“Com a liberdade com que assinalei durante alguns anos os benefícios arbitrais ao
FC Porto, também digo: parece-me – parece-me… - que os árbitros, agora, na
dúvida são logo contra. E não têm de ser. Só têm de ser honestos”.
João Marcelino, Record Dez de 3/2/2007
Não sei se repararam na ironia com que este excerto foi utilizado nos últimos dias. Primeiro por António Tavares-Telles, em O Pato de O Jogo. Depois até o site do FC Porto utilizou esta peça na denúncia das arbitrariedades disciplinares por causa de… Quaresma. Pela 3ª vez em pouco tempo, esta frase que nada diz (ao seu autor parece-lhe, parece-lhe…) é trazida à colação. Mas realço que o objectivo é denunciar-lhe o significado que não traduz. Identifica-se o filisteu talvez em descargo de consciência de quem sempre contribuiu para adensar o clima de suspeição nos jogos do FC Porto.
Seria fastidioso recuperar o percurso farsola de alguns jornalistas desta praça. “Os benefícios arbitrais ao FC Porto”, que me lembre, podem resumir-se a um sem número de acusações vagas que Marcelino, uma vez, resumiu num Paços de Ferreira-FC Porto com um título: “Monumento à suspeição”.
Timofte marcara um golo que não se sabe se entrou ou não. Sem provas inequívocas de uma coisa ou de outra, a RTP transmitiu o jogo em directo mas os meios técnicos eram então reduzidos e não havia a preocupação de colocar câmaras nas zonas sensíveis do campo. A verdade é que, da tribuna de Imprensa de onde se filmavam os jogos na Mata Real, como eu a conheço, não se via se a bola passou ou não da linha. Mas bem dentro da baliza, o central Chico Oliveira sacudiu o remate de Timofte. Bola dentro ou fora? Conhecemos as tendências e as mistificações recentes.
Certo e verdadeiro é que, dessa vez, o auxiliar de Martins dos Santos estava na sua posição, na bandeirola de canto, e deu sinal de golo porque nada impediu a sua visão do lance, sem mais jogadores na disputa da bola, e a única pessoa a poder decidir era ele mesmo. E o FC Porto venceu por 1-0 e caminhou para o “bis” de Carlos Alberto Silva.
Não havia necessidade…
Pois não precisamos que os vendilhões do templo venham agora defendê-lo, quais fariseus, para mais em exemplos comprovados na TV. Não fazem favor nenhum ao FC Porto estranhos virem denunciar, ou pôr-se em bicos de pés para se fazerem notar, que o FC Porto é prejudicado, mesmo por parecer-lhes... Não havia necessidade e a ideia de que o FC Porto tem de ganhar contra tudo e contra todos não esmorece por João Marcelino sair-se com esta tirada…
O que pretendo assinalar é que hoje, 19/2/2007, passam sete anos sobre o maior roubo da história do futebol português. Já no século XXI, aquele onde até a liberalização do aborto é proclamada como sinal de modernidade...
O FC Porto podia distanciar-se na Liga pelo empate do Sporting com o Gil Vicente e perdeu em Campo Maior. Perdeu é uma maneira de dizer. Foi espoliado da forma mais vil que se conhece, porque aqui também o jogo deu na tv e ficaram quatro penáltis, entre seis situações protestadas, por marcar a favor do FC Porto e um golo de Jardel anulado sem saber-se a razão de o árbitro ter apitado falta. O ladrão foi Bruno Paixão, ao tempo até elogiado por Guilherme Aguiar (então secretário-geral da Liga) mas que não dispensou acompanhamento psicológico… Coitados...
Jardel foi agarrado vezes sem conta por José Soares e até trocaram estalos. Claro, já imaginam, que o que se pediu foi a expulsão de Jardel, nunca a do central dos alentejanos. A relatarem o jogo, Paulo Catarro e António Fidalgo só pelos 60 e tal minutos se deram conta de que “isto já está a passar das marcas” (sic), tantos os lances de penálti por marcar contra o Campomaiorense.
Fernando Santos, no final, saiu-se até com esta: “Assim não adianta pôr o Jardel em campo, meto o Domingos".
Pois sabem que o Record, então dirigido por João Marcelino, foi o único jornal a dar nota positiva ao árbitro (3), considerando que não influiu no resultado? Mesmo que o jornal inserisse três imagens de agarrões sucessivos de José Soares e incluindo a estalada dada a Jardel?
… mas há continuidade!
Marcelino, então, não só assobiou para o ar (como ironizou o site do FC Porto ao recuperar a tirada que encima esta crónica), como promoveu uma entrevista sem contraditório (reparos, comentários) a Bruno Paixão.
Não se lembram, mas podem adivinhar sem risco de errar, que Paixão achou ter feito uma arbitragem normal, assumindo não ser Deus e por isso sujeito a errar, mas sem dar-se conta das asneiras que fez e do prejuízo causado ao FC Porto (nessa jornada o Sporting igualou o líder e o Benfica ficou a um ponto com 6-2 ao Farense no dia seguinte, depressa caindo do pedestal ao perder a seguir na Amadora por 3-0…).
Ora, há dias, após o roubo de Elmano Santos em Leiria, outro árbitro estranho neste ambiente sempre suspeito da arbitragem mas alvo da benevolente crítica de Record (outra nota 3, positiva e sem influência no resultado), teve tempo de antena na televisão que, docilmente, o deixou dizer que nada de anormal viu no jogo em que o FC Porto pediu dois penáltis e teve a expulsão de Quaresma e um golo sofrido em falta inexistente.
Penso que seguem esta sequência. Dois árbitros a quem foi permitido dizer que não prejudicaram o FC Porto. Impunemente. Falaram. O assunto morreu ali. Em 2000 o campeonato acabou perdido muito devido a esse jogo de Campo Maior. Veremos neste ano de 2007…
Pelo meio, Duarte Gomes, na esteira de outros árbitros, veio reconhecer que errou ao beneficiar o Sporting (mas tantas vezes o fez já!). Viu as imagens e penitenciou-se.
A estes farsolas parece ficar bem o reconhecimento do erro. Antes assim do que os ladrões do templo se julgarem inocentes. Sejam árbitros ou jornalistas com rebates de consciência tardios.
Nesse ano de 2000, o FC Porto ainda foi prejudicado na Luz, pelo golo de canto directo de Clayton que Marcelino também deixou passar impune no seu jornal, tal como o cronista do regime João Manha de quem, e a propósito desse lance, já aqui falei.
Foi o tempo do campeonato limpo para o Sporting, mesmo à custa de artifícios manhosos e delgados que branquearam as ajudas para o título ir para Alvalade. Num golo de Acosta em fora-de-jogo com o Belenenses, conseguiu-se a proeza, em esquema da jogada desenhada no jornal, de traçar uma linha oblíqua, e não perpendicular às linhas laterais do campo, para Acosta caber na zona “em jogo” e desmontar-se a ideia de um golo e vitória com falsidade.
O mundo muda, falta saber se pula e avança. A bola, no tratamento desigual na Imprensa da especialidade, estã nas mãos de algumas crianças e raros patrões dos jornais. De repente, inimigos fidagais como Joaquim Oliveira e João Marcelino, abraçam-se enternecidos. Os negócios de um e as denúncias do outro chocaram fortemente. Será por Marcelino ficar sob a alçada do dono da ex-Lusomundo que fez, por antecipação previdente, por aquiescer que o FC Porto anda a ser prejudicado? - algo nunca lido em páginas de jornais de Lisboa...
Isto não é de bater sempre na tecla da arbitragem maléfica ou da Imprensa tortuosa e tão ínvia como a primeira. Mas para quem acha que o FC Porto pode passar por cima disso, estas são as provas de que não pode. E se alegados benefícios de arbitragem ao FC Porto foram tratados desta maneira, contrapondo ao branqueamento dos benefícios a Sporting e Benfica em que se conluiam os jornais do regime lisboeta, cada roubo como em Leiria e em Campo Maior deve sempre ser avivado na memória colectiva azul-branca onde ainda há anjinhos que se embalam em supremacias celestiais e não desconfiam dos erros do mundo terreno.
Imundo terreno, digo eu, onde até a arbitragem tristemente famosa de Calabote foi mercadejada em Lisboa por uma teoria da conspiração tola das gentes do Norte...
Mas nada como o Campomaiorense-FC Porto, de 19/2/2000. Para que não se apague, com certezas e sem parece-me…
“Mas se eu fico mudo,(refrão de Alcione)
este mundo imundo
é capaz de me fazer mudar”
Parabéns Zé Luís,post fantástico Um tiro em cheio, nada mais há a dizer...
ResponderEliminarPS - Lembram-se de uma história de um tal árbitro salvo erro chamado Mário Luis, que foi passear com os lagatos à China depois de uma final da Taça? E a suspeição?
Zé Luís,
ResponderEliminarna mouche!
Apenas um sublinhado ao jogo Campomaiorense-FC Porto. Não deixem de ver em:
http://www.youtube.com/watch?v=mVIepjh50tM
[[ ]]
Grande crónica, muitos parabéns.
ResponderEliminarMas sabes acho que o jogo que o FCP foi roubado mais este ano até foi contra o Nacional, era mesmo a ser empurrado pelo Paulo Costa, só que aí fomos muito fortes.
A RTP de Paulo Catarro, que passadas umas semanas ainda levou ao programa de 2ª feira, onde o Pôncio estava lá, o Jorge Soares, para justificar a exibição desse célebre jogo.
Caro Zé Luis
ResponderEliminarDe volta aos excelentes momentos, é isto mesmo, que convém denunciar, por todos os meios e com todas as forças, porque a guerra trava-se nesses domínios. As forças são desiguais, não temos os mesmos meios(ai se tivéssemos). A guerra irá recrudescer, conforme o campeonato caminhar para o fim. Portanto nunca é demais avivar a memória dos Portistas mais ingénuos, que facilmente entram na onda desses farsolas mentecaptos jornaleiros.
Saudações Portistas
fc limpa tudo, pouco barulho e meta a xuxa. Ingénuo é você. quem é vossa excelência para chamar ingénuos aos outros?
ResponderEliminarVc é dos assobiadores, mas daqueles que assobiam para o lado.
Caro Zé Luís,
ResponderEliminarA-S-S-O-M-B-R-O-S-O !!!
(Este post tem de ser bem divulgado).
Para a posteridade:
"E se alegados benefícios de arbitragem ao FC Porto foram tratados desta maneira, contrapondo ao branqueamento dos benefícios a Sporting e Benfica em que se conluiam os jornais do regime lisboeta, cada roubo como em Leiria e em Campo Maior deve sempre ser avivado na memória colectiva azul-branca onde ainda há anjinhos que se embalam em supremacias celestiais e não desconfiam dos erros do mundo terreno."
Querem mais um exemplo da merdosa e mentirosa campanha dos jornais do regime ?
Ora leiam então, no jornal ABola de hoje, o artigo de OPINIÃO, repito, de opinião (??!!), do JORNALISTA, repito, do jornalista (ou será jornaleiro ??!!), João Bonzinho. Só não vê quem não quer...
Jorge, Mário Luís ficou conhecido como o chinês, vestiu fato oficial do Sporting na viagem mas do que se fala é do Calheiros no Brasil à pala do FC Porto sem ter apitado qualquer final de Taça...
ResponderEliminarEm 1978, além de prejudicado no primeiro jogo (1-1), pior foi na finalíssima (2-1) para o FC Porto. E lá foi o chinês à China e o João Rocha trouxe um leão de porcelana para cá. Coisas dos tempos em que a conduta cavalheiresca era proclamada aos 3 ventos, do tempo da trilogia BSB na rotatividade para a presidência federativa.
Situacionista, mauzinho, poupa-me a esse exercício de bola quadrada...
Teixeira, o Zirtaev é culpado dessa falha, há muito lhe tinha prometido isto e ele ficou de arranjar a coisa no Youtube. Está em falta e tem de pagar para a caixa das jantaradas do fim de época...
Zé Luís, não seja por isso, já está no post. Já tinha este vídeo há muito e sabias disso, se te lembras na altura tinhas-me dito que este (só do Jardel) era redutor demais para o que tinha acontecido. Não arranjei mais nenhum vídeo nem no youtube nem em mais lado nenhum. De qq maneira não te livras do jantar do fim de época. :-)
ResponderEliminarQt ao post, nada a dizer a não ser perfeito. Para bem seria necessário o vídeo do jogo todo, havia de ser interessante, temos de andar atentos à RTPMemória. O que eu me lembro das asneiras que disse durante esse jogo, verdadeiramente vergonhoso. E depois lembro-me do jogo do Sporting nesse mesmo estádio e de como o Acosta marcou um dos golos. Enfim.
Um abraço.
Não vires o bico ao prego, Zirtaev. Hoje de manhã não estavam estas imagens. Já as tinhas mostrado, agora fizeste à pressão. Brincalhão...
ResponderEliminarCaro Zé Luís
ResponderEliminarFalam da viagem de Calheiros por mera e abafada realidade, se reparaste no Tribunal e se se lembrarem do seguimento dessa bomba (à altura) a "senhora" responsável pela emissão de facturas da agência de viagens afinal tinha um patrão, ou alguém que lhe dava ordens exterior quer à Cosmos quer ao nosso Clube; assim uma espécie de sócia de negociatas, se me faço entender.
Há jornaleiros que dão um péssimo nome ao jornalismo, é verdade. Então no jornalismo desportivo em Lisboa... Nem se fala. Mudando de assunto, então o nosso Jorge Costa passou a técnico principal do SC Braga?
ResponderEliminarjoao, o nosso jorge costa já está talhado pela maledicência do costume para perder com o Porto. Que, se assim for, não seja como a derrota frente ao Leiria de Domingos...
ResponderEliminarMas no Braga é como no Benfica: um presidente vira-vento...
Situacionista:
ResponderEliminarÉ este jornaleiro,é o Delgado,é o Jorge Baptista,é o Cartaxana,é o Manha...Escrevem de uma forma vil,cobarde e suez.Estes são dos tais que jé mereciam umas estaladas...Escrevem desde Lisboa e sabem que não serão incomadados,pois não metem as patas no Dragão!
Sou da opinião que há "Um jornalismo dourado" ao serviço de da verdadeira mafia que está a destruir o futebol em Portugal.Ainda pensam que o clube do regime e de traficantes de droga continua a vender papel.Isto é uma falsa questão,pois a grande maioria dos adeptos desse clube são iletrados,ignorantes e analfabetos.
Força Porto!Vamos ganhar ao Chelsea.a última vez que jogamos numa Quarta-Feira de Cinzas,a 25 de Fevereiro de 2004,ganhamos ao Manchester e saí do Dragão convencido que ganhariamos a Champions.Que se repita...
Ora ora,o joão marcelino!Quem é esse gajo?É um bandido,como muitos que pululam nesta comunicação social porca,e que toda a vida foram um complemento da roubalheira obscena por ser tão descarada de que o FCP sempre foi vitima!Eu estou farto de dizer que esta gentalha só descansa quando colocar a mediocridade em lugar de destaque no futebol portugues!PS:Para o amigo Zirtaeve:Não acha que está a ser demasiado óptimista em relação à rtp memória?Acha que eles neste preciso momento,vão relembrar um jogo que pode atirar por terra muitas das teorias que dão corpo a este complôt chamado pito dourado?Saudações DRAGONIANAS!
ResponderEliminarQuerem apanha-los?
ResponderEliminarO joão manha e o coroado estão todos os domingos em queluz de baixo e o joão marcelino diz-se que está em vias de ingressar no jornal o jogo pela mão da administração. Fala-se á boca pequena que há gente que se prepara para sair da redacção assim que ele entrar...não admira que comece a dar manteiguinha ao FC Porto...
Mas quem eu gostava de dar umas palmadas no rabo era na leonor putanhão...
NO segundo golo do Benfica - falta de Micolli - o Rui Santos no Tempo Extra de ontem na Sic reconhece a possibilidade da falta e depois diz com uma lata descomunal que foi um grande Golo! Diz ele - e com isso obrigou-me a mudar de canal - vejam como o Micolli coloca o pé na bola para poder marcar o golo!!! Fantástico Melga!!!Investiga Bruxa!
ResponderEliminarPara quem como eu, que vê o Porto jogar nos últimos 60 anos, estes artigos enchem-me de esperança, porque o Porto é isto. Sempre atento, nunca pactuante, e convicto que salgadinhos, pinhões, arrufadas e morgadinhos, são comida de pacóvio.
ResponderEliminarAtenção que a Leonor Pinhão anda metida com o D. Afonso Henriques!!! O problema é que ele - o Afonsinho do Condado - não sabe o que são calças de ganga, nem o que é um fecho eclair e daí estão sem fazer sexo há mais de 900 anos!!! Ela pelo seu lado como anda sempre com a mesma roupa, nem a tira para dormir ou fazer a toilette ...O coitado do nosso 1.º Rei fica a ver o Pi(3,14) pelo canudo!!! Deve ser aí que está a origem do famoso dito Ver a Bracara(com corninhos) pelo Canudo!!!Chateado com tudo isto o Afonsinho meteu pés (patas dos cavalos) ao caminho e decidiu conquistar umas cidadelas mouriscas a ver se petiscava uma Mourinha jeitosa...Daí o nascimento do nosso País! De Mourinha em Mourinha - isto é de cidadela em cidadela - até aos noventa anos, que foi a altura em que a "espada" do Afonsinho "quebrou" para empre!
ResponderEliminarAcabei de divulgar este exclente artigo no site www.futebolar.com. Um novo e inovador site para os amantes da bola. Passem por lá.
ResponderEliminarwww.futebolar.com