31 agosto 2007

Patrioteiros de ocasião

Leiria e outros gozam dos pontos que o FC Porto acumulou e acham-se no direito de fazer reparos deslocados, injustificados e até imorais. Talvez ajudem agora a abrir mais vagas para eles mesmos em nome do superior interesse nacional

Caiu como uma crítica fácil a alusão à “falta de patriotismo” do FC Porto por não aceder a adiar o jogo com a U. Leiria, já este domingo. Os leirienses, curiosamente, deveriam ser os últimos a apontar o que quer que seja, em termos de contribuição colectiva para o ranking de Portugal na UEFA, mediante o qual as equipas portuguesas competem em maior número e em estádios de competição mais avançados.

Antes de olhar para dentro, o treinador Paulo Duarte deveria pensar que, em provas europeias, a U. Leiria tem de agradecer por andar ali. Não é estreante, como apontaram na televisão, mas comporta-se como um clube diletante na Europa – enquanto a SAD de Bartolomeu equilibra as contas e obtém balanços positivos para se manter, com dignidade e rigor, na I Liga apesar de uma cidade de costas voltadas para o clube.

Deslocado e imbecil
A U. Leiria vai ter 72 horas de descanso entre dois jogos. Jogou em Israel e tem de defrontar o FC Porto. É o que defendem os regulamentos. Os portistas, alvitrou Paulo Duarte, podiam aceitar adiar o jogo para 2ª feira, talvez até para outra altura do ano. Só os amadores pensam assim ou, na verdade, pimenta no cu dos outros é refresco.

Se o FC Porto tivesse “dificultado” o agendamento de um jogo antes de um compromisso europeu do adversário, a crítica teria cabimento. Ora, não se passa assim. Não só está defendido o período de descanso regulamentado (72 horas), como se atrapalhação causa à U. Leiria é porque… anda na Europa como excurcionista.

A U. Leiria, como muitas outras equipas, inclusive as chamadas “grandes”, já beneficiou do desgaste europeu do FC Porto. Logo, não tem lições a dar a ninguém, até porque fez raríssimos jogos “uefeiros”. A falha de “carácter” apontada ao FC Porto não tem sentido. Está deslocada. E é tristemente imoral para não dizer imbecil.

Lembre-se que Paulo Duarte é genro de João Bartolomeu, o presidente da SAD. É, agora, o treinador de uma equipa que ainda na época passada para alguns era o FC Porto B… O agora técnico, que tem montada uma equipa interessante pelo que já se viu, está a esquecer-se de algo mais para além dos favores devidos ao FC Porto. Paulo Duarte regozija-se, e muito bem, por a U. Leiria já ter passado duas eliminatórias, coisa inédita, mas deve saber que a Europa acarreta custos financeiros e desportivos, desgaste nos cofres e nas equipas em termos físicos e psicológicos.

Paulo Duarte esquece outra face da moeda: o contributo televisivo. Podia preocupar-se pela razão de, em virtude de o Leiria-Porto ser televisionado (domingo, 20.30h, SportTV2), o jogo inicialmente marcado para as 21.30 horas, por decisão da Comissão Executiva da Liga que tem esse poder, ter sido antecipado por uma hora.

O pior, ainda, é que se o FC Porto aceitasse a sugestão leiriense, de marcar o jogo lá para a frente no calendário e até ao fim do ano, a U. Leiria ia andar a coçar os tomates e o FC Porto metido na Liga dos Campeões até ao tutano.

Mais: depois deste jogo da I Liga, a U. Leiria não vai fazer nada além de um amigável com o Benavente ou Salvaterra de Magos. Ao invés, muitos portistas estarão nas diversas selecções, a maioria até com Portugal frente à Polónia e à Sérvia, antes de reatar a caminhada da I Liga na recepção ao Marítimo e depois ao Liverpool.

Os diletantes
Neste quadro, seria difícil aos portistas sobrecarregarem os seus jogadores que vão às selecções. Outra nota é a de que a Liga, agora, não quer jogos internos a atrapalharem as selecções e a equipa de Scolari concentra-se salvo erro na 3ª feira para o duplo compromisso em que os leirienses não serão chamados a participar. Paulo Duarte poderá até ir à praia de Vieira de Leiria veranear um bocado e arejar as ideias…

O que fica, por fim, por lembrar é que, na Europa, só as equipas pequeninas andam de voos de carreira normal. Por causa dos diferentes compromissos, na Europa as equipas andam de “charter”, que implica custos para se abreviarem as deslocações e ganhar-se tempo de recuperação.

A U. Leiria teve semanas para preparar um “charter”. Sem poder preenche-lo, optou por ir em tráfego aéreo comercial. Até ao ridículo de hoje os jogadores partirem de Israel aos “pacotes” e com transbordos pelo caminho.

Nada disto, porém, é anormal na U. Leiria. Não só noutras ocasiões os leirienses voaram entre a gente comum, como até se deram ao luxo de perder uma eliminatória da Intertoto, em 2002, com os estónios do Levadia Maardu por inscrição ilegal de um jogador, creio que Douala, na 1ª mão. Da vitória de 1-0 em campo, confirmada por 2-1 em Tallinn, o 0-3 sofrido na secretaria expôs o carácter amador da gestão de uma equipa de futebol em termos competitivos, por muito bem que andem equilibradas as finanças. Lembro ainda que, dessa vez, a viagem em carreira comercial obrigou a ficar mais um dia na Estónia, voltando so 48 horas apos o jogo…

Não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.

De resto, a U. Leiria, agora frente ao Bayer Leverkusen, decerto fará os pontos necessários para que uma equipa portuguesa volte a jogar a Taça Intertoto apenas na 3ª eliminatória, com acesso próximo para a fase de qualificação da Taça UEFA. Não só os leirienses. O 6º lugar do P. Ferreira também exige dos pacences pontos para o ranking lusitano, frente ao AZ Alkmaar.

Estes bónus resultaram do contributo liquido do FC Porto nos anos de vencedor da Taça UEFA e Champions, entretanto já perdidos. Para o ano não há mais, nem o 3’ classificado vai a Champions e o vice campeão fará a pré eliminatória. Talvez a Intertoto se abra mais cedo a um clube português.

Isto, claro, se Leiria e C. derem algo de valioso para o ranking patriótico. Embora não acredite…

30 agosto 2007

FCPorto no grupo do vice-campeão europeu

Soren disse...

A ignorância continua. E como o disparate é apanágio dos aziados, a azia é generalizada e o disparate também, porque a liberdade assim o obriga.

A capa do Record, não é surpresa nenhuma, é do mais ridículo, do mais pobre, do mais redutor que há no pseudo-jornalismo desportivo português:"Um caso Sérvio".

Não fica bem maltratar uma pessoa que até teve uma exibição segura, por um erro que só demonstra alguma inexperiência e nervosismo perante um ambiente algo hostil. Se Ricardo fosse ainda o guarda-redes do Sporting, escrever-se -ia certamente, um caso Português. Pois claro.

Isto é quase é um caso psiquiátrico. Sempre pela negativa, sempre pelo medíocre. Em vez de enaltecer o bom jogo deste ou daquele, eleva-se a importância do negativo. Porque a azia assim o dita. Porque o "exterior da escrita" encobre a inveja. Porque esta é a cultura...

Na Bola, o "Porto mereceu o brinde". Mais uma vitória oferecida, leia-se. Mais um titulo negativo, mais um comentário para reduzir, com o intuito de encobrir o mérito.

Chamam a isto jornalismo. Eu chamo a isto ignorância. Incapacidade de libertação mental. Incapacidade de enobrecer o jornalismo, de ser imparcial, factual, justo.

Mas não se trata de justiça, trata-se de inveja e de pequenez.
2a circular, centralismo. Não porque seja o melhor para a nação, (alias é bem visível o que a falta de descentralização tem feito ao pais nos últimos anos), mas alimenta o ego do pobre de espírito, do complexado.

E é aqui que acabam todas as conclusões sobre esta casta invejosa que se diz portuguesa. Este povo é complexado. Este povo é triste, é acabrunhado.

E ao que levam os complexos e a tristeza?... À megalomania. Ao conceito de Dom Sebastião.

Todos os dias se enaltecem feitos nunca vistos, feitos não reais, todos os dias se da favoritismos a quem tem recordes negativos, todos os dias se elevam a heróis ilustres desconhecidos, todos os dias se elevam a Deuses e detentores da verdade os que vestem de Lisboa ao peito.

Sempre favoritos, sempre melhores, sempre "grandes" nas muitas derrotas. Sempre pequenos na atitude.

O caso do Benfica é naturalmente diferente do do Sporting.

Enquanto os feitos fantasma do Benfica enchem o ego da ignorância geral, os feitos fantasma do Sporting enchem a espaços o que os do Benfica não conseguem encher. O Sporting como sempre, continua a ser utilizado, instrumentalizado. Como foi na altura de Salazar.

Há coisas que são genéticas, outras vão-se entranhando no corpo. O hábito faz o monge.

Quando o Benfica se vê relegado para posição confrangedora, como tantas e tantas vezes tem acontecido nas ultimas 2 décadas, aparece o Sporting, qual Dom Sebastião, a defender a união nacional, a defender o espírito da nação, a ocupar o imaginário do triste invejoso.

...é uma espécie de memória colectiva, em que os desgraçadinhos se apoiam uns aos outros, nas horas difíceis, que são muitas.

Esta memória colectiva age como os grupos radicais, com palas e cegueira.

Por isso, coitados, não conseguem vislumbrar penalidades no último minuto em jogos no Dragão, golos em fora de jogo nos últimos minutos em jogos na Luz, nem Preudhomes a tirar bolas de dentro da baliza depois da marcação de cantos.
Mas conseguem ver golos fantasma em lances que depois de vistos e revistos por todas as cameras presentes no local, indiciam precisamente o contrario e agora conseguem também fazer juízos de valor, em relação às intenções deliberadas deste ou daquele, que deitam a bola para traz (atraso) na direcção do seu guarda-redes, que por sua a vez a agarra (falta passível de livre indirecto).
E é isto que estes tristes pseudo-jornalistas desportivos oferecem ao país, a oportunidade de um imaginário cheio daquilo que a cultura imbuiu no ignorante.
Que pobreza meus amigos.

Depois de um empate vergonhoso na Arménia e de mais uma medalha de ouro em campeonatos mundiais de atletismo. A escrita deita-se e acorda infeliz, com a inveja no outro lado da cama.

Porque os pobres alimentam-se assim, de palmadinhas nas costas, vitórias morais e umas sopinhas de milho. Porque grão a grão enche a galinha o papo e até um gato quando tem fome, come uns cereaizinhos.

O Porto esse, vai continuando, sofrido mas sereno, atacado mas firme, demasiado forte porque o Timoneiro não desarma, a ganhar vezes demais. Pelo meio vai representando o pais, com nobreza, e comendo uns bichos papões por essa Europa fora.

Soren em 28/8/07 às 16:15 em comentário ao post "Coroado um dia do Carvalho"

Nota do administrador: Porque há comentários que merecem ser posts, a partir de hoje, e quando for possível, colocarei em destaque comentários que ache que mereçam relevância. Vou assim tentar ampliar a voz de uma das maiores qualidades deste blog, os seus comentadores. E é com este excelente texto do Soren que inauguro este novo espaço no Portistas de Bancada. Espero que todos os outros que façam os excelentes comentários que vão aparecendo, e que por um motivo ou por outro eu não coloque em post, não percam a esperança de um dia os seus textos serem transformados numa das Vozes da Bancada .

Pedia aos Portistas de Bancada que se pronunciassem sobre esta nova iniciativa, já que afinal de contas é deles a autoria dos textos.

PS: Já estão definidos os potes para o sorteio da Champions League a realizar hoje pelas 17H00:

29 agosto 2007

Meios Públicos e Privados

A LPM, de Luís Paixão Martins, é uma das prestigiadas empresas de consultadoria de imagem e relações públicas do país. Refira-se que, nos tempos actuais, serão raras as grandes instituições que poderão dispensar-se de ter gabinetes especializados em imagem e comunicações com o exterior ou, em alternativa, contratar esses serviços a empresas como a LPM.

Sendo reconhecido que o nosso FCP possui aquilo que se chama “má imprensa”. Os seus sucessos são sucessivamente desvalorizados pela comunicação social – quando não amesquinhados – e os seus problemas amplificados. Para tentar vencer este obstáculo, não surpreende que o FCP tenha decidido, recentemente, recorrer aos serviços da LPM. Recorde-se que a gestão da imagem é um pilar importante para garantir a sustentabilidade das nossas vitórias, quer pela captação de novos adeptos que poderá proporcionar, quer pela possibilidade de se negociar contratos de publicidade em condições mais favoráveis – em ambos os casos, podendo garantir mais receitas para o clube.

Após a curta colaboração da LPM com o nosso clube, surge agora uma carta desta empresa a rescindir o contrato. A carta, que transcrevo na íntegra (com sublinhados meus), pode ser consultada no blog profissional de Luís Paixão Martins:

“Pela circunstância de estarmos ligados ao Futebol Clube do Porto por um contrato de prestação de serviços de Conselho em Comunicação e Assessoria Mediática temos sofrido, nas últimas semanas, uma lamentável sucessão de pressões ilegítimas.


Não é este o momento adequado para tornarmos público o conteúdo e a forma dessas pressões, mas queremos deixar claro que nunca, nos 20 anos de actividade da LPM
, algo de semelhante tinha ocorrido.

Tememos que a continuação do contrato que nos liga ao FCP possa colocar em risco a normal actividade da LPM em prejuízo dos cerca de 70 colaboradores que empregamos e das cerca de 50 instituições que representamos.


Estas circunstâncias levam-nos a solicitar a rescisão amigável do contrato.


No momento em que o fazemos deixamos claro que nada de menos ético – muito menos ilegal - ocorreu no nosso relacionamento com a vossa instituição e que as pressões que têm sido exercidas sobre a LPM, essas sim,
pressupõem uma lamentável falta de seriedade de entidades que deveriam dar o exemplo ao País.

A curta experiência de trabalho com o FCP confirmou, infelizmente, o que tínhamos identificado no diagnóstico inicial: existe uma anormal coligação de interesses que procura impedir a expressão pública da vossa instituição, mesmo quando se trata de situações que poderíamos descrever como de legítima defesa.


Nas últimas semanas, porque ocorreram episódios mediáticos (a maior parte sem qualquer intervenção nem do FCP nem da LPM) que mostram quão frágil é o guião construído por esses interesses, foram sendo utilizados sobre a nossa empresa meios, públicos e privados, que relevam sobremaneira o desespero dessas entidades e a falta de consideração pelos princípios éticos que deviam respeitar.


Neste contexto, estamos certos de que compreenderão melhor do que ninguém esta nossa decisão.


LPM, 25-08-2007”


A gravidade das situações retratadas no documento não pode passar em claro. Refere-se a existência de pressões ilegítimas – ou seja, que os seus autores não hesitarão em ultrapassar os limites consentidos pela lei –, e é referido que a LPM poderá ver a sua carteira de clientes em risco, caso mantenha a ligação ao FCP. A acusação abrange instituições que, repare-se, “...deveriam dar o exemplo ao País”.

LPM vai mais longe, dizendo ainda que foi pressionado com recurso a meios públicos e privados. Sobre o uso de meios privados, num Estado de direito, pouco haverá a dizer – desde que os mesmos sejam utilizados de forma legítima. Quando se fala de meios públicos – ou seja, meios que ajudamos a financiar com o dinheiro dos nossos impostos – o caso muda de figura. Trata-se de uma questão política – porque a decisão de empregar meios públicos é sempre política –, e pressupõe a existência de uma teia de interesses coligados com fins cujo alcance dificilmente poderemos descortinar.

Essa teia poderá adensar-se se virmos, aqui, qual a actual carteira de clientes da LPM. Entre as instituições públicas, ou controladas pelo Estado, podemos encontrar a Adene, a Administração do Porto de Lisboa, a Carris, a ParqueExpo, o Turismo de Portugal e, pasme-se, o Supremo Tribunal de Justiça. Esta lista de entidades públicas, diga-se, está longe de ser exaustiva. Também é curiosa a presença da Fundação Oriente, que sempre teve ligações bastante fortes com a “clique” do PS.

Dir-se-à, com justiça, que a denúncia de LPM é um caso de polícia, e que deveria ser apresentada queixa formal. Sobre essa questão, só se poderá especular – já que a informação veiculada pela comunicação social é escassa. Não se sabe, neste momento, se esse passo terá sido dado, ou poderá vir a sê-lo. Recorde-se que a carta refere não ser este o momento e forma de tornar públicas as pressões, o que se compreende.

No entanto, o próprio LPM apresenta comentários elucidativos sobre a forma como a PJ conduz as suas investigações - o que seguramente todos nós já teríamos imaginado, avaliando os resultados habitualmente obtidos -, nos posts intitulados Distracções Judiciárias, de 25 de Agosto, e Para Memória Futura, de 21 de Agosto. Compreende-se que, para a PJ, tudo se resume à imagem que é passada sobre o decorrer das investigações - e sobre a pressão que fazem sobre um certo alvo, acusado até do "horrível" crime de ter contratado uma agência de comunicação. Se calhar, um crime quase tão grave como o regozijo com um empate da equipa cor-de-rosa com o Nacional...

Restará saber, ainda, se esta atitude da LPM mereceu o aval prévio do FCP – e se o clube aceitará esta decisão, ou se procurará acionar alguma cláusula contratual que possa existir, impedindo a desvinculação nestes moldes. Essa atitude, a existir, poderia obrigar a LPM a fundamentar as afirmações que produz. Embora, a avaliar pelo conteúdo da carta, acredito que o FCP tenha dado o seu consentimento prévio à desvinculação. Dúvido que uma atitude desta natureza possa ser assumida sem que haja, previamente, uma conversa

No meio de tantas interrogações, resta a maior incógnita. Qual o papel da Justiça relativamente à situação do futebol, e quando serão devidamente esclarecidos os muitos indícios graves que permitem suspeitar de que estamos perante uma campanha que ultrapassa o próprio mundo do futebol? Esta é, cada vez mais, a questão a responder.

28 agosto 2007

Coroado um dia do Carvalho

A discussão que faz um livre indirecto – se não houver um bentinho de provocação esta semana. Livre e… directo, os pontos nos ii

Obviamente, o Porto-Sporting prometia fazer correr muito palavreado, falado e escrito. Não é precisa a bola de cristal. Depois do “quem começou a provocar”, a propósito do penálti da Supertaça, estamos na fase do acerto de contas a que se entregaram os representantes do regime. Podemos ainda perder pouco tempo até Paulo Bento vir ainda esta semana dizer o que acha do livre indirecto decisivo no Dragão, como fez com a mão de Tonel no pós-Leiria: “Tenho uma opinião diferente”…

Ainda que a maioria das opiniões (cerejas, cerejas…) validem a decisão de Pedro Proença num julgamento técnico absolutamente indiscutível, o rescaldo do jogo foi envenenado com figuras a perorar na televisão e colunas de jornais porque faltava ao árbitro razão técnica para ter julgado assim o lance.

Após o jogo, entre o estádio e a chegada a casa para ver lances na tv e reacções diversas, a breve ordem cronológica que pude seguir foi a seguinte:

TSF, directo da “zona mista” onde um tal Rodrigo Carvalho questionou Bruno Pereirinha:

-- Pereirinha, o que tem a dizer quanto à justiça do resultado?
-- Acho que o árbitro não esteve bem naquela decisão, não se tratou de um atraso de bola ao guarda-redes.
-- Então o balneário leonino contesta a decisão de Pedro Proença?
-- No balneário falamos do assunto e ninguém entendeu a razão de o árbitro decidir assim.

TVI, às tantas da manhã, num programa de estruturação esquizofrénica que banaliza, e tarde e a más horas, o produto futebol que têm para render, Coroado quase despe a camisola que diz ser do Belenenses para assumir uma incontida azia… leonina, com a fama que vem de longe, pelo menos tão longe como Chaves [um Sporting-Chaves que ele não soube apitar bem com alegado prejuízo dos leões num 3-2 ou 2-2 que ficou].

Argumento falso do Coroado
Jorge Coroado, célebre por expulsar Caniggia por um alegado insulto de “hijo de puta” num Benfica-Sporting, sem o argentino ter mexido os lábios, assegurou que o livre indirecto foi mal marcado. E argumentou mais ou menos isto:

-- A FIFA passou a proibir o atraso de bola ao guarda-redes com o pé para ganhar tempo de jogo. Essa nova regra foi instituída em situações de jogo muito claras em que se abusava dos passes para o guarda-redes que podia agarrar a bola nessas condições.

Além de ter sido giro que João Querido Manha ripostasse, de forma igualmente afirmativa e inabalável, ao ex-árbitro, numa parada-resposta que se manteve com o jornalista do mais antiportismo que se pode encontrar até ao Pinhão, o argumento de Coroado não colhe.

Manha defendeu a decisão de Pedro Proença e, entretanto, falhou na data da nova regra: foi 1991 e não 92.

Coroado, já rendido como sucede a quem é fortemente contrariado com factos, derivou para a fase de expulsar não sei quantos portistas, poupando convenientemente os protestos sempre enérgicos e impunes de Liedson (fora as fitas e as faltas), os insultos de Derlei que teriam outra valoração de azul e branco (já com amarelo), uma entrada de Polga (com amarelo) sobre Quaresma (mais uma…), mais protestos de Tonel (com amarelo) a discutir um lançamento lateral. Três leõezinhos mal comportados deviam ter sido expulsos se o árbitro tivesse coragem e Coroado lembrasse que nem ao capitão de equipa é permitido discutir uma decisão do árbitro ou leva amarelo…

FIFA no pós-Mundial-90
Alarmada com a média de 2 golos por jogo, a mais baixa de sempre, no Mundial-90 em Itália, a FIFA cortou a eito. Para a época seguinte 91-92, seria proibido um jogador passar a bola deliberadamente ao seu guarda-redes para este a agarrar com as mãos.

E a nova Lei (Regra 12 – Faltas e incorrecções), sobre o tema, diz só o seguinte sobre os livres indirectos:

“Será concedido um pontapé livre indirecto à equipa adversária se um guarda-redes comete uma das seguintes quatro infracções dentro da sua área de penálti:

(3) [o g.r.] toca a bola com as mãos depois de um jogador da sua equipa a ter passado com um pé”.

É isto e toda a gente o sabe (empirismo). Faltará definir o que é um PASSE, não especificado nas 17 Leis do Jogo. Já temos o significado próprio de um CORTE.

Polga cortou a bola e fez um passe. Coroado forçou a distinção. Pior: aludiu a uma Lei simples e restritiva: só em caso de manifesta intenção de fazer o passe…

Há cortes que são passes!
Mas sabemos que há muitos cortes que são passes para um colega. Aliás, Polga fê-lo para Tonel, este até deixou passar a bola e o passe destinou-se ao seu guarda-redes. Elementar, mas não para Coroado em dia de Santos: sim, o Porto até mereceu ganhar, mas desta maneira é… falso – foi o pretexto para dar uma de moralidade e outra de facada na ética.

No início da nova regra, incorporada nas Leis do Jogo na reunião anual do IFA Board de Fevereiro do ano seguinte para ter efeito na época que se iniciará a 1 de Julho subsequente, público e jogadores reclamaram muito em cada passe ao guarda-redes. Até se entender a coisa de vez. Agora já não há dúvidas.

Cortes de risco e imprevistos
O guarda-redes pode apanhar uma bola interceptada por um colega de equipa em caso de manifesta intervenção de risco, em carrinho, em voo, numa bola dividida com ressalto entre jogadores, um imprevisto efeito que a bola sofra por acção involuntária (um corte em falso, o chamado “espilro” na bola) de um defesa. Essas sim, são as excepções em que o guarda-redes apanha a bola sem sofrer um livre indirecto. A ladainha de Coroado, e um suspeito choradinho, não colhe(m).

Vamos ver se uma situação límpida das Regras do Jogo tem mais tratos de polé do que as bolas despachadas pelos leões sempre à defesa até terem de ir atrás do prejuízo. E, pelo menos, se não tem, este caso, a retumbância do silêncio ensurdecedor que marcou a ausência de comentários adicionais na semana seguinte à já famigerada Supertaça decidida com Paixão.

A lenda leonina no Dragão
Para um dia cheio de emoções, nada como recordar, já agora, a insistência de outro Carvalho, Marco Aurélio Carvalho, no flash-interview da SportTV a que assisti ainda no Bar 29, à saída do Dragão.

O intrépido pé-de-microfone chateou o pobre do Jesualdo não com o mérito de ter assinado como técnico a última e a mais recente derrota do Sporting de Paulo Bento (3-2 pelo Braga, em Janeiro de 2006 e 26 jogos fora sem perder até ao Dragão). Marco Aurélio Carvalho, que abusou da paciência quanto à permanência ou saída de Postiga, lembrou, insolente, ao técnico que “o Sporting esteve para passar o terceiro ano sem perder no Dragão”.

Bem, já o Braga há uns meses chegou rodeado da lenda de ter passado dois anos sem perder no Porto. Adriano matou o mito. Mas estes três anos quase históricos dos leões iam mesmo ser coisa de outro mundo!

Um dia do Carvalho, um na Rádio, outro na Televisão. Coroado das asneiras do costume.

Mas fixem sempre que hoje é dia de sorteio dos malfeitores e pode sempre aparecer um Lucílio Vigarista em Leiria, não tarda…

26 agosto 2007

A lei do mais forte

FCPorto 1-0 Sporting
Raúl Meireles 53'

Equipa: Helton, Bosingwa, P. Emanuel, B. Alves, Fucile, P. Assunção, R. Meireles (Mariano Gonzalez 67'), Lucho, Quaresma, Lisandro (Bolatti 85´) e Tarik (Postiga 45')


49709 Espectadores

Todos ficamos com um grande amargo de boca no jogo da SuperTaça. Todos ficamos com a impressão que o FCPorto mesmo estando longe do seu melhor era muito superior ao adversário em questão. Todos vimos que o clube de Alvalade nesse jogo apenas defendeu e por mero acaso teve um jogador que inspirado e no momento certo resolveu o jogo em favor da sua equipa. Só que estas histórias são difíceis de se repetir e ontem, apesar de a táctica de Paulo Bento ter ser muito parecida, ou seja, ir defendendo e esperar um milagre, prevaleceu a lei do mais forte.

Um estádio cheio assistiu a uma primeira parte quase completa de total domínio do FCPorto. A toda a linha os Dragões inviabilizaram qualquer jogada mais perigosa do adversário conseguindo fazer com que este pouco passasse do seu meio campo. Para isto contribuiu a táctica adoptada por Jesualdo Ferreira que surpreendeu ao colocar Lisandro no eixo do ataque e Tarik numa das alas, de resto a equipa foi a esperada. Mas Lisandro não era bem um ponta de lança, sem a posse da bola, o FCPorto, tinha nele o primeiro homem do meio campo a fazer pressão sobre Miguel Veloso e não deixando este jogar com o à vontade que tinha feito no jogo do ano passado. Outra grande diferença foi um meio campo com um Lucho de luxo. De tudo isto se ressentiu o adversário que não conseguia criar jogo, apenas rematando de fora da área esporadicamente, sendo que o primeiro remate surgiu apenas depois da meia hora de jogo. Mas o ataque portista também se ressentiu, já que quase não tinha ponta de lança, Lisandro não podia dar para tudo. Ainda assim as oportunidades de golo não deixaram de surgir. Ora Quaresma, ora Tarik, que esteve quase imparável, deram muito que fazer à defensiva verde e branca e foi daí que surgiram as maiores oportunidades. Num lance individual do marroquino, Raul Meireles a boca da baliza quase inaugurava o marcador, assim como depois Quaresma num dos seus, este ano, já habituais livres, enviando a bola à trave já com o guarda-redes adversário batido.

Para a segunda parte, e vendo que Lisandro para defender bem não poderia atacar tão bem, o professor resolveu sacrificar Tarik, colocando Lisandro no seu lugar, posição mais rotinada pelo argentino, e Postiga era agora o ponta-de-lança. O FCPorto surgiu assim com homens de características diferentes, mas a jogar quase da mesma forma, sendo que Postiga fazia pressão mais em cima dos defesas. E num lance em que o guarda-redes verde-e-branco comete um erro de amador, agarrando uma bola endereçada com os pés por um seu defesa, surge uma oportunidade de ouro para o FCPorto dentro da área leonina. Na marcação do livre, a 5 metros da linha de baliza, Lucho inteligentemente, e quando todos esperavam um remate de Quaresma, passou de calcanhar para Raul Meireles que fuzilou a baliza adversária, colocando finalmente justiça no marcador.

A partir do momento do golo, foi com naturalidade que o Sporting tomou conta das operações, já que o FCPorto deu (?) a posse de bola ao adversário, não conseguindo mais tê-la em seu poder. Mas a capacidade de sofrimento e a união da equipa, tal como em Braga, foi enorme, e defensivamente foi quase irrepreensível, tirando Helton que me pareceu novamente algo inseguro, levando assim, finalmente, de vencido este adversário. Ainda assim em vários lances de contra-ataque e com os jogadores leoninos quase acampados no meio-campo portista, quase sempre com Raul Meireles, que fez um enorme jogo, a levar a bola para o ataque, o FCPorto poderia ter ampliado a vantagem, já que surgiu por variadas vezes em vantagem numérica perto da baliza sportinguista.

Continuo a achar que o FCPorto ainda pode melhorar muito, principalmente no que diz respeito ao controlo de bola depois de estar em vantagem e depois de um maior forcing atacante do adversário, mas a vitória foi mais que justa da equipa que mostrou mais argumentos para vencer, da equipa mais determinada, como já tinha demonstrado noutros jogos e em que neste ainda mais o fez. As equipas com menos capacidades por vezes surpreendem as mais dotadas, mas normalmente a lei do mais forte prevalece, no jogo de ontem foi reposta a normalidade.

25 agosto 2007

Por vingança? Porque não?

Depois da derrota na SuperTaça todos os portistas ficaram com amargo de boca. Para lá de o FCPorto não ter rubricado um exibição de encher o olho, a sensação de que o adversário pouco fez para vencer, além de se defender, o azar de termos enviado 3 bolas ao poste e termos dominado a maior parte do jogo, deixaram a impressão que somos mais fortes e que aquele troféu terá ficado nas mãos erradas. Assim é hora de cobrar essa injustiça e apesar da cordialidade nas palavras de Pedro Emanuel e Jesualdo Ferreira, dizendo que as vinganças não entram nestas coisas, acho que a vingança deverá estar bem dentro da mente dos jogadores, vingança, cobrança, seja lá o que for que os faça ter as “ganas” de vitória sempre necessária nestes jogos.

Sem Adriano, que não recuperou da lesão sofrida na última vitória do FCPorto em Braga, Hélder Postiga deverá ser o seu substituto, tal como aconteceu no decorrer do jogo do último fim de semana, ficando a grande duvida em saber em que sistema de jogo Jesualdo fará a equipa actuar. Poderá jogar em 4-3-3, mantendo assim a estrutura do jogo da SuperTaça e não mudando a identidade da equipa, mas o certo é que os resultados nesse esquema não têm sido positivos contra este adversário que tem um meio campo muito forte. Em alternativa o professor poderá preencher mais o “miolo”, jogando em 4-4-2, não fazendo entrar Lisandro Lopez (que já pode jogar), jogando só com Quaresma e Postiga na frente e fazendo subir para o meio campo Marek Cech. Este posicionamento dos jogadores por parte de Jesualdo, seria por muitos apelidado de cobardia, mas o certo é que de alguma forma equilibraria e de que maneira o meio campo, não deixando assim lugar a surpresas por parte do adversário e dando por outro lado muito mais liberdade aos laterais para poderem subir e se tornarem extremos, já que em principio a defensiva do seu lado estará sempre resguardada pelos médios.

Como existem estas duas possibilidades para colocação da equipa em campo, não me aventuro a prever um só onze. Apresento assim dois onzes e será muito provável que Jesualdo Ferreira deverá escolher um deles.














Com a excelente e difícil vitória na primeira jornada do campeonato num campo muito complicado, o FCPorto está moralizado e terá um estádio cheio a apoiar a equipa. Os adeptos não ficaram, como nunca ficam, satisfeitos com a derrota na SuperTaça. Ela não foi engolida e se o FCPorto tiver que vencer o clube de Alvalade por vingança, que seja.

FCPorto - Sporting, Domingo - 20H45, SportTv1

24 agosto 2007

Desestabilização para o clássico...

...ou haverá algum fundo de verdade nestas noticias?

Postiga
O avançado Nilmar está livre e pode ser opção para o FC Porto caso Hélder Postiga deixe o Dragão rumo ao Bétis. O clube espanhol não desiste de contratar o português e já ofereceu 3,5 milhões de euros, mas os dragões querem pelo menos 4,5 milhões de euros para deixar sair o avançado.

Mas, para já, o maior entrave à saída é a própria vontade do jogador que, segundo o DN apurou, está a par da situação e já disse às pessoas mais próximas que não tenciona deixar o Dragão. A "determinação" de Hélder Postiga convenceu Jesualdo Ferreira na época passada, depois de ser colocado de parte por Co Adrianse, mas esta época tudo parece diferente. O técnico portista já o deixou de fora das convocatórias para os torneios da pré-época e da Supertaça, mas teve de recorrer a Postiga na primeira jornada da Liga, devido à lesão de Adriano no decorrer do jogo com o Sp. Braga.

O clássico do próximo domingo (quatro dias antes de fechar o mercado de transferencias) pode ser uma boa "desculpa" para os dirigentes portistas manterem o avançado no plantel. É que Farías a Adriano estão lesionados e não são opção para a recepção ao Sporting na 2.ª jornada da Liga. O que quer dizer que Lisandro López é a única opção de ataque no FC Porto, além de Postiga.
In Diário de Notícias

Lucho
O Valência tem 20 milhões de euros para gastar e Lucho é o alvo. A garantia é dada pela Antena 1. O facto de o clube espanhol ter falhado a contratação de Van der Vaart parece ter precipitado a decisão de voltar a insistir em Lucho González, jogador que o presidente portista Pinto da Costa já garantiu ser para permanecer no plantel dos bicampeões nacionais.
In O Jogo

Raul Meireles
O jornal "SuperDeporte" garante que estão reabertas as negociações com o Porto por Lucho Gonzalez e que surge o nome de Raul Meireles como alternativa.

O director desportivo do Valência, Miguel Angel Ruiz, voltou à carga e na suposta conversa com dirigentes portistas, terá também segundo este jornal, perguntado por Raul Meireles. Lê-se que o Porto mantém o firme desejo de não vender a Lucho, a não ser por uma proposta do outro Mundo. Não tão inflexível é o clube português no caso do jovem internacional Raul Meireles, que aceitaria negociar por menos dinheiro.
In Rádio Renascensa

Suavemente o quê?!
Admito que o FC Porto tenha as suas razões de queixa pelo lance em que entendeu ter existido penálti. Embora não partilhe dessa opinião, creio que, ao relembrar-se esse episódio, está-se, suavemente, a criar pressão sobre o árbitro. Quando o Sporting se queixa, isso é criticado. Quando os outros o fazem, parece que é normal.
Paulo Bento em entrevista à SportTv

A este palavreado do sr. Paulo Bento chama-se pressão baixa. Baixa de baixaria, claro. Mas já agora aqui vai mais uma "suave" pressão da parte do FCPorto. Esta imagem é de um lance ocorrido dentro da área da equipa do sr. Paulo Bento, no último minuto do último clássico do Dragão com o clube de Alvalade.

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23 agosto 2007

Ainda "O bom, o mau e o vilão"

O Portistas de Bancada, mais precisamente a sua caixa de comentários, tem andado algo agitada com a questão da participação do Dr. Rui Moreira na reportagem sobre Jorge Nuno Pinto da Costa, intitulada "O Bom, o mau e o vilão". Penso ser consensual que todos os portistas ficaram indignados com o ataque mesquinho feito por aquela "reportagem" à lenda viva, e bem viva, que é o nosso presidente e que demonstrou apenas com o que podemos contar por parte da maior parte dos média.

Rui Moreira saiu mal visto pelo pouco que se ouviu dito por ele no documentário, apesar de eu achar não ter dito nada que todos não pensássemos. Saiu mal visto talvez por apenas ter participado no mesmo, mas o que é de estranhar é apenas se lembrarem de "desancar" nele e não noutros portistas que também podemos ouvir e isto quando o que não nos faltam são verdadeiros inimigos, os de fora do FCPorto. Talvez isso aconteça precisamente por ele fazer o que outros não fazem, que é dar a cara por aqui. Ainda assim e apesar de o próprio já ter esclarecido alguns Portistas de Bancada na caixa de comentários, e como tive oportunidade de ler, achei por bem publicar uma resposta dada por ele a um mail de um utilizador do Portal dos Dragões (José Norton) que o interpelou com algumas questões sobre a sua participação na referida reportagem.

"Em inícios de Junho, o Dr. Nuno Botelho, Director Executivo da Associação Comercial do Porto deu-me conta de que houvera um contacto da RTP 1 para o Palácio da Bolsa, no sentido de saber se poderiam colher um testemunho meu. Tratava-se de um programa biográfico sobre o Presidente do FCP, coincidindo com as suas bodas de prata à frente do clube e com a sua reeleição. Não se tratava pois de um contacto no âmbito da minha colaboração com a RTP-N, onde faço o "Trio d'Ataque", não veio por esse canal que logicamente contacta comigo por email ou telemóvel. Era um contacto institucional com o Presidente de uma Associação que tem sido vista, na cidade do Porto, como uma aliada do FC Porto.

Estabelecido o contacto pessoal comigo, pude-me inteirar de que era intenção da RTP 1 passar um programa de grande informação sobre a Biografia de Jorge Nuno Pinto da Costa, depois de 25 anos à frente do clube. Algo que não me surpreendia.O semanário SOL fizera um trabalho idêntico, tinham sido publicados pelo menos dois livros a marcar a efeméride, um dos quais era então para ser lançado no palácio da Bolsa e que, por razões que ainda hoje me escapam, ficou esquecido. Refiro-me ao excelente livro de Alfredo Barbosa que ficou nas prateleiras e não foi apoiado apesar de ser uma biografia institucional. Foi preterido, em favor do livro de Felícia Cabrita (autora da reportagem no SOL) que saiu simultaneamente e que, a meu ver, é uma resposta inadequada ao livro de Carolina Salgado.

No contacto havido pessoalmente com o jornalista da RTP, tive o cuidado de inquirir, mais uma vez, sobre o tema do testemunho que pretendam recolher. Repetiram-me a mesma versão. Perguntei quem eram as pessoas que iriam ser ouvidas. Falaram-me no Dr. Póvoas,que ainda não confirmara mas se mostrara disponível, no meu amigo José Guilerme Aguiar, no Jorge Costa, que me lembre. E tenho a certeza que não me falaram de Octávio Machado. Na medida em que, sendo uma biografia de Pinto da Costa, não era um programa institucional sobre o FC Porto, expliquei que não responderia enquanto Presidente da ACP, nem daria a entrevista no palácio da Bolsa. Ficou combinado, ainda assim, que a daria no meu escritório, e enquanto adepto e sócio do FC Porto.

A conversa decorreu em Junho, foi toda gravada em câmara, e durou cerca de 50/ 60 minutos. Desenrolamos o papel do FC Porto na cidade, de Jorge Nuno Pinto da Costa e de Pedroto, das vitórias históricas. Lembro-me de ter referido que uma das razões porque o FCP ganhava era porque Pinto da Costa era um mestre do futebol, alguém que conhecia em pormenor o balneário. Lembro-me que a questão de guerrilha, que acabou por sair descontextualizada, foi invocada por mim como uma estratégia inicial de Pedroto e de Pinto da Costa perfeitamente legítima e necessária.

As minhas declarações saíram pois de forma descontextualizada. o que desvirtua o meu testemunho como se compreende. Foram extraídos 35 segundos de um total de 40 minutos ou mais de conversa sobre todos os temas do FC Porto. Não fico, é lógico, satisfeito. Basta dizer que os elogios não aparecem e, não sendo ouvidas as perguntas, a produção de comentários recortados é sempre tendenciosa. como se sabe. Nessa medida, e não só, entendo que o programa foi faccioso, porque passa uma mensagem subliminar com a qual não concordo. Para isso contribuíram, é verdade, os silêncios de alguns e os comentários de outros. Pessoalmente, tenho a consciência tranquila, como terá o José Guilherme Aguiar, pessoa muito próxima do presidente, que fomos convidados para um programa que era, à partida, perfeitamente insuspeito. Não me sinto responsável pelo guião, que não conhecia. O programa desvirtua muitos dos aspectos fundamentais da presidência de Jorge Nuno Pinto da Costa. Tal como os outros portistas, não gosto do resultado. Tenho, ainda assim, a consciência tranquila porque sei muito bem o que disse, na linha de tudo o que tenho dito.

Devo-lhe dizer que li por aí algumas das críticas que me foram feitas. Algumas são justas, naturalmente a maioria são bem intencionadas. As outras também não me surpreendem. Houve mesmo quem escrevesse que fui eu quem, numa recente entrevista ao maior jornal português, ditei as perguntas à jornalista. Reconhecem-me poderes que não tenho... Eu sei que se paga caro, no FC Porto, dizer o que se pensa. Sei também que há tabus que não devem ser quebrados, e por acaso não tive culpa de que um deles fosse quebrado envolvendo o meu nome, como muito bem sabe. Por aqui me quedo, hoje, porque tenho que preparar o programa de logo e há muito que ler ainda.

Há, ainda assim, uma coisa que já afirmei muitas vezes e repito. A obsessão sobre o tema/ caso Carolina, que depois acaba por marcar tudo aquilo que envolve o FC Porto e o seu presidente que necessariamente se confundem, é muito incoveniente. Continuo a defender que o nosso presidente se deve furtar a falar sobre esse episódio infeliz. Por isso mesmo disse, muitas vezes, que devua pedir desculpa aos sócios por ter inrtoduzido esse factor na vida do clube. Não é porque queira ouvir um pedido de desculpas, não é porque queira que o presidente se humilhe. pelo contrário, ele devia fazê-lo para SUBTRAIR O TEMA DAS QUESTÔES QUE DIZEM RESPEITO AO CLUBE. A partir desse momento, o tema Carolina voltava a ser do seu domínio privado, e ele podia recusar-se a falar dele. Não gostei da entrevista da SIC por isso mesmo, porque acho humilhante que o meu amigo e presidente se tenha ainda que justificar, dizendo que ela é isto e aquilo...Tudo isso deveria ter sido silenciado. Como ele sempre silenciou as suas questões. lembram-se quando Vale de Azevedo o atacava e ele respondia "não sei quem é esse senhor, nunca lhe fui apresentado"? É isso que eu gostava que ele dissesse, que tivesse dito. Que esse era um caso pessoal de polícia, que já dera explicações aos sócios de que estivera enganado por um tempo. Que não desse palco a esse tema. Que não aquecesse a procura de bilhetes para o filme.

abraço do rui moreira"

Nota: Quero desde já esclarecer que ninguém me encomendou este post como muitos deverão insinuar. O Dr. Rui Moreira já mais que uma vez se defendeu de quem mal dele fala neste blog e não necessita da minha defesa para nada, mas eu também tenho a minha opinião e como este assunto, embora secundário e sem grande importância relativamente a assuntos realmente essenciais para o clube, tem sido amplamente debatido no blog achei por bem divulgar este texto.

22 agosto 2007

Quaresma

"Woody Allen costumava dizer que a riqueza é melhor do que a pobreza, nem que seja por razões estritamente financeiras. Afinal, se o dinheiro não pode comprar a felicidade, a pobreza também não e pelo menos com dinheiro sempre se podia fugir a este Verãozinho envergonhado e ir para onde o anticiclone dos Açores não atrapalhasse. Depois, paradoxalmente ou talvez não, são precisamente as pessoas que o têm em quantidades industriais as primeiras a garantir que dinheiro não é tudo. Ora, Quaresma tem dinheiro mais do que suficiente para achar que dinheiro não é tudo. Mas, mais importante do que isso, Quaresma é feliz no FC Porto e isso não tem preço, especialmente para quem até já tem dinheiro. E Quaresma é feliz no FC Porto por razões simples, como sempre acontece com a felicidade genuína. Primeiro, sente que é apreciado. Pelos adeptos que o idolatram, pelos companheiros que o admiram e pelos dirigentes que o respeitam. Depois, porque no FC Porto ganha títulos e qualquer jogador gosta de ganhar. Desde que chegou ao Dragão, Quaresma ganhou uma Taça Intercontinental, uma Taça de Portugal, duas Supertaças e dois títulos de campeão nacional. Pelo caminho, foi considerado o melhor jogador do campeonato 2005/06, chegou à Selecção Nacional e valorizou-se exponencialmente. Por que raios haveria de abdicar de tudo isso? Certamente, não o fará só por dinheiro. Se um dia sair, será para ser feliz noutro clube qualquer. Num clube onde o respeitem e admirem e onde possa continuar a ganhar títulos como no FC Porto. E onde lhe paguem muito mais do que o FC Porto lhe pode pagar, claro."

Jorge Maia in O Jogo (a meio da pré-temporada)

Tentação
"Quaresma vai continuar no FC Porto mais uma temporada. O que não é uma boa notícia para todos. Mas, os dois golos que o cigano marcou em Braga são, indubitavelmente, uma óptima notícia para todos. Se exceptuarmos Jorge Costa, há razões para acreditar que existem neste momento mais 14 treinadores que pensam desta forma, ideia em que serão acompanhados pelo respectivos patrões. É que dois golos terão sido suficientes para transformar a genialidade de Quaresma num tipo de doença contagiosa, porque terá tornado o FC Porto dependente das trivelas, cruzamentos de letra, fintas e, agora, livres directos. Talvez um dia, se Quaresma concretizar o que lhe falta, se torne dependente dos cabeceamentos. É dependência a mais e a tentação na medida certa para tentar imaginar um FC Porto sem a magia de "Harry Potter", paralisado de movimentos por sentir a falta do "Mustang". Pode então imaginar-se o que seria desta equipa se Tixier ainda jogasse no campeonato português, tornando-se igualmente tentador idealizar outras três jornadas, se possível mais, com Quaresma na bancada. Ou, na melhor das expectativas, aguardar que, adquirida a tranquilidade, Quaresma se torne no alvo de uma entrada mais viril, necessariamente mais viril do que as diversas que sofreu em Braga sem que nenhum dos adversários fosse admoestado. O que me faz recordar que, ou sonhei ou ouvi mal o que disse Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem, sobre a protecção aos melhores jogadores. Quaresma precisa de marcar mais golos.

Intransferível
«Talvez agora o presidente do Atlético de Madrid compreenda por que não vendi o Quaresma. Ele disse que não compreendia, mas, agora, já deve compreender»
Pinto da Costa, após o Braga-FC Porto"

Alcides Freire in O Jogo (na passada 2ª feira)

PS: Foto de Jorge Monteiro retirada do site olhares.com

21 agosto 2007

O Porto-Sporting

e a tabela de penáltis
em actualização permanente

O Porto-Sporting da Supertaça acabou por lançar uma velha discussão sobre os penáltis. Na semana do clássico para a Liga, domingo no Dragão, nada como repor então antigas contas que persistem em escapar aos mais desatentos.

Foi o penálti negado por Bruno Paixão em Leiria, depois outro negado pelo também medíocre Elmano Santos à Académica em Alvalade, concedendo um generosamente a Liedson para rematar a faena com que começa esta tourada que o pacóvio presidente da Liga pensa levar de fio a pavio com fair-play, dentes bonitos num largo sorriso, muita água benta, presunção q.b. e cumplicidade dos Órgãos do Regime..

Nada, então, como pegar numa tabela já aqui mostrada e que promete ficar na ordem do dia, quiçá em actualização permanente talvez até ao jeito de Rui Moreira na aparição semanal na televisão onde discutir penáltis faz parte do que dizem ser uma discussão sobre futebol com paleio de chacha a condizer por parte de algum convidado-expert.

Então anotem os penáltis registados (marcados e falhados) na Liga desde 1995-96, quando as vitórias passaram a valer três pontos e, por isso, um resultado de penálti passou a ter uma expressão mais valiosa ainda.

Pois o FC Porto, campeão por 8 vezes neste período, com 283 vitórias em 920 pontos somados, teve apenas 66 penáltis a favor, contra 83 do Sporting (+17) e 75 do Benfica (+9), estes respectivamente com as 237 e 235 vitórias.

O FC Porto, com +115 pontos somados que os leões e até mais 121 golos marcados no total destes campeonatos, conseguiu ter o equivalente à fabulosa época dos penáltis concedidos a Jardel&Cª em 2001-2002.

Em relação ao Benfica, para quem tiver mais dificuldade em ler o quadro simples dos totais e das diferenças entre os três grandes, o FC Porto somou mais 132 pontos, obteve mais 48 vitórias mas viu-lhe concedidos -9 penáltis do que aos benfiquistas que só foram campeões uma vez (e que vez!...) neste período em que pude compliar os penáltis de cada campeonato.

Ainda em relação ao Sporting, para os adeptos leoninos mais volúveis que em certas alturas se entream ao choradinho dos coitadinhos sempre prejudicados, lembre-se que os leões passaram quatro épocas completas durante cinco anos sem sofrer um penálti, o que é tão fantástico como os 17 penáltis do Jardel já aludidos.

No tocante aos penáltis sofridos, o Benfica pode queixar-se. Conseguiu sofrer 31 penáltis, contra 28 do FC Porto e só 22 do Sporting. Os encarnados também encaixaram mais 62 golos do que os dragões e os leões mais 39 golos sofridos do que os portistas.

Em resumo, Sporting com mais penáltis a favor e menos penáltis contra. Se nos lembrarmos do final da época passada e da permissão dada aos leões para se aproximarem do líder, compreendemos que o esforço feito não logrou totalmente os objectivos, mas há uma continuidade programada ou não fosse Vítor Pereira o mesmo mandante desta corja impune de árbitros que não merecem defesa possível.

Em Braga, um derrube a Quaresma justificava um penálti. Não pareceu suficiente.

Em Alvalade, falta evidente na área leonina de Polga sobre Lito: mas que mais evidências pode haver num penálti que se marque contra o Sporting? Como na Supertaça? Ou vamos a caminho de mais quatro anos sem sofrer penáltis?

Por fim, Liedson nem precisou de cair para lhe marcarem um penálti a favor.

Começamos bem.

Do Benfica, noutro muito mau jogo como na Champions, a Imprensa do Regime quis criar um penálti num lance de corpo a corpo em que Ezequias vai sempre a proteger a bola e o meia-leca Nuno Assis não consegue ter físico para superar o defesa do Leixões. Mas a malta protectora dos jornais não deixou de assinalar o penálti que vai deixar os rosinhas na lista dos credores de pontos da arbitragem.

E siga o baile

PS: Cliquem na imagem da tabela para conseguirem ver melhor a tabela de penáltis

19 agosto 2007

Quaresma resolveu

S. Braga 1-2 FCPorto
Quaresma 32', J. Pinto 49' e Quaresma 83'

12 aquisições depois o FCPorto iniciou a época 2007/2008 com uma difícil deslocação a Braga para jogar com o clube local treinado pelo nosso bem conhecido de Jorge Costa que conta também com Aloísio como seu adjunto. Não usei propositadamente a palavra reforços, já que Jesualdo Ferreira ainda não entendeu que os novos jogadores o seriam efectivamente. Diz o professor que para entrar numa equipa campeã, os novos jogadores, terão de provar que merecem entrar. Concluo eu, portanto, que, para já, nenhum deles tem qualidade suficiente para jogar nesta equipa, pelo menos na opinião de Jesualdo, podendo assim ser colocada em causa a mais valia de tantas aquisições. Mas adiante.

Jogar em Braga, tradicionalmente, é um dos jogos mais difíceis da época e a prova disso é que há alguns anos que o FCPorto lá não vencia. Usando, como já referido atrás, uma equipa vinda do ano passado, ficando apenas de fora Lisandro devido a mais uma inexplicável e persecutória decisão dos órgãos que comandam o futebol do nosso país, entrando para o seu lugar Tarik, o esquema utilizado foi o tradicional 4-3-3, mudando pouco ou quase nada a equipa vinda do jogo da supertaça, em que apesar da superioridade demonstrada, o FCPorto mostrou faltar consistência no seu meio campo ofensivo. Mas a grande diferença terá sido mesmo aqui. O regresso de Lucho ao meio campo, e embora ele não seja o médio ofensivo de que já no início da pré-época eu dizia fazer muita falta, veio disfarçar em muito o que essa posição traria ao meio-campo, tendo assim neste jogo o FCPorto mostrado mais ligação entre esse sector do terreno e o ataque.

O FCPorto, num jogo muito bom para primeiro jogo do campeonato, entrou dominante, talvez um domínio algo consentido por parte da equipa da casa que parecia jogar na expectativa, nunca deixando de lançar ataques perigosos à baliza do algo inseguro Helton, mas os dragões foram criando sempre mais perigo e algumas oportunidades foram surgindo, vivendo a equipa sobretudo de Quaresma e Tarik que iniciou muito bem o jogo, tendo-se apagado conforme o tempo ia evoluindo. Algumas arrancadas fulgurantes de Bosingwa também se devem destacar, principalmente uma em que este foge a César Peixoto e à entrada da área cruza para o azarado Adriano, que se lesionou e foi substituído por Postiga, e que num excelente movimento de rotação remata falhando o alvo por pouco e quase marcando um grande golo. Pouco depois e num livre frontal mas ainda muito longe da baliza Quaresma remata em força e faz um grande golo colocando o FCPorto na frente do marcador, resultado que se manteve até ao intervalo.

O S. Braga surgiu na segunda parte, como seria de esperar, mais atrevido e logo ao começar e num bonito lance de ataque João Pinto repõe a igualdade, surgindo livre de marcação na grande-área portista, num erro do seu médio de marcação. Com o decorrer do jogo o FCPorto não estava a conseguir criar grandes lances de perigo e o fantasma da supertaça do fim de semana passado parecia surgir. Jesualdo demorava a mexer, até que tirou Tarik e colocou em campo Mariano Gonzalez, não mudando nada na equipa. Pouco depois Leandro Lima aprontava-se para entrar. Pensava eu que Raul Meireles seria o eleito, não que estivesse a jogar mal, mas seria uma tentativa do professor mostrar claramente que queria ganhar, dando ao meio-campo mais fulgor ofensivo, mas tinha-me esquecido do conservadorismo do treinador e o eleito foi Lucho, sendo talvez a opção desculpada por este ainda não estar preparado para jogar tanto tempo de jogo dado o seu atraso na inclusão na equipa. Assim, pouco ou nada mudou, apenas trocas de posição por posição, mostrando Leandro Lima bom toque de bola, mas ainda alguma falta de entrosamento com a equipa, principalmente no seu jogo posicional.

Assim, o empate parecia ir se arrastando até ao fim, Postiga mostrou-se muito trabalhador, tendo até perdido algumas boas oportunidades. A equipa mostrava uma grande entreajuda e união entre todos os jogadores, mas a vitória parecia ser difícil de alcançar, até que Quaresma tem mais um dos seus excelentes lances pelo lado esquerdo do ataque e é derrubado mais uma vez à entrada da área do S. Braga. Na cobrança do lance, o mesmo Quaresma, resolveu com o seu génio o jogo com uma autêntica bomba lançada à baliza do guarda-redes bracarense, não lhe dando qualquer hipótese de defesa. Um maravilhoso golo já perto do fim e que deu a vitória aos Dragões, resolvendo um dos mais difíceis jogos da época.

Em resumo, o génio de Quaresma resolveu o que parecia de difícil resolução, oferencendo assim a vitória è excelente e grandiosa moldura humana portista que marcou presença em Braga. Além de vencer num terreno onde poucos o conseguirão fazer, deu também mais alento à equipa no que representa uma vitória no primeiro jogo de uma competição, moralizando os jogadores para o próximo e difícil jogo no Dragão, dando também mais algum tempo para Jesualdo ajustar a equipa que ainda está muito longe do pode e deve fazer.

18 agosto 2007

A primeira batalha pelo Tri

FCPorto - S. C. Braga
( TVI, 19:15 horas )


Caprichos do destino ditaram que possibilitasse ao FCPorto encontrar nas três primeiras jornadas da Liga Betawin, referente à época 2007/2008, adversários que infligiram derrotas na época em que conquistou o bicampeonato.

É dos começos de campeonato mais difíceis que me recordo, mas aproveitando as declarações, sempre ambiciosas, de Fucile, eu também sinto que um começo do campeonato assim é mais bonito, começar com jogos de nível elevado tem mais encanto, já que jogos a brincar estamos nós fartos de ver na pré-época .

É com o, sempre maravilhoso, reencontro com a dupla Jorge Costa-Aloísio no bonito Estádio Municipal de Braga, agora Estádio Axa, que o FCPorto começa a sua caminhada ao ambicionado tricampeonato.

Irá encontrar um Braga com ambições e expectativas elevadas, e na sua máxima força tendo-se reforçado forte e ambiciosamente, tendo o FCPorto o pensamento de que esta partida será um enorme teste à sua capacidade como equipa, principalmente, depois da derrota para a Supertaça, frente ao Sporting.

A convocatória surpresa de Postiga, jogador insistemente dado como dispensável, o regresso de Lucho, a estreia de Stepanov, a saída por um castigo, incompreensível, de Lisandro Lopez, além da saída de Fucile, julga-se por lesão, são as novidades portistas para a deslocação a Braga.

Por aquilo que analisei das declarações de Jesualdo Ferreira, a minha aposta vai para esta equipa:

Na defesa, exceptuando a troca de Fucile por Cech, não deverá haver mexidas relativamente à última partida. A chamada de Stepanov à convocatória terá a haver como forma de o jogador sérvio ainda se ambientar aos seus novos colegas.

No meio campo, o regresso de Lucho poderá ser a maior novidade na equipa de hoje, com o argentino o FCPorto fortalece grandemente o seu meio campo, a sua disciplina táctica, a sua capacidade de liderança, a sua disponibilidade e a seu leitura inteligente do jogo, faz dele um imprescindível, poucos jogadores conseguem juntar uma capacidade de defender e atacar tão bem como ele, por essas razões o FCPorto não hesitou em adquirir o resto dos seus direitos desportivos.

É no ataque que poderá surgir o único reforço desta época, o argentino Mariano Gonzalez, tudo por causa de mais uma confusão habitual do futebol português.

Lisandro Lopez, jogaria, certamente, a titular, mas como os " doutores" da FPF não sabem holandês não conseguiram decidir a tempo se o jogador argentino poderia alinhar no primeiro jogo do campeonato ou não, enfim é mais um caso para demonstrar os incompetentes que (des)organizam o futebol português.

Quaresma e Adriano devem completar o trio ofensivo do FCPorto para o ataque à vitória a um terreno tradicionalmente difícil e que já não vence desde a época 2003/2004.

Que venha agora o futebol puro e duro, com algum sofrimento à mistura, que também é bom, e, alterando um provérbio antigo, em Portugal o futebol, tem sido quase sempre 11 contra 11, uma bola e no fim ganha o FCPorto, este ano é necessário que isso possa continuar a ser assim, contra tudo e todos, e nada melhor do que começar a ganhar logo a primeira batalha.

Frases do mister

«Vamos a Braga com o orgulho de sermos campeões. Estou convicto de que os jogadores vão fazer todos os possíveis para ganhar o jogo, que é o nosso objectivo, e dar uma resposta diferente dentro do campo.»

Os jogadores não gostam de perder, mas essa situação já está ultrapassada e tenho a certeza de que os contornos do encontro frente ao Sp. Braga serão diferentes dos da Supertaça, pois vamos jogar para o campeonato e não disputar uma partida decisiva.