28 fevereiro 2007

A mistica do Dragão

Na próxima jornada da Liga, o FCP irá iniciar um ciclo de jogos , que se prevê, terrível, sendo o jogo contra o Sp. Braga de uma importância fulcral para a caminhada rumo ao bicampeonato, e, também, para provar, definitivamente, o valor da nossa equipa aos olhos de quem nos persegue.

Mas, no próximo sábado, o estádio do Dragão irá ser palco de um transbordar de emoções, nunca antes visto, com o regresso a casa, desta vez como adversários, de dois dos jogadores que mais honraram e dignificaram a camisola azul e branca que tanto amamos.

No banco adversário estarão o rosto maior, como capitão e líder exemplar da equipa que obteve os êxitos mais recentes e gloriosos na história do FCP, Jorge Costa e também, na minha opinião, o melhor central que já vi jogar no FCP, Aloísio.

Os adeptos menos esquecidos estarão sempre recordados da dupla de centrais que os dois fizeram durante anos , um era o complemento do outro, à classe e sobriedade de Aloísio, juntava-se a garra e a liderança de Jorge Costa, criando uma das duplas com maior sucesso no futebol nacional.

Além das suas formas de jogar que estarão, para sempre, escritas a ouro nos livros da história gloriosa do nosso clube, houve numa coisa em que Jorge Costa e Aloísio foram um exemplo para quem os acompanhou: encarnaram a tão famosa mística de uma forma soberba.

Jorge Costa, a par com nomes como Vítor Baía, Paulinho Santos, Fernando Gomes, João Pinto, Rui Barros, Domingos, Jaime Magalhães, e muitos outros, foi o encarnar da mística do Dragão, em que o amor pelo clube nasceu já na formação e foi-lhe transmitido desde os campos da Constituição a aprender a lutar contra todos os adversários que lhe surgiam na frente sempre sem medo, de cabeça erguida e peito feito para as balas e, acima de tudo, com uma enorme vontade e um grande vicio de ganhar.

Quanto a Aloisio, juntamente com Deco, McCarthy, Mlynarczyk, Madjer, etc, é o maior exemplo de como um jogador estrangeiro sentiu, e honrou, o clube conseguindo, rapidamente, absorver, para toda a sua vida, a mística do clube, ao ponto de não a esquecer e conseguir adorar o clube mesmo que os caminhos da vida levem-no para outras paragens distantes.

Na minha opinião, a mística não se perdeu nem foi destruída juntamente com os restos do Estádio das Antas, mas apenas se transformou nos corredores do Dragão, esta equipa já demonstrou, por várias vezes, estar unida e com uma grande vontade de vencer.

Não digo que seja melhor nem pior, porque nunca percorri aqueles corredores, mas sinto que apenas é diferente, antigamente, acredito que o amor à camisola do FCP era mais intenso, mais vibrante por parte dos seus atletas e para os motivar bastava falar-lhes ao coração, sendo que agora a motivação é feita de uma forma diferente, mais cuidada e com menos factores exteriores ao relvado, basta relembrar da raiva dos jogadores, por alturas do Penta ou até com José Mourinho, quando sentiam que alguém, invariavelmente a imprensa, os queria atingir.

Como referi na minha crónica anterior, Lucho afirmou numa entrevista " que a mística constrói-se com vitórias " e é de grandes vitórias que nós esperámos num mês terrível, mas, de certeza, brilhante e vencedor do nosso clube.

PS : Jorge Costa é o maior exemplo de como às vezes uma má decisão tomada por uma pessoa, no caso ele próprio, leva que outras pessoas se esqueçam do que ele fez e deu ao clube que tanto ama.
Merecia uma grande despedida, uma grande homenagem, mas não a teve, muito injustamente, nem uma palavra de apreço pelo que ele fez as pessoas que lideram o clube se dignaram a fazer.
Mas, nós adeptos que amam o clube, não nos esqueceremos do grande capitão e líder que ele foi. Por isso, deixo aqui um conselho para que alguém que lidere o clube reflicta: talvez não seja agora o timing ideal para uma homenagem a um treinador adversário, provavelmente, outras vozes se levantavam contra tal facto que, considerariam, logo suspeito.
Mas, que tal, quando decidirem fazer um museu digno da história do nosso clube, Jorge Costa e Vítor Baía fossem os portadores dos troféus que tanto nos orgulha possuir: a Uefa Cup e a Champions League?

27 fevereiro 2007

A 18ª Lei sempre adulterada

“… é possível falar seja do que for sem ceder a qualquer forma de estupidez ou aviltamento. Não se trata de escolher entre ser “popular” e ser “erudito”. Aliás, tal oposição apenas tem servido para impor programações de crescente mediocridade. Trata-se, isso sim, de não menosprezar a inteligência de cada ser humano, incluindo, claro, o espectador”.

João Lopes (crítico de cinema e televisão), ontem, no Diário de Notícias

Os árbitros reconhecem-no acima de todas, que às 17 Leis do Jogo se junta o bom senso necessário para as saber aplicar.

Eu costumo dizer, reconhecendo as dificuldades de quem apita mas sem deixar de identificar os maus árbitros e, pior, os que actuam de má-fé e incompetência comprovadas, que os jornalistas, paineleiros ou comentadores avulso, avaliando os lances pela TV, deturpam mais os resultados do que os próprios juízes de campo que nunca têm os “replays” para decidir, têm de assumir julgamentos no imediato e amiúde são mal auxiliados por quem, nas laterais, os deviam ajudar.

Pois a 18ª Lei, não escrita nas regras do jogo, teve mais um jogo do FC Porto para mostrar como a vergonha e desfaçatez não têm limites.

Pior do que não ter bom senso de saber avaliar os lances, quem emite juízos de valor pelas imagens televisivas com a falsidade que se repete, além da desonestidade intelectual, reforça a ideia de sempre: a campanha de visar o FC Porto é amplamente difundida e distribuída pelos mais diversos Órgãos de Comunicação Social.

Vários comentários por aqui registados amplificaram as diatribes do dia em mais um jogo do FC Porto. Os mesmos que fecham olhos, escondem títulos de Imprensa, assobiam para o lado, quando o FC Porto é prejudicado já não cabem na sua infrutífera missão de ocultar os erros que procuram travar a ascensão da equipa portista; agora inventam desculpas, criam conflitos, denunciam irregularidades para denegrir as vitórias do FC Porto.

DA RÁDIO À TV
Já ao intervalo do Beira-Mar-FC Porto ouvia na rádio (TSF) quem, no estúdio, “à 4ª ou 5ª repetição não tinha a certeza de haver penálti sobre Postiga” e que “era um lance difícil de ajuizar”, logo “compreend
ia a decisão do árbitro”.

Este espírito enternecedor de compreender as dificuldades de julgamento dos árbitros prevalece quando o benefício é suposto pertencer ao FC Porto.

Por isso, em Leiria, muitos energúmenos não viram dois penáltis negados por Elmano Santos e nem a inexistência de falta de que resultou o golo leiriense. Também ao intervalo, na rádio (RR), ouvi então que nada se passara além da expulsão, ali mesmo justificada, muito bem, de Quaresma… Bom, ainda na 6ª feira, sempre na rádio (RR), o primeiro dos golos anulados ao Sporting frente ao Aves era garantido não poder ter sido “por carga sobre o guarda-redes, que não se vê”, apesar de dois jogadores leoninos estarem em cima de Nuno – deve ser o hábito de se encavalitarem em alguém para marcar…

Pelo que contam os amigos que aqui convivem neste blogue, a TVI terá feito todas as manigâncias para retirar, se possível, três golos ao FC Porto. No 1-0 teria havido fora-de-jogo, visto por um iluminado do Maisfutebol que escreveu, depois do Leiria-FC Porto, que os portistas só tinham a queixar-se de si próprios… Esse Luís Sobral que os adeptos vinham ontem apontando (mais uma vez…) também descobriu irregularidades no 3º golo, daqueles que só mentes tenebrosas e operações maquiavélicas podem arquitectar.

Mesmo no 2-0, de Lucho mas com Lisandro em posição duvidosa no passe (para a frente) de Raul Meireles, eu gostaria de ver imagens com as laterais do campo para traçar uma linha perpendicular a ambas e perceber se Lisandro estava mesmo adiantado em relação… à linha da bola.

Pode ter sido fora-de-jogo por centímetros, mas sabe-se como a margem de erro favorável ao FC Porto é igual a zero e intolerável se lhe é favorável!

Como contei há dias, uma vez no Record fizeram um esquema com uma linha enviesada no campo sobre a imagem televisiva, para que um golo de Acosta ao Belenenses coubesse na zona “em jogo” com o fito de tornar o golo legal, em 2000. A diagonal apresentada sem vergonha nem noção geométrica, deixava Acosta atrás dessa linha, “desmentindo” qualquer alegada irregularidade, rumo ao título leonino ganho com a colaboração de muita gente mas não ganho pela melhor equipa como antevira José Roquette no início dessa época…

Em Aveiro, continuando na trama engendrada pelos media de trazer por casa, o 4º golo portista deve ter tido alguma ilegalidade no esforço de Adriano, primeiro a tentar dominar a bola cruzada por Quaresma, depois jogando-a no chão para dá-la a Alan. E, finalmente, o 5º golo foi de penálti que Rui Santos, na SIC-N, disse ser obra de Pepe por forçar a queda apesar de o joelho esquerdo de Eduardo tocar o pé do brasileiro do FC Porto.

PAIXÃO A DOBRAR
Com tantas fantasias, a todos escapou que foi graças a Bruno Paixão, autor de “brindes” nas vitórias leoninas no Marítimo
(golo de falta inexistente) e Académica (golo em carga sobre o guarda-redes) mais um generoso penálti para o Benfica frente ao Belenenses (daquelas que ninguém marca contra o Benfica, por bola e mão na área), que o FC Porto tinha usufruído do único penálti a favor nesta Liga: o 2-0 frente ao Marítimo, à 6ª jornada, foi de Lucho de grande penalidade a castigar falta sobre Postiga. Ninguém se lembraria já, mas pode ir-se a tempo de questionar se a falta existiu ou não… E, como se viu, o penálti de Aveiro sobre Postiga bem pode passar ao rol dos que não deveriam ter sido marcados, tal qual nas três jornadas anteriores frente a Leiria, E. Amadora e Naval…

Isto numa altura em que o JN nos revela um dado assombroso, como só pode ser no tratamento destas coisas estranhas do mundo da bola e do sombrio reino da arbitragem.

O presidente Pinto da Costa, por muito que celebremos sem cerimónia nem entusiasmo o infame Campomaiorense-FC Porto, teria dado consentimento à promoção de Bruno Paixão a internacional. Como teria dado a árbitros da estirpe de Paulo Paraty, Mário Mendes (já retirado) e Nuno Almeida, decerto em épocas diferentes, logo fico desconfiado do contexto em que tudo isto é inserido.

Será que haverá um desmentido desta notícia no Sol do próximo fim-de-semana?... Porque custa acreditar e sendo assim era o maior motivo para um “impeachment” ao presidente.

Diz a notícia, ontem, sobre a alegada confissão de Pinto de Sousa na manipulação das classificações dos árbitros (onde sempre me pareceu haver matéria criminal e muita coisa por explicar, como aqui já dei conta):

A investigação da PJ apurou que, antes de terminar a época, Pinto de Sousa disse a Pinto da Costa querer elevar o juiz Bruno Paixão a internacional, desejo que mereceria a concordância do líder portista e que viria a concretizar-se. André Gralha, Mário Mendes, Nuno Almeida e Paulo Paraty foram outros árbitros que contaram com a ajuda do dirigente”.

NÚMEROS A RETER
Em Aveiro, como o Zirtaev sublinhou e eu concordei, a substituição de Postiga por Adriano foi uma medida acertadíssima de Jesualdo Ferreira. Acertada e imediata, porventura em
blemática.

O minuto 62 pode ter marcado o fim da era de Postiga a titular, embora Jesualdo venha sendo mais condescendente do que lhe conhecia no Braga… Compare-se então:

- pelo que Postiga não jogou, nos sucessivos instantes em que duas bolas lhe foram metidas e em ambas foi antecipado permitindo que o Beira-Mar insistisse no assalto, de frente para a área portista, a Pepe e Cª, já a entrar no último terço do campo.

- pelo que Adriano jogou, a sua combatividade acima da média; a frieza para dar o seguimento de uma jogada quando a bola lhe chega aos pés por muita dificuldade técnica que tenha; o esforço em cada lance; o perigo que o seu físico também impõe aos adversários em vez de um meia-leca que com um sopro vai ao chão (à excepção do encosto rude de Alcaraz nas costas de Postiga); mais o golo de Alan que só surge por ter Adriano na briga; e o golo num contra-ataque que agilizou da mesma forma que deu andamento fácil a lances de receber, dar a bola e desmarcar-se, criando a situação de penálti para Pepe e marcando à vontade o próprio penálti.

Ao invés, quem pretendeu vislumbrar um raio de luz em nova aparição de Renteria pode confirmar a minha relutância em aceitar um jogador que parece não poder sequer com as botas e anda, porque nunca me parece que corra, como as misses escanzeladas que pisam ovos nas passerelas…

26 fevereiro 2007

Uma mão cheia de confiança

Beira Mar 0-5 FCPorto
Lisandro, Lucho, R.Meireles, Alan e Adriano

O que à partida iria ser um “osso duro de roer”, transformou-se, por verdadeira paixão e entrega dos jogadores em verdadeiros “ovos moles”, e logo uma mão cheia deles, já que a noite europeia para isso tinha aberto o apetite. Vê-se que a auto-estima dos jogadores está elevada e mediante o difícil período que se antevê este é um dos factores mais importantes para se conseguir chegar ao melhor FCPorto, faltando, e talvez devido à tão famigerada paragem do Natal, que os índices físicos atinjam o seu melhor ponto, além de que em termos técnicos existe também sempre algo a melhorar.

O jogo até não começou da melhor forma para o FCPorto, o Beira-Mar entrou desinibido e forte, tentando surpreender os Dragões e nos primeiros dez minutos o FCPorto não se conseguiu impor, sendo as primeiras jogadas de relativo perigo na baliza de Helton. Mas entretanto e aos poucos azuis e brancos, que jogaram no já previsível 4-3-3, começaram a controlar o meio campo e fazer pressão na sua frente de ataque, recuperando com isso bolas em zonas perigosas para os aveirenses.

Tudo ficou mais simplificado quando aos dezoito minutos e num lance com mérito também para Jesualdo Ferreira, Lisandro numa excelente jogada do laboratório do técnico, concretizou à “boca” da baliza, abrindo caminho para o resto de uma primeira parte descansada. Parte essa que não terminou sem que mais um jogador do FCPorto fosse carregado na área adversária, em que a devida sanção por parte do responsável pelo apito não apareceu. Já estamos habituados.

A segunda parte começa com os portistas a controlar o jogo e a criar mais algumas oportunidades, mas por volta dos sessenta minutos, o Beira-Mar começou a acercar-se mais da área do FCPorto. Pareceu que o meio campo portista recuou, parecia cansado, com Lucho a parecer mostrar isso mesmo, parecia que se adivinhava a qualquer momento o golo dos aveirenses. Então Jesualdo troca Hélder Postiga, que penso andar mesmo a mais no ataque, e coloca Adriano. Para mim foi o momento do jogo. Adriano, além do que joga a mais que Postiga, faz jogar e o lance do 2º golo nasce precisamente dos pés dele, com um excelente passe para Lisandro à entrada do meio campo, e este após não conseguir marcar, entrega a bola a Lucho que à entrada da área não costuma perdoar.

Estava agora o jogo praticamente resolvido, a equipa de Aveiro entendeu que seria muito difícil, mas não baixaram os braços e com isso deixaram espaços na sua defensiva e foi com alguma facilidade que o placar se avolumou para o FCPorto. Raúl Meireles, que esteve muito bem durante todo o jogo, fez o terceiro em mais um forte remate de fora da área, contando com a ajuda do guarda-redes contrário. O quarto golo foi pelo recém entrado Alan, que substituiu o incansável Lisandro e depois de uma insistência de, mais uma vez, Adriano. O quinto tento, e talvez precisamente por já não resolver nada, foi de grande penalidade! Acreditem que é verdade. A falta sofrida por Pepe é indiscutível, mas também outras o eram, o que é certo é que foi marcada, e já vai servir para se desculpar a não marcação de mais uma dúzia delas no futuro. Adriano concretizou-a e muito merecidamente, já que para mim e pelo que mudou no ataque da equipa, é o homem do jogo.

Uma vitória folgada para dar confiança e num terreno muito complicado que esteve com quase quinze mil de adeptos do FCPorto a apoiar a equipa. Uma vitória em que mais uma vez Quaresma esteve em grande, tal como o Pepe e o Bosingwa que vai continuando a falhar muitos cruzamentos. A equipa está a subir de rendimento, embora ainda faltem solucionar alguns problemas a nível técnico e espera-se que o físico retome os níveis adequados, porque Março vai ser o mês do tudo ou nada.

25 fevereiro 2007

Jogar com paixão

Depois de uma boa noite europeia, não tanto em termos de resultado mas em termos de exibição da equipa, regressa-se à “terra” e ao nosso campeonato em que, e apesar de tantas “crises”, continuamos na frente isolados rumo ao título. A moral deverá estar em alta, já que além da boa exibição da noite eurpoeia, o último resultado em casa para a prova nacional foi uma goleada e com o ciclo terrível de jogos que se avizinha, a confiança alcançada poderá ser determinante para se chegar ao desejado troféu. Março é praticamente o mês do tudo e do nada e com a equipa a subir de rendimento só esperamos que seja um mês em cheio.

O “obstáculo” de hoje, o Beira-Mar que já não conta com o “Jardigol”, é uma equipa que mediante a fraca primeira volta se reforçou muito e tem vindo a recuperar nos últimos jogos com o objectivo de se manter na primeira liga. O treinador também chegou no início deste ano e como tal pouco ou mal se sabe de como o clube de Aveiro joga. O técnico aveirense proferiu umas declarações, digamos, um pouco intrigantes acerca de Quaresma e, dado o árbitro da partida (que como já disse deve ter sido um presente comemorativo da data) e o que temos visto ao longo do campeonato, com lances perigosos contra os nossos jogadores, é caso para, principalmente, o estremo esquerdo portista ficar muito atento. Mas sobre isto Jorge Maia escreveu assim ontem n’O Jogo:

«Paco Soler, treinador do Beira-Mar, disse ontem que só uma forma de parar Quaresma: à marretada. Ora, para além da mensagem que tal afirmação pode passar para os seus jogadores, com possíveis consequências para a integridade física do extremo, nota-se que Soler está há pouco tempo em Portugal. Há outra forma de parar Quaresma. Basta castigá-lo com dois jogos de suspensão.»

Jesualdo Ferreira, depois da intrigante frase proferida, chamou à atenção que são os árbitros que têm de proteger Quaresma e jogadores como ele, e que isso não tem acontecido com os jogadores do FCPorto. Esperemos que tenha sido apenas uma brincadeira do novo técnico do Beira-Mar.

Os segredos para este jogo da parte de equipa do FCPorto são poucos, ou quase nenhuns. O esquema, com o regresso do “Harry Potter”, será o 4-3-3, mas tenho algumas dúvidas sobre o onze inicial. O ponta-de-lança será Postiga ou Adriano? E no meio campo, jogará M. Cech ou R. Meireles? E a defesa esquerdo M. Cech ou Fucile? Seja como for vou apresentar o meu onze:

O técnico dos Dragões, e bem, avisou para o que aconteceu já nesta jornada ao clube de Alvalade e nem era necessário, acho que os jogadores já estão mais que avisados para surpresas desagradáveis, basta lembrarem-se do que aconteceu com o Atlético e o E. Amadora que surpreenderam no Dragão. Os jogadores devem estar mentalizados que para se vencer um campeonato qualquer jogo é importante e a motivação tem de ser igual com clubes pequenos ou grandes. Devem querer jogar sempre com paixão.

Beira-Mar - FCPorto, SportTv1, 20H15

24 fevereiro 2007

E se Anderson não estivesse lesionado?

Devido ao “fatídico” lance com o médio grego do clube encarnado da segunda circular em Outubro passado, Anderson ficou impedido de jogar futebol e de nos encantar com a sua magia durante o que se achavam ser três meses. O que é certo é que já se passaram quase quatro meses desde que lhe partiram o pé e não se sabe ainda por quanto tempo o jovem jogador ficará afastado dos relvados. A esperança é que regresse já no próximo mês, não se sabendo ainda ao certo exactamente quando.

Eu sei que não passam de suposições, mas acho interessante tentar imaginar o que teria acontecido se tivéssemos continuado a contar Anderson na equipa. Assim, proponho a todos os Portistas de Bancada o exercício de tentarem imaginar por exemplo a resposta a estas perguntas:

Que alterações tácticas teria a equipa do FCPorto com o jovem brasileiro?

E a dinâmica da equipa, seria outra?

O campeonato estaria já decidido?

Como estaríamos na taça?

E contra o Chelsea, teríamos ganho?

Ficam algumas perguntas, espero a vossa opinião.

23 fevereiro 2007

Nós por lá... e por cá

A imprensa inglesa de ontem deu amplo destaque ao jogo entre o FC Porto e o Chelsea, relativo à primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, considerando que a equipa londrina se limitou a "sobreviver" aos portistas.

"Foi a noite do Chelsea", diz o diário “The Guardian”, que assegura que a sorte da equipa inglesa ditou o empate final. "José Mourinho não recordará este regresso ao Porto com especial carinho", acrescenta o jornal.

Na mesma linha, o “Daily Telegraph” considera provável que a equipa inglesa passe à eliminatória seguinte, depois do empate (1-1) conseguido no Estádio do Dragão, mas não retira importância ao desempenho dos portistas. "Se o Chelsea conseguir chegar a uma noite amena de Primavera em Atenas (na final) vai ter de olhar para trás, para esta noite de chuva e vento em Portugal, como o momento que definiu a sua procura pelo Santo Graal, que é a Liga dos Campeões", resume o jornal, citado pela agência “Lusa”.

O popular “The Sun” repete a mesma ideia, dizendo que "o FC Porto pode ter perdido o barco, mas o Chelsea viu o suficiente para saber que não vai flutuar em águas serenas na próxima mão". O diário diz ainda que o que se viu no jogo de quarta-feira "foi um esforço credível do Chelsea, mas os dragões têm fogo suficiente na barriga para dar problemas aos homens de Mourinho".

Já o “The Times” brinca com o mesmo tema, contando que "no apito final, os adeptos do Chelsea cantavam aliviados o Blue is the Color (hino oficial do clube), quando o hino mais apropriado seria a música de Gloria Gaynor: I will survive”.

Quaresma

Um dos elementos mais destacados do jogo foi Ricardo Quaresma, que mereceu elogios rasgados em todos os jornais.

O “The Sun”, que vende mais de três milhões de exemplares no Reino Unido, deu pontuação máxima ao extremo portista e acrescentou que a bola que enviou à trave seria "o golo da época".

O “The Guardian” acrescentou que esse momento nasceu de "um toque sublime, com o qual Quaresma deixou os corações do Chelsea em palpitações". "Só por meros centímetros é que não se tornou num dos grandes golos da Liga dos Campeões", sublinhou o jornal.

Todos os jornais realçam também o facto de Raul Meireles ter acabado com a folha branca do guarda-redes Petr Cech, que nos últimos sete jogos do Chelsea, desde que regressou à competição depois da lesão na cabeça, ainda não tinha sofrido qualquer golo.

In O Jogo

Nós por cá

«Vamos a Londres jogar para vencer. Mostrámos que somos uma grande equipa, estamos muito confiantes e temos todas as possibilidades de alcançar os quartos-de-final. É esse o nosso grande objectivo.»
Raúl Meireles

«Ficou demonstrado que o F.C. Porto é uma grande equipa e pode passar à próxima eliminatória. É um resultado que deixa tudo em aberto e temos a esperança de conseguir um bom resultado em Londres.»

Hélder Postiga

«Quem não estiver confiante em vencer tudo, como é norma neste clube, não está bem no F.C. Porto. (...) O ambiente que vamos viver lá não vai ser diferente dos ambientes que encontrámos nos jogos fora da Liga dos Campeões. Quando se veste a camisola do F.C. Porto, temos de estar preparados para isso.»

Helton

«Se não estivéssemos confiantes para ganhar em Londres, mais valia nem irmos lá. Estamos confiantes que vamos vencer e que vamos seguir em frente.»
Bosingwa

«Mostrámos que temos valor para ir a Londres e ganharmos o jogo. Acho sinceramente que podemos vencer em Londres.»
Quaresma

«Acho que temos de manter a mesma postura e manter o mesmo empenho para que possamos ir ganhar em Londres»
Pepe

«O Chelsea é uma grande equipa, com bons jogadores, excelentes individualidades, mas hoje mostrámos que são jogadores como nós, que não nos intimidam e que podemos ir a Inglaterra ganhar-lhes
Lisandro

Na imagem do lado direito está a apreciação que o jornal A Bola fez sobre Quaresma, algo que até nem estou muito de acordo, já que penso ter-se perdido em "rodriguinhos", mas como a opinião parece ser geral, devo ter sido eu que vi mal. De qualquer das formas achei interessante.

PS: Para comemorar o facto de na passada segunda-feira terem feito precisamente sete anos que aconteceu o famoso jogo de Campo Maior, facto devidamente assinalado pelo Zé Luís neste excelente artigo, o Conselho de Arbitragem da Liga presenteou o FCPorto para o próximo desafio de Aveiro com o mesmo árbitro dessa apaixonante noite alentejana.

PPS: Jorge Costa no seu primeiro jogo como treinador fez história e conseguiu a segunda passagem da história para o Sporting de Braga aos Oitavos de final da Taça UEFA. Parabéns ao Braga e parabéns Capitão, muitas felicidades na tua nova carreira.

PPPS: A Liga da Bancada mudou novamente de líder, desta vez é o Pinguim do Mister Luís Novo que está na frente com 380 pontos. Mas muito próximo, a apenas um ponto, está o Lokomotive da Foz do Mister Filipe Rocha, estando ao que parece a luta pelo primeiro lugar entregue a estes dois participantes. Mas é uma questão de escolher uma equipa forte e tudo se poderá alterar, a para daqui a duas semanas temos mais. Não se esqueçam desta vez que formar a vossa equipa a tempo e peço desculpas mais uma vez por não ter avisado todos os participantes atempadamente.

22 fevereiro 2007

Quem dá o que tem...

FCPorto 1-1 Chelsea
R.Meireles, Shevchenko

O resultado não foi o melhor para os portistas, mas a atitude vista em campo por parte dos jogadores foi a melhor que vi este ano. Este empate, depois do razoável jogo por parte dos dragões e principalmente a muito boa primeira parte pode ser considerado mau, já que compromete e de que maneira o resultado da eliminatória, mas analisando com calma o que se viu durante os noventa minutos, acabou por ser o resultado certo e apesar de negativo, deixa ainda tudo em aberto.

À partida para este jogo todos achariam que a luta seria muito desigual. Quando se pensa numa frente de ataque que tem Didier Drogba e Andriy Shevchenko, servidos por Frank Lampard e Michael Ballack, pensa-se num dos melhores ataques do mundo. Mas o que é certo é que quem conta com Pepe, B. Alves e P. Assunção como estiveram hoje, pode acreditar que tem uma excelente defesa, e foi isso que se viu hoje. Estes três jogadores portistas estiveram insuperáveis e o golo por parte do ucraniano resulta de um erro de Bosingwa, de que falarei mais à frente. Poderá ter ficado a sensação de que o Chelsea não terá apertado muito, mas o que é certo é que esse ataque pouco se viu e se problemas foram criados para a nossa defesa, estes deveram-se sobretudo às laterais.

O FCPorto entrou no jogo muito nervoso, vários jogadores perderam bolas infantilmente, mas foi tudo uma questão de se acalmarem e a partir dos dez minutos os dragões começaram a tomar conta do jogo, já que o meio-campo começou a acertar marcações. Ainda assim o golo de Meireles apareceu logo no primeiro remate feito e sem que nada o fizesse prever. Nasceu de um bom trabalho de Hélder Postiga, que pouco mais fez e Adriano no banco, e de um mau alívio de um jogador da equipa londrina tendo o médio portista à entrada da área desferido um excelente remate. Nessa altura estava o Chelsea a jogar com dez jogadores e a preparar já a entrada de Robben, o que fez com que o lado direito da defesa do FCPorto se desorganiza-se e com que Bosingwa, que até fez um bom jogo, apesar de não ter feito nenhum cruzamento aceitável, se esquece-se de acompanhar Sevchenko, que apareceu isolado por aquele lado e facilmente fez o golo do empate.

Durante toda a primeira parte o FCPorto continuou a dominar e os lances de ataque sucederam-se, mostrando que era o único clube que parecia querer ganhar a partida, apesar de o jogo estar repartido. Quaresma neste período destacou-se pelo melhor e pelo pior. A quantidade de vezes que perdeu a bola em jogadas infantis enervou o mais paciente portista, mas depois tem lances como um em que após uma excelente jogada e de fora da área envia uma bola teleguiada à trave e aí todos se lembram porque ele está em campo.

Na segunda parte o Chelsea entrou para segurar o empate. O FCPorto entrou com alguma vontade de tentar vencer o jogo e tentou fazer mais pressão no ataque, o que fez o FCPorto continuar a dominar o jogo, mas parecia ser um domínio consentido por parte dos londrinos. Jesualdo fez entrar então Marek Cech, que pensava eu ser para o lugar de Postiga, para tentar uma variação táctica para o mesmo esquema do sábado passado, talvez para dar um safanão no jogo e confundir as marcações adversárias, mas o eleito para sair foi Raul Meireles e continuou tudo na mesma, o FCPorto dominava e o Chelsea controlava. Então, Bruno Moraes também entrou e julgava eu mais uma vez ser para fazer a tal alteração táctica, mas desta vez saiu Fucille, quando até Lucho estaria em piores condições, ficando tudo como estava e a previsão seria que assim ficasse até ao final. A partir do 70 minutos claramente Quaresma e Lucho já não corriam, além de Postiga que o fez quase durante todo o jogo e Jesualdo retirou este último colocando enfim Adriano, mas já não dava para mais e nos últimos vinte minutos o Chelsea dominou a seu belo prazer e poderia até ter chegado ao golo.

O resultado acaba assim por ser justo, o FCPorto lutou com o tinha, quase todos os jogadores tiveram a atitude de campeões que lhes era pedida, e provou-se que poderiam ter chegado à vitória, mas não foi o suficiente e a quebra física que aconteceu a meio da segunda parte é muito estranha para uma equipa que já descansou tanto este ano. Agora a tarefa tornou-se ainda mais difícil que o que era à partida, mas que ninguém me diga que é impossível, este Chelsea não é nenhum "bicho papão". Por isso eu continuo a acreditar, e vocês?

PS: Acho incrível como é que um treinador, em que só um dos seus jogadores vale tanto como toda a jovem equipa do FCPorto, precisa e arranja tantas desculpas para um empate. Mas é o mau perder que já conhecemos de quem vem. Esperaria ele, ao contrário do que dizia no dia anterior, resolver já aqui a eliminatória? Ou este jogo também não foi a sério?

21 fevereiro 2007

Queremos esta vitória, conquista-a por nós

Hoje vamos ter um daqueles jogos por que todos os amantes de futebol esperam. Na melhor prova de clubes do mundo, a fase a decidir inicia hoje para o nosso FCPorto e não há portista algum que viva o seu clube que já não esteja com um nervoso miudinho na barriga ao pensar neste embate de campeões.

Infelizmente não poderei estar no Dragão, logo neste jogo, mas a casa vai estar cheia e apoio ao FCPorto não deverá faltar, ao contrário do que tem vindo a acontecer no campeonato, com tudo de bom e de mau que isso poderá trazer. Como já tinha dito o meu colega de blog no post anterior, aos que vão será sobretudo necessária a paciência, que tem faltado nos últimos jogos.

O adversário é o todo-poderoso Chelsea, apesar de ter pouca ou nenhuma história na Europa. Todo-poderoso porque, além de dinheiro a “rodos” e ter feito outras grandes contratações, teve sobretudo a inteligência de importar alguns dos grandes valores do FCPorto campeão europeu de 2004, fazendo de um clube de bairro uma equipa temível. É no momento o clube fora de Portugal com mais portugueses no seu elenco e, acrescentaria até, o clube fora de Portugal com mais portistas, sendo a principal figura do clube aquele que eu, como muitos, considero o melhor treinador do mundo.

Mas já não é a primeira vez que o FCPorto defronta no Dragão o clube londrino e se maior prova existe que a vitória é mais que possível, esse jogo, que recordo foi numa altura conturbada para o nosso clube, demonstra que ela até deverá ser o resultado normal neste jogo. E é isso que os jogadores devem ter incutido na sua mente. Uma mentalidade de campeões que devem sobretudo cumprir a normalidade nos jogos europeus no Estádio do Dragão, que é vencer.

Deverá ser um jogo muito táctico a início, em que as duas equipas se respeitarão, aliás como acontece em todos os grandes jogos. O FCPorto deverá entrar com praticamente o mesmo onze que o apurou para esta eliminatória e com a mesma táctica, isto, dado o regresso que Ricardo Quaresma. Raul Meireles também deverá regressar, após o interregno no anterior jogo, em que o habitual 4-3-3 também descansou, ficando apenas a dúvida se Marek Cech fará o lugar, sendo que esta seria a minha preferência. Mas acima de tudo os Dragões deverão entrar com muita agressividade pela procura da bola e com vontade de mostrar porque foram campeões da Europa há apenas dois anos, que isso não se deveu apenas ao seu treinador da altura e nada melhor que este jogo para o provar. Têm de mostrar atitude de campeão. O onze inicial que vai vencer esta noite deverá então ser este:

Todos sabemos que esteja como estiver o nosso clube, por mais problemas que existam, nestes jogos a equipa costuma transcender-se e fazer-nos amá-lo cada vez mais. Jesualdo promete um FCPorto para ganhar. Mas era necessário sequer dizer isso? Nenhum portista ousa nunca, seja em que jogo for, seja contra que equipa for, pensar o contrário. E eu acredito sempre na vitória.

PS: Admiro muito o José Mourinho e acho que todos os portistas lhe devem muito respeito e gratidão, mas também lhe conheço grandes defeitos, além de que não lhe perdoo o que fez quando vencemos a Champions League. No entanto, no outro jogo, aplaudi o "Special One". Desta vez se estivesse no estádio não saberia como recebê-lo. E vocês, como acham que merece José Mourinho ser recebido?

20 fevereiro 2007

Eu acredito

Agora que voltaram alguns sorrisos aos adeptos do Dragão, apesar de uma exibição não muito convincente, mas vitoriosa, o FCP prepara-se para viver, na 4ª feira, um dos dias mais difíceis e mais decisivos da temporada futebolística, relativamente à época de 2006/2007.

O jogo contra o Chelsea, não é decisivo, se calhar é mais decisivo para eles , principalmente para o futuro de Mourinho à frente dos “blues”, mas é importante para o ego dos adeptos do FCP sempre sequiosos de vitórias e também para que a confiança dos jogadores volte à normalidade, depois de um começo do ano muito difícil devido ás derrotas no campeonato.

Ganhar ao Chelsea, não é a mesma coisa do que vencer a uma frágil e inofensiva Naval, e a visibilidade de uma vitória na eliminatória, será maior, mostrando a toda a Europa o regresso de um Dragão mais forte ao nível europeu, depois de um ano em que a imagem deixada pelo clube foi péssima, estando, também, a partir daí, o FCP na lista dos grandes favoritos à presença em Atenas, em Maio próximo.

A equipa do FCP terá que se transcender a si própria, serão 2 jogos de um jogo de estratégia, ao nível dos melhores jogos de xadrez, onde os pormenores, como a concentração dos jogadores, a ansiedade, ou até a famigerada sorte, serão factores determinantes para a decisão da eliminatória.

Depois, é a qualidade das equipas e dos jogadores que a compõem, e as estratégias montadas por parte dos treinadores, o que, hoje em dia, no futebol menos conta, basta relembrar o que nos aconteceu na Taça de Portugal.
Como disse o outro, então se o Atlético ganhou ao FCP, porque não podemos ganhar ao Chelsea ?

O FCP vai contar com o regresso de Quaresma ás lides futebolísticas, o que acrescenta maior qualidade e objectividade ao seu futebol, além de voltar ao sistema que, até à data, está a dar mais sucesso à equipa, ou seja o 4x3x3, depois de jogar contra o Naval com um sistema completamente diferente.

Jesualdo Ferreira poderá lançar, novamente, 3 jogadores do meio-campo com maior preponderância para dar uma maior consistência defensiva à equipa, Raul Meireles deverá regressar à equipa titular, libertando Lucho para o meio-campo ofensivo. Na defesa, as maiores dúvidas residem mesmo na esquerda com 3 opções : Fucile, Cech ou Mareque ? Aposto no uruguaio.

O FCP precisa de ter um colectivo forte, sem espaços a individualismos escusados, e a passes errados na zona do seu meio campo defensivo, além do mais, terá que jogar simples, prático e muito objectivo.

Depois, temos José Mourinho, com todo o seu show-off, todos os seus mind-games e as suas declarações bombásticas que fazem dele o treinador mais mediático do momento, e também “alivia “ a pressão que tem sobre as suas costas para estes dois jogos, aliás aquilo que nós já conhecemos de cor e salteado.

Eu acredito numa grande vitória e na passagem aos quartos de final, rumo ao sonho de Atenas, mas primeiro temos de, ironia das ironias, afastar Mourinho do nosso caminho e, quem sabe, do comando do Chelsea.

É necessário ambição, atitude, concentração fora do normal, eficácia e sorte para passarmos mais uma etapa difícil, mas não impossível.

Por fim, tenho que deixar um apelo a todos os portistas que irão ao Dragão na 4º feira : temos de apoiar, apoiar e apoiar a nossa equipa.

Os adeptos terão de ter muita paciência, que deixem ficar os assobios em casa e que a ansiedade não se transforme em desespero, porque este é só a 1ª parte de 2 jogos, e como disse Bryan Forbes " A paciência não é só uma virtude - dá dividendos ".

PS. e que tal amanhã repetir esta vitória europeia inesquecível ?

19 fevereiro 2007

Campo Maior da arbitrariedade

“Com a liberdade com que assinalei durante alguns anos os benefícios arbitrais ao
FC Porto, também digo: parece-me – parece-me… - que os árbitros, agora, na
dúvida são logo contra. E não têm de ser. Só têm de ser honestos”.
João Marcelino, Record Dez de 3/2/2007

Não sei se repararam na ironia com que este excerto foi utilizado nos últimos dias. Primeiro por António Tavares-Telles, em O Pato de O Jogo. Depois até o site do FC Porto utilizou esta peça na denúncia das arbitrariedades disciplinares por causa de… Quaresma. Pela 3ª vez em pouco tempo, esta frase que nada diz (ao seu autor parece-lhe, parece-lhe…) é trazida à colação. Mas realço que o objectivo é denunciar-lhe o significado que não traduz. Identifica-se o filisteu talvez em descargo de consciência de quem sempre contribuiu para adensar o clima de suspeição nos jogos do FC Porto.

Seria fastidioso recuperar o percurso farsola de alguns jornalistas desta praça. “Os benefícios arbitrais ao FC Porto”, que me lembre, podem resumir-se a um sem número de acusações vagas que Marcelino, uma vez, resumiu num Paços de Ferreira-FC Porto com um título: “Monumento à suspeição”.

Timofte marcara um golo que não se sabe se entrou ou não. Sem provas inequívocas de uma coisa ou de outra, a RTP transmitiu o jogo em directo mas os meios técnicos eram então reduzidos e não havia a preocupação de colocar câmaras nas zonas sensíveis do campo. A verdade é que, da tribuna de Imprensa de onde se filmavam os jogos na Mata Real, como eu a conheço, não se via se a bola passou ou não da linha. Mas bem dentro da baliza, o central Chico Oliveira sacudiu o remate de Timofte. Bola dentro ou fora? Conhecemos as tendências e as mistificações recentes.

Certo e verdadeiro é que, dessa vez, o auxiliar de Martins dos Santos estava na sua posição, na bandeirola de canto, e deu sinal de golo porque nada impediu a sua visão do lance, sem mais jogadores na disputa da bola, e a única pessoa a poder decidir era ele mesmo. E o FC Porto venceu por 1-0 e caminhou para o “bis” de Carlos Alberto Silva.

Não havia necessidade…

Pois não precisamos que os vendilhões do templo venham agora defendê-lo, quais fariseus, para mais em exemplos comprovados na TV. Não fazem favor nenhum ao FC Porto estranhos virem denunciar, ou pôr-se em bicos de pés para se fazerem notar, que o FC Porto é prejudicado, mesmo por parecer-lhes... Não havia necessidade e a ideia de que o FC Porto tem de ganhar contra tudo e contra todos não esmorece por João Marcelino sair-se com esta tirada…

O que pretendo assinalar é que hoje, 19/2/2007, passam sete anos sobre o maior roubo da história do futebol português. Já no século XXI, aquele onde até a liberalização do aborto é proclamada como sinal de modernidade...

O FC Porto podia distanciar-se na Liga pelo empate do Sporting com o Gil Vicente e perdeu em Campo Maior. Perdeu é uma maneira de dizer. Foi espoliado da forma mais vil que se conhece, porque aqui também o jogo deu na tv e ficaram quatro penáltis, entre seis situações protestadas, por marcar a favor do FC Porto e um golo de Jardel anulado sem saber-se a razão de o árbitro ter apitado falta. O ladrão foi Bruno Paixão, ao tempo até elogiado por Guilherme Aguiar (então secretário-geral da Liga) mas que não dispensou acompanhamento psicológico… Coitados...

Jardel foi agarrado vezes sem conta por José Soares e até trocaram estalos. Claro, já imaginam, que o que se pediu foi a expulsão de Jardel, nunca a do central dos alentejanos. A relatarem o jogo, Paulo Catarro e António Fidalgo só pelos 60 e tal minutos se deram conta de que “isto já está a passar das marcas” (sic), tantos os lances de penálti por marcar contra o Campomaiorense.



Fernando Santos, no final, saiu-se até com esta: “Assim não adianta pôr o Jardel em campo, meto o Domingos".

Pois sabem que o Record, então dirigido por João Marcelino, foi o único jornal a dar nota positiva ao árbitro (3), considerando que não influiu no resultado? Mesmo que o jornal inserisse três imagens de agarrões sucessivos de José Soares e incluindo a estalada dada a Jardel?

… mas há continuidade!

Marcelino, então, não só assobiou para o ar (como ironizou o site do FC Porto ao recuperar a tirada que encima esta crónica), como promoveu uma entrevista sem contraditório (reparos, comentários) a Bruno Paixão.

Não se lembram, mas podem adivinhar sem risco de errar, que Paixão achou ter feito uma arbitragem normal, assumindo não ser Deus e por isso sujeito a errar, mas sem dar-se conta das asneiras que fez e do prejuízo causado ao FC Porto (nessa jornada o Sporting igualou o líder e o Benfica ficou a um ponto com 6-2 ao Farense no dia seguinte, depressa caindo do pedestal ao perder a seguir na Amadora por 3-0…).

Ora, há dias, após o roubo de Elmano Santos em Leiria, outro árbitro estranho neste ambiente sempre suspeito da arbitragem mas alvo da benevolente crítica de Record (outra nota 3, positiva e sem influência no resultado), teve tempo de antena na televisão que, docilmente, o deixou dizer que nada de anormal viu no jogo em que o FC Porto pediu dois penáltis e teve a expulsão de Quaresma e um golo sofrido em falta inexistente.

Penso que seguem esta sequência. Dois árbitros a quem foi permitido dizer que não prejudicaram o FC Porto. Impunemente. Falaram. O assunto morreu ali. Em 2000 o campeonato acabou perdido muito devido a esse jogo de Campo Maior. Veremos neste ano de 2007…

Pelo meio, Duarte Gomes, na esteira de outros árbitros, veio reconhecer que errou ao beneficiar o Sporting (mas tantas vezes o fez já!). Viu as imagens e penitenciou-se.

A estes farsolas parece ficar bem o reconhecimento do erro. Antes assim do que os ladrões do templo se julgarem inocentes. Sejam árbitros ou jornalistas com rebates de consciência tardios.

Nesse ano de 2000, o FC Porto ainda foi prejudicado na Luz, pelo golo de canto directo de Clayton que Marcelino também deixou passar impune no seu jornal, tal como o cronista do regime João Manha de quem, e a propósito desse lance, já aqui falei.

Foi o tempo do campeonato limpo para o Sporting, mesmo à custa de artifícios manhosos e delgados que branquearam as ajudas para o título ir para Alvalade. Num golo de Acosta em fora-de-jogo com o Belenenses, conseguiu-se a proeza, em esquema da jogada desenhada no jornal, de traçar uma linha oblíqua, e não perpendicular às linhas laterais do campo, para Acosta caber na zona “em jogo” e desmontar-se a ideia de um golo e vitória com falsidade.

O mundo muda, falta saber se pula e avança. A bola, no tratamento desigual na Imprensa da especialidade, estã nas mãos de algumas crianças e raros patrões dos jornais. De repente, inimigos fidagais como Joaquim Oliveira e João Marcelino, abraçam-se enternecidos. Os negócios de um e as denúncias do outro chocaram fortemente. Será por Marcelino ficar sob a alçada do dono da ex-Lusomundo que fez, por antecipação previdente, por aquiescer que o FC Porto anda a ser prejudicado? - algo nunca lido em páginas de jornais de Lisboa...

Isto não é de bater sempre na tecla da arbitragem maléfica ou da Imprensa tortuosa e tão ínvia como a primeira. Mas para quem acha que o FC Porto pode passar por cima disso, estas são as provas de que não pode. E se alegados benefícios de arbitragem ao FC Porto foram tratados desta maneira, contrapondo ao branqueamento dos benefícios a Sporting e Benfica em que se conluiam os jornais do regime lisboeta, cada roubo como em Leiria e em Campo Maior deve sempre ser avivado na memória colectiva azul-branca onde ainda há anjinhos que se embalam em supremacias celestiais e não desconfiam dos erros do mundo terreno.

Imundo terreno, digo eu, onde até a arbitragem tristemente famosa de Calabote foi mercadejada em Lisboa por uma teoria da conspiração tola das gentes do Norte...

Mas nada como o Campomaiorense-FC Porto, de 19/2/2000. Para que não se apague, com certezas e sem parece-me…
“Mas se eu fico mudo,
este mundo imundo
é capaz de me fazer mudar”
(refrão de Alcione)

18 fevereiro 2007

Verdades doem menos nas vitórias

Será talvez nas vitórias que as verdades doem menos?

Sinceramente, não vi a equipa jogar melhor do que contra o Estrela. Conseguiu marcar, o que faltou no último jogo; o adversário foi muito fraco e se o Estrela voltasse a jogar no Dragão com um bocadinho de sorte também não perderia desta vez; muitos jogadores estão acomodados apesar de só Raul Meireles ter pago a factura.

Isto em geral. A vitória não se discute, a 1ª parte foi muito razoável com o lado esquerdo manco.

Moraes já fez de ponta-de-lança, jogou na direita e agora a nº 10 não é coisa que dure sempre. A 2ª parte foi uma lástima entre mais um golo a abrir e outro a fechar.

Fez-me lembrar o jogo com o Paços (também 4-0), com muitos tempos mortos.

NÃO É A JOGAR A PASSO QUE CHAMAM MAIS PESSOAS AO ESTÁDIO!!!

Modelo com Quaresma e Anderson

A táctica, 4x4x2 em losango no miolo surgiu por Jesualdo ter perdido a teimosia. Nenhuma equipa joga sempre no mesmo modelo e o 4x3x3 sem Quaresma não dá, é melhor reforçar o meio-campo e ter mais presença na área que Postiga, sempre lento e reactivo tardio em vez de pró-activo demolidor como deve ser um goleador, nunca garantiu.

Mesmo com Quaresma a equipa joga sempre manca do lado onde ele não está, em 4x3x3, porque ninguém preenche a vaga se Lisandro se juntar ao avançado na área.

Bosingwa jogou de cadeirinha, sente o lugar seguro outra vez e fez o mínimo. Cech continua a alternar o bom com o mau, é tímido no passe e erra muitas bolas, defende mal e não faz metade do que um normal Raul Meireles pode fazer. Aparentemente, só este pagou a factura, mas as suas características encaixam neste modelo de jogo, não precisa de subir tanto como se exige a dois médios ofensivos quando há o 4x3x3 e um médio é mais fixo/defensivo.

Para já não há Anderson e, assim, fica por saber-se se com o prodígio a nº 10 Jesualdo encaixa-o em 4x4x2 na ponta do losango ou volta ao fixo 4x3x3 que obriga a dispensar um médio (Meireles, Cech), para ter Quaresma e Lisandro mais um ponta-de-lança que tem de ser Adriano.

Chelsea é outra coisa!

A ponta dianteira do losango só tem cabimento com Anderson ou, no mínimo, Jorginho. Bruno Moraes, inadaptado, andou com os bofes de fora na 2ª parte.

Não se percebe que em equipa tão jovem muitos jogadores pareçam cansados. Não acredito na poupança de esforços, o Chelsea terá menos um dia de descanso mas para jogar 4ª feira um jogo ao sábado não mata nem pode moer.

Vários jogadores arrastaram-se: Bosingwa, Postiga, Moraes. Foi pouco, deu para meia parte e com o Chelsea o FC Porto seria cilindrado. A jogar assim, o FC Porto seria a Naval ante o Chelsea...

A vantagem vai ser ter Quaresma de volta, mais concentração dos jogadores no jogo posicional e estádio cheio para motivação superior na Champions.

Campeões com 10?

Em resumo, não vi a equipa jogar mais, a Naval foi submissa, fraquinha, dócil, imberbe, enregelada e simpática para a recuperação portista.

O eixo da vitória foi Helton, Pepe, Assunção, Lucho e Lisandro. Os do costume. Bosingwa habituou-nos a mais e assim não chega à selecção quando tem todas as qualidades para ser o melhor lateral-direito português.

Como é hábito, mais um penálti por marcar, embora o árbitro não tenha complicado o jogo, honra lhe seja feita que eu nem contava com tanto.

Duas notas finais: além do quinteto maravilha citado, obviamente mais Bosingwa, Anderson e Quaresma, são estes os únicos capazes de garantir o título. Mais Jorginho e Adriano. Este continua a valer pelos outros avançados todos, fora Lisandro, e o público reconheceu-o quer na entrada em campo quer no golo à sua maneira.

Jesualdo continua a preferir dois avançados móveis, mas Postiga só se for um móvel de canto, nem decorativo é. Chega tarde a todos os lances, não tem velocidade (duas vezes na área desarmado na hora h) e vive do estatuto.
Sobra Adriano, então, que lá foi abraçar Vítor Baía...

De exótico a... exasperante!

Renteria define-se numa palavra: FRAUDE!

O colombiano nem pareceu um jogador de futebol, algures entre o vagabundo esfomeado e o pedinte remendado. Não tem velocidade, pede a bola no pé, cada vez que a lançavam no espaço, mesmo curto, mal arrancava e desistia do lance.

Se querem criticar a SAD pois têm uma oportunidade de ouro desde uma chusma de estranhos encomendados por Robson, de Walter Paz a Baroni e N'Tsunda já lá vão 12 anos.

Despachem-no já que há países ainda com mercado aberto no Inverno. Mas façam devolver as comissões a quem trouxe este empregado de mesa que parecia fazer equilibrismo com a bandeja na mão e sapatos apertados em chão escorregadio.
UMA FRAUDE!

16 fevereiro 2007

Quatro tiros certeiros e suposta crise ao fundo

FCPorto 4-0 Naval
Lisandro, Lucho, Lisandro, Adriano

Muito vento, muita chuva, muito frio, mas felizmente também muitos golos para alegrar os pouco mais de 27 mil adeptos que tiveram coragem de enfrentar tamanho temporal. Espera-se que esta goleada, apesar do futebol portista não ter correspondido ao desnivelamento do resultado, traga de volta a confiança para enfrentar o importante jogo da Champions de quarta-feira e que tenha conseguido afastar de vez a suposta crise que parecia querer aterrar no Dragão.

O jogo começou com os jogadores do FCPorto a mostrarem-se algo nervosos, mercê da alta tensão vivida nas últimas semanas, mas com o passar do tempo concluíram que o melhor calmante seria um golo. A táctica não foi a habitual, com a saída de Quaresma a alas deixariam de existir, pelo menos como estávamos habituados a vê-las, e então Jesualdo resolveu colocar uma espécie de 4-4-2 em losango, pertencendo o vértice mais ofensivo a Bruno Moraes que desempenhou bem o seu papel. Outra novidade nesse novo meio campo foi Marek Cech que jogou muito bem no lado esquerdo.

Na sua nova missão, Moraes fez uma bela assistência para o primeiro golo, superiormente aproveitada por Lisandro Lopez, abrindo o marcador e conseguindo levantar todo o peso que estava nas costas dos jogadores. A partir desse golo os jogadores soltaram-se mais e os lances saiam com mais fluidez, até que Pepe, que saudades que tínhamos dele, resolve ir para o ataque levando a bola pelo lado direito, desequilibrando a defesa do Naval e cruzando para a área onde, face ao mau alivio do guarda-redes, aparece Lucho a fuzilar. Foram uns primeiros 45 minutos muito bem conseguidos por parte dos Dragões.

A segunda parte abre com o segundo golo do homem da noite, Lisandro, em mais uma boa desmarcação do Argentino a passe de Postiga. Com o resultado os três pontos da vitória praticamente entregues e com a chuva cada vez a ser mais intensa, parecia que o grande objectivo a partir do 3º golo seria mesmo o final do jogo, já que o FCPorto começou e a gerir os esforço, tendo em vista o jogo contra o Chelsea e abrandou claramente o ritmo. Então, Lisandro deu lugar ao regressado Adriano e Lucho deu lugar a Ibson.

Já perto do final mais uma novidade, Renteria jogou os seus primeiros minutos oficiais na Europa, mostrando muita vontade, mas claramente ainda pouco adaptado e trapalhão. Quando já muitos adeptos estavam fora do estádio Adriano provou porque pode ser opção no FCPorto marcando um excelente golo a cruzamento Marek Cech. Destaques também para Fucile, Bruno Alves e Paulo Assunção que estiveram muito certinhos e quase sem falhas.

Uma grande vitória para levantar a moral, uma grande vitória contra tudo e contra todos, uma grande vitória da verdadeira justiça, uma grande vitória.

Venha o Chelsea.

PS: Aproveitando o facto de ter ficado ontem num local previligiado no Dragão e de ter tirado fotos da targa dos SuperDragões, que já foi falada na caixa de comentários e como ouvi que a SportTv fez o favor de não mostrar nem sequer uma imagem da mesma, deixo aqui a foto que tirei para verem (peço desculpa pela fraca qualidade já que são de telemóvel).