30 abril 2014

Uma equipa de categoria é isto!

Sempre apreciei Ancelotti como jogador: sem ser brilhante, sabia fazer tudo. Vi-o pela Roma, admirei-o no superior Milan de Sacchi, de quem repetiu a conquista de duas Taças dos Campeões como treinador, depois das duas seguidas integrando a equipa do trio holandês de luxo Rijkaard, Gullit e van Basten.
 
Este Real Madrid que arrasou o Bayern campeão de tudo é a equipa que mais se assemelha ao Milan de Sacchi que, ao seu tempo, arrasava o Real Madrid (também deu Cincazero). É algo diferente a organização do seu ataque, mas nunca o Milan de Ancelotti treinador foi tão sagaz e fulgurante como este Real Madrid que fez ao Bayern - 4-0 em Munique! - o que o Bayern fez há um ano ao Barcelona - 4-0 em Munique, 3-0 em Camp Nou! Mas há um ano o Bayern defrontou o Barcelona porque os catalães passaram uma eliminatória por golos fora (2-2, 1-1) com o PSG fortíssimo de Ancelotti que só ganhou o grupo da Champions ao FC Porto de Vítor Pereira devido a um frango de Helton em Paris.
 
Para culminar, tudo parece feito sem esforço, apenas com classe e da mais estupenda possível. Uma classe sem igual que só lembro o Madrid da Quinta del Buitre dos anos 80, lamentavelmente com duas Taças UEFA seguidas antes de três semifinais mal sucedidas na Taça dos Campeões, uma delas com o Bayern (levou 4-1) em 1987.
 
O Bayern de todas as conquistas chegou a este ponto da época mal fisicamente e entorpecido mentalmente, falho de inventiva e carente de confiança, apesar do bom início em Madrid. Mas Ancelotti soube anular todos os pontos fortes, nas laterais, do Bayern.
 
Coentrão anulou Robben nos dois jogos como fez no Euro-2012 no Portugal-Holanda. Não perdeu uma jogada!
 
Mas não lembro o Real Madrid ter um defesa-direito - que chegou a ser a posição mais mal ocupada e que destoava da categoria de todos os outros em cada posição - com a virtude completa de Carvajal.
 
Como já escrevi mesmo após as duas derrotas com o Barça na Liga espanhola, acredito mais no Real Madrid campeão espanhol do que o Barcelona.
 
O Real Madrid voltou a honrar o futebol do mais alto quilate que lhe deu fama imorredoira, deixando-se de patadas, pancadas e teatros (à parte di Maria sempre a rebolar por quilómetros mas um enorme jogador que defende com a vida e ataca com outra vida). Modric encanta, Bale é uma seta e Ronaldo está livre como quer.
 
Uma equipa à imagem do seu treinador: perfeita, equilibrada, que sabe tudo do jogo. Uma maravilha!

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