31 julho 2009

Aston Villa, 2 - FC Porto, 1

Em 4x4x2 de início: Nuno; Fucile, Maicon, Bruno Alves, Álvaro; Guarin (Tomas Costas 45), Fernando, Meireles (Belluschi 45), Mariano (Rodriguez 65); Varela (Hulk 45) e Falcao (Farias 65).

Em 4x3x3 no final: Nuno; Fucile, Maicon, Bruno Alves, Álvaro; Tomas Costa, Fernando, Belluschi; Hulk, Rodriguez, Farias.

Uma 2ª parte fortíssima de cariz mental e garra e um penálti tardio convertido por Hulk após uma falta sofrida na área e desta vez assinalada não foi suficiente para o FC Porto cancelar os erros da 1ª parte em que sofreu dois golos e uma lição de realismo e objectividade de um forte e acutilante conjunto inglês. Também o guardião norte-americano Guzan, tornado imprevisto herói a defender quase tudo no assalto portista, frustrou as expectativas de o FC Porto dar a volta ao resultado.

Ficou o sabor a pouco da 2ª parte, com grandes defesas de Guzan e um penálti deste sobre Tomás Costa que o já habitual árbitro grego Koukalis transformou em falta do portista que tirou ao bola de forma legal ao guarda-redes.

A penalizar a equipa de Jesualdo uma 1ª parte frouxa, fruto da indefinição do jogo e um meio-campo sem capacidade de atacar, com Guarín de novo improdutivo e Meireles sem conseguir romper, com Mariano também complicativo e, naturalmente, Varela descentrado e Falcao no meio sem bola jogável. Apesar da primeira ocasião portista numa boa arrancada de Falcao que continua a mostrar dotes longe da baliza mas ainda não foi testado com jogo válido na área, os ingleses marcaram a seguir e sem querer ampliaram numa infelicidade defensiva no primeiro canto favorável ao Aston Villa. Em pouco mais de quatro remates e dois cantos, os ingleses marcaram dois golos e atiraram uma bola à barra, comprovando a sua codícia pela baliza e o respeito pelas características de rapidez, jogo atlético e bom bloco defensivo apanágio do futebol inglês e em que os seus jogadores ostentaram fumos negros talvez em memória de Bobby Robson, algo que o FC Porto não fez...

Uma fracassada 1ª parte, pontuada ainda em lances infelizes na defesa e um Fucile de novo permeável e sem um tampão eficaz de Guarín naquele corredor, teve uma punição severa para o FC Porto. Jesualdo fez iguais alterações no onze que escalou de início como na partida anterior, com Maicon por Rolando, Falcao por Farias e Mariano por Belluschi, além de Nuno por Beto na baliza. Mas a falta de dinâmica no meio-campo e a superioridade física e atlética dos ingleses ditou um resultado pesado ao intervalo.

E sem uma ponta de sorte numa 2ª parte de carácter, recusando baixar os braços e entregar o jogo, o FC Porto não foi capaz de superar o adversário entretanto reduzido a 10 (expulsão de Heskey num sururu criado pela falta de fair-play de Ashley Young) e que acabou a pedir a hora, sujeito a ataque desenfreado e lances variados, em ambos os flancos, do FC Porto onde a entrada de Rodriguez pouco trouxe a não ser a vontade de vê-lo em campo de novo.

O FC Porto despediu-se da Peace Cup com prova de garra e vontade de vencer. O adversário não perdoou o onze timorato inicial de Jesualdo e a falta de sorte ajudou depois a ditar o afastamento da final.

Bobby Robson

"concentrava nele tudo o que de bom tinha o futebol" - Sky News

Robert William Robson faleceu hoje aos 76 anos, vítima de doença prolongada e após vários tipos de cancro desde 1992, quando então servia o PSV Eindhoven, e inluindo um afastamento do banco do FC Porto por um tumor nasal em 1995.

Bicampeão nacional pelo FC Porto, depois de vencer a Taça na primeira meia época nas Antas quando chegou em finais de Janeiro de 1994, Bobby Robson ganhou merecidamente uma legião de admiradores e é agora mesmo evocado sem cessar por ex-pupilos ingleses que orientou na selecção inglesa.

Foi pela Inglaterra e pelo FC Porto que Robson ficou conhecido, mudando de forma diria dramática a sorte de cada uma dessas equipas que herdou em situação difícil. Não haverá muitos com elogio fácil, propício nesta hora de infortúnio, ao treinador sagaz no banco e eu seguramente não sou um deles, mas a sua capacidade de liderança e o exemplo de treinador agregador de vontades, tirando o máximo das diferentes personalidades que podem exaltar ou afundar uma equipa, ficam para a posteridade, junto com um monte de títulos numa carreira notável.

"Sir" Bobby Robson, armado cavaleiro nos anos 90, conheceu no Sporting a primeira "chicotada" da sua carreira, que repetiria no Newcastle há um par de anos, no último clube que treinou, será lembrado em Alvalade pelo técnico despedido na liderança do campeonato, depois de uma eliminação ignóbil em Salzburgo (0-3, depois de 2-0 em Lisboa).

Mas é pelo FC Porto que mostra tenacidade para dar a volta às mais difíceis situações, quase começando por recuperar, quando substituiu Ivic no início de 1994, seis pontos de atraso para o Benfica na segunda volta que começa a perder na Luz pelo famoso jogo do "Fernando Couto, 0 - Benfica, 2".

Ainda levou, nessa época, os dragões à semifinal única em Camp Nou (0-3). Ganharia os dois campeonatos seguintes e um registo de 53 jogos sem peder no campeonato. No final de dois anos frutuosos a mudar a dinâmica do futebol portista, mais espectacular e concretizador, foi para o Barcelona ganhar tudo menos a Liga espanhola perdida para o Real Madrid concentrado só nas provas domésticas pela ausência da Europa.

Com Robson em Barcelona, mais Vítor Baía que valeu um milhão de contos na mais cara transferência de um guarda-redes até então, além de Figo que já lá estava e Fernando Couto entretanto comprado ao Parma, os catalães venceram a Taça do Rei, a Supertaça de Espanha, a Taça das Taças e a Supertaça europeia mais tarde.

A Sky News, de repente, conseguiu pôr esta manhã um ror de gente a falar dele, porque também a sorte da selecção inglesa mudou desde o fiasco das sucessivas não qualificações desde o Mundial-70, à parte o de 1982 em Espanha. Robson, porém, foi severamente criticado em Inglaterra enquanto seleccionador. Foi ao México-86 para perder de inicio com Portugal e acabar eliminado com a ajuda da mão e de Deus Maradona, mas só depois de ter vencido a sua teimosia, apostando decisivamente no esqueleto da melhor equipa de então, o Everton, com os vários Gary Stevens, Trevor Steven, Peter Reid e Gary Lineker.

Para o Mundial-90, acabou em 4º lugar vencido pela Alemanha nos penáltis e pela Itália por um golo irregular, depois da controvérsia por não aproveitar o melhor do genial Gascoigne que então despontava.

Mas ainda lembro os títulos dos tablóides como "Go, for God sake, Go", após várias más exibições da Inglaterra que pagou sempre pelo exagerado calendário doméstico que deixava os jogadores exaustos para as fases finais de fim de época.

Como lembro de alguns devaneios tácticos pelo FC Porto. Muitos lembram a falhada adaptação de Aloísio a lateral-esquerdo no sentido de vigiar Stoichkov na semifinal com o Barcelona, ms o seu primeiro jogo europeu com o FC Porto foi uma pequena barraca de falta de senso táctico, com 5 defesas usados no Anderlecht e uma equipa bloqueada que se libertaria, um mês depois, com esmgadora vitória em Bremen (5-0).

Um cancro nos pulmões liquidou-o agora, cerca de 14 anos depois de ter criado conrovérsia nas Antas quando, face à notícia de um "câncro no estômago" noticiado a um domingo, antes de um jogo de preparação, Pinto da Costa se insurgiu veemente contra as más informações desmentindo categoricamente a existência de um "cancro no estômago", mas sem revelar que era um cancro mesmo, mas na zona nasal.

Inácio tomou conta da equipa nos primeiros seis jogos do campeonato, até ao empate em Felgueiras (1-1) e antes da primeira deslocação a Nantes em que Robson voltou ao banco de forma infeliz, tacticamente, como era notório na sua carreira. Empolgava, porém, pelo seu estilo e comunicação, lembrando sempre aos jogadores que o público ia ao estádio não só para ganhar, mas para ver jogar bem e que se era possível chegar a 4-0 ou 5-0 os jogadores tinham de dar o máximo para agradar ao público e motivá-lo também para ir ao estádio.

Mal chegou às Antas, com futebol arejado e directo que depois resultou mesmo em golos na jogada inicial do desafio, começando a (t)reinar numa manhã de nevoeiro, Robson tinha primeiro de superar o Salgueiros no pelado de Vidal Pinheiro para a Taça de Portugal (2-0), antes de ir à Luz no início da 2ª volta da Liga.

O número de espectadores duplicou facilmente logo aos primeiros jogos nas Antas que voltou a ter 45 mil na assistência e foi contra a assistência desabrida e indecente, no Jamor, após vitória no prolongamento sobre o Sporting que o despedira meses antes, que Robson viu uma das mais indignas cenas, com João Pinto a receber a Taça entre arremessos de objectos e insultos, um cenário contrastante com o futebol cavalheiresco a que se habituara em Inglaterra onde foi campeão pelo Ipswich como jogador no ano após a subida em 1961 e venceu a FA Cup em 1978, além de levar os azuis à conquista da Taça UEFA em 1981 numa carreira de manager (quase) num só clube (só durou 10 meses na primeira experiência no Fulham) que o levou, por fim, à selecção inglesa após mais um falhanço para o Euro-84 e pelo que é hoje evocado como um dos maiores "managers" de sempre do futebol inglês onde teve aventuras - tambem extraconjugais e exploradas pelos tablóides - contrastantes de euforia e desgraça.

Tal como em Portugal. Mas por cá não há categoria para apreciar e evocar em comentários, entrevistas e imagens como agora vemos, de forma tão diversificada e profissional, na Sky News.

30 julho 2009

Decência na Justiça, antes da Informação

As críticas que se avolumam a "certa Imprensa" e o desfazer dos casos em tribunal, ao arrepio das condenações populares e perseguições pessoais: de Pinto da Costa a Fátima Felgueiras na literatura de cordel que os meios de investigação legítimos gostam de acompanhar sem moto próprio

Não sou advogado de defesa de ninguém, mas causa-me perplexidade que nos últimos anos tantos casos de Polícia e Tribunais acabe em águas de bacalhau. Tudo porque, antes, foi feito um chinfrim noticioso que quase levou a condenações públicas. Tem havido vários episódios e outros estão na calha ou em vias de ter alguma sentença em local próprio. Normalmente, não tem havido condenações. Nem no BPP, onde só ao fim de tanto tempo se apurou um arguido que era a cara do banco, nem no BPN onde também só um típico e oportuno "Bibi" apareceu na pessoa do ex-administrador, já para não falar do Carlos Silvino a pagar só as custas do que sucedeu na Casa Pia.

Isto vem a propósito de hoje terem ocorrido duas manifestações quase simultâneas e de sinal contrário: enquanto Fátima Felgueiras era absolvida de mais um processo, este por causa dos apoios ao clube de futebol local que nenhuma câmara do País deixou de ajudar de alguma maneira, o Correio da Manhã puxava mais um caso alegadamente envolvendo Pinto da Costa. Hoje, porventura, o mesmo jornal não trará a lume, nem numa página inteira ou sequer metade dela, a absolvição de Fátima Felgueiras contra quem ali foram publicadas páginas arrasadoras para a (conveniente? em nome de quem?) condenação pública.

A Justiça, lenta e aparentemente receosa quanto a dar passos mais céleres, firmes e indiscuívieis, ainda funciona, apesar das críticas justas ao seu modo de operar e a alguma dúvida sobre a seriedade de muitos dos seus protagonistas principais: magistrados e juízes. Mas nos dois casos citados, pessoais e pouco políticos, a Justiça ilibou Pinto da Costa e Fátima Felgueiras, não discuto aqui a bondade de tais sentenças.

Isto acontece uma semana depois de uma notícia fundamentada, alicerçada em documentos oficiais, pormenorizada e sem margem de refutação ter surgido no "Sol" sobre os negócios do Benfica com os seus terrenos, os de outros que poderia manipular e a cegueira das instituições que devem, até por estarem sedeadas na capital de todos os poderes e capacidades decisórias e investigativas, operar por moto próprio, guiados pela absoluta procura da verdade e interesse popular em nome do bem público que, no Seixal, vai muito além da noticiada, há um ano, informação do calote de 500 euros mensais de água do Benfica à edilidade local onde foi erigido, sem investigações nem curiosidade jornalísticas, o seu centro de estágio.

Parece, mais uma vez, que o Ministério Público e a afamada, mas inconclusiva e incapaz de provar os seus méritos tão propagandeados, Procuradora-Geral Adjunta, a aclamada Zorro da Justiça, não se preocuparam com o que foi publicado no semanário que denuncia tráfico de influências e danos do bem público seixalense. A este respeito, não só Miguel Sousa Tavares foi eloquente em matéria que domina e que contradiz a sua capacidade crítica em termos de futebol "tout court", mas o nosso confrade Reflexão Portista trouxe há dias algumas dicas do que respigou de um blog seixalense que há muito vinha alertando sobre as manigâncias e traficâncias lá na margem sul.

Se não somos surpreendidos pela tónica sempre unilateral dos diversos correios da manha deste País de vigaristas com melhor ou pior nome, já a alusão, para suportar a manchete de hoje, a mais um livro de literatura de cordel deixa-me perplexo. Porque o MP lá arranjou entretenimento de um livreco para seguir umas pistas que nos trazem à memória o triste exemplo carolíngio de há uns anitos e que tem sido amplamente derrotado em tribunais de vária importância mas de decisão unânime em todos.

O MP não tem vontade própria, meios adequados e inteligência investigativa capaz e que vá mais longe do que o bestunto Ricardo Costa da Liga de Clubes no pífio Apito Final? Esta PGR caiu em desgraça quando pretendeu ser engraçada mas não aprende a lição e quer prender por encomenda. Forçosamente.

Enquanto há tempos tivemos um caso amoroso estragado em que a própria interveniente, ainda que mudando de camisa consoante a loja de conveniência para o seu bem-estar, se dispõe a falar das minudências da vida conjugal, agora parece termos mais um chico-esperto que, como antes com alguém junto da Selecção no Mundial e um ex-assessor do Presidente da República a falar das conversas privadas deste com diversas figuras públicas, acha-se no direito de testemunhar o que ouviu ou soube como mero relações públicas.

É a ralé da República. Cheira mal, mas é só o sintoma da ferida de morte que consome a Nação e o seu estado anímico febril e perfil psicológico doentio.

29 julho 2009

Besiktas, 0 - FC Porto, 0

Em 4x4x2: Beto; Miguel Lopes (Fucile 77), Rolando, Bruno Alves, Álvaro; Guarín (Nuno A. Coelho 90), Fernando, Belluschi (Valeri 86), R. Meireles (Varela 66); Hulk e Farías (Falcao 66).

Acabou em 4x3x3: Beto; Fucile, Rolando, Bruno Alves, Álvaro; Nuno A. Coelho, Fernando, Valeri; Varela, Hulk e Falcao.

Koukoulakis deve ser o equivalente a palhaço, em grego, presumivelmente com formação na idiota escola de arbitragem portuguesa. O árbitro negou dois penáltis a Hulk e impediu o FC Porto de vencer de novo, sem evitar a qualificação portista para a semifinal de 6ª feira, com o Aston Villa dirigido por Martin O'Neill que orientou o Celtic na final do Olímpico de Sevilha para a Taça UEFA em 2003.

Mas foi no Sanchez Pizjuan que em 1992 o FC Porto conquistou o torneio da Expo'92, algo que tem escapado nos pormenores da Imprensa. E neste estádio do FC Sevilha os dragões foram superiores ao Besiktas, outra equipa com mais tempo de preparação, sólida mas improfícua na definição das jogadas de ataque que lhe valeu o segundo empate e o afastamento na Peace Cup.

Como se admitia, Jesualdo experimentou o 4x4x2, com Belluschi a fazer de 10 e, lamentavelmente, Guarín a fazer só 60 minutos, estourando depois e reduzindo a eficácia do 4x3x3 ensaiado na meia hora final. O colombiano não aguentou nem o ritmo, elevado, do jogo nem a temperatura sempre escaldante de Sevilha. O que é mau sinal, pois no onze inicial estavam 7 jogadores que 48 horas antes tinham jogado frente ao Lyon e alguns fizeram os 90 minutos dos dois jogos do Grupo D da prova.

Guarín, de resto, contrastou com a verticalidade do jogo de Mariano, a quem coube substituir, jogando muito para trás e para o lado. Já não bastava o relvado areado do Pizjuan a atrasar o jogo e a circulação de bola que impediram Hulk de fazer mais estragos nas suas arrancadas. Pior, porém, fez o árbitro a negar duas faltas evidentes sobre o Incrível, na área, ambas por jogo de mãos ilegítimo a que, na pré-época, vamos assistindo num triste cenário de antecipação ao que pode ser a época oficial com vista grossa às mais variadas faltas sobre o brasileiro.

O Besiktas jogou duro e em bloco, pouco afoito na frente e também, como o Lyon, remetido a remates de longe pela boa marcação e pressão do meio-campo em que, desta vez, Belluschi jogou a 10, sevindo os dois avançados com Hulk descentrado e Farias na área. Belluschi fez passes e foi à área definir jogadas até para rematar, saindo dos seus pés as melhores jogadas que deveriam ter coroado o domínio técnico e táctico do FC Porto.

É óbvio que um sistema pouco rotinado no FC Porto não carbura em pleno, com quatro médios e dois deles estranhos ao jogo colectivo (Belluschi e Guarín). Meireles também acusou desgaste e foi uma surpresa que não tenha sido dispensado deste jogo como foi Mariano. Jesualdo lançou obviamente Beto na baliza mas só mexeu na lateral-direita para testar a fogosidade de Miguel Lopes, solto apenas a partir da meia-hora de jogo mas confirmando o seu poder de arranque que pedia meças ao de Álvaro na esquerda.

Farias foi pouco servido mas as ocasiões de que dispôs remetem-nos para a sua insuficiência físico-atlética avaliada de forma insuficiente em anteriores pelejas internacionais. Era admissível que Falcao tivesse mais tempo e acabou por jogar só na transformação do sistema para o 4x3x3 com que o FC Porto acabou a partida, algo partido a meio-campo pelo estouro de Guarín e o desgaste de Meireles que deixaram os turcos a pressionar um bocado na segunda parte. Belluschi também acabou com os bofes de fora, o que se revelou um risco pelo cansaço acumulado nos dois jogos em pedras influentes do meio-campo.

À parte duas ou três jogadas bem gizadas, com o FC Porto na iminência de marcar um golo válido que não foi autorizado a Hulk por milimétrico fora-de-jogo, a partida foi muito equilibrada mas com o FC Porto dono e senhor da maior fatia da partida em que o péssimo relvado e o árbitro grego a contrariar a história de animosidade contra os turcos, favorecendo-os descaradamente ao ponto de irritar Jesualdo e desmoralizar os jogadores portistas. Uma falta inventada perto do fim, com bom remate de Nihat sobre a barra, quase era o pico da tragédia grega que afastasse o FC Porto da prova. Pela primeira vez sem vencer na pré-época, a equipa portou-se muito bem em condições de piso e temperatura adversas e um árbitro do género dos que por cá atentam permanentemente contra o bom senso e a famosa 18ª lei do futebol que muito poucos sabem aplicar. O amarelo final a Hulk, quem haveria de ser?, foi a última cena de um jogo que valeu pela indicação do colectivo forte do FC Porto, a passagem à semifinal e a confirmação de valores excelentes como Belluschi, Álvaro, Varela e, já agora, Beto.

27 julho 2009

FC Porto, 2 - Lyon, 0

Em 4x3x3: Helton; Fucile (Nuno A. Coelho 90), Rolando, Bruno Alves, Álvaro; Fernando; Belluschi (Guarin 62), R. Meireles; Mariano (Valeri 85), Varela (Farias 85), Hulk (Falcao 60).

Golos: Hulk 9 e 75.

Acabou em 4x4x2: Helton; Nuno A. Coelho, Rolando, Bruno Alves, Álvaro; Fernando; Guarin, Valeri, R. Meireles; Falcao e Farias.

Primeiro jogo mais sério e um FC Porto bem a sério, obtendo a vitória mais folgada da Peace Cup até ao momento e Hulk o primeiro "bis" da prova para "ameaçar" os prémios de melhor marcador e de melhor jogador.

Jesualdo lançou a melhor equipa possível nesta altura, aliás já previsível pela rotina adquirida com a inclusão de Álvaro, Belluschi e Varela que vão ser titularíssimos nos tempos mais próximos, quiçá até à Supertaça e mesmo na abertura do campeonato.

Hulk foi o incrível do costume: golaço em remate potente e arrancada fulminante para conclusão imperdoável. Belluschi um monstro de classe e entrega ao jogo, confirmando ser mais "lutador" do que Lucho e sem medo de sujar os calções e meter o pé. Álvaro mostrou a Cissokho que o FC Porto fez mesmo a melhor transferência de sempre, vendendo de forma fantástica o francês e adquirindo um fabuloso defesa, raçudo e imbatível, para a troca directa que não beliscará nem o apoio à dinâmica ofensiva e muito menos a coesão defensiva, pois o uruguaio é mais maduro e experiente do que o negrão Aly.

Estas as menções individuais necessárias. Ainda que Hulk seja apenas a confirmação da explosão muscular e capacidade de romper e dinamitar as defesas contrárias, obviamente que as atenções centram-se nos reforços e quer Belluschi quer Álvaro irão cumprir nas vagas deixadas por Lucho e Cissokho. Aliás, nos 90 minutos, a minha menção para melhor jogador é mesmo o uruguaio neste encontro, não fora a preponderância da potência de Hulk que desfaz qualquer veleidade de poder eleger outro MVP se não o marcador dos golos.

A ausência de Lisandro no Lyon e a forçosa nova estrutura atacante do FC Porto pela chegada tardia de Falcao (confirmando-se Farias como segunda opção para ponta-de-lança) dispensam para já a "comparação" neste sector pela saída de Licha.

O FC Porto perdoou a goleada ao Lyon, com ocasiões soberanas na 2ª parte para ampliar mesmo antes do 2-0 e após o segundo golo de Hulk. E foi uma equipa serena e competente, sem deslumbrar mas soberba, com toda a matriz de jogo da época passada, algo nunca perdido porque já nos anteriores encontros, todos vitoriosos - QUEM PÁRA O FC PORTO? -, a dinâmica, as compensações, as dobras defensivas e os lances de catálogo estiveram sempre presentes.

Um jogo muito seguro, sem permitir veleidades ao Lyon que apenas teve um "frisson" junto a Helton por este ter largado uma bola na sua habitual descontração natural, um FC Porto forte a meio-campo contra um combativo e duro miolo dos franceses que podiam evitar levantar tanto o pé.

Defensivamente a equipa esteve sempre cómoda e ofensivamente soube jogar longo e curto. Falta apenas a Varela o engodo pela baliza que pode aprender com Hulk, mas a equipa esteve sempre bem em qualquer situação, mesmo nas raras recuperações defensivas que teve de fazer (perdas de Fernando e Mariano). O equilíbrio táctico não vai merecer primeiras páginas por ser uma marca da equipa, mas com o modelo de jogo interiorizado desde o início e com os novos a integrarem-se de olhos fechados a coisa promete, ainda que também o percurso cem por cento vitorioso também escape às manchetes dos que se deslumbram com coisas menores e jeitos de aprendizagem acelerada detectadas noutras equipas sempre da moda no Verão.

Com a defesa inabalável, e bons recursos para as necessidades, mais o meio-campo de Belluxo em vez do Comandante como garantia, parecem sobrar múltiplas opções para o ataque, o que muitos temiam e decerto temem até os resultados poderem desenganá-los em definitivo. Enquanto os rivais apresentam possibilidades de êxito, o FC Porto mostra certezas e o 4x4x2 final de novo testado, ainda que sem tempo, é prova de poder recorrer-se a outros métodos de ataque quer em jogos de defesas cerradas e resultados bloqueados, quer em contra-ataque para gerir jogos e resultados como ontem.

Com meia hora em campo e jogando sempre fora da área, contrariando os fatalistas que demoraram sempre mais a convencer, Falcao entrou bem e só num 1x1 pela esquerda não definiu a jogada devidamente. Lançou bem Hulk para o 2º golo e teve domínio de bola e passes de primeira, em tabela, que mostram potencialidades para um jogador, quando afinado e sincronizado, que pode ser o 9 desejado que carrega nas costas e fazer esquecer Lisandro pelo menos, para já, na técnica individual. Fica para o próximo jogo ver talvez a sua codícia na área, pois a precisar de apenas um empate com o Besiktas, 4ª feira, Jesualdo deve fazer descansar alguns médios e avançados - quiçá mudando o sistema para 4x4x2 - e Falcao poderá mostrar algo mais. De momento agradou, pois pôde ver-se mais do que os 20' contra o D. Bucareste na fase mais incaracterística e desconexa da equipa em Albufeira.

O onze esteve inalterado por uma hora, o que diz bem do objectivo de Jesualdo de definir a equipa e o sistema frente a opositor de categoria, com mais preparação (e velocidade individual) e até ritmo, mas sem a coesão e o equilíbrio do FC Porto que tem tudo para passar às meias-finais e, sem parangonas, está a afinar uma bela equipa em perspectiva e ainda sem um desequilibrador nas alas como Rodriguez.

Se o sistema de jogo está implantado e tanto dá para os extremos abrirem o 4x3x3 em largura e darem profundidade como para fecharem o flanco e assumirem uma postura forte no meio-campo e com velozes avançados para a frente, a integração dos lesionados poderá vir a confirmar que, quer nas trocas directas quer nas mudanças de sistema táctico, o grupo está forte e poderá apresentar ainda mais soluções e alternativas de vária índole do que na época passada, aquela que parecia trazer "a pior equipa da década" no entender dos críticos da casa mais acérrimos.

Uma evolução na continuidade, eis o que me parece. Agradavelmente.

25 julho 2009

Quem sabe onde fica Catânia dê um passo em frente...


FC Porto melhor para avaliar frente a Lyon e Besiktas. As coisas lisbonenses da moda e o passo em frente de Javi Garcia e de Andújar que preferiu outras bandas


Uma série de contratempos deixou-me por fora na última semana, só esporadicamente espreitando o que aqui se passa na bancada e, mais raramente ainda, com a possibilidade de escrever algo como faço agora num cybercafé. Mas o que vou lendo de relance deixa-me divertido e triste, como é habitual nestas alturas de euforia e depressão da silly season que abarca adeptos de todos os quadrantes.

As impressões sobre o FC Porto são, para mim, muito positivas, o que muitos partilham. Como sempre, um ou outro mais afoito já aponta baterias aos aspectos que considera fracos, deixando em plano secundário a larga maioria de coisas positivas que entram pelos olhos de quem não vai ao hospital esperar melhorar a visão em vez de ir a Cuba. Quanto às coisas negativas, pelo visto um crítico daqueles de fibra já as aponta a quem meramente fez dois treinos e jogou 20 minutos, o que pode superar toda a espécie de cretinice que pensávamos morta e enterrada nos afoitos que há um ano até chegaram ao ponto de proclamar "a pior equipa do FC Porto da década". A piada, que alivia a tristeza, é que estes críticos bandidos dizem esperar estar enganados e que se retratarão se assim se provar, mas ainda demoram mais tempo a cumprir a promessa do que a Liga a entregar os troféus de campeão...

Talvez com mais tempo e atenção, agora que o plantel está completo (ainda que Prediger não conte de momento para o totobola e persista a lesão de Cebola, que o FC Porto é tanto um zoo e jardim botânico como o Benfica a sociedade das nações sem portugueses), possa dar opinião consistente nos jogos com Lyon e Besiktas: porque não são propriamente amigáveis, há limites de substituições (suponho) e é possível ver uma equipa em campo com coerência para durar senão os 90 minutos pelo menos uma hora de jogo com laivos de competição a sério.

Até lá, tenho lido algumas coisas interessantes e observado a amnésia dos que, há um ano, tanto falaram do presidente do CJ da FPF e hoje não levantam a mesma voz de indignação pelo presidente da CD da FPF que, recorde-se ainda, Madaíl elegeu, ele mesmo, após o parecer fretado ao Freitas que desqualificara o CJ do nojo do Verão passado. Indignação, memória, equilíbrio e crítica despejada de preconceitos são quimera nos tempos de hoje.

Do que li sobre a matéria, a decisão do campeonato de juniores parece-me indiscutível, na esteira da ordem moral tacitamente aceite pela inteligentsia lisbonense que "julgou" o Apito Final do ano passado. Para eles assim está bem e ainda bem que não atribuíram o título ao FC Porto, 3º classificado dos juniores. Se vierem a fazê-lo, cruzes, canhoto!, há que recusar frontal e destemidamente. O título deve ser para o 4º classificado, o V. Guimarães, que tão bem andou de braço dado há um ano por uma questão europeia derrotada na UEFA e no TAS para saberem o que é a legalidade vigente e não assaltada por um qualquer grupo de advogados fedelhos de vídeos do youtube...

E enquanto o FC Porto prepara a entrada em Espanha pelo antigo reino da mouraria, jogando esta semana em Huelva e Sevilha, leio no jornal do "desanimado" duas coisas fantásticas pela contradição entre si e numa delas um autêntico tiro no pé. E como a vida deve ser feita de reflexão mas também de riso, ao contrário do que pugnava Santo Agostinho sempre austero, a cultura não deve ser posta de parte no Verão de todas as leituras.

Li em A Bola, em dias consecutivos, que:
1) um tal Javi Garcia, de que muitos discutem a bondade do valor da transferência e até a manha da engenharia criativa associada aos 7 milhões, chegou do Real Madrid e disse no Benfica
"Dei um passo em frente na minha carreira".
Se fosse o dinheiro a toldar a razão às pessoas, admito que até Cristiano Ronaldo deve estar com a cabeça à roda ainda hoje, que a SIC não pára de lhe fazer vénias...

2) no dia seguinte, com honras de Última página ainda que numa breve de escassas linhas, o cobiçado guardião argentino Andújar, que o FC Porto não "desviou" do Benfica, terá definido a sua transferência assim
"Preferi o Catania ao Benfica"
É a "pergunta de 1 milhão de dólares" propícia a derreter as meninges no Verão dos passatempos e risotas com "Scrabble": dê um passo em frente - mas sem ir à enciclopédia nem ao globo ou atlas terrestre - e avance quem sabe onde fica Catânia (com ^, em português na antepenúltima sílaba como no italiano mas sem acento)?

23 julho 2009

FC Porto, 1 - Dínamo Bucareste, 0

Golo: Varela (15m)

1ª parte: Beto, Fucile, Maicon, Bruno Alves, Álvaro Pereira, Fernando, Guarín, Beluschi, Mariano Fonzáles, Silvestre Varela e Hulk

2ª parte: Helton, Benitez, Valeri (72m), Falcao (69m), Rolando, Nuno André Coelho, Farias e Toma Costa

Dragões vencem Dínamo Bucareste

O FC Porto cumpriu esta quinta-feira o quarto jogo de preparação da próxima temporada, vencendo os romenos do Dínamo Bucareste por 1-0 e arrecadando o troféu da partida.

Os azuis e brancos foram sempre superiores, sendo que o único golo do jogo foi marcado por Silvestre Varela.

Destaque-se ainda as estreias de Valeri e Falcao ao serviço da equipa portuguesa.
O Jogo

Prediger

O Porto investe 3,3 milhões de euros em mais um argentino que optou pelo Dragão por causa da Liga dos Campeões.

O aliciante de jogar a Liga dos Campeões foi fundamental para Sebastian Prediguer escolher o FC Porto.

O médio defensivo argentino, de 22 anos, parte amanhã de Santa Fé, rumo à cidade invicta para vestir a camisola do campeão nacional.

O Porto investe 3 milhões e trezentos mil euros pela totalidade do passe do jogador proveniente do Colon.

Em entrevista exclusiva a Bola Branca, Prediguer começa por falar da champions e do sentimento de poder jogar nos grandes palcos do futebol europeu :"Esta é uma prova que tudo e todos querem disputar e à qual nem todas equipas têm acesso por não conseguirem o apuramento. Se se concretizar este acordo com o Porto, quero mostrar que posso fazer bom trabalho aí".

Prediguer ainda não conhece a verdadeira dimensão do Fc Porto e diz-se empenhado em deixar boa impressão no seu novo clube . "Sei que o Porto já venceu a "Champions" e outros títulos. Dos jogadores que lá actuam, já joguei frente aos argentinos e acredito que vou conseguir fazer boas amizades no plantel".

É o próprio Prediguer a admitir que também se falou do interesse do Benfica na sua contratação : "Falou-se, de facto, de uma possibilidade aí do Benfica, depois também houve uma hipótese em Espanha mas quando apareceu o convite do Porto eu e a minha família não pensámos em mais nada, foi espontâneo!".

Por fim, Prediguer revela as suas características como jogador. Para que os adeptos do Porto fiquem com uma ideia do que vão ver no estádio do Dragão: "Sou um médio-centro, que saiu das camadas jovens do Cólon de Santa Fé. Consegui jogar na equipa principal já lá vão três temporadas e só espero que tudo dê bem nesta mudança".

À pergunta sobre um ídolo que tenha marcado a sua carreira, Prediger refere Redondo, ex-Real Madrid e a selecção da Argentina, curiosamente um jogador que alinhava na sua posição dentro das quatro linhas...
RR

21 julho 2009

tiri-ti-ti-twitter-tiri-ti-ti-tirititi-transversal-tirititi


O resultado não importa ao crónico campeão do verão (futuro do verbo ver). O adversário só começou a treinar antes de ontem e jogou a pé fixo e ao meiinho.

Interessou o ambiente assobiativo a pedir penaltis ai... mar, de mergulho e a reclamar faltas evidentes.

A afamada dinamica terá primeiras páginas eloquentes, estreadas ontem para o ego de CR9 algo maltratado na exigente imprensa espanhola. A lavandaria nacional preserva o orgulho pátrio como o fumeiro os chouriços.

20 julho 2009

Muito bem dito mas muito por dizer

Farpas ao Benfica, despreocupação com o passivo que será corrigido, presume-se, na próxima época e realismo no imprevisível mercado do futebol na entrevista de Fernando Gomes

Não é extensa e apesar de muitas apreciações fundamentadas ficou muito por dizer na entrevista de Fernando Gomes hoje a O Jogo. Basicamente, o administrador para a área financeira relata o aspecto geral do mercado do futebol em termos que já deviam ser familiares para muitos portistas, mas alguns persistem em não entender o fenómeno e a partir para extrapolações ridículas e até acusações não fundamentadas.

A entrevista pode ser lida aqui, mas realço os seguintes aspectos que ficam, pela sua importância no contexto da actualidade financeira e desportiva do FC Porto, à apreciação dos adeptos de bancada.

Primeiro que tudo, o temor quanto ao passivo:
"A questão do passivo apaixona os críticos, mas não deve ser vista de uma forma estática. Para já, as vendas realizadas significam que o FC Porto conseguiu equilibrar as contas da última época, cumprindo as previsões do orçamento que tinha sido traçado e conseguindo até ir mais além do que estava previsto. Contudo, os últimos movimentos do mercado não vão ser evidentes na próxima apresentação de contas que se refere ao período que terminou a 30 de Junho, pelo que não será perceptível aí um corte significativo no passivo. No entanto, o período de Julho e Agosto já vai registar uma melhoria considerável. De resto, sempre dissemos que, mais do que o passivo, aquilo que nos deve preocupar é a capacidade que o clube tem para cumprir os seus compromissos. E o FC Porto tem demonstrado reiteradamente ter capacidade para fazer face a todos os seus compromissos"
Ora, esta resposta relativamente curta mas incisiva, própria de um gestor objectivo e racional, obriga a levantar algumas questões e a prever outras situações, pois daqui dá pano para mangas:
1- Primeiro, a "forma estática" aludida a quem vê, e eu sempre critiquei isso, as coisas da maneira mais simplória possível quanto ao passivo. É verdade e alguns agitadores inflamam facilmente o discurso contra a gestão financeira e económica da SAD.

2- Mas se esta matéria "apaixona os críticos", seria bom dissecá-la e isso está longe de ser válido, subsistindo algumas dúvidas no tema, permitindo intepretações várias e divagações que raiam o doentio.

3- Para a época finda contará apenas a venda de Lucho, entrando na data limite para o fecho das contas (30 de Junho). O efeito que terá, a juntar aos 12 milhões arrecadados na Champions e a mais 5 ou 6 de bilheteira e exploração comercial na Europa, pagará o orçamento na ordem dos 40 ME e isso chama-se, como é observado, cumprir a estratégia que inclui previsão de despesas e de receitas, pelo que a gestão é meritória senão excelente, mas muitos esquecem isso.

4- Há a promessa de cortar no passivo nas contas da próxima época, fruto das vendas mais recentes (Julho): veremos o montante desse valor no R&C do final da época. Mas já ficou a ideia de poder diminuir algo ao passivo já em 2008-2009.
Vender e comprar: risco associado
O FC Porto vende, respeita o orçamento e cumpre-o, mas precisa de comprar, tudo numa espiral vendas-aquisições que desagrada aos adeptos e afasta a quimera (?) da estabilidade da equipa. Mas se alguma equipa é estável (Barcelona, talvez o melhor exemplo e porventura único), é um oásis de calma da volatilidade do mercado, ainda que mais moderado este Verão.

Ora, para comprar é preciso saber, tal como saber mostrar para vender (e render) bem. Também aqui a satisfação deve ser plena, mesmo a custo da sincronia da equipa por mais de um/dois anos. Reparem na palavra "risco", associada à reconstrução da equipa, mas também à previsão de vendas. Planificação, em suma.
"O reequilíbrio do plantel foi assegurado atempadamente. Procurámos, com uma dose de risco devidamente calculado, preparar as alternativas para aquelas que eram as movimentações de mercado previsíveis e que se acabaram por confirmar. Neste momento, temos um plantel devidamente equilibrado no sentido daquilo que são os objectivos do FC Porto: lutar pela vitória em todas as frentes".
Fica uma alfinetada ao Benfica, onde o homólogo de Fernando Gomes (Domingos Soares Oliveira), há um ano saiu-se com a ideia de a Champions não ser fundamental para um clube viver. O curioso é que alguns gurus da área económica, amiúde citados, sustentaram o facto e até, alarves, disseram que na Taça UEFA será quase possível obter as mesmas receitas... E críticos acéfalos, além de permitirem uma série de mentiras pelo meio destes discursos "porreiro, pá!", andaram a dar de beber a esta dor antes de caírem na real. E isto vai pelo segundo ano de mais gastos no plantel e poucas receitas para o equilíbrio. Fica a alusão de Fernando Gomes ao Benfica:
"Não percebemos como alguém com responsabilidades na gestão de qualquer clube com aspirações pode dizer que a Liga dos Campeões não é fundamental".
Golpe falhado na Europa
O fracasso do Benfica, mitigado na CS do regime, sem criar ondas nos actos eleitorais e sem que nele se fale ao longo da época tanto como alguns afamados críticos gostam de falar no FC Porto, remete-nos, já agora, para as vivências do Verão passado e o golpe maquiavélico engendrado para afastar o FC Porto da Europa - com a derrota em toda a linha que se conhece, que se celebrou mas este ano passou esquecido salvo algumas evocações que eu aqui trouxe.
"É quase impossível fazer uma avaliação dos custos que teria tido essa ausência, porque estamos a falar de efeitos directos e indirectos. Em termos de efeitos directos, entre receitas de bilheteiras, direitos e prémios de performance, estaremos a falar de qualquer coisa como 15 a 18 milhões de euros. Depois teríamos os efeitos indirectos que se reflectem na valorização dos jogadores. Se pensarmos que o Cissokho, por exemplo, nunca teria jogado em Madrid e em Manchester, se considerássemos que o Lisandro e o Lucho também não teriam essas montras ao seu dispor, estamos a falar de um efeito que podia facilmente atingir as dezenas de milhões de euros".
Questões (colocadas?) sem resposta
Para finalizar, além de abordar o passivo - cujo descontrolo foi monstruoso a seguir ao penta e com uma má fornada de aquisições (Pizzi, Esnaider, Maric, Pavlin e tantos outros que me assustaram quando cheguei de férias do estrangeiro nesse ano) e cujos custos ainda devem estar a pagar-se agora no incremento do passivo, sem retorno financeiro evidente e desportivamente com épocas pouco abonatórias -, o responsável da área financeira da SAD podia explicar, se lho perguntassem:
  • a) a diferença entre ter direito a 20% de uma futura venda de Cissokho pelo Lyon e ficar com 20% do passe do jogador, "nomenclatura" diferente mas apresentada como aparentemente a mesma coisa.
  • b) a questão dos direitos televisivos na Liga portuguesa e o valor de mercado dos nossos jogos.
  • c) o novo acordo com a SuperBock
  • d) a questão dos lugares anuais (sem evolução anual significativa).
  • e) o custo do estádio, transferência de dinheiro da SAD para o clube (500 mil contos à altura da constituição da SAD, salvo erro)
  • f) até que ponto esta Liga de Clubes, no aspecto comercial e de marketing, tem feito melhor, tão incensada, do que anteriores gestões de Valentim Loureiro.
Isto só assim a pensar num ápice. Fica, portanto, a saber a pouco, sobrando aspectos gerais que são do conhecimento de público mais atento e ponderado.

19 julho 2009

Ao FIM de 3 anos…

…eu saio, mas o PdB continua

É algo em que não se pensa quando se começa um blog, é algo que custa sempre por mais que tenha de acontecer. Já esteve para acontecer há uns meses, resolvi aguentar até agora, com época ainda parada e dia do 3º aniversário do blog, mas a despedida era inevitável.

Os últimos meses têm sido penosos para eu conseguir manter este blog a funcionar. Não que todos vocês não me tenham dado sempre forças. Aliás é por quem visita o Portistas de Bancada que fui sempre tendo forças para manter o blog vivo. Por vocês e pelos meus convidados, especialmente pelo Zé Luís que esteve comigo quase desde o início, sempre incansável, colaborando e ajudando sempre e conseguindo dar uma enorme qualidade ao blog, pela excelência dos seus textos, pela sua acutilância, pelo seu oportunismo. Pelo Menphis que esteve sempre aí para o que desse e viesse, a quem dei até o posto de administrador do blog, ficando ele ao leme quando eu não podia e de quem me tornei grande amigo. E por todos os outros convidados que ajudaram este blog a crescer até ser o mais visitado e conhecido da bluegosfera.

Mas na realidade a minha colaboração tornou-se mínima, chegando a níveis baixos demais e que não se compactuam com a minha forma de estar seja em que projecto for. A minha “pica” para escrever desapareceu há muito, a minha disponibilidade diminuiu imenso e isso foi-se reflectido no blog. Não que cada vitória do FCPorto não me dê sempre a mesma e enorme alegria, um portista não se cansa de vencer, mas os Portistas de Bancada mereciam bem mais de mim e esse mais eu não lhes posso dar.

Quem acompanha o PdB há muito tempo, sabe que fui polémico, que entrei por caminhos nunca dantes navegados, que coloquei em causa o que nunca ninguém ousou fazer. Tentei quebrar alguns tabus. Criei com isso talvez alguns inimigos, não entendendo bem como, nem porquê, afinal trataram-se apenas de palavras, nunca tive intenção de ofender ninguém e fui bastante ofendido, ameaçado até. Apenas quis dar a minha opinião, mexer com as consciências dos portistas, tentar dizer-lhes de certo modo que apesar do clube estar bem e a ganhar muito, poderia estar ainda melhor e ganhar ainda mais. Afinal de contas tentei colocar os patamares de exigência ainda mais altos que o já habitual nível de exigência dos portistas e que é a nossa imagem de marca, que é o que nos faz ser melhores, sempre.

Os momentos que passei por ser administrador deste blog, apesar de efémeros, foram realmente momentos inesquecíveis. Por causa do blog tive os tais 15 minutos de fama de que Andy Warhol falava. Algo que, para alguém calmo como eu e que não gosta de sair do seu cantinho, de repente ver-se em frente a câmaras de televisão, nunca me tinha passado pela cabeça, e de que até tentei fugir inicialmente.

Ouvir falar do blog nos maiores meios de comunicação social do país, desde da RTP à SIC, passando por outros canais de tv como a SportTv e a já extinta RNTV, acabando nas mais variadas rádios nacionais, sendo quase semanalmente destacado no maior jornal de referencia do país como é o JN, tendo até tido neste jornal honras de uma página dedicada ao blog e ao seu fundador, foi o reconhecimento que jamais ousei pensar sequer em ter e foi bastante gratificante. Fez-me pensar que nunca me cansaria do blog e afinal…

Numa das entrevistas a um canal de televisão perguntaram-me qual era o post que desejava escrever, respondi sem hesitação que seria um post a anunciar o FCPorto Campeão Europeu. Não foi possível nestes 3 anos, apesar de ter postado 3 vezes o FCPorto como campeão nacional, aliás, este blog não conheceu ainda outro final para o campeonato que não seja a vitória do FCPorto. Mas apesar da minha saída e do fim do projecto inicial, o blog continua, agora comandado em exclusivo pelo Zé Luís e prometo que quando o FCPorto for novamente Campeão Europeu, e espero que seja já no próximo ano, eu estarei aqui a escrever esse post, com a devida permissão do Zé Luís, claro está.

O Portistas de Bancada, nestes três anos em que o conduzi superou todas as minhas expectativas. Adorei, mas não posso mais. Se calhar vou estranhar não ter a preocupação de actualizar o blog, de não ter a azafama de todos os dias lançar o debate no blog, algo que me fez algumas vezes deixar coisas bem mais importantes de lado, com a preocupação de não desapontar os Portistas de Bancada que nos visitam diariamente. Mas é tempo de passar o testemunho e tenho a certeza que o Zé Luís é a pessoa indicada para continuar a levar bem alto o bom nome do blog.

Nos últimos tempos temos feito a experiência com a quase exclusividade de posts do Zé Luís, alguns nem notarão a diferença daqui para a frente, mas a verdade é que toda a responsabilidade a partir do dia de hoje passa a ser exclusivamente dele. Quanto a mim, sinto orgulho no caminho que segui para o blog e sinto orgulho no blog que lhe entrego. Sei que lhe entrego uma casa arrumadinha, um blog de referência no mundo azul-e-branco da internet, um blog que continua a ser, se não o melhor, um dos maiores e mais visitados da blogosfera desportiva portuguesa e sei que o Zé Luís saberá manter as expectativas altas, embora adoptando o blog a si mesmo, seguindo talvez até por um caminho diferente. Normalíssimo, pessoas diferentes, pensamentos diferentes.

Agora, além de continuar a andar por aqui, vou continuar a vaguear por essa bluegosfera fora como fazia antes de iniciar este cantinho azul e branco. O que não falta agora são blogues de qualidade. Também aqui o nível de exigência aumentou nestes três anos e temos na bluegosfera excelentes blogues que estão a milhas dos de outras cores. Saio com a impressão que, na minha ínfima colaboração, ajudei para tal acontecer. Deixaram de existir só os “yes-blogs“, os blogs acríticos a tudo o que diz respeito ao FCPorto, os blogues do FCPorto que só vêm o bem do clube e o mal dos rivais, esquecendo que ninguém é perfeito e que só vendo os seus defeitos poderá ser melhorado. Por isto criei o Portistas de Bancada, para ser diferente. Agora, e com a diversidade de blog azuis, já não é assim tão diferente e ainda bem. Assim sendo, valeu a pena.

Foram 3 anos cheios de alegrias, cheios de títulos do nosso FCPorto. O Zirtaev sai, mas o Portistas de Bancada e o FCPorto continuam. Ser portista é ser vencedor, por isso as alegrias continuarão por muitos e longos anos.

Agora e resumindo o porquê do nascimento do Portistas de Bancada, termino como comecei:
Se os treinadores de bancada dão opiniões sobre tácticas, quem melhor que os Portistas de Bancada para darem opiniões sobre o FCPorto em particular e o futebol em geral. Por amor, por convicção, por dedicação e acima de tudo por sabermos que FCPorto rima com vitórias.
Parabéns ao blog pelo seu aniversário, parabéns a todos os Portistas de Bancada que ajudaram a fazer crescer este projecto até à referência que já é e parabéns ao Zé Luís por não deixar morrer este espaço.

Um abraço.

PS: Foi com muita pena minha que me vi obrigado a excluir da lista de convidados e antes do tempo o Ricardo Costa, tendo até de apagar muitos dos seus comentários, mas a realidade é que mesmo depois de uma conversa, este não entendeu que estava a perturbar a ordem do blog e que estava a levar problemas internos do próprio blog para a praça pública, causando com isso instabilidade na caixa de comentários e perturbando os restantes Portistas de Bancada, quando estes nada tinham a ver com o assunto. Para além disso, tem insistindo infantilmente até hoje com as mesmas questões, repetindo-se nos insultos e nas palavras desonrosas para o próprio blog. Quero dizer o seguinte, fui eu quem optou por excluir o seu nome da lista de convidados e fui eu quem apagou a grande parte dos seus comentários, já que este não me deixou outra opção, sendo que o seu comportamento não se coadunava com o de um convidado do blog. Fica feito o esclarecimento.

18 julho 2009

Até o resultado fez reviver Gelsenkirchen

FCPorto 3-0 Monaco
Aruna 28' (pb), M. Gonzalez 40' e F. Guarin 68'
FC Porto apresenta-se aos sócios com triunfo por 3-0 sobre o Mónaco

O FC Porto apresentou-se hoje aos sócios com uma vitória por 3-0 sobre o Mónaco, no Estádio do Dragão, num encontro que reeditou a final da Liga dos Campeões de 2003/04, em Gelsenkirchen, ganha pelos “azuis e brancos”.

O auto-golo de Haruna, aos 30 minutos, abriu a vantagem para o FC Porto, cabendo a Mariano elevar para 2-0, aos 40, e, já na segunda parte, Guarin fechar a contagem, aos 68, estabelecendo o resultado, o mesmo da final da "liga milionária".

Os tetracampeões nacionais apresentaram-se com três caras novas no “onze” inicial, com Álvaro Pereira a defesa esquerdo, Belluschi no meio campo, com a difícil tarefa de fazer esquecer Lucho, e Varela no apoio aos avançados.

O FC Porto entrou bem no jogo e podia ter marcado logo na primeira jogada, trabalhada por Hulk e Varela, mas Mariano não conseguiu desviar com êxito, de cabeça, para o fundo da baliza do Mónaco.

Aos 08 minutos foi Hulk que, na sequência de uma jogada idealizada e construída por Belluschi, caiu na área e ficou a reclamar grande penalidade, que o árbitro João Lamares não concedeu.

Nené, aos 09 minutos, obrigou o guarda-redes Helton a uma defesa apertada e, aos 14, foi a vez de Hulk brilhar, em dribles sucessivos sobre adversários, mas o cruzamento não encontrou Mariano na área da equipa monegasca.

O FC Porto, a trocar bem a bola e a pressionar, construiu em apenas seis minutos três situações de perigo para a baliza do Mónaco, resolvidas com maior ou menor dificuldade pelo guarda-redes Stéphane Ruffier.

Belluschi, aos 18 minutos, com um pontapé de ressalto, levou a bola ao poste da baliza visitante, Mariano, aos 20, ludibriou Ruffier, mas falhou o remate, e, aos 22, Hulk, de livre, colocou à prova os reflexos do guarda-redes.

O anunciado golo do FC Porto acabou por surgir num lance infeliz de Lukman Haruna, aos 30 minutos, que, ao tentar aliviar um cruzamento largo de Álvaro Pereira, traiu o próprio guarda-redes com um “chapéu” indefensável.

Os portistas, algo desconsolados pelo primeiro golo no Dragão ter sido auto-golo, viram, aos 35 minutos, o Mónaco quase repetir a proeza, com o cruzamento de Nené a ressaltar em Fucile e a trair Helton, mas a bola não entrou.

Aos 39 minutos, o Mónaco voltou a criar perigo, com um cruzamento de Mollo para Sagbo, que cabeceou ao lado, e, aos 40 minutos, os portistas festejaram efusivamente o golo de Mariano, a passe de Varela.

Para a segunda parte, já com o FC Porto a envergar o equipamento alternativo laranja, o treinador Jesualdo Ferreira operou quatro alterações, fazendo entrar Nuno, Tomás Costa, Maicon e Guarin.

O ritmo de jogo do FC Porto, pese embora os monegascos terem operado 10 substituições em 15 minutos, decaiu no início da segunda parte, com os “dragões” a demorarem alguns minutos a demonstrar entendimento.

O Mónaco cresceu de produção, mas o FC Porto criou perigo por Mariano, aos 57 minutos, e elevou a vantagem por Guarin, aos 68, na marcação de um livre directo, sem hipóteses de defesa para o suplente Thuram.

Até ao final do jogo as situações ofensivas decorreram de parte a parte, mas sempre com as defesas a superiorizarem-se às linhas atacantes.


Equipas:

- FC Porto: Helton, Fucile, Bruno Alves, Rolando, Álvaro Pereira, Fernando, Raul Meireles, Belluschi, Mariano, Hulk e Varela.

(Jogaram ainda Nuno, Tomás Costa, Maicon, Guarin, Benitez e Nuno André Coelho).

- Mónaco: Stéphane Ruffier, Adriano Pereira, Cedric Mongongu, Sebastien Puygrenier, Jimmy Traore, Nicolas N’Koulou, Lukman Haruna, Yohan Mollo, Pablo Pino, Nené Carvalho e Yannick Sagbo.

(Jogaram ainda Yohann Thuram, Francois Modesto, Diego Perez, Nikola Pokrivac, Thomas Mangani, Serge Gakpe, Jerko Leko, Sambou, Kevin Diaz, Djamel Bakar e Vincente Muratori).


Árbitro: João Lamares, do Porto.

Acção disciplinar: cartão amarelo para Nené (13).

Assistência: cerca de 39.000 espectadores.

In O Jogo

Cissokho no Lyon e mais 15 milhões no FCPorto


Cissokho no Lyon por 15 milhões de Euros

A FC Porto – Futebol, SAD comunicou este sábado a cedência dos direitos desportivos de Aly Cissokho, ao Lyon pelo valor de 15 milhões de Euros.

COMUNICADO

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD, nos termos do artigo 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, vem informar o mercado que chegou a acordo com o Olympique de Lyon para a cedência, a título definitivo, dos direitos de inscrição desportiva do jogador profissional de futebol Cissokho pelo preço de 15 milhões de euros.

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD garantiu ainda 20% da mais valia que o Olympique de Lyon vier a obter como resultado duma eventual transferência do jogador.

Mais se informa que o jogador já foi aprovado nos exames clínicos a que foi sujeito.

O Conselho de Administração
Porto, 18 de Julho de 2009
In fcporto.pt

Aí estão os equipamento para a época 2009/10


Estes equipamentos serão mostrados aos sócios mais logo no jogo de apresentação entre o FCPorto e o Monaco, jogo este que, além de marcar a estreia do plantel principal no Dragão, servirá para trazer há memória a explendorosa final de Gelsenkirchen de há 5 anos que os Dragões conquistaram ao vencer os franceses por 3 a 0. O jogo de apresentação decorrerá a partir das 21h15.

17 julho 2009

Falcao, sem til nem o saco de caramelos…

O Lyon levou Cissokho pela verba que o Milan quis repensar: exemplos da pobreza dos barões de antigamente e da riqueza de palavra que poucos honram actualmente

Não sei se Falcao é bom ou não, mas pelo menos não se vendeu por um saco de caramelos, que é a versão oficial reconfirmada mas antes não difundida que marca a triste história do Benfica alegadamente moderno.

Como este o Vieira não foi buscar, cruzando o Atlântico como fez com Moretto, nem pelo qual montou guarda no aeroporto com o primo do empresário a distribuir estalos, lá ficou o Rui a fazer figura de coitadinho sem o dizer muito alto nem merecer a compaixão devida pelos basbaques das suas operações de marketing e acção executiva própria do seu alto cargo.

Falcao será apresentado amanhã no Dragão, a par de Valeri que o FC Porto privilegiou, pelo visto sem ter o temido interesse no Buonanotte alegadamente desejado pelo Benfica – ainda à cata de um Perdigueiro qualquer nas Pampas - e também aparentemente cobiçado pelos dragões.

O “saco de caramelos” foi a imagem utilizada por Toni para falar do seu fracasso como director-desportivo do Benfica, há uns 12/13 anos, num cargo em que foi entronizado com meses de antecedência enquanto se contratava o Jorge Jesus brasileiro que até foi campeão sul-americano, Paulo Autuori. Tudo assente no papel desde Janeiro, mas o final de 1996 não passou, além do afastamento precoce do título, sem contratações de vulto por falta de dinheiro, assumidamente, nem os habituais ataques ao “sistema” que o treinador louro do Brasil protagonizou.

Ao anunciar desistir de contratar Falcao, e sem entrar aqui a discussão da qualidade do jogador ou o merecimento de tal disputa por dois clubes rivais, Rui Costa quase chorou tal a impotência, balbuciando como um menino a quem tiraram a bola para jogar que o Benfica qualquer coisa em relação a jogadores que interessavam ao FC Porto... Enfim, uma lastimável atitude, de resto alicerçada no pasquim regimental que titulava serem as pretensões de Falcao coisa de garoto, abrindo demais a boca. O jornal a fazer a voz do dono.

Entre esse exemplo da falta de grandeza, polvilhada com casos de contratações fracassadas alegadamente por “culpa” do FC Porto e interesses não confirmados em jogadores por quem o FC Porto não mexeu uma palha (Buonanotte foi o mais recente), ecoavam ainda a chacota de adeptos mal formados, envieirados e escarafunchosos de que os 15 ME da venda de Cissokho não tinham razão de ser pelo recuo do Milan que aparentemente ninguém censurou.

Mas se o Milan não teve dentes para levar Cissokho, querendo repensar a maquia a largar, como o Benfica (e o Sporting) não têm dinheiro para fazer cantar um cego, o Lyon apareceu, perguntou a Pinto da Costa se queria sempre os 15ME para levar o lateral francês e face à resposta afirmativa os dirigentes do clube francês não tiveram receio de a palavra dada ser incumprida. E Cissokho, para mal dos “avaliadores das vendas” dentro e fora do FC Porto, lá foi para o Lyon, por muito dinheiro e porventura mais do que valerá mesmo, mas acima de tudo por uma questão de palavra, de honradez e de estatuto dos clubes em causa.

Fora a questão da valia dos jogadores a comprovar em campo, seja Cissokho, Saviola ou Falcao, de nada disto podem gabar-se muitos fidalgos arruinados. Só com crédito bancário, muitos cheques passados e memórias distantes de um passado que hoje é glorigozo. Para piorar a imagem decadente destes antigos barões, há clubes que gastam menos e ganham muito mais. E toda a Europa conhece os pobres, os infelizes, os remendados, os desesperados.

Basta, aliás, não estarem um ano (Milan) na Champions. Imaginem não estar dois anos. Ou estarem dois anos fora da Europa, de todo. Estes ecos correm o mundo. Até à Roménia, onde o desconhecido Álvaro Pereira posou com uma camisola de clube mas assinou por outro em “quatro minutos”. E à Argentina, onde de “falar à Benfica” só por conhecer Saviola e Aimar que também jogaram no River Plate, o tal Falcao percebeu a diferença entre jogar num 3º classificado remetido para pré-eliminatórias da Liga Europa e num tetracampeão que faz boa figura na Liga dos Campeões e na mesa de negociações.

Isto de Falcao para não falar do saco de caramelos que lhe ofereceram, propondo-lhe salários inferiores aos que auferia no River Plate, de Buenos Aires, na margem do Rio da Prata e num clube onde falta “plata”, precisamente, para se ter bem a noção do dinheiro que muitos anunciam aos quatro ventos.

16 julho 2009

Hulk fala do penta e já pede protecção dos árbitros

«De certeza de que vamos ser campeões de novo. Somos tetra em busca do penta». Avançado sem dúvidas, desde que os jogadores «trabalhem todos juntos»

Depois de Nuno Gomes, ontem, só ter conseguido balbuciar que o FC Porto é "campeão, bicampeão, tricampeão", visivelmente "gagá" e incapaz de ir mais além como se fosse algo de fora deste mundo, Hulk lembra que o "FC Porto é tetra em busca do penta".

Hulk não tem dúvidas de que o F.C. Porto vai ser campeão, se os jogadores «trabalharem todos juntos». O avançado mostra-se confiante, mas rejeita a ideia de que seja agora a referência dos «dragões», face às saídas de Lisandro e Lucho.
«Já dizem que o F.C. Porto é favorito há muito tempo. Quando cheguei do Japão já ouvia isso. Não podemos ouvir o que os outros dizem, temos de estar focados no trabalho. Somos tetra e vamos em busca do penta, respeitando toda a gente e trabalhando forte», começou por dizer Hulk, em conferência antes do treino dos «dragões».

Quando se pergunta se o F.C. Porto está mais forte ou mais fraco, Hulk puxa dos galões: «Todos os anos o F.C. Porto está forte, porque é uma equipa que trabalha em grupo e trabalha sempre forte. A equipa técnica está a fazer tudo para estarmos ainda mais fortes este ano.»

O avançado rejeita de resto reclamar protagonismo para si. «Não é só o Hulk, é toda a gente. No ataque, no meio-campo e na defesa. Temos de trabalhar todos em conjunto, porque se trabalharmos todos juntos de certeza de que vamos ser campeões de novo», defende.

O título de melhor marcador, conclui, não é a sua prioridade: «Acima de tudo quero ser campeão. Se o F.C. Porto for campeão, todos nós jogadores vamos sair a ganhar individualmente.»


Assim é que é falar!

Ja agora, notei que, em Aveiro, mesmo em pré-época, valeu tudo para parar o "Incrível", incluindo as placagens tipo râguebi. Que os avisos do final da época passada, de Jesualdo e não só, não tenham caído em saco roto, embora seja indiferente para Paulo Bento outra equipa placar Hulk ou deixar que Pedro Silva o faça pelo Sporting...

Até porque, nesta peça do "Maisfutebol", falta ainda o lamento de Hulk por "os árbitrtos não marcarem  as faltas sobre mim" e até pede "se faz favor" para que tal não passe impune.

Há que denunciar, até por todos já saberem que é humanamente impossível travar o "Incrível", as faltas violentas, persistentes e à margem das leis sobre o mais fenomenal jogador que alguma vez passou pelo campeonato português, pela sua potência invulgar, arranque imbatível e velocidade supersónica.

15 julho 2009

tiri-ti-ti-twitter-tiri-ti-ti-tirititi-transversal-tirititi

FC Porto, 3 -- Leixões, 1
Golos: Belluschi, Meireles, Mariano

1ª parte: Nuno; Fucile, Maicon, Nuno André Coelho, Cissokho; Fernando, Tomás Costa, Belluschi; Mariano, Hulk e Varela.
2ª parte: Beto (aos 50'); Nuno André Coelho, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira; Tomás Costa, Meireles, Guarín; Mariano, Hulk, Varela (Benitez 62, avançou Álvaro Pereira para o meio-campo).

Digam de vossa justiça que eu não vi a 1ª parte (falhei o golo de Belluschi), assisti à 2ª em grande parte mas muito ao ralenti (pela internet), apreciei a garra de Meireles e Mariano a marcarem golos por insistência - e a fibra da época passada - e denotei muita movimentação e especialmente coordenação global: jogadas alinhavadas com coerência (e até alguns passes óbvios denunciados), a toda a largura do campo e com profundidade e busca incessante da saída rápida para o ataque, alongando o jogo (Meireles) para os avançados bem mexidos com Hulk a aparecer na zona do ponta-de-lança e a sofrer faltas como se fosse já campeonato.

Evito, portanto, destaques individuais por razões óbvias e Belluschi se calhar merece algum, a maior expectativa centrava-se no jogador que pode fazer de 8 ou 10, isto no dia em que Falcao está confirmado e Valeri idem ao fim do dia. Gostei do pouco que vi e notei um Hulk soberbo no passe "a rasgar" (vide o 3º golo, similar na jogada a um passe também para a direita: Guarín).

Falcao a chegar ao Dragão

FC Porto anuncia acordo por Falcao

A FC Porto – Futebol, SAD anunciou ter chegado a um acordo de princípio com o River Plate para a aquisição dos direitos desportivos do Radamel Falcao, avançado internacional pela Colômbia.

COMUNICADO

A Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD vem comunicar, nos termos e para os efeitos do art. 248º nº1 do Código dos Valores Mobiliários, ter chegado a um principio de acordo com o River Plate, para a aquisição dos direitos de inscrição desportiva do jogador Falcao.

Esta aquisição foi realizada pelo montante de 3.930.000 € (três milhões novecentos e trinta mil euros) sendo que a Futebol Clube do Porto – Futebol, SAD adquiriu 60% dos direitos económicos do jogador.

Informa-se ainda que o jogador acordou com a sociedade um contrato válido para as próximas 4 temporadas, ou seja, até 30 de Junho de 2013.

Mais se informa que o acordo relativo a esta transferência será formalizado assim que o atleta concluir os exames clínicos a que se vai submeter.

O Conselho de Administração

Porto, 15 de Julho de 2009
In fcporto.pt

14 julho 2009

Empresta…dados

Justificar completamente
A lógica dos emprestados, custos e dividendos para o FC Porto. Quem pode, pode, além de ser legal mas também alvo de uma campanha moralista algo… imoral. Porque todos fazem por esquecer a origem do que era uma solução de transição para os jogadores (equipas B aniquiladas pela… FPF) e acabou num problema

Qual a lógica sobre os emprestados, uma apreciável quantidade de jogadores que o FC Porto tem sob contrato, que lhe faz jeito negocial e custa ao orçamento (3,5 milhões em 2008) mas neste Verão já rendeu uns 10,5 milhões de euros em… vendas?

É um tema actual, até por o FC Porto estar hoje a “mexer” mais nele, vendendo activos, do que antes e por ser alvo de debate na Nação portista. Com e sem razão, mais do que com ou sem razão. Porque há vantagens e desvantagens, resta saber o que prevalece. Alguns amigos instaram, por estes dias, a lançar o tema, e já tinha isto preparado há algum tempo. Enquanto não vem Falcão (e Valeri), aí vai tudo o que acho sobre o assunto, incluindo a origem histórica do que era uma solução e passou a problema, algo que muitos nem lembram e outros nem sabiam.

Há-os para todos os gostos, de guarda-redes a avançados. E para todos os feitios que acedam a comentar a situação. Alguns não chegam a ser utilizados: comprados, vestiram a camisola para a fotografia e nunca calçaram no Dragão (e nas Antas, já vem desse tempo). Outros são emprestados, emprestados e sempre emprestados até “morrerem”, perdendo vínculo ao clube. Destes, uns foram comprados, mas outros “nasceram” emprestados depois de saírem das camadas de formação portista.

Todos os anos, com lista que parece nunca mais acabar e sujeita a interpretações sobre a bondade do seu vínculo ao clube, o debate era e é: para quê?, e mesmo porquê?

Não tenho resposta certa, se é que existirá algo de concreto, lógico e até “inteligente” a assumir esta “política”. Mas este Verão, eis que Ibson rende 5 milhões, Paulo Machado também uns razoáveis 3,5ME, Vieirinha e Bruno Gama também rescindiram. Nova política do clube? E, sem quantificar mas presumindo ter ido de borla, até o afamado Zequinha lá acabou no Olhanense um ano e meio depois, desgraçado em Penafiel por mais uma arruaça com um suplente adversário no banco deste, de aterrar no Gondomar a dizer que queria ser “o futuro avançado do FC Porto”.

Porém, estes proventos que triplicam o custo anual do lote, agora parece passarem despercebidos, tal a teima em criticar o rol extenso dos ditos assalariados inúteis, para muitos. Um valor “mastodôntico” que, afinal, é menos de 10% do presumido orçamento para cada época (cerca de 40ME). Mas quem pode, pode, e o FC Porto há muito usa os meios legais para montar a sua própria estrutura e ter regras de comportamento internas e no âmbito das cedências a certos clubes com melhores relações com os dragões.

Solução e… problema: questões legais
É claro que se a Liga decidir acabar com o que muitos consideram uma “pouca-vergonha” e questionam, com argumentário falacioso, se tal não adultera a verdade desportiva – que pode ter uma cor por fora e outra por dentro, conforme a faca que a esventre… -, o FC Porto terá de adequar-se e “extinguir” essa secção que funciona como um braço do plantel que veste de dragão ao peito.

Uma coisa é concordarmos, ou não, se “isto” devia acabar. Outra é especular-se se chega para, cedendo jogadores a outros clubes na mesma divisão (e se for diferente o escalão mas obrigando ao reencontro nas provas de taça?), desvirtuar as competições. É um exagero, um absurdo e uma imoralidade de quem prega tal moral.

O que muitos, convenientemente, esquecem é que este sistema esteve ao alcance de todos os clubes e foi usado por muitos. Aqueles com meios para sustentar uma segunda (ou mais) equipa. Porque esta aludida “praga” começou há uns 10 anos, quando existiam as equipas B, multiplicaram-se loas ao projecto que esteve em discussão na Liga e foi aprovado. Posteriormente, até por pressão da FPF que deu mais um exemplo de como castrar as etapas intermédias da formação/transição dos jogadores para o escalão sénior, as equipas B acabaram. E os clubes, que podiam ter esta despesa extra, lá foram extinguindo os seus excedentes. Por não ter razão plena para formarem uma equipa B – ou clubes-satélites que o Braga teve no Maximinense e o Sporting no Lourinhanense, por exemplo – ou escassearem os meios financeiros.

Ora, o FC Porto não só teve sempre meios para sustentar tal plantel “extra”, como foi obtendo dividendos pelos empréstimos: com o objectivo de rodar jogadores para poder aproveitá-los se possível. No passado, Jorge Couto, Folha, Fernando Couto (mesmo campeão nacional em 1988 com Ivic), Mariano, Morgado, Paulo Alves, Rui Barros até e muitos outros jogadores rodaram e o FC Porto aproveitou-os plenamente. É claro que num processo destes muitos se perdem pelo caminho, às vezes não por falta de jeito ou talento mas porque, simplesmente, não apareceu a ocasião certa na hora melhor.

Há vantagens patrimonais e não-patrimoniais, de pura estratégia desportiva em vários níveis (relacionamento com clubes, aposta num jogador devidamente acompanhado para ver se é possível inseri-lo no FC Porto). E não foi por causa disso (aliás, era de 1,5 milhões o orçamento para este lote em 2007) que o passivo do FC Porto aumentou nos últimos anos, ao contrário do que muitos catastrofistas vêm defendendo.

Ilusões, desilusões e opiniões como melões
São ilusões que se apagam cedo, mas a grande maioria destes jogadores não sentirá propriamente um desconforto: podem penar em divisões inferiores, mas normalmente não assumiram por si a ruptura do vínculo por sentirem alguma “protecção” e ajuda enquanto ligados ao FC Porto, quanto mais não fosse por obterem mais fácil colocação… como emprestados.

Enquanto dura, enquanto o clube pode e na perspectiva de alguma vantagem, patrimonial ou simplesmente estratégica, trazer ao FC Porto, esta política é passível de crítica, mas não pode ser leviana, ainda que suscite muitas dúvidas em casos que custa entender de renovar com jogadores, como o defesa-esquerdo Leandro, que comprovadamente nunca se viu como encaixaria na equipa do FC Porto. Pitbul é um caso recente em equação e sempre debatido, enquanto a resolução do caso Ibson apaga uma má relação do jogador com o modus operandi actual ditado pelo timoneiro da equipa e desfaz por fim as aspirações de uns quantos adeptos que viam nele algo que uma maioria, e eu que me incluo nela, não vislumbrava: ser titular no FC Porto.

Ironicamente, Ibson sai a valer tanto como saiu o mais consagrado Diego por quem muitos suspiram mas não entenderam que, em qualquer caso, não tanto a qualidade do jogador mas mais a utilidade e necessidade para a equipa, não “coabitavam” e a equipa passou bem sem eles. São coisas do mercado, de oportunidade, de valorização ou desvalorização pontuais, de urgência em eliminar um foco de problemas (Diego) ou adiá-lo (Ibson). Sem menosprezo do seu valor intrínseco e sem que as vozes sempre estranhas à corrente filosofia do clube tenham vencido e nem sequer terão acabado convencidas de que assim é e o FC Porto actuou da melhor maneira.

Confesso que me prendo pouco a discussões de preços de jogadores, muito menos o seu potencial valor de mercado, preferindo avaliar no campo e seguir a ideia de que o barato sai caro, amiúde, e um jogador que renda pode sair barato custe o que custar.

E nem gosto de entrar em palpites sobre que jogador encaixa ou seria recuperável para a equipa principal. Ainda nestes dias teima-se em lançar nomes que podiam ser úteis. Mas ninguém tem a ciência exacta e só o treinador avalia as qualidades que cada um pode dar que a equipa necessite. Falou-se muito, por exemplo, no Paulo Machado, até em comparação com Guarín. O português é limitado, o colombiano terá mais um ano para provar que melhora e é útil para o futuro, sob pena de deixar de interessar.

Eu gostei da época de Diogo Valente no Leixões, especialmente a última, e ele acaba por rescindir e vai para o Braga fazer uma dupla de flanqueadores com Alan, que eu defendi aqui mas foi escarnecido no Dragão pelos experts de bancada que depois o elogiaram na Pedreira. São, evidentemente, opiniões, mais ou menos válidas mas que se repetem amiúde e a que ligo pouco, digo: evitando dar a minha opinião, desde que tive de avaliar se, há quatro anos, o miúdo Ivanildo mostrou algo e aproveitou as inúmeras titularidades, comprovadamente excessivas e que chegaram a exasperar-me, no tempo de Adriaanse.

Alguns blogs de consócios dissecam estas questões, com sarcasmo escusado apesar da tentativa de humor, e no caso do “souportistacomorgulho” actualizam o quadro de excedentários e as “marés” da sua vivência, como repetiram há dias (ver aqui). Tem utilidade, o quadro para adepto ver, decerto mais do que muitos terão, daquele quadro, para o FC Porto. Mas é da quantidade que sai a qualidade e quem paga pode, tem legitimidade e oportunidade, conquanto alguns exemplos sejam tão enigmáticos quanto inelutavelmente inúteis.

O debate pode avançar, com mais dados do problema desde a sua génese e de quem - a incrível FPF - não se esperaria a letal facada nas costas. Também aqui o FC Porto sobrevive à táctica da “terra queimada”e acaba por ser, involuntariamente de início e estrategicamente agora, dentro da legalidade vigente, um bom empregador ainda que olhado de soslaio pelos seus adeptos. Com razão ou sem ela.

Salvo as devidas proporções e distâncias, esta não é, para consumo interno, uma discussão muito profícua; e para o exterior, os maldizentes, serve a exaltação da identificação dos (tantos) males do futebol português mas não colhe.