30 abril 2014

A importância de um treinador

Que o Real Madrid, semifinalista vencido nas últimas três edições da Champions todas com Mourinho, tinha mudado a forma de estar em campo era evidente já a meio da época. "Carlo lo há cambiado todo, la mentalidade, todo", sintetiza agora Cristiano Ronaldo.



 
Ancelotti, que repõe o jogo zonal puro do seu tempo de jogador do Milan de Sacchi (88-90), fala em "partido perfecto". Arriscou demasiado e foi feliz com o Borússia Dortmund, não merecia o 3-0 de casa e teve sorte no 0-2 da Alemanha. Podia ter saído eliminado.
 
O Bayern tinha perdido tudo em 2012 com Heynckes e ganhou tudo em 2013 com Heynckes. Da infelicidade com o Chelsea em casa na final estupidamente perdida à sorte nos momentos decisivos um ano depois em Wembley na final alemã com o Dortmund.
 
Há dois anos, o Bayern foi muito superior ao Real Madrid nos dois jogos e só passou nos penáltis, a forma que desgraçadamente não evitou depois com os ingleses. Mas teve chegada à baliza e uma característica atlética, reforçando o lado mental ou derivando deste, que subjugou  a equipa de Mourinho.
 
Na época passada, foi a pujança física e a fortaleza mental do Borússia Dortmund que aterrou o Real Madrid de Mourinho. As mesmas características genéticas que fizeram o Bayern tremer depois em Wembley.
 
O Bayern de Guardiola perdeu o seu elã nas últimas semanas: cinco derrotas em dez jogos e as dúvidas cresceram. Por isso, Beckenbauer, ex-jogador e de há muito presidente, ex-treinador igualmente campeão da Europa e do Mundo, sabe do que fala sobre a "decepção imensa" a despeito da sinalização anterior dos problemas que afrouxaram o ritmo da equipa.
 
É certo que a baixa de Thiago Alcântara, que Pep sacou de Barcelona, pesa na criatividade do meio-campo do Bayern e é responsável pelo abaixamento recente agora tão penalizado. Mas deixar Götze no banco nesta semifinal foi catastrófico, enquanto se via o eixo do jogo bávaro perder-se em lateralizações como se em vez de Schweinsteiger e Kroos estivessem Defour e Herrera, com maus passes se lograrem evitar a lateralização. Restou a fluidez nos flancos, mas Ribéry e Robben foram tapados por Carvajal e Coentrão. Schweinsteiger é um panzer mas ontem parecia um bidão atolado. Idem para Dante: há uma imagem incrível da 1ª parte em que o central brasileiro foi à área madridista, perdeu a  bola e ele acorreu a passo estugado mas esbaforido e parou ao chegar à sua metade do campo, passando a custo a linha divisória enquanto o pânico era semeado pelo lado de Lahm, desguarnecido - ao passo que Bale ajudava Carvajal e di Maria a Coentrão - e, veterano, incapaz perante a velocidade de CR7 e di Maria.
 
Guardiola tem razão: foram "puramente futebolísticas" as debilidades do Bayern, a quem faltou pernas e pulmão característicos dos teutónicos normalmente avassaladores em casa: quis ser seguro atrás sem o ser e sem render à frente. Com mais dificuldades e menos apetrechos, o Dortmund vingou cara a eliminação e fez tremer o Madrid. Klopp perdeu e vai perder jogadores influentes, mas o ADN do futebol alemão continua lá, tal como estava com Heynckes há um ano, há dois anos. Klopp preferiu perder "da maneira mais bonita num milhão de possibilidades de ser eliminado". Guardiola só podia assumir as suas responsabilidades.
 
A diferença do Bayern e do Madrid notou-se na mudança dos treinadores. Sem dúvida. É natural que nas redes sociais se brinque com a situação.

Uma equipa de categoria é isto!

Sempre apreciei Ancelotti como jogador: sem ser brilhante, sabia fazer tudo. Vi-o pela Roma, admirei-o no superior Milan de Sacchi, de quem repetiu a conquista de duas Taças dos Campeões como treinador, depois das duas seguidas integrando a equipa do trio holandês de luxo Rijkaard, Gullit e van Basten.
 
Este Real Madrid que arrasou o Bayern campeão de tudo é a equipa que mais se assemelha ao Milan de Sacchi que, ao seu tempo, arrasava o Real Madrid (também deu Cincazero). É algo diferente a organização do seu ataque, mas nunca o Milan de Ancelotti treinador foi tão sagaz e fulgurante como este Real Madrid que fez ao Bayern - 4-0 em Munique! - o que o Bayern fez há um ano ao Barcelona - 4-0 em Munique, 3-0 em Camp Nou! Mas há um ano o Bayern defrontou o Barcelona porque os catalães passaram uma eliminatória por golos fora (2-2, 1-1) com o PSG fortíssimo de Ancelotti que só ganhou o grupo da Champions ao FC Porto de Vítor Pereira devido a um frango de Helton em Paris.
 
Para culminar, tudo parece feito sem esforço, apenas com classe e da mais estupenda possível. Uma classe sem igual que só lembro o Madrid da Quinta del Buitre dos anos 80, lamentavelmente com duas Taças UEFA seguidas antes de três semifinais mal sucedidas na Taça dos Campeões, uma delas com o Bayern (levou 4-1) em 1987.
 
O Bayern de todas as conquistas chegou a este ponto da época mal fisicamente e entorpecido mentalmente, falho de inventiva e carente de confiança, apesar do bom início em Madrid. Mas Ancelotti soube anular todos os pontos fortes, nas laterais, do Bayern.
 
Coentrão anulou Robben nos dois jogos como fez no Euro-2012 no Portugal-Holanda. Não perdeu uma jogada!
 
Mas não lembro o Real Madrid ter um defesa-direito - que chegou a ser a posição mais mal ocupada e que destoava da categoria de todos os outros em cada posição - com a virtude completa de Carvajal.
 
Como já escrevi mesmo após as duas derrotas com o Barça na Liga espanhola, acredito mais no Real Madrid campeão espanhol do que o Barcelona.
 
O Real Madrid voltou a honrar o futebol do mais alto quilate que lhe deu fama imorredoira, deixando-se de patadas, pancadas e teatros (à parte di Maria sempre a rebolar por quilómetros mas um enorme jogador que defende com a vida e ataca com outra vida). Modric encanta, Bale é uma seta e Ronaldo está livre como quer.
 
Uma equipa à imagem do seu treinador: perfeita, equilibrada, que sabe tudo do jogo. Uma maravilha!

29 abril 2014

Só um Vítor fez mesmo falta

Depois da consumação da desastrosa época portista, há na verdade um vencedor, apesar de ausente.



A Vítor Pereira primeiro deixaram retirar-lhe Falcão em finais de Agosto e no fim da 1ª jornada em Guimarães, onde Pinto da Costa assistiu em directo às declarações de El Tigre a dizer que era melhor sair... A SAD pensara em Kléber para substitui-lo, depois arranjou Janko em Janeiro por troca com o contingente sul-americano esvaziado aos poucos (Belluschi, Guarín, depois Álvaro Pereira, mas também Rolando e Ruben Micael, por exemplo).

Depois, já em Setembro do ano seguinte, perdeu Hulk, que teve de ser o ponta-de-lança à falta de melhor por incompetência da SAD. Voltou a ser campeão, agora sem derrotas. A SAD demorou a avançar com a renovação; quando quis era tarde. Previam-se as saídas de Moutinho e James. Vítor Pereira percebeu os sinais e não quis arrastar o vínculo e "ratificar" a sangria, sabendo como o seu bicampeonato foi feito contra os melhores apetrechos do Benfica.

Vítor Pereira soube ser e soube estar, percebendo ao que vinha. O seu portismo não fazia dele burro ou seguidista. É o grande vencedor desta época. No FC Porto ficaram os perdedores, muitos deles que tão mal dele diziam. Mas "atrás de mim virá quem de mim bom fará".

Tinha esta parte abaixo já escrita para o salvífico (?) 17 de Maio. Tive de antecipar. Pior do que prever há dias que os portistas teriam muito ainda que festejar, temos em ano de fundo a preparação para mais "30 anos de vitórias".

Esta época tivemos o director financeiro em fuga, antevendo também a fase difícil de governar sem dinheiro. A boviniade portista não achou nada da saída de Angelino Ferreira. Há dois anos, ainda com Falcão, eram 90ME? Esta época foi de 100ME! Em 2000, depois do Penta, tinha-se chegado aos 80ME. À semelhança de Portugal, onde Sócrates devia ter sido preso, a gestão da SAD devia dar direito a prisão.

Pinto da Costa tornou o FC Porto, do verbo vencer, o "verbo de encher" e palco de demagogia saloia, dando de barato lugares à família mais ou menos chegada, com a complacência bovina dos sócios que nunca ousam questionar nem duvidar. Ficam com todas as tristezas desta malfadada, mas previsível, época desastrada, tanto quanto desastrosa, aqueles que ainda confiam que Pinto da Costa mantém intactas as suas qualidades de líder e entendido em futebol e que até prova em contrário (?) pensam que se voltará ao normal, como num estalar de dedos. Há muito que o FC Porto delapida o património competitivo e até o património social que era a sua ligação estreita com o mundo dos seus aficionados.

O Govero safou-se com a solução interna, há quase um ano. Maria Luís Albuquerque teve competência para levar o Titanic a bom porto.
 
Vítor Gaspar saiu porque quis, ainda que incomodado com a ala trauliteira à Direita do Governo. Aliás, na esteira de Álvaro Santos Pereira. Mas a Economia salvou-se e as  Finanças endireitaram-se. Portugal livra-se em breve da Troika bem melhor do que quando a ela teve de recorrer, por necessidade e necedade de um ex-Primeiro-Sinistro que devia criminalmente responder pelos actos tresloucados de gestão danosa e não vangloriar-se de como escaqueirou a taberna para culpar os actuais governantes.

 
No FC Porto, Vítor Pereira não foi acautelado a tempo e o último tempo de ser apaparicado não o levou a renovar o que antes não lhe tinha sido proposto.

A 1 de Julho de 2013 disse isto. E a 3 de Julho, isto.
 
Portugal ergueu-se das cinzas do sócretinismo e de um socialismo que não nos ergueu em 40 anos de alegada mudança de regime.

O FC Porto deu tiros nos pés afundando-se após período áureo em que não precaveu a Economia (competitiva) da equipa e o equilíbrio financeiro. Não é um Titanic como os outros que continuam a "assoprar" na orquestras. Mas a perda competitiva e financeira é inegável.
 
Tirem as vossas conclusões.

27 abril 2014

Bidões do Porto empatam com pinos de treino do Benfica e até falham mais penáltis!

O fado portista: uma equipa de jogadores banais só pode fazer um conjunto medíocre. Um conjunto de bidões, rebolando com alguma organização mas nenhum rasgo, nem do treinador de improviso, voltou a não ser capaz de ganhar a uns mecos que, de novo, mesmo com menos um, se limitam a fazer barreira e esperar que os bidões do Porto não acertem uma.
 
Tal como sucedia com o Produções Fictícias, como sucedeu a época toda com os basbaques da SAD a contemplarem, passivamente, a demonstração da sua incompetência bem remunerada, nem com Luís Castro se podem esperar resultados diferentes com os mesmos métodos. É certo que repôs o modo de jogar que era o ADN da equipa, mas esperar resultados diferentes com gente da laia de Defour, Danilo, Herrera a passar mal a bola que até dava arrepios de incredulidade, não é possível.
 
Luís Castro não aprendeu nada da miséria que lhe serviram. Jogadores que não sabem fazer um passe não impulsionam a equipa para a frente. O jogo sai sempre partido e incerto, pelo que os atacantes ficam lá longe e a equipa, meditabunda, tenta engendrar uma forma de lá chegar.
 
Com um adversário plantado, é fácil anular o conjunto de bidões do Porto mesmo em inferioridade numérica. Aliás, jogar com menos um até justifica o jogo retranqueiro do Benfica, como se precise de álibis. Não precisa, basta não errar que os outros erram.
 
O Benfica não tem equipa para chegar ao ponto que chegou. Só por manifesta incompetência dos concorrentes, incluindo na Liga Europa, uma equipa pouco acima da média alcança resultados que lhe permitem estar em várias frentes, menos frente ao estádio seu que receberá uma final de arromba. Só a miserável incompetência do FC Porto, cavando uma ineludível mediocridade no campeonato, se permitia perder duas semifinais com o conjunto apenas arrumado e sem deslumbrar que é o do Benfica onde apenas três ou quatro jogadores tiram a equipa do anonimato.
 
Os três ou quatro jogadores que no FC Porto faziam a diferença também mas propulsionavam os outros para actuarem acima da sua real valia. Hoje vemos Fernando sem chama, Defour sem fazer um passe para a frente, nenhum médio capaz de rematar, nenhum lateral a transbordar e engrossar o jogo na frente, nenhum avançado com confiança. Todos se esforçam, mas qualquer um sabe que é em vão. Não arriscam, vacilam. Tremem (nos penáltis). São peças de um tabuleiro que pode ser exposto no Museu que Pinto da Costa tanto se esforçou por criar em desfavor de se concentrar na reformulação de uma equipa que a sua equipa dirigente foi delapidando tenazmente até restarem cacos, para o museu das lamentações.
 
O rasgo que teve Kelvin há quase um ano só mesmo no Museu. Kelvin, esse, o seu exemplo e a sua magia, estão encaixotados algures no fundo de um poço cheio de crimes vários. Para nos lembrarem como o futebol pode ser cruel, especialmente se tão mal conduzido. De forma que um patarata destruiu o Ferrari numa ponte e hoje há um utilitário rasca que é só o simulacro de uma equipa que já venceu tudo e hoje entrega-se estupidamente até contra 10, por duas vezes.
 
Esta gente não será esquecida. Os bidões de uma história em que os pinos de treino não precisam de se rir deles, basta os bidões fazerem troça de si mesmos e entrarem para o anedotário da bola tuga.

24 abril 2014

20 dias em 40 anos de 25/4

A 16 de Setembro de 2013 trouxe aqui uma história, de Abril, vivida por mim sobre um concurso público em que me serviram um Português escabroso e uma verificação de prova inqualificável- Contei-a e foi replicada nalguns blogs amigos e atentos, enquanto todos os órgãos de comunicação social instados a reportar sobre o tema se fecharam em copas, inclusive as três televisões generalistas, o semanário mais vendido e o jornal nortenho mais referenciado.
 
Pelo meio fiz vários relatos do sucedido a várias instituições da República, da PR aos partidos com assento parlamentar, do MNE que tutela embaixadas e consulados extensões de Portugal no Mundo e, em meados do ano passado, até a Provedoria de Justiça, enquanto chateava pela segunda vez as entidades antes colocadas a par do assunto que desprestigia Portugal, desqualifica alguns dos seus serviços e funcionários e empequenece a vontade (ideia?) do "Ser Português". Foi que, em Agosto, recebi, após quatro meses de espera, cópias da minha prova, onde se comprovava a ineptidão da avaliação a que fui sujeito. Nessa base, precisamente, instei o MNE e a Provedoria de Justiça a agirem, à luz de todas as provas recolhidas. Pedia duas coisas: avaliação da "avaliação" feita no Consulado-Geral de Zurique e reembolso das despesas incorridas. No início deste ano (Fevereiro), quando me aprestava para perguntar em que paravam as modas, recebi uma informação crucial da Provedoria de Justiça que, como eu, soube indirectamente, de que o concurso público em apreço fora, afinal, anulado. Tudo isto, resumido, resume também o estado a que isto chegou, além do "estado de arte" do que o CG em Zurique, uma entre tantas instituições públicas que representam o País e servem os cidadãos, me presenteou e mostrar a que nível está.

Fiquei a saber que o concurso - declarado inválido não foi jurídica e legalmente dado a repetir-se em bases regimentais de acordo com a Lei - que tenho razão, mas apenas por razões formais. O "conteúdo" da prova não foi avaliado e a avaliação dos "avaliadores" não foi concretizada. Um camelo, mesmo em Zurique, pode passar despercebido nas malhas largas e difusas do Estado Português. Um iletrado mantém o vínculo ao Estado e é pago com (parte dos meus) impostos dos portugueses. Uma sacanagem foi, basicamente, mandada repetir por ilegalidades várias, o Estado não depura os seus serviços (de alto a baixo, deste pequeno exemplo à famosa supervisão do Banco de Portugal), deixa cristalizar a asneira e perdurar a incompetência. E, por fim, dizem-me que tenho razão mas não se dispõem a ressarcir-me dos prejuízos incorridos: as despesas ascenderam a pouco mais de 500 euros e estão documentadas, obviamente.
 
Instei, na minha carta de 31 de Março e enviada a 1 de Abril com menção ao interesse em despachá-la (foram 10 cópias por várias instituições) para poupar nos portes antes da subida prevista para dia 7 p.p. nos Correios e para pensarem nisto na hora dos discursos, enfadonhos, de Abril e por Abril, a que se pense como este pequeno exemplo, como muitos outros haverá de vários cidadãos confrontados com o Estado que os esmaga em vez de proteger, ou pelo menos acariciar e não favorecer, espelha de novo o estado a que chegamos mas passará ao lado, salvo as preocupações com a "justiça social" que tem de ser paga e exigir riqueza nacional e a "saúde da Democracia", dos discursos do costume, entre celebrar Abril seja lá o que isso for - os "interesses" e grupos de sempre estão presentes e dispersos, como o corporativismo do Estado Novo - e papaguear os lugares-comuns em "momentos solenes" que nunca assisti.
 
Ainda bem que na 2ª feira, com data de correio de dia 16/4, a Sra. Presidente da Assembleia da República, Dra. Assunção Esteves, da parte do seu Gabinete, dedicou-me duas linhas numa carta em que o Estado gastou 42 cêntimos em correio, para me dizer que remeteu o episódio que relato e as minhas reclamações, para os grupos parlamentares que eu informei individualmente, conforme constei ter providenciado cópias para essas entidades. É que do MNE e sua Secretaria-Geral não soube nada apesar de me terem prometido que o conteúdo da minha queixa fora tido em conta e que me dariam informações, mas nada...
 
Ao fim de 20 dias tive uma resposta que, por exemplo, por duas vezes, contando com a 1ª exposição dos factos há quase um ano, nenhum partido me deu, até 2ª feira. Não foi mau, até porque antes não informara do sucedido a Presidente da Assembleia da República e ela pôs alguém a dizer-me que remetera o caso para os partido. O caso é, simplesmente, com o concurso público anulado sem haver "accountability" nos serviços do Estado, o Estado assobia para o lado na hora de ressarcir-me dos prejuízos tidos com a minha presença num concurso público viciado: assobia para o lado no tocante a assumir despesas.
 
Isto aflige-me porque, para lá dos aspectos legais e financeiros, além de morais e até de ligação espiritual a este estado de coisas que há muito me desaponta em Portugal, há uma contínua fuga às responsabilidades e a negação da "accountability" a que devemos, exigentes, sujeitar a Governança. E essa contínua fuga às responsabilidades - que impede muita gente ilustre de ir para a prisão rapidamente e em força - resulta da falta de entendimento real do que se passa e de não se saber meso Português. Constatei-o ao ler o Ofício da Provedoria da República em que se explicita a anulação do concurso em causa, por vícios legais e formais, dizendo que o assunto está resolvido e a minha queixa atendida. Mas esquecendo que os erro têm consequências e a minha queixa integrava a parte chata de reclamar pelas despesas incorridas. Para acrescentar insulto à injúria, a Provedora-Adjunta de Justiça fecha a "informação" de forma sibilina dizendo que as despesas correm sempre por conta dos concorrentes, o que é bom num concurso normal, saudável e certificado mas não numa trapaça, sem apurar-se responsabilidades internas (doutro âmbito e noutra sede, seguramente), em que o Estado reconhece a sua incompetência e, em toda a anormalidade, acha que não deve pagar o que será justo.
 
A argolada não teve consequências e sai barata ao Estado.
 
Por estes dias, enquanto os "militares de Abril" reclamam acesso ao pódio que nunca foi suposto ser deles na AR que é a emanação da Sociedade Civil representada, bem ou mal, pelos partidos políticos num sistema democrático em que eles são votados, a mesma gente de há muitos anos aparecerá com o cravo na lapela e o discurso na língua, mas também o mesmo exemplo de sempre que é o de manigâncias várias e direitos adquiridos através da hierarquia do Estado, dando vivas à República com a qual se locupletaram de privilégios, mordomias e serventias várias que acusavam ser ilegítimos nos tempos monárquicos. Um regime a cair de podre, de cheiro nauseabundo, com os epígonos do costume aos microfones dos serventuários do poder que ajudam a perpetuar estas merdas sem nada questionar. Temos os patetas, bem resguardados do sistema democrático, que defendem o situacionismo mesmo que, disparada e anacronicamente, contestem o situacionismo, do xéxé Mário Chulares que tanto se revia nos comunistas há 40 anos como metia o "socialismo na gaveta", ao hediondo sapo engole sapos Fretes sem espinha vertebral do Amaral, prócere de outros tempos e primeiro contestatário da CRP (que o CDS votou contra em 1975) e símbolo dos vira-casacas como na fase de transição do Estado Novo para esta Velha e decrépita República das corporações de sempre e das heranças da maneira de "Ser Português".
 
A nata da Revolução - entre os que se acham pateticamente revolucionários a sério e os que são tidos como beneficiários líquidos do sistema bolorento que fatalmente se impôs -pode-se achar muito importante e clamar que prossegue a "luta" por um País digno, "igual" e, direi, decente. Mas nos exemplos diários de falhas nos sectores mais básicos como Educação, Saúde e Justiça, em cujo seio integro o meu caso, percebe-se que esta gente não se olha ao espelho: faz de conta que não entende, faz de nós parvos e faz que assobiam o hino. Fazem de circunstância. Fazem de fachada. O anterior regime, caduco e caído de podre como no episódio da patusca rendição de Caetano no Carmo, entre amadorismo e paternalismo saloio nos dois lados da barricada, também era fachada e circunstância.

23 abril 2014

Atlético como o Barcelona

Li hoje a análise de Mourinho. O  Chelsea frustrou o Atlético e ao ver o jogo parecia o Barcelona frente ao Atlético.  Ja o Chelsea parecia o west ham que Mourinho disse ter futebol do século XIX...

22 abril 2014

Xistrema tem título e benemerência

O Xistra que ainda há dias negava um golo a Jackson, com o Belenenses, por suposta falta do avançado do FC Porto, aliás o mesmo Xistra que na época passada deu um segundo amarelo a Mangala em Aveiro por falta "atacante" quando o central portista tentou cabecear para a baliza do Beira-Mar, é o mesmo Xistra que, já não avesso a contactos físicos normais no futebol, deixou o Benfica iniciar duas jogadas que deram golo. 

 
Ouvi de passagem num telejornal avulso ontem ao jantar que o árbitro parvalhão de Castelo Branco vai promover uma festa de beneficência, o que acho bem, com o acicate de leiloar a "bola do jogo do título".
 
Parece-ne indicado para testemunhar a "transfiguração" das arbitragens em relação ao Benfica, a benevolência para com os benfiquistas e a complacência da Imprensa quanto à sua acção, colaborante, na festa do título.
 
Como não ando a dormir e reajo bem ao que vejo e associo ao que sei e tenho visto, diz a cara com a careta. O andor está perto do altar. Os cordeiros sacrificaram-se em pleno, não em vão. Águas passadas não moveram moinhos, bastou partir uns dentes aqui e umas montas ali.

21 abril 2014

Quin te quero, rapaz?

Das muitas controvérsias e incongruências pelas quais ninguém foi responsabilizado, nem o Produções Fictícias, ressaltou sempre a renitência em chamar Quintero. É certo que é um puto, mas é inegável que tem qualidade técnica acima da média, faltando-lhe capacidade dupla em táctica e desempenho físico. Hoje fez duas assistências, para o penálti que Jackson sofreu e converteu e para o golo em dois tempos de Herrera.
 
Nesta estúpida temporada portista subsistirão enigmas sem resposta até ao fim já declaradamente desastroso de época. Não é um acesso via play-off à Champions, como 3º classificado, nem uma eventual conquista da taça da treta que alterarão os epítetos. Os mistérios desta malfadada época restarão na mediocridade dos gabinetes e na confidencialidade dos responsáveis.

O árbitro algarvio que voltou a protagonizar uma arbitragem medíocre também espelhou os males, insanáveis, do sector desacreditado por falta de qualidade. Nuno Almeida já subiu e desceu umas três vezes de escalão mas continua o mesmo de sempre e terá em breve o destino do costume. Num espelho do sistema organizativo e de gestão do FC Porto, a arbitragem está igualmente uma boa merda e para pior.

 

Coisas de que não se dão conta (XI)

A expectativa para a recepção ao Rio Ave passou a ser, esta noite, o total de espectadores no Dragão. Muitos ou poucos, provavelmente poucos, a curiosidade não é verificar se, por uma vez, como há uns anos se ouvia, soarão cânticos contra a SAD e em, particular, alguma tarja dirigida a Pinto da Costa. É mais expectável que apupem os jogadores...
 
Há muitos portistas que gostam de escrever nas vitórias e nunca se atrevem nas derrotas, quando umas e outras devem ser encaradas de forma séria e descomplexada. Isto para quem tiver senso comum e autocrítica e não viver da ansiedade sobre o que a SAD vai decidir. Esses limitam-se a pedir que se faça a reflexão necessária e não se repitam os erros. O costume... Já nas vitórias dizem esperar pelo fim da época para "fazer balanços e fazer as críticas", sob o argumento de que não se deve perturbar o comboio em andamento, dar trunfos ao adversário e condicionar a própria equipa. Vivem de cócoras e julgam-se grandes. Muitos estarão lá esta noite, mas a maioria não. De certeza.
 
Tal como nas contas da SAD e nas contas do plantel, seu número e seus energúmenos, há uma coisa que os portistas conhecem tanto quanto os portugueses face às Finanças e Governança do País: accountability. Dão roda livre a gente que suscita dúvidas e deparam-se com fracassos quando menos esperam, porque não verificaram, não escrutinaram, não exigiram. Esperaram. Foderam-se.
 
Esta época, antes de todos os fracassos acumulados, já era, é a que menos espectadores levou ao Dragão.
 
Quanto ao (ansiado por muitos) Museu, não se sabe.

20 abril 2014

Em 2011 eram os resquícios da Páscoa e o Porto virava a eliminatória na Luz

Outro golo que não foi «gooooolooooooo» mas apenas (incredulidade) «Ah...»

Realmente, merece o YouTube...
 
O periodismo ou pardieirismo tuga chegou a isto. Acho que nem nas (antigas) rádios piratas depois legalizadas por aí...

Uma dessas (antigas) rádios piratas (anos 80) tornou-se a TSF. No Braga-Porto foi assim (ah, hum, o quê?, como?)...

De resto, ouvindo por exemplo o telejornal da SIC sobre qualquer merda a diferença não é muita. A vantagem é que se vê as caras...

Coisas de que não se dão conta (X)

Há 30 anos foi assim: final da Taça com o Rio Ave (4-1, a 1 de Maio), seguida de um Rio Ave-Porto (0-0, 5 de Maio) que nada decidia no campeonato; final da Taça das Taças com a Juventus (16 de Maio, em Basileia).

Para quem prometia mais 30 anos de vitórias, recuamos a 1984 e vemos que o FC Porto falhou o duplo reencontro com a História. Em 1984, a 25 de Abril, logrou ir plantar um cravo Vermelhinho no Aberdeen que, mais do que sob o comando de um tal Alex Ferguson, era o detentor do troféu (ganhara ao Real Madrid 2-1 após prolongamento em 1983, Gotemburgo).
 
Desta vez foi atropelado pelo Sevilha e deixou-se humilhar pelo Benfica. Nem Rio Ave para o reencontro no Jamor nem a Juventus com vista para a final.
 
Mais: 30 anos de vitórias garantidas por Pinto da Costa, decrépito e sem crédito, começam com a reedição da dobradinha do Benfica, exactamente a primeira desde 1983 quando tinha uma grandiosa equipa que só a Taça UEFA não venceu (perdida com o Anderlecht).
 
Pinto da Costa está de parabéns. Abriu o Museu mesmo a tempo. Hoje pode contemplar a sua obra quando o FC Porto receber o Rio Ave sabendo que o Benfica já é campeão e estará no Jamor.

Coisas de que não se dão conta (IX)

Já aqui evoquei as épocas, pós-faustos vários por títulos em barda, em que a SAD malbaratou, saindo muito caro passe o paradoxo, o trabalho feito. O círculo vicioso de comprar-vender-comprar pagou-se sempre assim mas nunca se aprendeu com os erros cometidos. Os pacóvios, dos simples adeptos a ouros mais afoitos que escrevem sem laivos de autocritica à espera que suas excelências tomem a iniciativa de dar palha a burros, até a jornaleiros e alguns jornalistas, acreditam que após a turbulência vem a bonança. Exemplo, sempre brindado: depois de más épocas foi-se desencantar Mourinho e até AVB. Pois, mas como lembro, Mourinho nem veio directo, andou pelo Benfica e até começou uma época em Leiria... AVB foi um acidente tão feliz quão inesperado e, pelos títulos finais, extremamente feliz. Há quem acredite que a sorte repete-se três vezes, esquecendo as vezes em que se delapidou património competitivo inigualável - mas burro não aprende nunca e jamais chegará a cavalo apesar de trabalhar muito...
 
O ponto é que, quando as coisas correm mal, tudo resulta de montes de jogadores sem categoria. Tornar-se-ia fastidioso enumerá-los. Mas há coisas mais concretas: nas más épocas utilizam-se muitos jogadores ao longo do campeonato, provando a forma errática, até absurda, como cada época é preparada. Após um Penta podia-se comprar Pavlins e Pizzis, Quintanas e Esnaiders, Kaviedes e Ntsundas ou Tsunamis, com comissões em barda a distribuir pela clientela interna, agora de novo na ribalta dos corredores do poder difuso, como em cada época conturbada, do Dragão. Em 2002 foram quase 30 jogadores utilizados e esta época vai pelo mesmo caminho.
 
Para quem considera que os mesmos responsáveis têm crédito pelos títulos somados e experiência pela bitola atingida não se percebe como os mesmos erros se repetem, como se outro círculo vicioso tenha de ser engendrado na roda do êxito-inêxito. A verdade é que certos actos de gestão do futebol deviam dar prisão mas merecem a condescendência dos pacóvios dos aplausos que cegam à luz de um título ou outro. A vergonha está de novo à vista e algum dia o ciclo de sucessos será interrompido com repetidos anos de vacas magras.
 
Como nunca me revi nestes actos de gestão e sempre critiquei apesar dos títulos é tempo de pôr as coisas na perspectiva verdadeira. E não, não acredito que esta gente que delapida património como um Sócrates lunático tenha capacidade para reerguer o futebol portista. A vantagem é que ainda ganharam e lucraram muito, na SAD, ao contrário do Pinócrates que afundou o País sem deixar de perder a vergonha pelo feito e ter o topete de acusar os outros de erros primários e propaganda intoxicante que só tolhe as cavalgaduras do costume.

19 abril 2014

Coisas de que não se dão conta (VIII)

Não fazia ideia disto, por não acompanhar a formação. Também André Gomes, pelo que vi e em especial no último Mundial sub-20 na Turquia, nunca me entusiasmou. Mas esta é uma acha para a fogueira infernal que foi o inútil projecto Visão 611, cuja cara principal se conhece e onde Luís Castro foi director in chief.

Não chego aqui pelos pasquins da capital, o link explicita o blog BiTri e já escrevi isto na 5ª feira, como toda a sequência de coisas de que não se dão conta (até amanhã!). Portanto, não é ideia minha aproveitar um facto aleatório e casual para querer atacar alguém. Isto foi a actualização necessária face ao que foi publicado ontem na Imprensa. O resto já estava escrito e mantenho: apontar o dedo é a um projecto inútil e a quem o concebeu sem prestar contas pelo vazio obtido. Por acaso, meramente por acaso, Luís Castro já lá estava metido no Visão 611 e a sua postura no plantel profissional principal não ponho em causa nem o seu contributo para um certo reencontro da equipa com o seu futebol: não lhe pedia mais, queria apenas que frente ao Benfica, depois da incúria dos dirigentes que são os únicos responsáveis desta tragédia, o FC Porto desse luta, só falhou na Luz agora e o treinador não esteve também à altura mas não vejo o fim do mundo nisso, antes numa SAD que não responde por nada e pela qual se diz, agora (ontem na capa de O Jogo) aquilo que é uma base do futebol a de escolher o treinador porque depois, se ele for bom, o resto da estrutura não serve para mais nada pois nem falar sabe nem consegue - a estrutura é uma vergonha! Escolheu um treinador de merda e não assumiu a sua própria escolha de merda, o presidente até disse que renovava com ele em 3º lugar, se fosse necessário, na patética entrevista de Janeiro. Portanto, estamos conversados e sobre aproveitamentos de jogadores basta ver que o Hulk andou perto do Olival (Vilanovense) e teve de ir à 2ª divisão do Japão para voltar...

O fracasso absoluto do Visão 611, sem qualquer aproveitamento; origem da actual crise não é, mas solução foi-a muito menos. Desperdiçou-se dinheiro e... talento se havia algum. Até a equipa B já não assegura a liderança na segunda divisão. Os talentos que aparecem (Anderson, James e outros) vêm do nada; o plano ordenado em casa dá casos como Atsu que depois é tratado ao pontapé, tal como outros africanos - mas tivemos de ir buscar o Bah para meter nojo...

Percebe-se que o FC Porto tem talento às cagadas carradas. A SAD foi de vitória em vitória até à derrota final. E não vejo bem como irá reerguer-se. De resto, todas as críticas fi-las há muito tempo e normalmente sem precisar de seguir ondas ou agendas de alguém, antecipei muitos problemas, pus o dedo nas feridas perante a indiferença geral e são muitos agora que pegam nesses tópicos.

Como sempre disse, de resto, Vítor Pereira ajudou a salvar a face de muita gente e a encobrir a miséria que se pressentia no Dragão. Começara pelo vazio do 611, tudo com origem ainda no tempo de Adriaanse e depois com Jesualdo que lamentavelmente não foi aproveitado. Não foram os treinadores nem muitos jogadores: o Iturbe é um mistério insondável mas o Atsu já ajudou a perceber muitas coisas. Só os dirigentes não mudam. O FC Porto não sai do sítio, para muita pena e renitência em ver o óbvio da generalidade da bluegosfera.

O sábio é o que molda o seu saber às evidências. Fartei-me de enumerar os erros crassos cometidos esta época e que alguns vinham de trás. Habituem-se.

Coisas de que não se dão conta (VII)

Pinto da Costa, obrigatoriamente na 1ª linha dos desaires como das vitórias de igual forma ainda que muitos portistas o vitoriem nas segundas mas não assobiem nos primeiros, garantiu que o Benfica fará a festa no Dragão pelo merecido título de campeão. Benemérito ou filantropo assegura que nenhum electricista apagará a luz, ainda que o jogo possa ser às 16h, ou o jardineiro ligará a rega, pois possivelmente choverá a 11 de Maio tal a sorte com que está por o Benfica garantir com antecedência o título sem obtê-lo no Porto como o FC Porto já fez por duas vezes no campo do rival, a última em 2011.

Lembram-se do campeonato do apagão?
 
Há quem se esqueça, por apagar-se normalmente nas derrotas e esta época do apagão mereceria que alguém, mesmo com vergonha, desse a cara.

18 abril 2014

Num ano o que mudou? Continuamos a ser, agora no pior, o Barcelona de Portugal

Pinto da Costa passou a ver Kelvin no Museu. O resto passou do tiki-taka ao tiki-kaka. Uma valente m...


O FC Porto, que com Vítor Pereira era o Barcelona de Portugal, continua a sê-lo: um desastre, como os catalães.

Tata Martino foi o Preocupações Fonseca do Barcelona.
 
Se o Atlético for campeão, o Barça, como o Porto, já não tem Supertaça na nova época.

Mas ao menos o Barça tem jogadores que ainda valem alguma coisa. O treinador é só um "tata-bitata". Mencionei nas duas vitórias do Barça sobre o Real Madrid para o campeonato que via mais depressa o Madrid campeão do que o Barcelona, imerecido vencedor nesses clássicos esta época.

Mas sem um treinador - como se percebeu mal Tito Vilanova adoeceu - não há equipa que resista.

O Real Madrid conseguiu um treinador melhor e só precisa de jogar futebol e não dar patadas.
 
A diferença que faz um treinador! E como é importante o presidente só na hora de escolhê-lo.

17 abril 2014

Coisas de que não se dão conta (VI)

Jurgen Klopp berrou e insultou os árbitros portugueses em Nápoles, onde Pedro Proença apitou a visita do Dortmund na abertura da Champions, em Setembro. Depois pediu desculpa pelos excessos e assumiu que se comportou como um palhaço. Proença, na Luz, voltou a ser o palhaço de serviço mas, como Pinto da Costa para os portistas, tem um lastro de êxitos e reconhecimento que lhe poupam nas críticas.

Já trouxe aqui uma vez esse exemplo, por sinal a propósito de Jorge Jesus.
 
Depois de perder 3-0 em Madrid já este mês, com lapsos defensivos infantis, o Dortmund ganhou 2-0 aos espanhóis e estiveram perto da reviravolta total na eliminatória. Klopp, no final, disse:
«Há um milhão de maneiras de sermos eliminados, mas esta foi a mais bonita»
 
Como disse dele antes, há palhaços com estilo e categoria, por isso Klopp é admirado e os seus excessos de algum modo perdoados ou condescendidos.
 
Os bidões do Porto, num milhão de maneiras de serem eliminados, escolheram a pior maneira possível.

Coisas de que não se dão conta (V)

Como após o jogo do campeonato na Luz, Pinto da Costa tem uma arbitragem vergonhosa para deitar abaixo se tiver a lata de voltar a fazer a figurinha de Janeiro no Torto Canal. Também, como então, pode argumentar ter estado à espera das perguntas sobre a arbitragem na conferência de Imprensa, onde não foram abordados os erros do árbitro (e só dele, que os personalizou muito à sua maneira "show-off"), foi inventado um penálti decisivo na eliminatória contra o FC Porto e os passarinhos da Ribeira do Porto massacrados de amarelos quando nem faltas sabiam fazer sofrendo, ao invés, cargas ilegais e repetidas sem jeito (André Gomes acabou o jogo sem ser expulso, só viu amarelo por tirar a camisola no golo, Maxi Pereira voltou a sair incólume apesar dos maus tratos a Quaresma como foi o caso na expulsão... de Quaresma).
 
Se o tema for arbitragem há muito para dizer, até mais do que em Janeiro. Comum aos dois jogos foi a manifesta incapacidade portistas, mas como da outra vez ficou a autocrítica no tinteiro...

Coisas de que não se dão conta (IV)

Pinto da Costa não só reabilitou o Benfica e Vieira como ajudou a recuperar os pasquins da capital que demoniza mas para os quais o Benfica se fechou dando largas ao canal próprio como o FC Porto não soube fazer com o seu Torto Canal.

Coisas de que não se dão conta (III)

Com o Braga fora da Europa, pela 1ª vez com este presidente, e de novo batido pelo Rio Ave é a liderança "presidencialista" de Salvador, inspirada em Pinto da Costa, que também sai beliscada: comunicação errática, redoma interna inútil, agir por impulsos e não por planos e acções coerentes com reflexos no vaivém de treinadores. Com poderes e saberes iguais, também os Boavista com os Loureiro e o V. Guimarães com o Pimenta Machado soçobraram pateticamente. Para a arqueologia do futebol tuga.

Coisas de que não se dão conta (II)

Dois golos sofridos (1 penálti inexistente) em jogadas (?) nascidas de lançamento lateral, um de cada lado. Uma equipa de bidões é assim.

Coisas de que não se dão conta (I)

Não removeram o galheteiro completo.

Coisas de que não se dão conta - e o que há muito para ganhar é aprender e não vangloriar-se alarvemente

Na reviravolta de 2011 na Luz tínhamos Beto na baliza, agora no Sevilha que nos frustrou; Sapunaru era uma merda mas foi barato e, ao contrário de Danilo, aprendeu a defender; Varela só entrou já com 3-0 no papo; até Sereno jogou como um André Almeida para defender.

Mais do que o desrespeito de AVB para com PdC, o virar de costas de VP é mais significativo.

AVB pode ficar indiferente por levar um treinador de g.r.; VP está não a rir-se, mas aliviado por ter antecipado o que ia suceder esta época.

E não foi só um título que se perdeu; 2014-15 começará sem outro para conquistar: a Supertaça.

Pinto da Costa de Paixão a Proença

Um dia Pinto da Costa disse, creio que a Pinto de Sousa, que Bruno Paixão chegaria a internacional. Acabou, helàs, por saber-se nas escutas do Pífio Dourado, isso para mim é o mais importante de toda a "porno-chachada" do qual se reteve muito pouco de útil.
 
Agora pode continuar com os elogios, de há muito, a Pedro Proença, que voltou a fazer uma arbitragem tendenciosamente indecente a favor do Benfica, como fez sempre nas visitas do Porto à Luz em que apitou: sempre. Proença é o melhor árbitro tuga, não há melhor e não há que negar porque o resto é miserável, mas prejudicou sempre o Porto nos clássicos, como até em Alvalade se viu. Sempre, sempre, sempre. Não se ouvia um ai do Porto em cada jogo.

Uma vez mais, o silêncio, a cobardia, a falta de categoria para criticar mesmo ganhando custou caro. E nem esta rica SAD justifica tal investimento.
 
No annus horribilis de todas as vergonhas com o Benfica, o início de 30 anos de mais vitórias marcou-se pelos fiascos até a escolher jogadores. E treinadores.

16 abril 2014

Proença goza com os bidões do Porto

Arbitragem vergonhosa para um Porto sem futebol: o árbitro peca por presunção; Danilo, Herrera e Defour pecam por não existirem nem servirem para medíocres. E só há 70 minutos de jogo com o Benfica à espera de ganhar em contra-ataque como num lançamento lateral à espera que o árbitro apite uma falta, na área, que não existe. E as entradas faltosas, à parte as duas (de três, a primeira não assinalada sequer) que deram expulsão ao caceteiro Siqueira, só davam amarelo aos do Porto.
 
Já vimos este Proença em todos os jogos Benfica-Porto.
 
Os benfiquistas evoluíram:
- deixaram de bater nas mulheres (elas agora põe-nos fora de casa, quando não na cadeia);
- vale mais bater nos árbitros porque compensa ano após ano.
 
Vieira não se pode queixar do consócio.
Os bidões do Porto limitaram-se a perder, de novo, contra 10.

Cometeria a injustiça de não realçar o magnífico golo de Varela, que deu esperança onde não havia nada. Mas teve de ser a solo, porque em conjunto não deu nada. E só pelo golo Varela é o único a merecer nota positiva. Devo-lhe esta actualização, porque me despistei com a emoção de ver tanta merda de azul e branco.

14 abril 2014

Acho que A Bola contiuaria a ganhar e o FC Porto a perder

- criticam o que os outros fazem sem saber-se como fazer melhor;
- o FC Porto não ajudaria ninguém a ganhar mais por page views.
 
Daí a Imprensa do Porto ter definhado, o FC Porto sido desprotegido e todos ficarem a perder.
 
Como? O FC Porto sempre atacou - vide MST - jornalistas que lhe eram próximos; e, pelo acima alinha(va)do, nunca soube fazer melhor do que os que criticava. A moda pegou-se aos adeptos, alguns permanentemente agarrados ao que dizem e pensam em Lisboa.
 
O FC Porto nunca lucrará com o statu quo e A Bola terá sempre mais leitores, mesmo portistas.
 
Parabéns, pois, ao regresso aos anos de vacas magras, ao 1982-83 e quando ficava atrás dos dois de Lisboa.

13 abril 2014

Um golo sem o grito de "goooooooloooooo"! - mas isto ainda não é a "Revolução"

Não tinha hipótese de ver o jogo e até só soube do resultado parcial ao entrar no carro quando começava a 2ª parte com 0-1 (Varela, ouvi dizer um bonito golo). Sinceramente, já é difícil ver um jogo do FC Porto no campeonato, onde tudo está perdido há muitos meses que nem me lembro apesar de desde cedo ter vaticinado o desastre iminente. Quando se conjugam, entretanto, gestão de resultados e de jogadores consoante as competições surgem a tropel, e se sabe que na equipa estarão em simultâneo Josué, Licá, Carlos Eduardo e, pior do que tudo, Abdoulaye Ba, conforme ia ouvindo, percebendo uma enésima combinação de centrais mas com o regresso de Maicon que deve saudar-se, a vontade fenece.
 
De resto, no relato que fui alternando pelas emissoras, ouvi repetidas vezes o som de um arrepio na espinha sempre com o mesmo denominador: Ba chegou a ser considerado (via TSF) o "pior em campo", o golo bracarense teve a sua responsabilidade e a vitória dos minhotos poderia ter-se escrito em mais uma asneira da grossa desse pateta que não quiseram formar em sentido estrito no Dragão e a rodagem fez-lhe mal á sua cabeleira que adora movimentar mais do que as pernas.
 
Enfim, sem ter visto o jogo, nem os golos sequer à hora que escrevo (23h) ao chegar a casa, tenho tanto para escrever que me perco. É que, soube acidentalmente, já se fala numa revolução do plantel na próxima época, vi de soslaio uma capa de O Jogo no sábado, salvo erro, ou na 6ª feira, que já nem ligo, sobre uma mudança profunda. Bem, ao que se vê desta época, se isto não foi uma revolução não sei o que será semelhante, tal a proeza da temporada que remonta aos primórdios de Pinto da Costa que os palermas aduladores aplaudem de pé e em sentido. Se olharmos, como eu que não vi, para os jogadores "amandados" para o campo percebemos a revolução havida e o tiro no pé que era supostamente o início de mais 30 anos de sucesso. Mas Luís Castro conseguiu a proeza de mandar na 1ª parte, ao que ouvi no decorrer da 2ª parte, e ganhar no fim, a despeito dos sustos do mostrengo Ba.
 
Apercebi-me que, talvez pela importância de que se reveste a proeza leonina, o rapazito da TSF torcia para que o 2º lugar ficasse decidido. O bimbo conseguiu, de resto, com pesar mas notório ênfase desse enfado, dar o 2-1 do Porto sem anunciar golo, isto é: houve um cruzamento, não sei de quem, e ouvi relatar "Carlos Eduardo de cabeça... e a bola no fundo da baliza de Eduardo", o rapazito deve ter ficado surpreendido e lá depois se apercebeu e fez-nos saber que era golo, gritou golo uns 45 segundos depois do golo mas também foi a primeira vez, aparte isso, que percebi a descrição de um golo antes de ser anunciado. Como já não tremia de ansiedade e tenho muitos anos disto que ainda deu para ouvir isto, não perdi o controlo da viatura nem mudei de velocidade com a excitação que o  morcão da TSF, não sei o nome, fez por me cortar pela raiz, de resto condimentado com o propalado desinteresse que o resultado lhe causava ao não permitir que a jornada consagrasse já o campeão do 2º lugar.
 
Como destas pequenas misérias se vai fazendo a bola tuga salvou-se o dia e a minha 2ª parte de relatos da bla, pois só me azucrinava a cabeça o "pior em campo". Bah...

10 abril 2014

Privadas virtudes publicos defeitos

O flop de 20 milhões por comissões várias esteve em dois golos com a falta de intensidade habitual. O italiano marcou pênalti inexistente levado no teatro do colombiano Bacca para abrir a ferida de falta de estofo. De novo a rábula Carlos Eduardo. Quinto te quero. Kelvin quando está tudo perdido. Sai flop Danilo. Recua Ricardo que entrara para a frente por Varela. De desastre em desastre ate levar quatro de uma equipa banal. Corolário para a SAD. Vergonhosa.

07 abril 2014

Para não esquecer

Arrepia-me ler e ver coisas deste genocídio de que se completam 20 anos do seu tresloucado início, como amigos e vizinhos se transformaram em animais e uns, mais fortes e armados, instigados pelas elites locais e aparentemente gente de bem, massacraram outros. Vinte anos depois, não é significativo saber que os hutus dizimaram os tutsis, às vezes esquecendo até laços familiares. Há 20 anos a internet mal era usada em Portugal e eu, particularmente, aindava muito ocupado e muito por fora, mal lembro das notícias de então e muito menos da dimensão que a tragédia assumia. Mas, hoje, a internet ajuda a espalhar a notícia da brutalidade raramente vista e profusamente ilustrada e documentada, inclusive o perdão das vítimas perante os algozes que faziam aquilo como quem descascava uma banana, matando mulheres e crianças à paulada com o maior "desportivismo" que seja possível imaginar.
 
Mesmo sem ter acompanhado a coisa, lembro que em 1995 o Ruanda participou no Mundial sub-20 do Qatar (onde Portugal logrou o 3º lugar à custa, na "pequena final", da Espanha de Raúl e de la Peña, virando um 0-2 para 3-2 onde pontuavam Quim na baliza e Dani e Nuno Gomes no ataque). Era uma equipa, aparentemente, de unidade, diziam, com hútus e tutsis, apesar da ferida ao tempo aberta. Assim a jeitos da Coreia unida que participou no Portugal'91, da mesma categoria etária, sem relevância para o processo histórico ou sequer de aproximação. O que se tentou saber do Ruanda junto daquela equipa, em Março de 1995, foi quase nada, como da China que, após o massacre de Tiananmen, em Julho de 1989, se isolou quanto a comentários durante o Mundial sub-16 na Escócia (curiosamente com um 3º lugar de Portugal, então com Figo e Peixe como expoentes).
 
Não podia deixar de assinalar uma das mais tristes efemérides: o genocídio do Ruanda, a vergonha que a ONU ainda sente por não ter socorrido aquela gente - e pareciam todos iguais - e a vergonha que toda a gente deve sentir, e chorar, amargamente.
 

06 abril 2014

Meia parte e Bah...

Definitivamente, a equipa acertou agulhas e ao adversário que impusera a primeira derrota na Liga aplicou-se um 3-0 ao intervalo salpicado por duas bolas nos postes, agora na baliza de Fabiano para variar.
 
Jackson bisou marcando até de penálti que Quintero pediu para bater por sofrer a falta de Makelélé e Ghilas também molhou a sopa, tudo em meia hora movimentada com Quintero e Herrera na construção. Não se sentiu a falta de Carlos Eduardo, ainda que provavelmente utilizado na próxima saída europeia a Sevilha. Mas percebeu-se a falta de Mangala e o excesso de Bah na defesa: duas fífias, uma a permitir um cabeceamento de Makelélé que Fabiano defendeu para um poste; outra que deu mesmo golo, porque Bah não existe, não faz oposição, é transparente.
 
A 2ª parte foi um bocejo, com  o FC Porto desligado e a Académica a acreditar, começando por virar todos os mecos pelo caminho. Até o árbitro Manuel Mota teve um choque violento com um rapagão de Coimbra e foi substituído ao intervalo.
 
Luís Castro deu minutos de rodagem a Quaresma e Danilo, poupados de início, mas ao meter Josué foi, como com Bah, lembrar que por alguma razão o Porto meteu tanta água no vinho esta época e passou a jogar, e acabar, com 10. Josué jogou displicente e desinteressado e se nem o banco aceita pode ir pregar para outra freguesia porque não tem estaleca para mais. Foi mais um erro de casting num filme horrível após o intervalo em que se viram todos os horrores da débacle anunciada.
 
É o que dá não ter nada para jogar para além do 3º lugar.

«Ó Luís, vê lá como é que fico melhor a olhar pròs...? Assim fica melhor, ou fica melhor assim?»

Faz hoje 3 anos. Sócrates preparava-se para anunciar ao País a ajuda da Troika para pagar salários e pensões em Junho.


Uma boa forma de comemorar o socialismo que nos durou 40 penosos anos e perdura nas contas próprias...

05 abril 2014

Este mundo está perigoso apesar de dar para rir

 
Custa-me acreditar no ridículo a que chegamos, a que chegou o FC Porto, mas depois de ter sido movido um processo, anedótico e fracassado, a um alegado humorista, mais fedorento do que valente ou sequer credível, por ele achar que o Benfica ganhava 15-0 ao FC Porto da SAD não espero nada e também raramente me revejo no que faz.
 
Em matéria de negócios do futebol e transferências de jogadores sempre tive receio de alguma indelicadeza pondo em causa tudo e todos. Aliás, pugnei sempre para não se atacar as pessoas com presunções, até por o segredo (dos números) ser a alma do negócio e haver muito pouca transparência. Os motivos que levaram MST a questionar a compra de Ghilas desconheço, porque simplesmente não leio o que ele escreve nem acedo à Bola com facilidade e regularidade - ao contrário de muitos portistas, incluindo a SAD, que gostam de ler o paquim da Queimada por muito nojo que lhes meta e contribuem para a sua sobrevivência quando jornais do Porto e no Porto definharam e desapareceram... Não me importa isso de como o MST se atreveu a escrever como, na sua ignorância futebolística, escreve sempre; mas se emite uma opinião e, nela, diz não acreditar no que se diz, enfim, é lá com ele. Também depois daquela arenga patética de Pinto da Costa sobre comentadores (portistas) e fait-divers é, igualmente, de esperar de tudo e, sim, configura uma intimidação: veja-se o António Oliveira, directamente visado, que meteu o rabinho entre as pernas (comentei oportunamente).
 
Infelizmente, o FC Porto é só híper-sensível em certas matérias que mexem com a honorabilidade, alegadamente, de alguns dirigentes que circunstancialmente o representam. Mas é mais uma lição para sócios e não sócios aprenderem. Eu há muitos anos defini o que gosto e o que não gosto e a forma de me associar a algo: que valha a pena e me dê confiança.
 
Uma lástima. Não havia necessidade. E seria cómico se não fosse trágico.

Entretanto, algo que não suscita comichão a um cão com pulgas num pasquim da capital, essa coisa inenarrável, qual Maduro bolivariano agarrado ao poder e à imagem santificada do Chávez que ficou gravado em pedra e remeteu a Venezuela para o tempo dos Flinstones, essa coisa da Liga é um esgoto a céu aberto e com cenas realmente indignas sem sugerir asco aos comentadores lisbonenses.

Isto seria trágico se não fosse apenas cómico e revelador do que um usurpador é e de quão baixo se pode descer: realmente, Mário "Maduro" Figueiredo é um traste da pior espécie, vale que não tem tropas de assalto para massacrar a tiro afugentar os que receia tirarem-lhe o tapete poder em que locupletou; e os de Lisboa que o movem como uma marioneta não se dão ao trabalho de vir combater por ele e com ele, que fecha as portas da Liga como um tasqueiro fecha uma taberna alegando "Direito de Admissão", esperando, quiçá, ser o Ianukovich para ser exilado em Lisboa...

Nunca o futebol português, com a sua associação de clubes, desceu tão baixo e pensar que algumas palermices criadas na intelligentsia lisbonense foram capas de jornal: comparado, isto parece os Khmers Vermelhos nos assassínios em massa no Cambodja no final dos anos 70 - idiotas e palermas é o que mais tem proliferado no futebol mas decerto os pequenos clubes que, depois do tasqueiro Loureiro, inventaram mais uma abencerragem têm o que merecem e não quererão tão cedo embarcar em aventuras utópicas de tipos mais golpistas que os militares da Guiné-Bissau...
 
 
n.b. - um comentário num post abaixo, publicado após o meu regresso às lides, fala nos zunzuns da saída do d.g., que presumo ser Antero Henrique mas a hierarquia do Dragão é algo nebulosa tal como muitos negócios (em todos os clubes!). Também não sabia, não ouvi e só li a deixa desse amigo.

04 abril 2014

O melhor guarda-redes português é que parou o Porto


Sempre o disse: para mim, Beto é de há muitos anos o melhor guarda-redes português. Foi Beto que evitou uma vitória maior do FC Porto, com a ajuda dos postes num par de vezes. Mas, como com o Nápoles, Fabiano teve o seu momento de sorte e salvou um golo por milagre, mantendo a baliza inviolada o que é bom para a 2ª mão. Mas com os castigos de Quaresma e Jackson e Fernando (e Defour, segundo ouvi dizer?), em Sevilha será complicado manter os andaluzes em respeito como se conseguiu com o Nápoles. De qualquer modo, este FC Porto e apesar da teimosia de pretender tirar-se alguma coisa de positivo de Carlos Eduardo numa posição fulcral na animação ofensiva e que dê elã ao futebol portista mais organizado mas ainda a carecer de contundência na hora de marcar, é um FC Porto que inspira confiança ainda que transpareça alguma intranquilidade. Essa contundência, o marcar num golpe certeiro quando menos se espera, pode favorecer as características de Ghilas, como sucedeu em Nápoles.
 



Ora, se é em Nápoles que o FC Porto tem de encontrar inspiração, desta vez terá de criar uma forma de jogar adequada, sendo o 1-0 o mesmo a preservar, mediante os jogadores disponíveis. Eis um teste com o qual não estaríamos à espera mas que testará a habilidade de Luís Castro de reinventar o FC Porto pela segunda vez depois de mais de meia época ao deus (menor) dará.

Mis uma vez, por ter estado ausente, não pude actualizar a publicação de alguns comentários.

02 abril 2014

Mind games de Klopp o Mourinho da Alemanha

A propósito de lições de alemães, o Dortmund já esteve em bancarrota e até vendeu o estádio (maior da Alemanha) mas em 10 anos recuperou e foi bicampeão da Bundesliga antes de chegar à final da Champions da época passada, em Wembley. «Obter êxitos sem ter dívidas». É claro que os tugas não gostam de alemães e até Mourinho desapreciou a Bundesliga quando quis picar Guardiola...
Este também tem pinta e gosto dele. Mais ainda quando, como em Nápoles no início da Champions, berrou com o 4º árbitro tuga no jogo apitado por Proença mas, no fim, reconheceu que se portou mal: "Fiz figura de palhaço", disse.
 
O Dortmund volta a Madrid, agora mais fraco, com menos dinâmica e menos contundência. O Madrid, subscrevo, é melhor do que há um ano, apesar de seguir em 3º na Liga espanhola.
 
Não está mal para aquele que ameaçava a chegada de Pep Guardiola à Bundesliga: "Vou ser o Mourinho da Alemanha". Estas coisas pagam-se caro, o Dortmund está a 23 pontos e já viu o Bayern ser campeão ainda mais cedo do que na época passada (quando distou 25 pontos do 1º lugar).
 
É a vida, o futebol continua e este, assim dito, é um grande futebol,
 
No futebol paroquiano da terrinha saloia, parola e do rei na barriga da falida capital do império cheira a porcaria por todo o lado e o discurso é do mais pobre e mortífero que pode haver.
 
Contudo, vou tentar ver o Paris SG- Chelsea, parece-me a mais equilibrada e discutida eliminatória, mesmo acima do Barça-Atléti.

«Se ganhamos é pelos árbitros, se perdemos é fim de ciclo»

 
 
 
Tudo isto e muito mais mesmo em vésperas de uma Champions ainda que num dérbi espanhol na Europa.
 
Como é que vejo isto? Com saudade de Kelvin, sim o mágico do minuto 92.
 
Depois da sua proeza, o herói portista inopinadamente remetido para o museu e deleite do presidente afeiçoado apenas a memórias tuítou: "Sou Chelsea toda a vida", antes da final de Amesterdão da Liga Europa.
 
No Porto há quem goste de ser corno manso; Lisboa agradece.

01 abril 2014

Elevação do Xistrema

Andamos com problemas de elevação, isto é de erguer o orgulho; quando muito, por um clube ou por algo em Lisboa, lá vem uma ocasião festiva. No futebol, porém, a pedagogia está como a caracterização da subida do défice público (129% do PIB): ninguém o comenta como deve ser. Porquê? Como? Onde? Quanto?, respostas que o jornalismo devia dar mas ninguém dá.
 
 
Entretanto, no futebol tuga, os árbitros - dizem que erram menos, mas não sei com quem comparam - fazem e desfazem resultados e até as Leis do Jogo. São bons, pelo menos há quem fale neles muito menos, apesar de uma voz rouca e fanhosa andar por aí a destilar veneno injustificado.
 
Temos estes dois golos anulados a Jackson (Belenenses e Nacional) e por dois árbitros internacionais. Não é um Manuel Mota sujeito a que lhe partam os vidros do talho sem ser coacção. Não, coacção só por telefone e pagou-a o Boavista, telefonando a um árbitro depois do jogo (Boavista-E. Amadora, Elmano Santos) para dizer que apitou mal (sem possibilidade de mudar o resultado (1-2). Assim é que a Informação informa: do melhor.
 
Já sabemos da vandalização de árbitros internacionais como Pedro Proença, com dentes partidos, e Duarte Gomes, com carros danificados. Árbitros de Lisboa atacados em Lisboa, mas alguém à parte paga as favas.
 
Esta questão da impossibilidade de um jogador do FC Porto se elevar mais do que os adversários deve estar numa lei secreta dos apaniguados das boas arbitragens. Lembre-se o Carlos Xistra que na época passada conseguiu dar um segundo amarelo a Mangala no jogo de Aveiro com o Beira-Mar, resultado feito e um ataque à bola do central mas ameaçando a baliza aveirense. Foi marcada falta, inexistente, e dado um 2º amarelo sabe-se lá porquê.
 
Como sabem, todos estes lances são minuciosamente tratados nos meios de comunicação afectos ao dirigidos pelo FC Porto e o País está em vias de saber como lidar com arbitragens assim. De resto, o Xistra do chamado Xistrema que dizem existir por aí ficou na história, com uma originalidade tuga, à moda do famoso francês Marc Batta: em Coimbra, no tempo de Jesualdo, quando Jorginho saía para ser substitutído, levou um amarelo, presume-se por demorar a sair. Felizmente não tinha nenhum amarelo e não foi expulso, a substituição operou-se e o Porto (golo de Hugo Almeida) lá cimentou a liderança que haveria de consolidar ganhando em Alvalade com um golo de Jorginho. Já devem ter visto vezes sem conta a memória da estrutura escarrapachada no Torto Canal...
 
Tivesse amarelo e Jorginho teria sido expulso como Rui Costa num infame Alemanha-Portugal em Berlim. Mas, claro, o Batta é que é um filho da puta. Os árbitros de cá são bons quando apitam como Xistra, Proença e Capela. Isto é m país de Capelas, dizia há um ano Pinto da Costa. Tem é de falar mais alto, expor mais as coisas e ser duro como fazem em Lisboa. Decerto estes lances não seriam tratados ao nível rasteiro que se tem visto e que deixa a arbitragem, como sempre, na lama.

A ocasião faz o ladrão

Dissecados a arbitragem, mais de uma até, de domingo a que se juntam os erros acumulados do FC Porto, e são muitos ao longo da época, percebe-se que quanto mais fracas estão as equipas mais sujeitas ficam aos erros, seus e alheios. É óbvio.
 
Contudo, não pode ser obra do acaso, mera conjugação astrológica ou infeliz coincidência conveniente que o Proença tenha feito o que fez em Alvalade e em Braga e o Capela na Choupana.
 
Parece, numa infeliz coincidência conveniente, que Proença conseguiu limpar-se ao chamado "golo em fora-de-jogo" da Luz há dois anos, tal como o seu auxiliar de então, o senhor Santos, já se vingou dessa distração também.
 
E Capela conseguiu assegurar ao Sporting o 2º lugar quando há um ano, quase por esta altura, fez o trabalho "limpinho, limpinho" que se sabe, ajudando a afastar o Sporting da Europa com aquela arbitragem na Luz.
 
Há, de facto, um ponto em comum, o Benfica; e um comum de forma inversa ou indirecta, porque o Capela não afastou o Sporting da Europa porque nem lá estava nos lugares de acesso e muito menos foram os árbitros, no geral, que afastaram o Sporting da Europa, como se queixam os de Alvalade, pois não constam muitos resultados desvirtuados pelos árbitros para esse desiderato leonino.

E de propostas leoninas para a regeneração da arbitragem passámos, há dias, a coacção pura, simples mas ostensiva e atentatória, que pelo visto se está a pagar. Sendo Capela, precisamente, um dos visados na patusca e peregrina acção jurídica contra os árbitros em geral, por causa do jogo alegadamente "limpinho, limpinho" que até a mim me indispôs só por aquela 1ª parte.

Temos que a ocasião faz o ladrão, como sabe o povo, e os árbitros tugas são o que são.
 
Alguns perguntarão: como resolver isto? Com três formas:
divulgando
divulgando
divulgando
 
Mesmo a ganhar, mesmo tri e até tetracampeão, sempre apontei os erros dos árbitros em inúmeros jogos do FC Porto ao longo destes anos. Sempre o FC Porto andou calado, raramente enunciando esses erros e contribuindo, com o seu silêncio, não para ser respeitado por isso, mas para ser vilipendiado agora que esboça tentar fazê-lo: denunciar arbitragens maldosas como têm sido estas e foram muitas no passado recente.
 
Quem não chora não mama continua a ser o lema de muita gente em Portugal, mesmo fora do futebol.
 
Na Liga do guardanapo da Madeira e do presidente que não cai como os antigos copos teimosos hoje inexistentes, não se pode esperar nada, até por os árbitros julgam-se os maiores do planeta mas, salvo Proença, não merecem atenção alguma das elites internacionais. Da "Emprensa" torna-se ridículo questionar a sua atitude quando a preocupa a sua sobrevivência, a pão e água mesmo assim, enchendo páginas de glória de clubes falidos e que nada de significativo conquistam.
 
Em vão pode esperar-se que da "Emprensa" surja um módico de vergonha e uma réstia de pedagogia. Aquela rapaziada tem dificuldade em distinguir um fora-de-jogo de uma bandeirola de canto e como só há uma bola ao centro duas vezes no jogo se não der golos sobram imensas bolas para fora. Tudo acompanha o declínio do nível de jogo jogado em Portugal como é exemplo flagrante esta temporada miserável e que, depois, por fim, espelha as performances europeias dos tugas.

 
Agora que o guardanapo da Madeira está a cair apenas de podre, findo o tempo de existência infeliz, o prócere não vai fazer outra coisa senão rir-se na época em que o FC Porto não ganhou nem em Lisboa nem na Pérola do Atlântico. E na época passada lá tivemos o Capela no Marítimo, a negar dois penáltis ao FC Porto por faltas sobre Lucho e Atsu, este até com direito a lesão pela entrada...
 
No dia das mentiras só falta a Liga confirmar que dá razão ao Sporting na taça da treta, depois de abrir uma treta de uma pseudo-investigação a um não-caso, helás, também envolvendo uma equipa da Madeira...
 
De resto, patético é acusar a "Emprensa" quando o FC Porto nada desenvolveu da sua Comunicação, da sua página oficial na internet e do canal televisivo que cedo se percebeu ser torto para a função, tão mal orientado quanto o futebol foi esta época e tudo por erros de gestão, estratégicos e de marketing, afundando o futebol e a pantalha. Ontem, por exemplo, houve folga do plantel mas não só, não s ouviu um piu sobre a Choupana. Como nos extremos há exageros, ou é estar calado quando não devia, ou como o Sporting faroleiro e o PS chocarreiros, falar muito também não é acertar mais. Mas uma estrutura profissional bem paga nunca está de folga.
 
É penoso ouvir ou ler adeptos portistas falarem disto e daquilo da "Emprensa", que já não deviam consultar ou fazer audiência, quando não confiam na do próprio clube ou não escondem a sua frustração.
 
Enfim, isto é uma soma de frustrações: dos árbitros, das equipas de Lisboa, dos guardanapos da Madeira e dos adeptos portistas face ao descalabro que tomou conta do seu futebol e cujos títulos das últimas épocas só adiaram o mal-estar.

Aplaudir de pé uma merda a sério

Eu aprecio aquelas poses dos pivots dos telejornais quando, em noticiário de relevo, saem da cadeira e passeiam pelo palco a categoria profissional, a especialização editorial e inclusive a fatiota de marca associada à produção do espaço informativo. As gajas, então, é um must, bem tentam imitar as boazonas da estranja em palcos e profissões similares, com vestidos coleantes e silhuetas finíssimas pelas quais e para as quais adoram pôr-se de lado mas não ao lado... A tv é um palco e, como no teatro feito o pequeno palco do mundo, reflete a sociedade, pelo menos a que se revê nisso e julga informar-se pela televisão. Daí que, vaidosos e vaidosas, mesmo lendo apenas o que o teleponto disser e sabe-se lá o quê e quem inseriu a informação a prestar num largo espectro de edição e tratamento da informação, eles de vez em quando, como elas, vão andando por ali...
 
Ontem, depois de ver a sonegação das imagens, em todos os canais, da falta de Fejsa para segundo amarelo em Braga, mais os caricatos episódios como o do pretenso penálti que o mesmo Proença viu (com os jogadores fora do campo, logo dando lugar a bola ao solo e nenhuma falta, para além da dúvida sobre o alegado toque do defesa em Rodrigo) sem ter visto a falta grave que dava expulsão por acumulação do médio benfiquista, além dos episódios de Capela na Choupana, apreciei ver o Carlos Daniel passear no palco quando tratou os resultados da bola e a iminência do Benfica (justo) campeão. A coisa podia ser grave, mas é só anedótica. Fica a pose para a posteridade e uma cagança a que os jornaleiros se atrevem e a imagem prodigaliza: parece que fica bem, mesmo que seja por uma coisa de merda, mas dá ar de sério. Uma merda a sério.

Podia naquele informativo da RTP elevar o nível, mostrar que a Informação celebra os feitos do País numa estação dita de serviço público mas é pouco pudica, como mostrar gráficos e passear no palco por causa das contas do défice, por exemplo, mas esse é um elefante, tipo FC Porto, que têm de engolir e já não dá aberturas de telejornais como quando o défice derrapa e sobe e está alto e lança o pânico (quem?) na populaça. Ou, ainda, falar de outro tema "fracturante" e que alarma as pessoas, subsidiadas ou não pelo RSI que tem para contar histórias de pasmar! Não, o pivot tinha de passear no palco apenas e só para celebrar o Benfica quase campeão, o que não deixa de condizer a letra com a careta.
 
Foi bonito, de resto, "apelar" às imagens finais da Choupana, isto num dia noticioso em que, como é hábito jornalístico nestes dias, a derrota do Porto teve a primazia à frente da vitória do Benfica, o que não sucede todos os dias mas, a bem da Nação, tem-se repetido com inusitada facilidade. Talvez a raridade motive algum palerma pôr-se de pé para dizer das diferenças pontuais da classificação - pelo que se percebe como o FC Porto merece essa distinção tão escassa na merdiatização paroquiana cá da parvónia.
 
Das imagens finais, que não gosto em lado algum, da Choupana retive apenas o burburinho sem coisa de maior a não ser a "pega" de Quaresma não com o adversário que lhe disputara legalmente uma bola dividida, mas com um palerma que também se quis fazer notado. Hoje em dia, pelo visto, qualquer palerma faz-se notado à custa do FC Porto, mas isso são contas do rosário de palermas, e cornos mansos, que o FC Porto vai congregando no seu seio, é também justo dizê-lo.
 
O problema é que, dos raros momentos em que vejo um jogo, nunca completo, do Benfica, fiquei também com as imagens finais, mesmo pela net. Felizmente não houve túneis nem treinadores exasperados ou jogadores em fúria. Como um tipo que já cá anda há anos, o sorriso e o cumprimento de Fejsa com Proença, no final, falou da cumplicidade e reconhecimento devidos pela omissão do cotado árbitro. Proença sabe que poupou a expulsão de Fejsa e este, como se cá estivesse há mais tempo do que Julho do ano passado, sabe como passar impune. Junto dos árbitros e salvo pelos resumos editorialmente correctos.
 
A "Emprensa" do regime aplaude de pé. O palco televisivo vive momentos de exaltação entre recriminações contra Quaresma e não com o incógnito jogador do Nacional dizendo já um "Basta!" à possibilidade dele aceder à selecção e ao Mundial como se o seleccionador e o director da FPF para as selecções não tenham feito pior, com murros mesmo, perante a maior plateia planetária e não o esconso cantinho onde estas merdas acontecem e os filhos da puta do costume aparecem aspergindo moralidade à conta dos paroquianos de "fezes" várias.

Merdas destas é que sucedem todos os dias. Bom proveito.