - Extremo - 19 anos - ?

Andrey Arshavin (FC Zenit - Rússia) - Avançado - 27 anos - ?

Guedes (Penafiel) – Ponta de Lança – 21 anos - ?

Jonathan Urretaviscaya (River Plate de Montevideu - Uruguai) - Ponta de Lança - 18 anos - 2 M

Radamel Falcão (River Plate - Argentina) - Ponta de Lança - 22 anos - ?

Santiago Solari (Inter Milão) – Extremos Esquerdo – 31 anos - ?


Nota:
- Apenas as transferências a negrito estão confirmadas;
- Apenas com o nome a negrito estão as transferências quase certas mas ainda não confirmadas pelo FCPorto;
- Tudo o resto não passam de rumores.

18 junho 2008

Isenção lá fora: dois exemplos numa época


No início da época, a WADA prolongou a suspensão de Nuno Assis; no final, a UEFA retirou o tapete às manobras do Benfica

O que é que o caso Nuno Assis (se ainda se lembram?) tem a ver com o FC Porto?

Porque num e noutro, as instâncias internacionais não se sujeitaram aos ditames do Benfica.

Com Nuno Assis, apanhado por doping, era previsto cumprir 6 meses de suspensão porque em Portugal assobiaram para o ar, encobriram e desculparam. A terminar a suspensão, alguém levantou a lebre e Laurentino Dias teve uma coragem inaudita em Portugal: defendeu a transparência e um Desporto limpo e mandou o caso para a Agência Mundial Anti-Dopagem (WADA). Nuno Assis ainda cumpriu mais 6 meses de suspensão. Mas qualquer atleta de alta competição, até olímpicos, tem apanhado dois anos e Nuno Assis só levou um.

O jogador quis ir ao TAS, foi mesmo aos tribunais suíços. Em vão. O Benfica esperneou, apesar de sucessivos casos de infiltração no râguebi, no ciclismo e no basquete. Os jornais do regime escreveram baba e ranho sobre o volte-face, deram toda a cobertura cobarde ao Benfica e ao dopado Nuno Assis. A merda no jornalismo escreveu prosas opinativas a ilibar o rapaz; a nata da opinião pública mal se insurgiu contra o branqueamento infame de mais uma cabazada na ética.

Como de costume em Portugal, onde até um champô serviu para Fernando Couto, então em Itália, se desculpar de doping, os paninhos quentes e a mais ridícula desculpa: Nuno Assis não sabia, não era culpado pelo doping. Alguém seria?

E o que tem a ver com o FC Porto?

O FC Porto obteve em campo o direito de jogar a Champions e vai jogá-la, apesar de o Benfica “fazer as coisas por outro lado” e, esperneando, ameaçar de novo dirigentes portugueses. Os factos recentes não iludem.

O Benfica, volta e meia, insurge-se (quer dizer, ameaça, desembainha a espada, atira pedras da sua lama) contra os órgãos jurisdicionais portugueses. O Apito Final foi-lhe favorável, louvou a transparência. Mas abortou.

As instâncias internacionais são credíveis, até prova em contrário. Até o Benfica se confrontar com o que é o mundo real, são projecções, devaneios, kits e prebendas. Queriam decisões lá fora: perderam em toda a linha. Só o seu inefável presidente, na esteira de outro ora fugido à Justiça, é capaz de descer tão baixo o nível de uma instituição que apregoa como grandiosa mas não resiste a manter-se de pé.

Fica, já, agora, a forma como o tema Nuno Assis foi abordado, há menos de um ano. As notícias são respigadas do trabalho infatigável do Álvaro no seu arquivo do Portogal e do blog Jorge Nuno Pinto da Costa, a quem gabo a paciência de guardar estes nacos de informação para a posteridade.
Fevereiro 25, 2007

Doping no Benfica: Agência Mundial Antidopagem satisfeita com sanção aplicada a Nuno Assis

Organismo "totalmente satisfeito" com o laboratório português
Agência Mundial Antidopagem satisfeita com sanção aplicada a Nuno Assis
Duarte Ladeiras, em Lausana, Suíça

Assis foi suspenso por um ano, mas o tribunal arbitral ainda não divulgou os fundamentos da decisão

A Agência Mundial Antidopagem (AMA) está satisfeita com a sanção imposta pelo Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) ao futebolista do Benfica Nuno Assis e com a forma como decorreu o processo.

"Estamos satisfeitos com o processo que instaurámos em nome da FIFA [Federação Internacional de Futebol], porque a FIFA foi incapaz de apelar contra a decisão da federação portuguesa. Assim que entregámos o processo ao TAD, assegurámos que o tribunal tinha toda a informação relevante. Estamos muito contentes com o facto de o processo ter decorrido de forma correcta", disse ao PÚBLICO o director-geral da AMA durante um simpósio para jornalistas organizado pela agência em Lausana, na Suíça.

Questionado sobre o facto de outros atletas terem sido suspensos durante dois anos por usarem a mesma substância, Howman explicou que Assis "foi capaz, através dos seus advogados, de persuadir o TAD de que a violação que cometeu não era merecedora de tal sanção". "Tem a ver com o código mundial antidopagem: ele demonstrou que não teve culpa ou negligência significativa e o TAD reduziu a pena para metade. Isto aconteceu em outros casos e não se trata de uma inconsistência", vincou.

O artigo no código (10.5.2) referido por Howman determina que, "se o praticante desportivo provar que na violação não lhe pode ser imputável um grau de culpa ou negligência significativas, o período de suspensão aplicável poderá ser reduzido, mas o período da suspensão reduzida não poderá ser inferior a metade do período mínimo de suspensão que, em condições normais, seria aplicável". Esta é, para já, a única explicação avançada para o facto de o TAD não ter punido Nuno Assis com dois anos de suspensão, pois ontem — quase três semanas depois de ter anunciado a sua decisão — o tribunal arbitral ainda não tinha divulgado os fundamentos.

Parte da estratégia de defesa do Benfica no caso Nuno Assis baseou-se nas críticas aos alegados erros do Laboratório de Análises e Dopagem (LAD) e ao seu director, Luís Horta, que dirige o comité de laboratórios da AMA. Howman vincou ao PÚBLICO que a agência está "totalmente satisfeita" com o LAD e o seu responsável máximo: "E o TAD também está. Penso que a decisão [neste caso] demonstra a confiança que todos tiveram na forma como os procedimentos decorreram. As críticas surgem quando há casos positivos, às vezes bem fundamentados, outras talvez emocionais".

Fevereiro 25, 2007

Doping no Benfica - TAD: defesa de Nuno Assis fez "alegações selvagens e não comprovadas"

Sentença do tribunal arbitral também critica FPF
TAD: defesa de Nuno Assis fez "alegações selvagens e não comprovadas"
2007-01-28 Por Duarte Ladeiras
António Cotrim/Lusa (arq.)

«As alegações do jogador não foram comprovadas por nada em concreto», diz o Tribunal Arbitral do Desporto

Ao punir Nuno Assis por um ano, o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) concluiu que o jogador do Benfica “cometeu uma violação por doping e deve ser responsabilizado por isso”. Para o organismo máximo da justiça desportiva, não há dúvidas sobre as análises realizadas pelo Laboratório de Análises e Dopagem (LAD) e a defesa de Assis não apresentou provas credíveis de que a substância detectada fora produzida pelo seu próprio corpo ou que tenha havido uma conspiração por parte do Conselho Nacional Antidopagem (CNAD).

Da fundamentação escrita sobre o caso, disponível desde quinta-feira no site do TAD (www.tas-cas.org), percebe-se que a defesa de Assis se baseou em formalidades jurídicas, tal como a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e nas alegadas “inconsistências” do LAD. O tribunal considerou ter jurisdição para avaliar o processo, que o poder para rever factos e leis dos casos “curou” quaisquer irregularidades processuais anteriores e que a Agência Mundial Antidopagem (AMA) tinha legitimidade para interpor recurso – Benfica e FPF alegaram que o acórdão do conselho de justiça (CJ) da federação que é contestado pela AMA não versa sobre doping, mas o tribunal relembrou “que o facto de um órgão judicial superior da FPF ter ilibado Assis exclusivamente com fundamentos processuais não muda a natureza da causa do processo” inicial.

O TAD teve também um entendimento diferente da expressa pelo CJ, no acórdão que arquivara o processo ao jogador “encarnado”, sobre a legislação portuguesa e das regras antidopagem da federação. “Os regulamentos aplicáveis tornam absolutamente claro que uma violação por doping ocorre quando uma substância proibida é encontrada nas amostras dos jogadores, independentemente da intenção, culpa, negligência ou uso com conhecimento. Há uma presunção de culpa por parte do jogador”, afirmou o tribunal, recorrendo inclusive a um acórdão anterior do CJ, relativo a Rui Lopes (ex-Vitória de Setúbal), no qual o órgão judicial da FPF teve uma leitura diferente da do caso Assis.

A estratégia do advogado do Benfica, que não levou o jogador a Lausana para a audiência perante o painel de arbitragem, também falhou no campo científico. “O painel chegou a uma conclusão clara de que as ‘inconsistências’ apontadas por Nuno Assis não colocam qualquer dúvida sobre os resultados obtidos pelo LAD e não causaram ou contribuíram para um falso positivo”, disse o tribunal arbitral, considerando “credível e convincente” o testemunho de Luís Horta, director do laboratório.

Para o tribunal, Assis “não tornou credível ou mesmo plausível” a teoria de que a taxa elevada de 19-norandosterona fora produzida pelo próprio corpo, “causada pela absorção de substâncias autorizadas”. “As alegações do jogador não foram comprovadas por nada
em concreto. Além disso, o jogador não provou que não teve culpa ou negligência na violação da regra antidopagem”, vincou o TAD, rejeitando também a teoria da conspiração: “Ele não forneceu provas sobre uma cabala montada contra ele. Não deu quaisquer razões plausíveis de porquê e como alguém iria tentar prejudicar os seus interesses. A alegada atitude questionável do CNAD não explica os resultados positivos das suas amostras”.

O TAD vincou ainda que o médio, representado pelo advogado dos “encarnados”, “fez um número de alegações selvagens e não comprovadas, as quais não tentou suportar com provas”. No entanto, o tribunal alegou vários factores para punir Assis só com um ano de suspensão, em especial os procedimentos “lentos e com inconsistências” seguidos nos organismos judiciais da FPF, que “deixaram o jogador num estado de incerteza por 12 meses. “Se os factores referidos não tivessem estado presentes, o painel teria imposto uma sanção de dois anos de suspensão”, vincou o tribunal, esperando “não ter, no futuro, de reduzir uma pena (...) devido a falhas nos procedimentos domésticos”.

Menos hipóteses de recorrer

A fundamentação escrita apresentada pelo TAD reduz ainda mais as ínfimas hipóteses que o jogador do Benfica tem de contestar a sentença no Tribunal Federal suíço (TFS). Acções de anulação de decisões de órgãos de arbitragem só podem ter como base um número muito limitado de questões processuais.

Várias delas dificilmente poderão ser usadas pelo Benfica junto do TFS, pois, no final da audiência, a defesa do jogador, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Agência Mundial Antidopagem "confirmaram que lhes foram dadas hipóteses justas de apresentarem os seus casos" e "declararam expressamente que não tiveram qualquer objecção respeitante aos seus direitos de serem ouvidas e tratadas igualitariamente".

A sentença indica ainda que Assis e FPF "aceitaram expressamente a jurisdição do TAD" e que "as partes declararam não terem qualquer objecção no que respeita à composição do painel". D.L.

Fevereiro 21, 2007

Doping: estatística muito razoável

Por mais que ninguém do Laboratório de Análises ou do CNAD (estamos a falar de luta antidoping) queira responder às recentes declarações do vice benfiquista Fernando Tavares, que acusou Luís Horta de “perseguir o Benfica com o secretário de Estado – Laurentino Dias – a assistir”, dois factos há sem dúvida a constatar. Um, que o Benfica viu três atletas seus envolvidos em casos de controlo positivo: Nuno Assis, António Tavares (basquetebolista) e, agora, Paulo Barata, do râguebi. Outro, que fora estes casos, e o do atleta Fernando Silva – mas esse reconheceu o seu erro – não parece haver mais nada a registar nesta matéria. O que já não é nada mau.
O Jogo 361/22 Sab, 17 Fev 2007

eia Mais…

Fevereiro 02, 2007

Assim de repente, até parecem sérios!!

Ao que parece, um grupo de sócios do SLB, escreveu ao FPF e à Liga a solicitar que se investigue o caso “apito Dourado”.

Tenho pena que este grupo não tenha tomado a decisão de ao menos parecer sério…

Perderam uma excelente oportunidade de solicitar que se investigue na FPF o que levou ao arquivamento do caso Nuno Assis. Era curioso perceber se terá havido alguma relação no facto de um dos Juizes que arquivou o processo Nuno Assis, ter sido convidado para se deslocar com o SLB nos jogos da Liga dos Campeões da época passada. Será que estes podem tomar café, viajar, ficar em hotéis e ver jogos “à pala”, e continuar ser sérios?? Sem merecer sequer uma "menção honrosa"??

Era bom investigar o porquê de um jogador que estava prestes a ser vendido pelo SLB, ter sido outra das poucas excepções que não foi devidamente castigado pela FPF, em casos de "doping".

Palavras do ex-Presidente do IDP: "Em 2001, a FPF emitiu um certificado internacional de transferência do jogador Ronaldo Guiaro, do Benfica para um clube turco, 15 dias após ter conhecimento do resultado de uma segunda análise positiva com nandrolona, sem o ter suspendido nem instaurado um processo disciplinar".

Os jogadores do SLB terão direito a tratamento preferencial por parte da FPF?? Porque razão não merecem estes casos ser investigados?? Porque lá em baixo só há gente séria?? (Só se for quando não se estão a rir!!)

Porque não solicitar à Liga que se investigue o facto de o director desportivo do SLB ser accionista maioritário do Estoril, à data em que ambos estavam na 1ª Liga?? Porque não se investiga o facto de, esse mesmo director, ter ameaçado de despedimento o treinador do Estoril?? Porque não se investiga a mudança de local do jogo entre o Estoril e o SLB, e sobretudo a aceitação da Liga (ou melhor, do amigo Cunha)!! Porque não se investiga os selectivos e criteriosos sumaríssimo que só existiam para um clube?? Porque não investigar almoços entre dirigentes do SLB e árbitro e juízes de linha?? Porque não investigar aquilo que o presidente do SLB anda a “tratar por outro lado”??

Porque não pedem ao PGR que se investigue o apoio declarado ao PSD aquando das eleições para a AR, que acabaram por culminar na famosa aceitação de acções não cotadas em bolsa como garantia de pagamento de dívidas fiscais?? E uma investigação à passagem do documento falso das finanças que comprovava a regularidade fiscal do clube vermelha, impedindo assim que fosse despromovido??


Porque não pedem eles que se investigue tudo?? Porque ficam a meio do caminho?? Porque se ficam eles pelo “apito dourado”??

Quem andar distraído, até pensa que são sérios!!

Fevereiro 02, 2007

Mentira anunciada

(...) 3.Outro caso é o de Nuno Assis. O qual levanta também diversas questões: por que razão apareceu o atleta “dopado”, quem o “dopou”, etc. etc., para já não falar da actuação da Comissão Disciplinar da Liga, e na sequência dela, da do Conselho de Justiça da Federação (com efeito, se para punir um atleta que aparece dopado fosse necessário provar que foi ele que voluntariamente se dopou, acabava de vez a luta antidoping, é claro...)

4.Sendo que intolerável foi ainda o teor das declarações de Luís Filipe Vieira na conferência da imprensa de há dois dias, relativamente ao posicionamento do secretário de Estado – Laurentino Dias – quer na defesa da luta antidoping, quer na de procedimentos adequados da parte de quem tem (teve) de julgar o caso, desde a dita Comissão Disciplinar da Liga até ao próprio Conselho de Justiça que, (perante o que lhe chegou às mãos, vindo da CA da Liga) mandou arquivar o processo. Quando a luta antidoping não pode conformar-se com procedimentos assim. Pelo que aquele que é o primeiro e o último responsável por ela – o mesmo Laurentino Dias - não poderia deixar de agir como agiu, mesmo tendo de ignorar os interesses do “maior clube do Mundo” - (Vieira “dixit”) ou (Cervan “dixit”) - do “clube mais importante da Liga Portuguesa”. E foi o que fez. Tendo de resto feito outra coisa: ignorou igualmente as declarações dos dirigentes benfiquistas (que falaram de “vingança”, “abertura de champagne”, e por aí fora). E aí não sei se esteve bem. Mas enfim.
ANTÓNIO TAVARES-TELES - O Jogo