29 abril 2009

O autocarro chamado personalidade (*)

e as banalidades debitadas na televisão

A propósito das meias-finais da Champions e dos clássicos no Dragão, um repto aos adeptos e aos portistas que criticaram a sua equipa

Não resisto a repetir o título do post que fiz posterior ao Porto-Benfica de Fevereiro e que, basicamente, foi um jogo decalcado na visita seguinte do Sporting ao Dragão. A mim não me repugna nada que as equipas joguem à defesa: até me lembro que o Artur Jorge fez um jogo retranqueiro para o FC Porto eliminar o Ajax de Cruijff na Taça dos Campeões em 1985, com 2-0 nas Antas e um jogo defensivo que exasperou os holandeses. Como sabem, não sou de modas, nem em qualificar os jogos, os seus intervenientes e as tácticas, nem sou de modas sobre as ditas. As equipas têm legitimidade para aplicar as suas estratégias e tácticas. Quem está de fora deve apenas apontar se gostou ou não e qualificar o que viu sem subterfúgios, figuras de retórica, expressões politicamente correctas ou um léxico mais vulgar de frases feitas com que não se quer ferir susceptibilidades mas no fim de contas mete nojo. Pode-se interpretar e explicar porque se jogou à defesa, mas não incensar o facto, quando o futebol é um jogo de ataque que pode ser, pontualmente, sacrificado à necessidade de se obter um resultado apropriado para uma ocasião. Custa muito admitir isso?

Isto a propósito do Barcelona-Chelsea, que desiludiu muita gente mas eu, sem deixar de repudiar o jogo “italiano” dos ingleses, aceito como “normal”. O repúdio por esta atitude não o calo, independentemente dos valores, incontestáveis, em presença. É claro que tentar ganhar serve-se de muitas maneiras e se Drogba tem aproveitado o erro de Piqué num atraso mal medido e a dupla oportunidade de bater Valdez, o Chelsea teria ganho. Devo acrescentar, ainda, que se acho Capello o melhor treinador de todos, Hiddink não lhe fica atrás e Guardiola, se confirmar os títulos, virá logo a seguir.

Parece que muita gente, as virgens ofendidas do costume, se indignaram com o autocarro inglês. Até num blog político, que aprecio, mereceu um post e a alusão ao autocarro, com o emblema do Chelsea.

Eu gostava é que muita gente se indignasse de cada vez que uma equipa jogue à retranca. Não é consequente com críticas posteriores que se façam mesmo se tal equipa passe a jogar ao ataque outra vez. Como digo, uma estratégia defensiva para um jogo é aceitável, não é uma tendência.

E sei o que a Imprensa Desportiva do “porreiro, pá” nacional escreveria se o autocarro fosse, por exemplo, azul-e-branco. Sabe-se como o FC Porto foi “humilhado” pelo Arsenal em Londres (4-0), mas o Sporting não nos dois jogos com o Bayern. Ainda agora percebi pelo Dragão Vila Pouca que JM Delgado falou em “humilhação” o FC Porto perder 2-1 na Reboleira, num jogo que merecia ter ganho mas não impediu a sua qualificação para o Jamor.

A este jornalismo de sarjeta junta-se o comodismo palavroso dos comentaristas na tv. Tal como reduzo substancialmente o som da tv durante os jogos, tenho resistido imenso a pessoalizar as questões, apesar de volta e meia ler por aí o que se diz e escreve de tipos como António Tadeia e Luís Freitas Lobo, implicados nos jogos transmitidos em directo. O primeiro tenta perceber um jogo sem conseguir transmitir a ideia correcta sobre ele e ainda há dias ouvi de um puto de 12 anos, no Portugal Profundo aldeão, que Tadeia não percebe um corno de futebol, o que também acho e o moço nem sequer lê as contradições no discurso escrito dele; o segundo não só percebe o jogo - até parece o único que o decidiria por si próprio e debita em excesso um palavreado que roça o idiotismo, o Gabriel Alves moderno, com mais léxico e primor linguístico fruto de uma frequência académica não concluída (advocacia, contam-me).

LFL acabou praticamente o Barça-Chelsea a dizer que a boa organização defensiva dos ingleses, que não lhe repugnará o modo mas sim o termo “autocarro” a utilizar, impediu o Barça de jogar e ganhar. Foi-o, de facto, em 95% do tempo de jogo, mas o Barça quase podia ter goleado se aproveitasse três jogadas nos minutos finais. O que seria prémio justo para a sua perseverança, em vão, e castigaria a velha táctica de jogar para o empate.

Este LFL foi aquele que usou a expressão “personalidade” para “defender” a versão utilitária e cínica do Benfica no Dragão. Eu chamei-lhe “autocarro” e parece que, no Portugal de 35 anos pós-Abril, há medo de criticar instituições: vende-se uma ilusão como se vendem marcas procurando atingir uma faixa de mercado.

Sei, portanto, o que a generalidade dos demenciais jornalistas e críticos de futebol cá da parvónia escreveram ou escreveriam consoante a cor do “autocarro”.

Mas lembrando-me das críticas, algumas ferozes, de adeptos portistas à sua equipa, incapaz de ganhar a Benfica e Sporting em casa face à postura defensiva dos visitantes, gostaria de saber como interpretaram:
- a atitude do Chelsea
- a “incapacidade” do Barcelona.
Porque o que o jogo mostrou, sem ser cópia para o futuro mas apenas um modelo pontual face à estratégia de 180 minutos necessários para aceder à final europeia mais desejada, foi que mesmo os melhores do mundo bloquearam face ao muro, Messi e Henry mal tiveram ocasião de rematar, mesmo Drogba isolou-se e não marcou em duas tentativas na mesma jogada e Eto’o ainda furou mas também falhou.

Serve isto para “dizer mal” de quem já mostrou categoria ímpar? Não, constata-se o facto e passa-se à frente. Mas deve dizer-se mal, fundamentadamente, sobre atitudes persistentes e negativas face ao jogo, sob pena de, pela via da qualidade do espectáculo, desagradar aos adeptos, conhecedores de a tendência ser esta e extensiva a muitas equipas mas, não sendo a nossa, sem terem a exigência de “pedir” mais e melhor futebol dos seus intérpretes: treinadores e jogadores.

Achei exageradas e mal dirigidas as críticas da bancada ao FC Porto porque não conseguiu superar o defensivismo de Benfica e Sporting no Dragão. Serviu para dizer mal dos jogadores, penalizando quem tentou atacar e atenuando as responsabilidades de quem só quis defender o pontito. Aliás, toquei no ponto outra vez a propósito do Académica-FC Porto, pela condescendência com os academistas.

Agora digam mal de Messi e de Henry, como disseram de Hulk e de Lucho.

p.s. – É irónico que nas meias da Champions, para já, valeu o golo de O’Shea, que não é dotado tecnicamente mas é muito utilizado, e em várias posições, no M. United. O O’Shea, precisamente, que foi massacrado pelo iluminado Lobo na eliminatória com o FC Porto, como se não seja um pilar defensivo dos red devils e o criador, aliás, do golo de Scholes no famoso 1-1 de 2004, pois foi de O’Shea o cruzamento da direita.

28 abril 2009

Nem querem “ouvir” Jesualdo nem “ver” o FC Porto

Sobre opiniões que nem sempre se perdem no ar e programas desportivos até fartar…

Foi um diálogo de surdos para ceguinho ver o que se passou na semana passada a propósito das queixas, justas, do FC Porto sobre a lesão de Hulk. Perseguido de forma infame em Guimarães, numa caça ao homem que nem o Sócrates se pode gabar, Hulk acabou lesionado na Amadora para o resto da época. Nem é coincidência que, do Berço à Reboleira, o Xistra tenha sido o mesmo e o pacóvio Luís Guilherme - de volta à APAF protagonista de certos campeonatos, sem fazer diferença para o inefável e invisível Vítor Pereira que lhe sucedeu no CA da Liga, ambos com o discurso de “só 5% de erros” da arbitragem com influência nos resultados – apareça ainda a falar da coragem dos árbitros: estes mostram autoridade e amarelos por alguma infracção “formal” como protestar ou atirar a bola para longe, enquanto o gestor de serviço deixa na gaveta o anúncio de início de época de que os jogadores mais talentosos são para preservar – ou então as pessoas, não gostando, deixam de ir ao estádio, como ironicamente preconizou…

Sócrates pode ser notícia na TVI que lhe oferece só à 6ª feira um registo pouco cómodo mas implacavelmente factual a que não está habituado por na generalidade das rádios e nas outras estações televisivas ser praticamente sempre o seu nome que aparece pronunciado em primeiro lugar nas diversas notícias, invariavelmente simpáticas para o PM. Como se não bastasse uma catrefada de ministros na inauguração de um hospital privado de 100 milhões de euros em Lisboa, há meses, agora o nosso primeiro dá-se ao luxo de botar faladura, e em directo na RTP-N, na abertura de um hotel de 4 estrelas em Lagos. Mas ele é que está certo, a vitimização esconde a propaganda e mais vale aparecer do que não ser visto por forma a intoxicar a opinião pública.

Ao contrário, Hulk fez todo o mundo falar dele, até Alex Ferguson. Se Lucho é ainda o melhor jogador do campeonato desde há 4 anos que cá está (e já se nota a ausência da sua lucidez e precisão, além da omnipresença e até o acorrer a todo o lado quando os adeptos diziam estar em baixo fisicamente), Hulk foi a bomba-revelação da época: depois dos epítetos menos agradáveis do início, arrebatou até os mais renitentes apreciadores da bola. A fama também dá nisto, porque se não há maneira de o travar pois dá-se-lhe de qualquer maneira, nem que no final, como Cajuda, se elogie o moço: “É qualquer coisa de extraordinário, o rapaz”. Incrível foi como escapou às ceifeiras-debulhadoras de Guimarães.

Não bastou o que se ia vendo, jogo a jogo, com serventes de pedreiro a ver quem batia mais e melhor. Com a lesão consumada, numa entrada tardia e ainda imune a amarelo, Jesualdo chamou a atenção, num registo cordato como sempre, tal como tem falado de outras falhas dos árbitros, pontualmente, como alerta, com sentido construtivo, apesar do alarme a que só os inconscientes não dão conta. A Imprensa da especialidade achou por bem tornar-se destrutiva em vez de desportiva. Todos falam que é preciso proteger os artistas, mas na hora certa nem todos os artistas merecem a mesma atenção. Num só jornal, na semana passada, li três opiniões a desdizerem Jesualdo, nenhuma decente, qualquer uma demente, como se o que foi dito pelo treinador do FC Porto não merecesse a mais unânime opinião de quem saiba ver as coisas.

Exemplos leoninos
Para melhorar o ambiente, o recalcitrante Paulo Bento que se tornou no primeiro expulso que não cumpriu castigo mas a Imprensa do regime nem tugiu nem mugiu, achou-se na justeza de considerar que, se devem proteger-se os melhores, por oposição, pensa ele na sua pequenina cabecinha, teriam de partir-se pernas aos piores? Não seria mal pensado, helàs!, se lembrarmos Grimi a ceifar duas vezes Quaresma em cinco minutos na final da Taça, por exemplo, ou as entradas de Derlei de soleira levantada para algo que mexa, sem esquecer o fabuloso Pedro Silva que passou os jogos do Dragão e de Guimarães sem sequer ver amarelo…

Bento é muito patrioteiro, decerto, porque quer demonstrar em casa que quanto mais se bate mais se deve gostar, à boa maneira do regime em vigor e da imutável centralidade lisbonense de dar exemplos ao País. Algo a que quis poupar os seus moçoilos de rija têmpera para serem cordeirinhos para imolar diante do fogo bávaro e o 1-12 não deixou dúvidas de que os leõezinhos de trazer por casa conhecem as distâncias nos comedimentos e nos cometimentos inaceitáveis para o rigor dos árbitros estrangeiros.

Esta discussão faz remontar, ainda, à época passada a alegada brutalidade de Bruno Alves, quando se escondiam as entradas descuidadas de Luisão ou as repetidas infracções de Polga, como antes dele Tonel e ainda hoje Caneira. Depois, enquanto se discutiu porque razão Bruno Alves tinha só um amarelo na Liga, Quaresma era o portista com mais cartões: sete. Da mesma forma, este ano, Lisandro viu amarelo em quatro das seis primeiras jornadas e ele e Hulk lá tiveram de, depois de derrubados um sem-número de vezes, cumprir castigo por acumulação de cartões.

Até parece que o nosso campeonato abunda em grandes jogadores como se não fosse da mais prudente noção apriorística evitar o que se tem agravado: jogo às pernas dos adversários. É claro que Paulo Bento tem poucos exemplos na sua equipa, salvo Liedson, e se Guimarães mostrou Hulk a levar porrada de criar bicho, também revelou o trauliteiro Derlei no esplendor de toda a época. Com a enormidade de o futebol fantástico e invulgar de Hulk quase merecer desprezo, mas o caceteiro Derlei ter uma plêiade de basbaques a pedir que jogue mais um ano.

Estas são as diferenças. Notórias.

Nem de propósito, quer na rádio (“Grandes Adeptos” da A1) quer na SIC-N e TVI24, ontem à noite, começou-se praticamente por aí. E o que disse Jesualdo deve ter sido de tal forma incompreensível que Luís Marçal, na SIC-N, “interpretou” como se Bento tivesse entendido como “pressão sobre os árbitros” o que dissera Jesualdo. O pivot, como é costume, nem entendeu um nem outro, enfim…

Na TVI24, as imagens que passavam de violência gratuita em campo não era de Nuno Gomes ou Carlos Martins a atingir Sapunaru, ou da perseguição incrível a Hulk. Foram faltas feias dos pacenses a Moutinho e Liedson, na Mata Real… Noutro registo completamente anacrónico, antes da apoplexia que parece ir atacar o dr. Eduardo Barroso, este lembrou-se de pegar pela falta marcada fora do sítio e que quase deu no final o empate ao E. Amadora em Alvalade. Indignado, como sempre em seu desfavor, o “famoso” adepto leonino falava da “equipa do Sporting desposicionada”, como se uma vez, em Alvalade, o Sporting não tivesse chegado ao 1-1 com o FC Porto não só num penálti falso, mas a partir de um lançamento lateral de Rui Jorge sem que o árbitro Lucílio Baptista tivesse alertado a equipa portista para o recomeço da partida após interrupção por lesão de JVP (2004).

Para acrescentar à oratória, a TVI24 trouxe mais barulho ao éter. Novo programa, como os outros, para bater na arbitragem. Mais um. Igual a todos. Jesualdo criticou o modelo e bem. Os profissionais da maledicência não gostaram, o Maisfutebol gozou com a cena e propôs que Jesualdo encontrasse um formato para se falar futebol a bem, que os da arte da comunicação não têm engenho nem para uma sondagem: acontece nesse site agora mesmo e só para conclusão capciosa pelo envenenamento das possibilidades de resposta, sobre se a Taça deve sair do Jamor, não dando como alternativa a prosaica hipótese de duas equipas distantes poderem jogá-la não só mais perto da sua região – o provinciano Rui Santos, que tem o gosto por se meter à estrada quanto Scolari tinha, acha que 300 quilómetros de distância (ele não conta ida e volta…) não é nada – mas até num estádio com mais lugares e indiscutivelmente melhores condições, além de merecerem a graça de alguma utilidade desde o Euro-2004…

Coincidências de mau gosto
Pois se não gostam de “ouvir” Jesualdo, não gostam de “ver” o FC Porto. É tão coincidente o “corajoso” Xistra estar nos dois jogos de caça ao Hulk como o Domingo Desportivo começar as duas últimas edições a falar do jogo do Benfica, o 3º classificado a 8 pontos do primeiro que jogara, em ambas as ocasiões, imediatamente antes. Estas são daquelas ocasiões imperdíveis para confundir um neófito chegado a Portugal e não sabe quem é o campeão e o líder do campeonato. Mais: os noticiários da noite, nestes domingos, abriram com o Benfica, grande motivo de orgulho para os seus apaniguados que se revêem na importância conferida à sua equipa onde, aparentemente, se desfruta agora de uma estabilidade mecânica e orgânica por motivos alheios à vontade do seu técnico, dizem.

Não é dizer mal, mas quem agora tanto elogia R. Amorim e C. Martins no eixo do meio-campo foi iluminado, há meses atrás, por achar Katsouranis inamovível, Yebdá uma revelação que enchia o campo e até juro que ouvi loas a Binya, dito pelas mesmíssimas pessoas que povoam os mesmíssimos espaços desportivos televisivos que entram tanto pela idiotice e sem-vergonha como se as palavras se perdessem no ar, como entram pela noite dentro e horas impróprias qual espectáculo musical infantil na TVI domingueira!

Se é por estes exemplos de “falar do jogo”, com jornalistas à procura das melhores imagens como o outro às voltas com as novas tecnologias para erradicar o erro dos resultados e poupar 40 anos de travessia do deserto qual Moisés e os judeus, quem se tem fartado destes programas tem a razão que Einstein anunciou: a estupidez humana não tem limites.

p.s. – o destaque, absurdo, dado ao futebol nos meios TV/Rádio ainda na semana passada era motivo de comentários de ouvintes que se dirigiram ao provedor da Antena Um. Nas RTP do regime, não há noticiário sem novidades do treino do dia e até conferências de Imprensa banais em directo. Os dois últimos jogos do Benfica também tiveram Quique em directo nas salas de Imprensa. Nada como alhearmo-nos da realidade que uma empresa de marketing alemã divulgou para espanto, ou nojo, da Imprensa do regime luso: só há 4,7 milhões de “interessados” em futebol em Portugal, dos 15 aos 69 anos, muito menos do que é suposto pensar que interesse à totalidade da população. Obviamente, causou estupor o facto de, nessa base, que me parece certa e lúcida mas muitos desconfiam como desconhecendo a realidade em que vivem, o Benfica ter apenas 2,2 milhões de adeptos e o FC Porto com mais do que o Sporting (1,3 contra 1,2 milhões). Mas a muitos ou poucos, com papas e bolos se enganam os tolos.

27 abril 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 44º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

Lisandro sabe como derrubar muros

FCPorto 2-0 V. Setúbal
Lisandro 61' e 66'Equipa: Helton, T. Costa, Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles (Guarin 90'), M. Gonzalez, C. Rodriguez (Tarik 85'), E. Farias e Lisandro (Rabiola 88')

34.602 espectadores

O FCPorto continua, de vitória em vitória, na caminhada rumo ao Tetracampeonato, um título onde, acredito cada vez mais fortemente, com maior ou menor dificuldade não virá a fugir, visto que a equipa portista prova, em quase todos as partidas, ser a melhor equipa deste campeonato.

Num jogo onde o FCPorto iria encontrar um adversário, certamente escaldado pela goleada sofrida na jornada anterior, a jogar à defesa, na procura de um pontinho que seja na luta pela manutenção, a equipa portista cumpriu o que lhe era pedido, vencendo de forma justa, pecando apenas por escasso, perante tanto domínio.

E o tão exigente mês de Abril, onde a equipa efectuou uma série de jogos intensos , num curto espaço de tempo, acaba com o FCPorto a um pequeno passo de poder festejar o Tetracampeonato e com a presença garantida na final da Taça de Portugal, acabando por ser um mês positivo, apesar da meia desilusão de ter sido afastada da Champions League, e de ter perdido, até ao final da época, dois dos seus jogadores mais importantes. Por isso, mais importante do que jogar bem, para o o FCPorto era essencial uma vitória para acabar o mês positivamente, e não perder a vantagem que tem sobre o segundo classificado, antes duma deslocação tradicionalmente complicada, sendo isso o que aconteceu e o que fica de mais importante desta partida.

Jesualdo Ferreira sem poder contar com Lucho e Hulk, continuou a apostar nos argentino Mariano Gonzalez e Ernesto Farías, surpreendendo na defesa, Tomás Costa viria a substituir o lesionado Sapunaru, em detrimento de Fucile.

O jogo começou vivo, de parte a parte, muito movimentado, o FCPorto, a jogar contra o imenso vento agreste que se fazia sentir, começava a pressionar e o Vitória tapando todos os caminhos da sua baliza, aproveitava, de quando em vez, a velocidade de Bruno Gama e o talento de Leandro Lima para poderem chegar junto à baliza de Heltón.

A equipa portista, apresentava um futebol, um pouco confuso, muito lenta, os passes sucediam-se na tentativa de ultrapassar uma equipa que apenas tinha missão como defender, a equipa de Setúbal estava com quase todos os jogadores remetidos à defesa, não se preocupando minimamente com o ataque.

À medida que os minutos se encaminhavam para o intervalo, o FCPorto parecia pouco capaz de ultrapassar o muro construído pela equipa de Setúbal, apesar da pressão, não existiu uma oportunidade flagrante de golo para a equipa portista, embora a bola andasse sempre a rondar a baliza do guarda-redes sadino, faltava uma pressão mais forte e mais alta, o carrossel atacante portista era lento e pouco eficaz, criando pouco perigo no ataque, parecendo uma equipa deveras irritada consigo própria.

Na segunda parte, tudo muito diferente, a equipa entrou mais rápida, muito mais pressionante, a jogar declaramente com 4 avançados, levando a que o Vitória não conseguisse passar do meio campo, Jesualdo Ferreira e os seus jogadores perceberam o que tinham feito de mal na primeira parte, sentindo-se que a qualquer momento o golo iria aparecer, o FCPorto rematava de todas as maneiras, mas o golo tardava.

Até que, numa jogada de colectivo, Farias dá a bola a Lisandro, que numa excelente jogada individual, tira Auri do caminho e vendo a saída do guarda-redes setubalense, rematou, de forma subtil, para o fundo das redes, marcando um golo que o FCPorto já procurava a algum tempo.

O mais difícil estava feito, passados 6 minutos, Mariano Gonzalez ganha espaço para um cruzamento, atrasando para Lisandro Lopez que empurra para a baliza, alargando a vantagem portista.

A partir daí, o FCPorto baixou o ritmo, como lhe convinha, gerindo os minutos que faltavam, esperando uma reacção setubalense, mas, mesmo em desvantagem de dois golos, Carlos Cardoso não arriscou um bocadinho, preferindo defender muito, esperando que o golo caísse do céu. O FCPorto geriu sempre com tranquilidade, procurando até alargar a vantagem, com destaque para uma jogada empolgante de Rodriguez que poderia resultar num golo fabuloso, mas a bola foi embater no poste.

Até ao fim, registo apenas para Jesualdo Ferreira que aproveitou para tirar da equipa Lisandro Lopez, Cristian Rodriguez e Raul Meireles, dando minutos a Tarik Sektioui, Guarin e possibilitando ao jovem Rabiola se estrear no campeonato com a camisola do FCPorto.

Findo, até ao final do campeonato, a série de jogos de 4 em 4 dias, o FCPorto poderá preparar convenientemente, de forma mais descansada e tranquila, a deslocação à Madeira, um local tradicionalmente difícil, donde, se, como espero, o FCPorto vencer poderá, definitivamente, encomendar as faixas de Tetracampeão Nacional, apesar de ainda receber, na jornada seguinte, um sempre perigoso, Nacional. Mas, convicção de adepto de bancada, o definitivo teste para a encomenda das faixas será feita na próxima jornada, passando com sucesso, é começar a preparar a festa.

PS. O que dizer desta notícia? É a resposta para alguns portistas politicamente correctos, peregrinos da Santa Isenção, que queriam isenção na minha crónica da semana passada, sobre a visão de um lance. Vão buscá-la aos próprios jornalistas que têm uma conduta profissional a cumprir, depois venham pedir a quem perde o seu tempo a escrever uns bitaites com visão de adepto, sem quaisquer obrigações de ser parcial, como é um verdadeiro adepto de bancada.

26 abril 2009

FCPorto 2-0 V. Setúbal

Lisandro 61' e 66'Equipa: Helton, T. Costa, Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles (Guarin 90'), M. Gonzalez, C. Rodriguez (Tarik 85'), E. Farias e Lisandro (Rabiola 88')

34.602 espectadores

25 abril 2009

De vitória em vitória até ao tetra

Convocados:
Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: B. Alves, Cissokho, Fucile, Rolando e Stepanov
Médios: A. Madrid, Fernando, Guarín, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Lisandro, M. Gonzalez, Rabiola e Tarik

FCPorto - V. Setúbal, 19H15 - RTP1

24 abril 2009

De multa em multa, mais 500, menos 1500...

As originalidades do futebol à portuguesa numa Liga de que se ufanam mas não triunfam os porcos, um edifício de palha mas que não cai nem com Bento: um treinador expulso sem ser castigado, um árbitro surdo a uma caralhada depois de atento a "É falta!". Estórias de Apito Dourado.

Enquanto surgiu um bando a reclamar, subitamente, por árbitros estrangeiros para as 5 jornadas finais (porquê 5 se costuma apontar-se que uma vantagem na classificação começa muito antes?...), os mesmos passarinhos que bradam por penáltis com a mão e passarões que os relativizam se favorecem as suas cores, a recta final da Liga já não tem mais jogos a meio da semana e desvantagens por desgastes excessivos, sobrando os caceiteiros que parecem ter ganho carta de alforria num campeonato de trauliteiros do discurso.

Em mais uma originalidade à portuguesa, para mais um monte de escombros no entulho que é o edifício da Liga de Clubes, teremos esta semana um treinador que foi expulso mas não cumprirá castigo. Paga quinhentinhos e não se fala mais nisso, apesar de prometer não se calar, o recalcitrante.

Há um ano tivemos a sentença do campeonato quando Boavista (recebia o Benfica) e E. Amadora (visitava o FC Porto) penavam com salários em atraso. Hoje com a praga por todo o lado, a Liga garante que para o ano não será assim. Ao contrário do Governo, que anuncia anúncios de medidas a anunciar, a Liga ou actua tarde e a más horas ou nem isso.

Não sabemos se quem faz "as coisas por outro lado" aproveitará para se queixar ao TAS e à FIFA de um treinador expulso não cumprir castigo, pagando apenas uma multa.

Neste futebol fedorento em Portugal, o sentido da decência e do pudor já se perdeu. Afinal, o clube que "faz as coisas por outro lado" também passou com uma multa, apenas 1500 euros por um cachaço num árbitro.

Ora,
1500 euros por um cachaço num árbitro

500 euros por mandar um árbitro prò caralho, que é menos audível e impróprio do que ouvir "É falta!", registá-lo no relatório e levar a uma suspensão de 15 dias a Co Adriaanse (Naval-FC Porto, com Bruno Paixão)

Porque haveria um jogo de I Liga valer apenas 2500 euros? - perguntou-se quem ousa equacionar as coisas na proporção justa?

Cinco anos após o início do Apito Dourado em Gondomar, a filigrana da corrupção é outra. Transparente. Impune. Os artistas
voltam ao campo, não só Paulo Bento, mas Bruno Paixão também.

Causou brado, às virgens ofendidas, que uma testemunha, por sinal juiz-desembargador, salvo erro, tenha dito que soubera ou ouvira dizer que 1500 contos era o preço das tramóias naqueles tempos, e creio que se reportava ao início dos anos 90 o senhor António Mortágua quando falou em tribunal do que lhe constou.

Nessa altura, recorde-se, Francisco Silva foi apanhado com um cheque de 2000 contos antes do Penafiel-Belenenses. Lourenço Pinto, conotado com a perfídia alegadamente montada a norte, era líder dos árbitros e assumiu a armadilha ao apito algarvio, um verdadeiro xico esperto da silva.

Em 92-93, um cheque de 500 contos nas mãos (casa) de José Guímaro valeu-lhe a irradiação. Tudo por causa de um Leça-Ac. Viseu, de apuramento de campeão da II Divisão. Meteram, obviamente, o FC Porto ao barulho, ainda que nenhum dirigente portista tenha sido indiciado...

Hoje, há quem se ufane, com cara de porco, que tem um edifício sólido, que cumpre o seu programa eleitoral e diz não ter medo. Mas é só palha, aquilo cai com um sopro mas nem com Bento, prevaricador na coragem e na ignomínia como apontei AQUI pelo "nojo" de que falava o treinador do Sporting, parece abanar. É estranho. Tal como é invulgar que de tanto se dizer que bate no fundo, o futebol português não tem só falta de fundos, afogado em dívidas e em que se admite faltar verdade desportiva só porque os incumpridores habituais deixam de pagar salários.

Não há fundo nisto. E não pode bater mais lá no fundo. Nem com Bento, nem leve, levemente, nem com caralhadas ou cachaços. Mais multa, menos multa, mais 500, menos 1500, todos se acham com razão. E proclamam as suas virtudes.

Entretanto, os verdadeiros artistas são atirados para a enfermaria do Dragão. Sem amarelos sequer nas faltas sobre Lisandro (Karagounis), Anderson (Katsouranis), Hulk (Ney Santos que em grego deve ser Key sou eu menos que os outronis).

Fica o sorriso amarelo, a coragem verde, a arrogância vermelha, um poço negro.

Resta-nos o céu azul.

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 43º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

23 abril 2009

A vencer desde 1982

Os 45 títulos dos 27 de presidência de Pinto da Costa:
15 Campeonatos Nacionais
9 Taças de Portugal
15 Supertaças
2 Taças dos Clubes Campeões Europeus
1
Taça UEFA
2 Taças Intercontinentais
1 Supertaça Europeia

27 anos de presidência comemorados no dia em que o SONHO ABRE AS PORTAS:


OBRIGADO PRESIDENTE!



PS: Tantos títulos (juntamente com tantos outros) esperam agora um museu decente, para que, e com o pavilhão já feito, a obra fique completa.

22 abril 2009

E. Amadora 2-1 FCPorto

E. Farias 4', Rui Varela 34' e Anselmo 41'Equipa: Nuno, Sapunaru (Cissokho 77'), Rolando, Stepanov, Fucile, A. Madrid (Fernando 54'), T. Costa, Guarin, Hulk (Tarik 12'), E. Farias e Lisandro

Declarações de Jesualdo Ferreira:
O jogo
«Houve um golo no início e o FC Porto até continuou bem. A lesão do Hulk marcou o jogo e até os companheiros. O Estrela, depois, mostrou que é uma excelente equipa, que tem dignidade e que sabe jogar muito bem neste campo. Tem uma rotina de jogo muito clara e objectiva. Não gostamos de perder e estamos muito incomodados por isso. Não é que o Estrela não merecesse vencer, mas porque não fomos a equipa que temos sido. A determinada altura, não fomos capazes de reagir. Tivemos uma atitude menos positiva e os jogadores deveriam ter reagido a tudo o que se passou. Não o fizeram e isso será motivo para conversarmos internamente.»

«Sabíamos que o E. Amadora tinha de marcar quatro golos para nos eliminar, mas para nós foi um jogo feio, mau. Tivemos ainda de fazer outra substituição, tirando o Sapunaru, e isso retirou-nos a possibilidade de refrescar um pouco mais a equipa. Conseguimos dar um passo importante num dos objectivos da época, mas não estamos nada contentes com o que aconteceu aqui hoje. Mais uma vez, fica uma palavra para todas estas situações que ensombram o futebol português.»

Hulk
«Infelizmente, deve ser grave e poderá estar fora até ao fim da época. A juntar ao Lucho, são duas unidades importantes que ficam de fora.»


«É um corredor de fundo e um sprinter. O Hulk, a partir de agora, deixa de estar nos nossos planos. Tal como aconteceu com o Lucho, vamo-nos virar para a realidade e para os jogadores que temos. Quanto ao Sapunaru, não será tanto uma lesão muscular, são dificuldades que vêm os jogos consecutivos, mas será recuperável num curto espaço de tempo. Agora, vamos passar a jogar semana a semana, ao contrário do que estava a acontecer até aqui. As pessoas às vezes esquecem-se disso.»


A final
«Numa final da Taça não há favoritos. O FC Porto tem mais potencial e história, é campeão há três anos e todos lhe entregam o favoritismo, mas nós não.»

«O Paços de Ferreira é um péssimo adversário, entre aspas, porque a partir de agora toda a gente vai dizer que o F.C. Porto é o favorito, que já vai ganhar a Taça. Mas vamos encerrar agora o capítulo da Taça, vamos partir de novo para o campeonato com garra e determinação.»


«Há alguns países em que é diferente. O Jamor é um local onde só se joga uma competição. Para o F.C. Porto e para o P. Ferreira, com esta crise, será difícil lá chegar, mas não queria discutir isto agora. Mas, face à situação que o país atravessa, talvez fosse uma boa altura para a Federação pensar nisso e tomar uma posição.»

Com o Jamor ali ao lado

Convocados:
Guarda Redes: Nuno e Ventura
Defesas: Benitez, Cissokho, Fucile, P. Emanuel, Rolando, Sapunaru e Stepanov
Médios: A. Madrid, Fernando, Guarín e T. Costa
Avançados: E. Farias, Hulk, Lisandro, M. Gonzalez, Rabiola e Tarik
E. Amadora - FCPorto, 20H30 - SportTv1

21 abril 2009

Prostituição intelectual

Três notas muito breves:

1- Não ouvi dizer, nem li, sobre o lance que deveria ter dado lugar a castigo máximo por falta claríssima sobre Lucho no passado Porto-Benfica (ocorreu logo aos 18 minutos), nada na comunicação social, similar ao histerismo associado à mão na bola de Meireles neste Académica-Porto. Que a história do jogo seria diferente. Que a agressão de Sidnei sobre Lucho 5 minutos depois da penalidade escamoteada por Pedro Proença, obrigaria o Benfica a jogar com 10, quando provavelmente já estaria a perder por 1-0.

2- Não ouvi, nem li, absolutamente nada, aquando da suspensão pioneira e ridícula a Lisandro, acerca do castigo máximo inexistente, provocado por uma rajada de vento que derrubou Moutinho, no Sporting-Porto, sob o olhar de um Lucílio Vigarista do costume. Situação semelhante, mas que, oferece comparação lisonjeira para Moutinho, uma vez que Lisandro sofre contacto humano enquanto Moutinho é derrubado por forças ocultas (da natureza). Uma coisa que em lei de contratos na América do Norte se chama de “Frustration”, quando o contrato tem que ser rescindido por motivos incontroláveis (ex. furacões, cheias, terramotos, etc.). Digamos que o contrato de honestidade entre Porto e Sporting naquele jogo, é quebrado por motivos de força maior, que estão para além do controlo das partes envolvidas. Os vendavais de Alvalade.

3- Espero igualmente, que a frustração motivada por mais uma vitória (justíssima) do Porto e que o azeite que parece cair da cabeça sebosa e encaracolada do anão, não o impeça de tentar vislumbrar uma qualquer falta de profissionalismo motivada quiçá, por dinheiros (também ocultos), oferecidos aos profissionais do Vitória de Setúbal, para que esse golaço na própria baliza que abriu o caminho para os golos no Bonfim, fosse uma realidade. Idem para a decisão suspeita, que se quer fazer parecer arbitrária, de treinar e não treinar, conforme a direcção de que sopra o vento lá para os lados da Reboleira.

Com tanta intempérie, espero que quem faz a defesa do FCPorto na comunicação social saiba apontar estas “falhas intelectuais”, a quem sofre do síndrome de “Frustração” que grassa nos espaços onde lhe oferecem o previlégio de poderem expor as suas ideias.

20 abril 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 42º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

A tradição ainda é o que era

Académica 0-3 FCPorto
Rolando 57', Lisandro 59'(gp) e M. Gonzalez 93'Equipa: Helton, Sapunaru, Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles (Guarin 83'), M. Gonzalez, C. Rodrigues (T. Costa 70'), Lisandro (E. Farias 83') e Hulk

O FCPorto passou, com distinção, a mais um exame para a licenciatura que lhe vai dar, daqui a 5 jornadas, o segundo Tetracampeonato da sua história, num Estádio, com um ambiente fantástico com os adeptos portistas a corresponderem em massa aos pedidos de apoio, onde o clube da casa tinha perdido apenas uma vez, vindo também duma série de bons resultados, o que se previa, e confirmou-se, poderia ser um teste com imensas dificuldades, mas ultrapassado de forma apenas ao alcance de grandes equipas.

A equipa de Jesualdo Ferreira continuou uma tradição de campeões, à mais de três décadas que o FCPorto não perde em Coimbra, apesar de não ter rubricado uma exibição perfeita, foi uma vitória sempre importante para tentar esquecer a frustração da eliminação da Champions League.

Com Lucho Gonzalez fora das opções até ao final da época, Jesualdo Ferreira optou por dar a responsabilidade a Mariano Gonzalez para substituir “ El Comandante”, escalando, de resto, a equipa habitual.

Mas o FCPorto não entrou muito bem na partida, antes pelo contrário, a equipa começou bastante desconcentrada, falhando muitos passes no meio campo, não contando com a boa entrada da equipa de Coimbra, que tentava surpreender apostando no contra ataque.

A equipa ressentia-se com a falta de alguém a liderar no meio campo, a Académica entrava decidida, a equipa de Coimbra procurava empurrar a equipa do FCPorto para a sua baliza, jogando longe da sua baliza, mas pouco a pouco o FCPorto começava a tomar conta do jogo, as oportunidades, começavam a surgir, sendo uma, através de Lisandro, a mais perigosa.

O FCPorto, à medida que o tempo passava, começava a acertar mais com os passes, lançando melhor os seus jogadores da frente, levando a Académica a descer as suas linhas, montando, em frente à sua baliza, um verdadeiro muro, do qual a equipa portista começava a denotar dificuldades de ultrapassar.

Na verdade, mais do que sentir a falta da capacidade de liderança de Lucho Gonzalez, o FCPorto denotou a falta dos seus passes de rotura, os quais os atacantes portistas tão bem estavam habituados, Mariano é um jogador mais de entrar pelas defesas, e não um jogador capaz de criar roturas nas defesas adversárias, em Coimbra, com a Académica a defender muito, com muitos homens, a equipa portista teve imensos problemas para chegar em condições à baliza adversária.

No primeiro tempo, apesar de um ou outro fogacho mais atacante, a Académica limitava-se a defender e a tapar os caminhos da sua baliza.

Na segunda parte, o FCPorto entrou mais decidido, pressionando mais forte, empurrando completamente o seu adversário para trás, mas na impossibilidade, ou talvez, na incapacidade de chegar ao golo de jogada de bola corrida, foi de bola parada que o marcador foi inaugurado, aos 57 minutos, Raul Meireles, na marcação de um livre, cruza de forma perfeita para a cabeça de Rolando que não perdoa, dando maior justiça ao resultado.

Quando a Académica ainda pensava em tentar reagir ao golo encaixado, Lisandro foi derrubado na grande área por Amoreirinha, falta para grande penalidade, a qual o argentino concretizou sem quaisquer problemas.

Em 3 minutos, o FCPorto, mesmo em lances de bola parada, fez aquilo que não tinha conseguido fazer em 57 minutos, conseguindo uma vantagem importante para a conquista dos três pontos.

Domingos Paciência, procurou arriscar um bocadinho, tentando puxar os seus jogadores para a frente, mas o FCPorto mostrava o porquê de estar na frente do campeonato, começou a jogar à sombra da vantagem, baixando o ritmo de jogo, trocando muito, e bem, a bola, deixando passar o tempo, Tomás Costa entraria para o lugar de Rodriguez e o jogo denotava menos dificuldades para a equipa portista, que controlava como bem queria.

Até ao final, tempo para uma grande defesa de Heltón, na única oportunidade digna desse nome da equipa de Coimbra, Éder recebeu a bola de costas, rodou rapidamente e rematou, mas o brasileiro dono da baliza portista esteve impecável nesse lance.

Guarin e Farías rendiam Lisandro e Raúl Meireles, e quando o jogo se encaminhava já para os últimos momentos, Hulk assistiu Mariano Gonzalez que rematou forte, fechando o marcador justo, mas algo exagerado.

Mais uma jornada menos para o final do campeonato, e o FCPorto continua tranquilo na caminhada rumo ao Tetra, aguentando a pressão dos seus mais directos adversários, tendo na próxima quarta-feira oportunidade para chegar com sucesso à concretização de mais um objectivo, a passagem à final da Taça de Portugal.

19 abril 2009

Académica 0-3 FCPorto

Rolando 57', Lisandro 59'(gp) e M. Gonzalez 93'
Equipa: Helton, Sapunaru, Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles (Guarin 83'), M. Gonzalez, C. Rodrigues (T. Costa 70'), Lisandro (E. Farias 83') e Hulk

18 abril 2009

Siga para tetra

Convocados:
Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: B. Alves, Cissokho, Rolando, Sapunaru e Stepanov
Médios: A. Madrid, Fernando, Guarín, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Hulk, Lisandro e M. Gonzalez

Académica - FCPorto, Domingo - 18H00 - SportTv1

16 abril 2009

Obrigado Campeões!

Parabéns à equipa por nos terem feito sonhar. Uma equipa de miúdos. Parabéns ao professor Jesualdo pelo excelente trabalho de ter feito crescer uma equipa mesmo contra tudo e todos, mesmo com vozes discordantes e deita abaixo e assobios vindos de dentro...

Obrigado por ter feito crescer: Fernando, Cissokho, Hulk, Rodriguez, Rolando, Sapunaru a níveis de rendimento difíceis de esperar em tão pouco tempo.

Obrigado por ter-me feito ver o melhor jogo de sempre do F.C.Porto em solo inglês e termos espantado a Europa do futebol pela lata -perdoe-se a expressão- de termos ido a Old Trafford discutir olhos nos olhos um jogo com os campeões do Mundo ao ponto de os vulgarizarmos por largos momentos.

Obrigado por ter tido paciência com o Mariano e com o Farias -eu não a teria tido certamente- e até eles parecerem melhores do que realmente são nos dias de hoje e conseguirem ser opções válidas.

Obrigado por num plantel que não era tão forte e experiente como o de 2004 me ter feito acreditar que podíamos ser igualmente campeões da Europa e me fez encarar a nossa equipa como uma equipa capaz de vencer a qualquer adversário. Desde 2004 que não tinha esta sensação...

De lá para cá a Champions é cada vez mais para os milionários ingleses e nem os italianos conseguem intrometer-se. É hoje mais difícil ser campeão da Europa do que o era em 87 ou em 2004. Com o plantel mais jovem e inexperiente de todos os competidores nesta fase da prova, mostramos ser uma equipa fortíssima.

Convém lembrar, que apenas o Liverpool conseguiu discutir até ao fim esta eliminatória... O Villareal foi arrumado pelo Arsenal por 3 secos, o Bayern humilhado, e nós Porto fomos os únicos que chegamos ao último minuto com hipóteses de passarmos. Fomos eliminados gostem ou não por um golo do outro Mundo marcado pelo Melhor Jogador do Mundo.

Só isso nos poderia eliminar... Só com a Uefa a meter a sua mão invisível e a dar-nos um castigo inédito na sua história 24h antes de um jogo que nos retirou o nosso treinador do banco. Só com o azar da lesão de um jogador nuclear no nosso onze e mais difícil de substituir que é Lucho... e mesmo com isso tudo, só mesmo com um golo do outro Mundo. Porque em jogo jogado...

Manchester contra o Porto, vi muitos milhões a separar, um plantel do Manchester superior, com um banco com soluções incríveis contra um do Porto com poucas soluções... Mas um Porto que como equipa não fica a dever muito ao Manchester United como o provou nestes dois jogos.

Em Old Trafford dominamos o Manchester, vulgarizamos até. O Manchester no Dragão nunca, em qualquer momento nos vulgarizou ou sequer ameaçou chegar perto disso...

Foi CR7 1- Porto-0. Eles têm dinheiro para ter o melhor jogador do Mundo... Nós não temos esse dinheiro, temos que ter uma equipa. Fazer crescer jogadores... Fazer com que Cissokho e Fernando com 20 anos pareçam veteranos da champions e não se atemorizem perante ninguém.

Foi mais difícil fazer o que o Porto fez este ano, com o plantel jovem e inexperiente que tinha do que ser campeão em 2004, em que eliminamos um Manchester que não era campeão da Europa e tínhamos um grupo mais experiente e sem grandes mudanças de uma época para a outra e que apresentava um banco com mais soluções. Mourinho falou que todas as equipas campeãs da champions têm um jogo em que têm a estrelinha, a sorte que faz a diferença. Em 2004 em Old Trafford criamos menos oportunidades que hoje e o Manchester criou mais... Nessa época, um livre no último minuto apurou-nos. Este ano faltou-nos esse momento de sorte que nos encaminhasse. Aliás este ano, para além de ter que eliminar rivais fortes e fazer grandes jogos, tivemos também que vencer o azar... Nos dois jogos com o Atlético que merecíamos ganhar de goleada e os dois com o Manchester a sorte também não esteve do nosso lado. Protegeu aquele que já tem mais dinheiro e melhor plantel e ainda mais peso na Uefa. Em Old Trafford, principalmente, merecíamos a vitória e só com muita sorte o Manchester se escapou com o empate.

Este grupo venceu todas as dificuldades... O ter que crescer muito rapidamente porque no Porto tem que se ter ganho tudo já ontem, nem pode ser hoje... Mesmo com um estádio e adeptos que assobiaram mais do que apoiaram ao longo do ano... Mesmo com um treinador que faz um trabalho a todos os títulos excepcional a ser criticado, e até falarem em sua sucessão e sem a estabilidade necessária...

Este grupo foi enorme. Merece toda a minha consideração, respeito e admiração. E devo dizer que podemos não ter sido campeões da Europa como em 2004, mas este grupo para mim ficará sempre na minha memória como uma das equipas do Porto mais fortes e quem mais gozo me deu de ver jogar... Nunca esquecerei o jogo no Calderon, Old Trafford, etc... Nem com Mourinho vi o que vi o Porto fazer ao Manchester em Old Trafford... Uma equipa de miúdos... Os meninos do professor Jesualdo. Será a forma como os recordarei.

Interessante ver que foi preciso o jogo de Manchester para alguns portistas, a algum custo, começarem a admitir aquilo que toda a gente de bom senso via... O enorme mérito de Jesualdo Ferreira na construção desta equipa e na forma como ele fez crescer em tão pouco tempo uma série de jogadores tão jovens e totalmente inexperientes neste tipo de andanças.... Até o Rui Moreira -pessoa que respeito e admiro- tinha sempre muitas reservas em relação ao professor e pela 1ª vez o colocou no topo... Incrivelmente foi a única vez que um treinador que coloca o Porto ás portas de uma meia final da champions onde só estão ingleses e o Barça e que coloca o Porto em 1º e quase na final da Taça e que se prepara para ser o único treinador português tri-campeão de forma consecutiva pelo mesmo clube.

A equipa deste ano deveria ser um case study. Pela forma como cresceu tanto em tão pouco tempo... Como de desacreditada após uma goleada em Londres foi crescendo, assimilando processos, ideias e crescendo junta nas derrotas e nos assobios ao ponto de fazer com que os mesmos que criticavam e assobiavam, tenham enchido o Estádio do Dragão acreditando piamente que o Porto podia eliminar o campeão da Europa e do Mundo... Ao ponto de alguns estarem chateados por até agora já considerarem que o Porto tinha obrigação de eliminar os campeões da Europa e do Mundo...

Leiam os meus textos passados sobre o Professor Jesualdo e o seu trabalho... Antes de Old Trafford... Leiam o meu texto pedindo a sua renovação... Leiam os comentários a desvalorizar o seu trabalho e a forma como fui atacado de todos os lados por defender a qualidade do professor Jesualdo. Será que o Professor medroso, incompetente, sem qualidade para uma equipa como o Porto, mudou assim tanto em tão pouco tempo....? Ou será, que o sucesso e a qualidade do seu trabalho foram tão grandes que por mais que se fechasse os olhos não se conseguia fugir da evidência...?

O treinador medroso que vai a Manchester dar um banho de bola e que marca lá dois golos e podia ter marcados muitos mais... Nem Mourinho conseguiu isso... Aliás, este ano com o Inter nem conseguiu sequer discutir a eliminatória com o Manchester ou marcar qualquer golo... E ele não tem um banco com Farias, Tomas Costa, Stepanov, etc... E tem dinheiro para comprar quem quer e até tem também um dos melhores jogadores do Mundo no seu plantel... Comparem o que conseguiu fazer o Inter de Mourinho e o que conseguiu o Porto dos meninos de Jesualdo...

Se antes achava-o o melhor que aconteceu ao Porto depois de Mourinho... hoje coloco-o entre os melhores treinadores da História do clube. Como Pinto da Costa não dorme, acho que pela sua competência e pela forma como provou o seu mérito mesmo com tanta gente contra ele por puro preconceito, só por isso o professor Jesualdo já merecia ser o treinador da historia do clube com mais anos de casa. Ele é um verdadeiro Dragão. Não de nascença, mas de espírito, de alma e de carácter. Prova de que não existem idades para se parar de evoluir, não existe idade para se deixar de provar competência e acima de tudo não existe idade para parar de sonhar....

Obrigado Professor. Obrigado equipa. Obrigado toda a estrutura do F.C. Porto.

Deveria estar triste, revoltado... Já estive. Mas agora com mais calma, só me apetece agradecer por me terem permitido viver as emoções que vivi ao longo desta época e esperar que possam continuar a fazê-lo no próximo ano. Mais experientes um ano, com a equipa ainda mais consolidada e mais uma vez reconstruindo uma equipa após a perda de dois jogadores importantes como tem sido hábito...

Por isso, espero como é óbvio pela renovação do Professor... Por ele ser teimosamente competente. Não dando ouvidos aos seus detractores nem se desviando um milímetro daquilo que acredita. Por ter acreditado nestes meninos mais que qualquer um de nós e os ter feito crescer até este ponto.

Mais do que nunca, neste ano a equipa é que puxou pelos adeptos e não o contrário infelizmente. Acho que durante muito tempo não se deu o carinho e o apoio à equipa que ela merecia. Espero que agora, depois deste momento difícil e de frustração para o grupo, que até ao final da época os adeptos saibam dar o tributo que estes jogadores e este técnico merecem...

Esta equipa merece não ser esquecida. Eu pelo menos sei que nunca a esquecerei.

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 41º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

15 abril 2009

FCPorto 0-1 Man. United

C. Ronaldo 6'
Equipa: Helton, Sapunaru (T. Costa 80), Rolando, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles, Lucho (M. Gonzalez 30'), C. Rodriguez (E. Farias 64'), Lisandro e Hulk

50.010 espectadores

14 abril 2009

Continua a ser dificílimo, mas... sim, nós podemos

Convocados:
Guarda Redes: Helton e Nuno
Defesas: B. Alves, Cissokho, Rolando, Sapunaru e Stepanov
Médios: A. Madrid, Fernando, Guarín, Lucho, R. Meireles e T. Costa
Avançados: C. Rodriguez, E. Farias, Hulk, Lisandro e M. Gonzalez
FCPorto - Man. United, 19H45 - RTP1

No que diz respeito ao castigo aplicado a Jesualdo Ferreira e à sua ausência do banco do FCPorto, relembro todos os portistas que a última vez que a UEFA castigou um treinador nosso ganhamos a prova europeia nesse ano e no seguinte :-). De resto, todos sabemos que ninguém melhor que a estrutura do FCPorto sabe usar este género de "contrariedades" a seu favor, por isso esperamos ainda mais garra para este jogo dos nossos heróis (sim porque aconteça o que acontecer hoje, para mim, estes jogadores já são enormes e tenho a certeza de que não me desapontarão).

Já agora deixo-vos o lindo hino do FCPorto para, principalmente quem vai ao estádio, o cantar a viva voz. É fácil de decorar e qualquer portista que se preze deveria sabê-lo na ponta da língua. Mas caso seja necessário levem cábulas. Seria lindo ouvir (não apenas neste jogo) o estádio em uníssono a cantar o nosso hino.

«Oh, meu Porto, onde a eterna mocidade
Diz à gente o que é ser nobre e leal.
Teu pendão leva o escudo da cidade
Que na história deu o nome a Portugal.

Oh, campeão, o teu passado

É um livro de honra de vitórias sem igual

O teu brasão abençoado

Tem no teu Porto mais um arco triunfal

Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto

Quando alguém se atrever a sufocar

O grito audaz da tua ardente voz

Oh, Oh, Porto, então verás vibrar
A multidão num grito só de todos nós

Oh, campeão, o teu passado

É um livro de honra de vitórias sem igual

O teu brasão abençoado

Tem no teu Porto mais um arco triunfal

Porto, Porto, Porto, Porto

Porto, Porto, Porto, Porto
Porto, Porto»

FORÇA FCPORTO!!!

13 abril 2009

Jogador da Bancada - Época 2008/2009 - 40º Round

PS: Em comentário coloco os nomes dos jogadores que actuaram neste jogo e o treinador. Só necessitam de copiar, colar na vossa caixa de comentários e atribuir a vossa nota (de 0 a 10).

12 abril 2009

Quadra pascal em momento musical

Independentemente da crendice, da fé e de mais ou menos religiosidade nesta quadra pascal, não resisto a evocar, sem intenção moral e religiosa, o génio de Johann Sebastian Bach que exalta a vida, no seu estilo barroco que consagrou outros vultos da música clássica como Brahms, pelo belo e o odioso, em composições magistrais a que ninguém pode ficar indiferente.

Para mais um momento invulgar, e único, neste espaço, o futebol pode caber nesta contemplação da beleza sonora, da harmonia de uma orquestra que pode comparar-se a uma equipa de futebol como, actualmente, representa o FC Porto no panorama nacional, com inveja de muitos, e internacional, pela admiração repetida de quem, lá fora, vê fazer-se muito com tão pouco.

Tomem este exemplo:
  • Concerto brandeburguês nº 3 (BWV 1048, Allegro)
Note-se o andamento feliz, os tempos movimentados da música a transmitir vivacidade, alegria, êxtase, quando Bach dedicou esta música a quem pagava bem, pois claro, como um ricaço de Brandenburgo.

O momento do FC Porto pode sintonizar-se aqui:


  • Suite nº 3 em Ré (BWV 1068: ária sobre a quarta corda)
Este tema gracioso evoca o estado de tranquilidade, num suave contraste entre o som do cravo e a sonoridade das cordas. Outro tema que encaixa na perfeição à naturalidade com que o FC Porto joga, aqui, com dedicatória ao sereno líder que é Jesualdo Ferreira:

  • Cantata nº 147 (BWV 147)
Uma cantata (o coro aparece duas vezes nesta obra que não se ouve aqui de forma completa) que é meditação sobre a vinda de Cristo aos corações cristãos, naturalmente. Mesmo quem for "infiel", vulgo mouro, pode sentir nostalgia e ser tocado na sensibilidade deste canto belíssimo que marca, de fora perene, a quadra pascal, aqui:
  • Tocata e fuga em Ré Menor (BWV 565)
Esta é, talvez, uma das obras mais célebres do famoso Bach. Nesta quadra em que a morte e ressurreição de Cristo de celebra entre os cristão, sabemos quem nem todos, ou muito raros, são os que dão a outra face, depois de esbofeteados. Por isso a fé ou mito de Jesus é tão polémica e não universal. Independentemente disso, esta tocata e fuga é mesmo isso, em homenagem aos cobardes e invejosos, aos instrumentalizados pela cegueira do poder em que gostariam de perpetuar-se. Sente-se na música o prenúncio de fuga, próprio de quem atirou a pedra e escondeu a mão.

Como esquecer o bronco líder de uma SAD que já foi condenado por roubo em tribunal na Boa Hora (Pinto da Costa dixit) que fez tudo "por outro lado" e, vencido na batalha jurídica, disse em confissão à Judite que "nem queria que o Benfica fosse à Champions" se a UEFA excluísse o FC Porto?

Como não nos indignarmos, quem não dá a outra face como o Boavista num amigável indecoroso onde o móbil do dinheiro vingou, com as bacoradas em que este sujeito mantém o nível do PR oficial com nome de anjo, ao ponto de dizer, há uma semana após mais uma derrota às portas do Porto e sem capacidade para atravessar de Gaia sobre o Douro, que os da Liga são tão "juizes" como os da Justiça civil?

Aos que atiram e fogem, denunciados e vencidos na sua vil tristeza, este trecho encaxa perfeitamente.


Com orgulho de ser portista.

Johann Sebastian Bach (1865-1750), nascido na Turíngia (centro da Alemanha) e falecido em Leipzig, é um dos grandes da música clássica entre os 3B (Bach, Beethoven e Brahms) e dele disse o fantástico Luwig van (dito assim na "Laranja Mecânica" de Kubrick) que J.S.B não devia chamar-se Bach ("riacho") mas "Ozean" (oceano em alemão). Se Beethoven cedo ficou surdo, Bach acabou cego, pouco famoso mas de uma criatividade sem par na música sacra. A este nível só o extraordinário Brahms. Parecido com eles, mas só pela peruca branca, tivemos quando muito o déspota iluminado marquês de Pombal, por sinal chamado de Sebastião (de Carvalho e Melo) e reproduzido em muitos mandantes, igualmente facínoras, a quem o terramoto não soterrou para sempre - ao contrário de Portugal imerso nesse mar de mediocridade germinada no novo Terreiro do Paço. Fico-me por aqui quanto a referências históricas, com a devida diferenciação dos génios imortais que, como disse o nosso grande Luís Vaz, da lei da morte se libertaram.