Nacionalidade vs Qualidade

Quando em 1995 o Tribunal Europeu deu a vitória a Jean Marc Bosman no famoso caso que agitou o mercado de transferências no futebol europeu previu-se logo que as equipas mais poderosas, financeiramente e desportivamente, iriam sofrer um êxodo de jogadores nascidos no seu país, e iriam à procura dos melhores jogadores da actualidade, não olhando a nacionalidades.

De então para cá, com a consequência da abertura das fronteiras, e com o fim das limitações de jogadores nascidos no seu próprio país, o futebol europeu mudou muito desde então, tendo-se assistido a uma enorme globalização das equipas, transformando em planteis multi-culturais, onde se juntaram culturas e modos de vida diferentes todos em redor da linguagem universal que é o futebol.

O FCP, tem, neste momento, num plantel de 28, 11 jogadores que nasceram em Portugal, sendo 5 deles formados na casa, contrariando o plantel de 2003/2004, último plantel campeão europeu, onde alinhavam 21 portugueses, havendo 8 nascidos para o futebol no FCP.

Já lá vai o tempo em que o saudoso José Maria Pedroto, dizia “ 1 brasileiro é bom, 2 é maravilha, 3 é uma escola de dança “, esta época o FCP apresenta nas suas fileiras 9 brasileiros, isto sem contar com os brasileiros emprestados a outros clubes.

Uma das criticas que os adeptos contestam da politica da administração da SAD do FCP são as contratações que se fazem por terras sul-americanas, optando por contratar jogadores de 2ª linha, não se dando oportunidade aos jovens que foram criados no FCP, descaracterizando um plantel, tornando-o um plantel mais global, acabando com a tão famosa mística que sempre alimentou e sustentou muitas das vitórias conquistadas durante os últimos anos.

A mística, que era transmitida pelos mais velhos aos mais novos, foi-se diluindo nos balneários do FCP e transformando-se numa mística diferente, ainda hoje recordo das palavras de Lucho quando disse numa entrevista " que a mística conquista-se com as vitórias ", palavras mais certeiras não poderiam haver.

É cada vez mais importante ter jogadores importantes no plantel principal que sejam formados na casa, podemos relembrar que na altura do Penta, o FCP lucrou e muito, financeira e desportivamente, com a venda de jogadores para o estrangeiro, e hoje, em dia, o futebol é, cada vez mais industrializado sendo, por isso, extremamente importante que a formação dê frutos.

Mas, existe uma outra questão que convém reflectir, nós como adeptos: afinal o que desejamos para a nossa equipa ?

Damos mais interesse à sua nacionalidade ou preferimos ter jogadores com qualidade, independentemente do seu país de origem?

Tanto se critica a SAD por ir ao Brasil, como ficámos satisfeitos por termos jogadores com a classe de Lucho, do Lisandro, do Anderson ou do Pepe, e nem nos lembrámos do seu país de origem quando eles marcam um golo, fazem uma finta bonita ou honram a nossa camisola.

Porque, acima de tudo, são as vitórias que nos interessam e são elas as verdadeiras razões para que este nosso amor pelo nosso clube seja um amor mui nobre, leal e invicto.

PS : Hoje é Dia dos Namorados, e que tal todos juntos na 6ª feira darmos uma grande amostra do nosso amor pelo FCP: o nosso apoio ?