29 fevereiro 2012

Relatório (Bo)Ronha (XLVI): Polónia-Portugal há 35 anos, Humberto e o FC Porto - o que Oliveira esqueceu...

A propósito de algumas coisas, de agora, com reflexos na evolução do futebol português, o Polónia-Portugal de hoje, inaugurando um estádio em Varsóvia para o Euro-2012, faz-me recuar ao embate de Chorzow, em 1977, que muitos não lembrarão e cujos factos de então me fazem relacionar certas coisas, actualizando-as e interpretando-as ao tempo actual.

Há factos que foram vistos por todos e não podem ser esquecidos. Naquele tempo, era raro ver futebol na tv, era a preto e branco, os clubes mal passavam da 2ª eliminatória uefeira e a Selecção acumulava fracassos, apesar de muito elogiada na Imprensa lisbonense. Mas por aquelas alturas emergia o FC Porto, ainda atrás da dupla SLB-SCP mas já a ganhar a Taça de 1977 (1-0 ao Braga) e em vias do bicampeonato de 78 e 79, falhando o tri em 1980. Coincidiu, até, ser o seleccionador nessa campanha frustrada para o Mundial-78, na Argentina, José Madrid Pedroto, também treinador do FC Porto da reconquista. Eram poucos os jogos na tv, raros até da Selecção, pelo que não era possível esquecer as imagens, mesmo escuras, da distante mas ruidosa Chorzow onde o velho estádio Slaski (de Silésia, em polaco, coração mineiro do país e Chorzow como reduto emblemático do nacionalismo) levava sempre 100 mil pessoas e ali as aspirações inglesas morreram em 1973 rumo ao Mundial-74 onde a Polónia, uma grande equipa então, chegaria ao 3º lugar, batendo o Brasil campeão de 1970, numa RFA onde os polacos obtiveram a medalha de ouro olímpica em 1972.
Então, a 29/10/1977, Deyna marcou um canto directo, com Gabriel a deixar o seu poste à espera do cruzamento. Manuel Fernandes fez 1-1 quase no final, mas não chegou, face ao 0-2 das Antas, um ano antes, numa noite invernosa, com dois golos do goleador Lato, que foi o melhor marcador na RFA-74, um grupo ganho sem derrotas, naturalmente, pela Polónia de Jacek Gmoch, um mago para os polacos. Uma noite nas Antas (16/10/76) onde se estreou um certo Zbigniew Boniek...
E evoco esse jogo, quase 35 anos depois, porque há pouco tempo, numa entrevista televisiva, António Oliveira, dado ao desassombro mais ainda do que no tempo controverso de jogador e treinador, disse algumas verdades e várias barbaridades. O ex-seleccionador português de 1996, depois substituído por Artur Jorge a quem sucedeu Humberto Coelho (1998-2000) antes de Oliveira pegar na Selecção até 2002, como se sabe, afirmou mesmo que Humberto, hoje director das selecções nacionais e em funções no seu primeiro jogo desde as eleições federativas ganhas por Fernando Gomes (outra ironia) que apostava em Humberto para encabeçar as selecções, deveria ser... presidente federativo.
Uma opinião, seguramente abalizada, mas que nega o historial de confrontos de outros tempos, daqueles que há 35 anos ocorriam e com Oliveira no lado errado da barricada, entre os jogadores portistas que emergiam na selecção já em igualdade com os benfiquistas que sempre a dominaram.
Soube muito depois, já há uns anos, da boca de um jogador do FC Porto desse tempo e dessa Selecção, que na hora da prelecção e ao anunciar a equipa no balneário, José Maria Pedroto ouviu Humberto torcer o nariz: "Mas vai jogar Portugal ou o FC Porto?", resmungou o então capitão do Benfica e da Selecção. Não sei, enfim, se Pedroto alterou o seu plano e o seu onze. Não acredito que o tenha feito. Até porque, pelo seu prestígio e muitas provas de posicionamento contra os interesses do Benfica, Pedroto impunha-se naturalmente e não levava decerto desaforo para casa.
A equipa de Portugal em Chorzow, há quase 35 anos, teve Bento (Benfica); Gabriel (FCP), Humberto (Benfica), Laranjeira (Sporting), Murça (FCP); Octávio (FCP), Toni (Benfica), Alves (Benfica), Chalana (Benfica); Manuel Fernandes (Sporting) e Oliveira (FC Porto).
A única substituição (eram duas no máximo) foi de Seninho (FCP) por Chalana e para Humberto ter dito aquilo que disse só se fosse por Seninho, o foguete das Antas que um ano depois estaria no Cosmos de Nova Iorque, estar indicado como titular, o que daria cinco portistas em onze e aquilo não se aceitava de ânimo leve.
Oliveira, entretanto, já deve ter esquecido o episódio e hoje temos Humberto a chefiar as selecções - em vez do dinossáurico Amândio de Carvalho... - com potencial para ser presidente federativo, segundo o Toninho de Penafiel...
Em breve, com tempo, voltarei ao assunto, a falar de Humberto que por estes dias será entronizado pela Imprensa do regime e os amigos da Imprensa de sempre sediados em Lisboa. Como sempre, em prol do regime, serão loas e das boas, esquecendo outras coisas.

Terei ocasião de retomar o meu dossier (Bo)Ronha (XLV publicado a 28/3/2011), enquanto o dito cujo ex-dirigente desapareceu da blogosfera e deixou de contar as estórias que deliciavam uns quantos tontos ignorantes e basbaques. Uma das estórias sempre prometidas mas nunca contadas, aliás, teria a ver com a saída de Humberto da Selecção após o brilhante Europeu-2000 que teve o final que se sabe em matéria disciplinar na semifinal com a França e era António Boronha o responsável de então na Selecção. Mas os motivos da saída de Humberto seleccionador, nunca contados na Imprensa que sabia das estórias, até António Oliveira deve conhecer...

28 fevereiro 2012

Árbitro para roubar no clássico?

Todos apontam para Pedro Proença, e pode ser... Aliás, hoje, inesperadamente mas não inopinadamente, avança-se com o nome que devia ser divulgado oficialmente apenas na 5ª feira, dia habitual para a divulgação desde que passou da 4ª feira, como na Liga até há pouco, com o regresso da Arbitragem à FPF. Hum... Saber com dias de antecedência quando não se soube, nem fez por isso, a nota do Caixão em Barcelos depois de dada pelo observador... enfim...
Não sei, partanto, nem acardito, que isto não possa ter gato escondido com o rabo de fora. E se, à última hora, para não se acarditar que as coisas são feitas nos bastidores lisbonenses, como era hábito do regime, o nome mudar? Juro que já tinha isto escrito desde... ontem à noite. A minha agenda já só me dá para escrever com uma semana de antecedência, pois já tenho tudo preparado para ir saindo até 6ª feira. Então, esta manobra, que pode não ser mas já admito tudo, seria para passarmos ao meu raciocínio, a seguir.

Não me espantaria que escolhessem o Jorge Rouba Sousa (à esquerda), se calhar o que se pretende mesmo e não a solução mais à mão e expectável. Afinal, ele precisa completar o trabalhinho iniciado no Dragão na 1ª volta, onde não expulsou Cardozo por agredir Fucile, além de proteger o jogo duro do Benfica, de resto como sucedera também na Luz no jogo de toda a cacetada em Agosto de 2008 (Sapunaru agredido duas vezes por Carlos Martins e Nuno Gomes, uma em cada parte). E pode sempre ser acompanhado pelo Jorge levas no cachaço se não te portas bem Ramalho (à direita), posto no seu sítio pelo diabo de Gaia no Benfica-Porto do ano seguinte e que lhe abriu logo os olhos para uma bola cortada por Bruno Alves alegadamente depois da linha de baliza. Bertino Miranda completaria o trio, comme d'habitude.
Outros factores, em minha opinião e para fugir ao trivial e que todos antecipam, para o vi-te ó Pereira escolher este em vez do Pedro meteram-lhe os dentes dentro no Colombo Proença :
- é do Porto e, assim, até dá mais nas vistas de certa imparcialidade, fugindo à tentação do árbitro-sócio de Lisboa;
- apitou o último jogo em casa do Benfica, o que não é factor de exclusão, coincidente com a última vitória encarnada...;
- por sinal, marcou uma gp contra os lisboetas, que estes contestaram, enquanto criticaram não ter marcado uma a favor do 5L3 e o treinador-bronco, sabedor do que são penáltis, lá veio falar de... cátedra;
- andam aí uns zunz-zuns de conclaves a Norte com árbitros e ex-árbitros a quem aves de rapina fazem o ninho noutros poisos que não o já conhecido andar de Sapo em Sapo;
- a história de bruxaria que os patetas de certos pasquins põem a correr é para desviar, necessária e forçosamente, as atenções;
- os entendidos do Pífio Dourado vão cochichando por aí como aventesmas desenterrando velhos fantasmas também cientes das movimentações em curso mas, como criticaram no outro (A. Oliveira no caso N'Dinga), calam-se que nem ratos.
E não, não vejo o FC Porto com força para aguentar uma arbitragem à Duarte Gomes, muito menos à Bruno Paixão - entretanto desterrado depois de pôr o milhafre a cantar em Barcelos por interposto galo que disso se aproveitou.

E como continuo a achar que o campeonato está feito para entregar ao Benfica, escusando-me agora de evocar os prejuízos flagrantes de arbitragens ao FC Porto das quais o jogo de Barcelos foi a última gota e poderia ter marcado este clássico de outra forma mais limpa e em nome da verdade desportiva, não conto com mais nada senão que a equipa portista esteja bem alerta e nem me importo que se preocupe apenas em não perder.

Merecemos, mas demos a volta?


E, claro que merecemos a liderança, Maicon!
Mas, demos a volta?

27 fevereiro 2012

Maicon volta a dar a luz do título

Não foi só o melhor jogador em campo, confirmando a sua exponencial subida de forma assente numa confiança que lhe dá a segurança no seu jogo feito de eficácia e raros floreados para nada se lhe apontar, ao contrário do tempo de entradas em campo intervaladas e uma tremideira que assustava qualquer um, a começar pelo próprio. Maicon, que tenho repetidamente elogiado apreciando em particular a sua desenvoltura em campo, mesmo a lateral-direito, e uma fiabilidade talvez pouco expectável que faz muitos ficarem de pé atrás, desbloqueou o resultado numa partida frouxa do FC Porto a pagar a factura física de Manchester. Maicon será seguramente exaltado por isso, porventura não eleito o melhor do jogo de ontem e provavelmente esquecendo-se que volta a pôr o FC Porto na rota do título, como na época passada. Graças à luzidia careca nos cabeceamentos, ontem complementada com mortal à retaguarda de um tipo que se tem visto só andar para a frente.

Um cabeceamento fulminante do brasileiro de volta a central, pelas lesões de Mangala e Otamendi, quebrou a resistência feirense e um atrevimento fogaceiro que chegou a anular completamente o FC Porto pouco mais que inoperante no 1º tempo sem velocidade e com Lucho, Moutinho e Hulk nas lonas...
O FC Porto chegou à liderança da Liga e vai à Luz em 1º lugar, embora um empate 0-0 ou 1-1, por invulgar que pareça na ridícula Liga de regulamentos inacreditáveis, praticamente ofereça o 1º lugar ao Benfica se se mantiver a igualdade até ao fim (no que não acredito) mesmo que até lá o FC Porto seja... líder. Contas de outro rosário, mas é só ler, e entender, o regulamento. E graças a Maicon, a cruzamento de James Rodriguez de um livre na esquerda (a mão de Miguel Pedro, num cruzamento, justificava um amarelo e... seria o segundo mas ficou por mostrar e ele depois foi substituído). James, de resto, sentenciou o 2-0 final, num contra-ataque letal e assistido por Lucho. Talvez elejam James o melhor pela influência directa no resultado, embora esteja mais claro que Lucho o relegou para o banco e só a lesão de Varela (sempre se livra da Selecção, mas poderá não estar apto para a Luz), obrigando a entrar o colombiano, poderá dar o lugar ao Bandido.
Na época passada, para ir à Luz podendo ser campeão, foi preciso antes vencer a Académica, que marcou primeiro. Na segunda parte, Guarín empatou e Maicon fez o 2-1, num raro, creio que único, golo portista em jogos oficiais. A foto de arquivo é desse momento. Varela, depois, fechou o 3-1 final e o resto é história. Maicon volta a dar a luz do título, embora nada se decida na próxima sexta-feira mas uma vitória para qualquer equipa garantir-lhe-á o campeonato, pelo suplemento de moral para as 8 jornadas restantes.

Além de um trabalho defensivo notável, o que é importante em noite de desacerto dos já citados Lucho, Moutinho e Hulk (que até falhou um penálti e raramente se viu em jogo; João Ferreira esteve decidido na marcação da falta e na expulsão indiscutível de Luciano que agarrou Janko) mas também de Álvaro Pereira (maus cruzamentos todas as vezes) e até de Fernando (mais lento e complicativo), Maicon mostrou a Janko como se cabeceia, minutos depois de o austríaco falhar um lance aéreo sem oposição na linha da pequena área. O meco austríaco continua a revelar, além de insuperável deficiência técnica com os pés, uma clamorosa taxa de insucesso, pois falhou várias ocasiões e não conseguiu, assim, manter a média de um golo por jogo.

O essencial está cumprido, mas o FC Porto não chega à Luz para a decisão do título com moral em alta e forças no máximo. Resta saber que tipo de estratégia, mais contida ou sempre aberta, Vítor Pereira montará com os condicionalismos conhecidos de lesões e viagens de internacionais a dois dias do clássico. Mais um problema, voltando a Maicon, tem sido Sapunaru, muito fraco na lateral mas que forçosamente tem de jogar. E, já agora, não creio que Janko seja titular perspectivando-se uma toada de contra-ataque talvez com Cr. Rodriguez, Hulk e Djalma, como em Alvalade, sem desfazer o 4x3x3 mas com cautelas nos flancos ainda que, ao contrário do Sporting, o Benfica seja mais forte pelo meio onde Moutinho, Fernando e Lucho terão de estar muito melhor do que ontem até pela superioridade numérica do Benfica que povoa o meio-campo. 

26 fevereiro 2012

Primo de Gerrard faz Liverpool sorrir

Entrado no prolongamento (1-1 aos 90'), Anthony Gerrard (nº 6) defrontava o primo Steve (nº 8) na final da Taça da Liga inglesa, esta tarde em Wembley cujo novo estádio o Liverpool não visitara ainda. Os dois Gerrard acabaram por ficar na história do jogo ao falharem penáltis na decisão após 2-2 aos 120', mas com os "reds" a prevalecerem face aos "blues" de Cardiff, com 3-2 no desempate graças ao falhanço de Anthony no último remate, imitando o primo Steven que falhara o primeiro da série do Liverpool. Os "reds" falharam os dois primeiros (Adam atirou muito por cima a seguir), os galeses alternaram falhanço com golo até ao 5º remate fatal.
Após um ano de ausência da Europa, e com a qualificação via Premiership em risco outra vez (7º lugar, atrás do Newcastle), a vitória na Taça da Liga faz o Liverpool regressar à Liga Europa desde 2010, depois de ter despachado o Benfica com 4-1 para ser eliminado pelo Atlético de Madrid na semifinal por golos fora e no prolongamento em Anfield.
Como adepto do Liverpool desde a juventude, e hoje com o derbi com o Everton adiado no campeonato por força da final, não podia desperdiçar a oportunidade de fazer um post exclusivo de um dos mais tradicionais e emblemáticos clubes ingleses e já cinco vezes campeão europeu. Desde a inauguração deste blog (2006) que o Liverpool não vencia um troféu. Podia gozar e dizer que, tal como o Benfica ontem, estes vermelhos não ganharam, mas levantaram um troféu apesar de um jogo pobre de uma equipa medíocre que não foi melhor do que o garboso adversário da II divisão que forçou os penáltis com um dramático 2-2 perto do fim do prolongamento.

Foi na 1ª final no Millenium de Cardiff, em 2001, que o Liverpool ali ganhou também a Taça da Liga, também por penáltis e contra outra equipa em azul (Birmingham, 1-1), no ano de todas as conquistas (FA Cup e Taça UEFA) excepto o campeonato (foge desde 1990!).
É o regresso do Liverpool aos troféus numa competição em que detém o recorde de vitórias (agora 8), depois de ultrapassado pelo M. United nos títulos de campeão inglês na época passada (18-19). A última glória foi precisamente frente ao M. United em 2003, em Cardiff precisamente, quando o velho Empire Stadium estava demolido 2001). E em Cardiff, frente ao Liverpool, Mourinho obteve o seu primeiro troféu no Chelsea, em 2005, na Taça da Liga decidida no prolongamento (2-3) mas com Steve Gerrard em destaque também: fez 1-0 para o Liverpool mas também um autogolo que levou a final a tempo extra, perto do fim.

24 fevereiro 2012

O treinador e a táctica

Esta época não alguns não deixam de andar à volta do mesmo: Vítor Pereira. Mas as soluções preconizadas ficam sempre longe de serem aplicadas. E o treinador demonstra isso mesmo em cada jogo. Ao mesmo tempo, como na semana passada referi, queriam um Porto à imagem do Barça e viram-no em grande escala na Supertaça europeia, perdendo no confronto directo por detalhes como precipitação (mau atraso de Guarín que isolou Messi), menor categoria individual, mais imprecisão no passe, menos contundência atacante. Mas o espírito de "jogar em posse" e "pressionar alto" continua. Era isto o que os adeptos queriam, mas não é isto que "vêem". Porque os resultados não traduzem o volume de jogo. E algumas peças não encaixam da forma como todos gostariam.

À chegada de Lucho alertei de imediato que o sacrificado seria James, o menino-bonito de muitos adeptos. Não ligaram, se é que pensaram nisso... O raciocínio de um treinador vê-se ao longo da época, não à 5ª jornada, na ida ao Feirense, como alguns quiseram enfatizar. Meia volta depois, com um problema de fundo por resolver e que arrasou a campanha europeia (o tal ponta-de-lança a que muitos não quiseram dar crédito...), estamos num ponto de pequena evolução. Saiu James, entrou Lucho, não notei grande diferença em termos substantivos. Refiro-me às competições domésticas, única medida possível de comparação. Quando jogaram ambos na Europa, à falta do tal ponta-de-lança que não fez sacrificar o colombiano, houve muito toque e pouco remate, ou mais bola e pouco perigo. Não penetrámos, não metemos a coisa na baliza, que é o mais importante. E nem estivemos muito perto disso. Ao invés, assistimos a mais uma lição de posicionamento e menos bola, além de golos e menos floreados. Levámos 6-1, justo ou injusto não importa, há que aprender com os erros. Algumas falsas ilusões da época passaa - a miragem ou colagem ao Barça estava no topo... depois alimentada com a troca de galhardetes entre Guardiola e AVB que se inspirava nele - tiraram muita gente deste planeta.

Jogar lá fora implica certos cuidados, que o FC Porto não teve. Treinador mais ofensivo do que VP seria difícil arranjar, mas pelo visto não é isso que vale, se os resutlados não acompanham a ambição (desmedida?). Vemos equipas cada vez mais acauteladas na defesa, sem darem baldas ao adversário, o City foi apenas a última, mas temos o Madrid de Mourinho que foi a Moscovo jogar para o 0-0 ou... 0-1. Quase dava, arriscando pouco ou nada, mas tendo gente letal na frente (CR7 à cabeça) e basta aproveitar uma de duas ou três ocasiões. O City fez o mesmo e não tenho visto o M. United fazer diferente. Ou o Inter. Igual a si mesmo, o Chelsea tem sido um desastre, apesar da filosofia de AVB. Igual, se quiserem, só mesmo o... Barcelona. Guardiola mantém os princípios de jogo, o sistema, mesmo sem Iniesta e David Villa, recorrendo a Cuenca ou Thiago Alcantara. É uma aposta de risco acrescido quando falta a matéria-prima. Desprezando jogar na especulação do resultado, mesmo quando os resultados não correspondem. O dilema de Vítor Pereira tem sido este. E outro: o da incompreensão dos adeptos, seguramente a preferirem vitórias nem que sejam tão cantadas como faz Sá Pinto mesmo sem jogar um caracol em dois 1-0 com um autogolo, no domingo, e um cruzamento-remate que deu um chouriço ainda ontem. Na iminência de perder os dois jogos, vejam lá se Sá Pinto não veio colorir tão pálidas vitórias... VP não tem essa benesse e nunca teve de o dizer com tão magro pecúlio e tão fraco futebol!
Com duas provas domésticas para disputar, mas só interessando o campeonato e apenas o campeonato, não há muito para mudar. Haveria, talvez, mas o preconceito enraizado sobre Vítor Pereira não resolverá, porque os que o criticam são os que criticaram Jesualdo pelo oposto. Como há uma semana apontei, eram contra o jogo de transições - visão muito redutora do futebol portista com Jesualdo, mas a que ficou, embora não para mim - e agora não percebem que temos outro treinador casmurro no sentido de manter o 4x3x3 que, ao fim e ao cabo, era o sistema já com Jesualdo.

Não é fácil sair desta dicotomia de avaliações, nem quando se insere a discussão sobre a entrada de James que nos jogos importantes não aparece. Felizmente, parece ser agora o único motivo de debate e, contudo, só mudando o sistema, o que o treinador claramente não fez até agora fiel ao seu princípio de jogo já implantado também no clube e com inspiração superior na hierarquia e transmitida até aos escalões jovens. Mudar para o que quiserem, metendo James em vez de Varela e deixando a esquerda coxa porque o puto não gosta da linha e esta não pode ficar entregue apenas a Álvaro Pereira, por causa das compensações defensivas.

Álvaro jogar a médio-ofensivo, agora que Danilo está fora e Maicon vai voltar à direita? Bom, isto é transitório, porque com a lesão de Otamendi e também de Mangala, Maicon terá de ser central e Sapunaru aproveitará para jogar no guião que não o incluía, claramente, tal como excluiu Fucile. Sapunaru, por outro lado, nem ataca muito, pessoalmente não gosto de vê-lo a subir, depois atrasa-se e comete muitas faltas. Ao contrário de uma boa parte das opiniões, nunca o apreciei muito por nem ser o que se julga na frente e não cumprir atrás, ou seja não fazer bem as duas coisas nem muito bem uma delas...

Estava a imaginar um tal Adriaanse a revolucionar a coisa num 3x5x2 ou 3x4x3, como fez na segunda metade da época 2005-06, depois de uma má campanha europeia e uma 1ª volta de campeonato pouco animadora (apesar da liderança). Adriaanse, como Jesualdo, porém, não caiu no goto de muitos, ao contrário de mim, felizmente. Mas talvez tivesse o arrojo de fazer a última remodelação na equipa para tirar o máximo partido dos jogadores ao dispor sem praticamente sacrificar algum dos indiscutíveis.

Seria isso a solução? Com Álvaro a médio-ofensivo, três defesas e, assim, James sem tanta necessidade de cair para a esquerda e o lateral sem cuidados defensivos na retaguarda. Mas era preciso ter Mangala, que está lesionado, para podermos ter Rolando, Mangala, Maicon atrás, Álvaro, Fernando, Moutinho e Lucho no meio, Hulk, James e Janko na frente. Adiantar uma peça, Álvaro, por norma propenso para a ofensiva. E, assim, não precisar do clássico 4x3x3 ou 3x4x3, dando mais liberdade a James sem perder a força de Álvaro na esquerda. Obrigando a cuidados defensivos dos médios centrais para com as laterais desguarnecidas. Temos Hulk como tínhamos, ao tempo de Adriaanse, Quaresma. E temos James que é muito melhor do que era aquele puto escurinho de quem nunca esperei nada de mais e que desapareceu mesmo da circulação - lembram-se do nome? Lisandro, nesse tempo, ainda descaía para uma faixa mas completava amiúde o tridente ofensivo. Janko faz de Adriano, que não era melhor com os pés mas movia-se bem na área.

Só estou a ver esta solução, mas como Mangala, que é rápido como era Pepe, mas ainda usando mal a envergadura física que possui, está lesionado (e Otamendi também), não há muito para mudar. Má forma de jogadores e alguma lesões inoportunas (são sempre, mas umas vezes colmatam-se, outras não) conduziram a um beco sem saída. Não estou seguro que um meco na área (Janko) melhore substancialmente, embora sempre mostre mais em duas semanas do que Kléber em seis meses.

Ah, mas os adeptos não gostavam de Adriaanse. E, depois, a "estrutura" também não gostou.

Ou seja, não há volta a dar. É com estes, e tem de ser assim, ou não há nada a fazer. A não ser para aqueles que metem qualquer um no onze mas não têm responsabilidade de ganhar jogos e isto não é a... Playstation ou o Championship Manager. Ou, como diz VP, não é... a chiclete.

23 fevereiro 2012

Não havia necessidade

Já foi o que foi por causa do Dragão de Ouro. Fomenta a especulação.
Agora, André Villas-Boas apresenta-se para o jogo europeu do FC Porto em Manchester. Entre Pinto da Costa e Reinaldo Teles.
Não tem mal alguma. Honni soit qui mal y pense.
Mas era escusado voltar a atiçar a especulação. Até porque, ao contrário de Outubro, AVB está mal no Chelsea e ao FC Porto só resta o campeonato, a única coisa, e não é pouca, que pode garantir a continuidade de Vítor Pereira, apesar da reafirmação presidencial de ir cumprir os dois anos de contrato - em que ninguém acredita, talvez mesmo com a conquista do campeonato...
Ou seja, mais um péssimo serviço de relações públicas, posição institucional, comunicação "corporate", de imagem e sensibilidade. Um desastre, mais um, do FC Porto fora do campo.
Noutras circunstâncias, não teria mal algum. Uma questão, até, de cortesia do próprio ex-treinador, dispondo-se a fazer 400 kms desde Londres para ver o FC Porto. Algo que, obviamente, cai bem no ex-clube, cujos dirigentes de mais nomeada o acolhem e ladeiam, como bom convidado com história no clube.
Por mim tudo bem, mas a situação não aconselhava. O clube, os dirigentes, podem mesmo borrifar-se para quem veja nisto algum mal. Mas vão ter de conviver com a especulação. Aliás, até de portistas. Ou mesmo a começar por alguns. A duas semanas do jogo do título na Luz, é mais um tiro no pé. E mais sussurros até chegarem a perguntas de facto nas conferências de Imprensa, antes e depois da Luz.
Vai sobrar para Vítor Pereira e não havia necessidade. E o  FC Porto, a equipa, os capitães, os mais velhos e os recém-chegados, dispensariam um factor acrescido de potencial instabilidade em fase tão sensível da época. Não falta muito para se jogar, mas o título é, sempre foi, o mais importante.

22 fevereiro 2012

Back to basics...

Não houve (podia haver?) primeira vítória em Inglaterra, ao invés a goleada do costume assente nos princípios básicos do jogo e há ali jogadores do FC Porto que já passaram por todas dos últimos anos: dos 4 do Arsenal e do Liverpool aos 5 também do Arsenal e até 3 do Chelsea. Lucho esteve em quase todas, Rolando e Hulk também, mais Helton e Fernando, mas nem há passe de jeito nem remate que se veja. O FC Porto chegou a parecer perder a eliminatória por poucos com o M. City, mas o futebol pode ser cruel a expor fragilidades portistas numa conjuntura que a "estrutura" não defendeu.

Já na época passada, especialmente com os adversários mais fortes como Sevilha, CSKA Moscovo e Villarreal, mas também com o Besiktas na fase de grupos, apontei aqui várias vezes que faltava poder de choque ao FC Porto. Sabemos como a Liga Europa foi ganha, quando Guarín emergiu com a sua força e alguns golos preciosos (2-1 em Sevilha e 1-0 em Moscovo). Havia Falcao para o resto e os 18 golos recorde numa época europeia.

Ora, ao ver como Aguero marca nos dois jogos com o M. City, depois de quatro jogos sem cheirar o golo pelo Atl. Madrid frente ao FC Porto em dois anos, somando ainda Dzeko e até Pizarro, parece que o FC Porto foi afundado pelos pontas-de-lança contrários. Onde já vimos isto? Na Champions, claro, onde a falta de um ponta-de-lança de jeito aqui recalquei em todas as jornadas da fase de grupos.

Hoje, na chuvosa Manchester, nem força nem remate. Do lado do City, força para ganhar todas as divididas, tal como Dragão, e remate para marcar as oportunidades criadas. O futebol é relativamente simples quando os jogadores passam a bola, os colegas recebem a bola em condições de prosseguir a jogada (não perder a bola na pior das hipóteses) e alguém sabe chutar.

O FC Porto não fez um remate de jeito, apesar de muita posse e pouca profundidade. Qualquer portista a receber a bola de costas para a baliza, mesmo a 40 metros dela, da baliza, tinha um adversário em cima. E com nenhum adversário em cima qualquer portista se desenvecilhou. Na melhor das hipóteses, ganhava uma falta, porque quando eles sabem que vão perder a jogada não hesitam e  parar o homem, que se lixe a bola. Ora, tanta matreirice, vista já no Dragão, contra tanta ingenuidade chegou e sobrou ao City para controlar o jogo, a bola, os adversários, num jogo posicional zonal que tapou os caminhos da sua baliza. Contra isso, sem ponta-de-lança e Hulk a cair para um flanco onde James continua sem dar conta do recado, o FC Porto não tinha poder de fogo, depois de lhe faltar o de choque e, claro, o remate.

Que melhor, enésima lição disto tudo do que o avolumar do resultado perto do fim?

Pois, é ver que, tal como faltou Falcao e Kléber é já considerado perdido em combate sem fazer mossa no inimigo, entrámos repescados para defender um troféu com um ponta-de-lança que... não podia jogar. Depois, os outros metem Dzeko e Pizarro, médio-ofensivo que também já marcou ao FC Porto pelo Inter.

Em resumo, tínhamos o pior ponta-de-lança do grupo da Champions, na Liga Europa vemos os outros apresentarem Balotellli, Aguero, Dzeko. São muitos, mas basta jogar um à vez.. Porque há um Yaya Touré - como destaquei desde o sorteio - box-to-box como não temos e vai faltar ao próximo jogo - é a grande vantagem do próximo adversário do City. Enfim, só mais uma brincadeira a somar a todo o ridículo da situação de uma equipa querer e não poder.

Do FC Porto, Otamendi esteve tão desastroso que também, no meio de tantos azares portistas desde a 1ª mão (e o próprio sorteio), levou um pontapé de um colega. Moutinho e Fernando falharam muito nos passes que contam, James é inócuo, de Alex Sandro continuo sem ver algo que possa ser avaliado em 10ME. Só o saber estar e saber jogar de Lucho é insuficiente e a explosão de Hulk, aquele mais temido e que fez tremer a defesa inglesa, escaparam ao desastre. Helton não fez uma defesa e isso diz tudo da eficácia do adversário, que teve ainda uma bola na barra por Aguero.

21 fevereiro 2012

Quatro

Passou tanto tempo desde a última escrita postada aqui.  E como mudou o mundo (até soube sem querer que o FC Porto já perdeu um jogo em hóquei no campeonato, enquanto dava na 2 a vitória em Paço de Arcos)?!
1) Vi o FC Porto ganhar tranquilamente em Setúbal. Tranquila e rapidamente, tanto que nem cheguei a tempo do 0-1. E o Fernando a marcar pela primeira vez no campeonato para o FC Porto. Depois, gestão de esforço, de resultado e de jogadores. Volto a perguntar? por que não desencravaram este jogo das datas da eliminatória europeia? Continuo sem poder avaliar conscientemente Alex Sandro, mas não sou precipitado... Também Janko faz valer a sua altura na área, trocando os pés fora dela e também ainda não vi, tecnicamente, o que pode fazer com eles dentro da área. Melhor: já vi falhar golos em catadupa em tão pouco tempo. Ironias e não são minhas...
2) Nem soube, nem quis saber, do jogo do Sporting a seguir. No dia seguinte, (tv)vi um golo com sorte sem rematar sequer à baliza, um penálti reclamado inexistente e um penálti assinalado por favor mas falhado. Não liguei, como não ligo às capas pó zbordem durante uma semana apesar de se tratar do 5º classificado. Não sei que mais ridículo apontar, mas mais um dia passado e vim a saber que reclamaram quatro penáltis e o pasquim vermelho por fora e verde por dentro já soube que há mais um fartote de razões para resmungarem com a arbitragem. Agora, imaginem se fossem mesmo prejudicados!...
3) "E o FC Porto, claramente, não tem tido sorte nenhuma esta época. Antes saber isso do que sobre um processo por racismo imputado aos adeptos. Mas com grunhos nunca se sabe..."
Tinha sido o fim do último escrito e, afinal, o FC Porto recuperou 3 pontos ao Benfica. E sempre tem um inquérito da UEFA, oportunamente anunciado na véspera da visita a Manchester. Há timings felizes. E quedas também. Não sabia do resultado do Benfica e se fosse antevê-lo pelo impacto da sua derrota nos noticiários desta manhã, decerto nunca imaginaria que o líder sofrera a 1ª derrota no campeonato. Talvez por ser a segunda seguida em poucos dias, as tv's tomaram aquilo por normal e perder assim nem é notícia. Será? Bem, se for pela regularidade, a recaída do preto também já não seria notícia, mas lá estava uma vítima do periodismo parolo à porta do hospital a dizer qualquer merda que podia ter dito à porta de um WC, público ou privado. Já imaginaram, agora que o Rodrigo caiu outra vez para o mesmo lado do corpo, depois do aparato de 4ª feira mas em que a notícia terá sido o tackle normalíssimo de Bruno Alves, mais dias e dias a anunciar uma lesão grave e a ausência certa no próximo jogo? Já agora, o rapaz fez-se ao penálti mas se o árbitro não marcou deu-lhe amarelo?

Voltando ao jogo que não vi, demorei a saber o que se passou, e só depois de mil e uma notícias importantes, da crise da Grécia (não-notícia) e uma doença pelo mau hálito (halitose, foi o que aprendi), a tanta coisa que ja esqueci e uma greve de comboios de que não sabia - e não sabia e ainda bem que não fui à linha, pois estive para comprar bilhete para hoje, já há uns dias, mas a malta da CP que tem um site porreiro para comprar bilhetes não informa que dia tal é dia de greve, prefere que o cliente pague, antecipadamente, por um serviço que vai ser descontínuo mas não sabe e a empresa, pública, logo paga com parte do dinheiro de todos os contribuintes, sabe mas não divulga que se está a comprar um serviço que provavelmente não vai existir.
4) Outra empresa pública - factor identificável não despeciendo mas que muita gente prefere ignorar mesmo sabendo-o que nos custa muito dinheiro -, a RTP anunciou mil vezes que ia dar o CSKA-Real Madrid (17h e ainda dizem que o futebol é para horário nobre...). Durante o jogo e um relato-crónica daqueles que ainda se fazem, estupidamente, na tv tuga, para mais com a afeição pelos "emigrantes", também remeteram para um programa da noite para "dar tudo" sobre a jornada europeia da qual não soube mais nada. Parece que há  "emigrantes" de segunda, porque não correu a mais pequena informação sobre o outro jogo da Champions do dia. Cheguei a casa a tempo de ver o Chelsea sofrer mais um golo idiota, graças a esse desastre defensivo que é David Luiz (3-1). E mesmo que veja apenas jogos do Chelsea de relance, aflige-me o que vejo e não é nada comigo. Ivanovic conseguiu perder uma bola e ficar-se, sem recuperar, ele que era lateral-direito, no meio do terreno do Nápoles. Depois, o contra-ataque deu-se, mudando de flanco, a bola chegou ao meio já frente à área de Cech, ainda a tempo de Ivanovic aparecer na área só para ser ludibriado por Lavezzi e o passe deste não ser aproveitado por um colega (A. Cole salvou sobre o risco). Rever Essien arrastar-se no campo e Drogba não ter mais poder de antecipação na área completa o "quatuor" que faz a cruz de AVB. A rematar, na SkySports3, Gullit e Ray Wilkins, ambos ex-Chelsea, e Venables, ex-England, falavam sobre o que (como eu falava comigo) deve ser o balneário... Como nos "blues"... Ah, o moderador do programa era... Gary Lineker. Falava-se de futebol, of course...

nota: ficou provado, sem eu querer, que escrever ou não não faz diferença, atendendo ao número de visitas nestas dias de ausência. Mesmo assim, vou escrevendo como posso, embora não por muito mais tempo, que a coisa aperta, além de estar preta, assim a modos que um preto no hospital ser notícia todos os dias.

18 fevereiro 2012

Jesualdo era de transições e VP (e Adriaanse...) é de ousar demais?

Como não tenho tido tempo para relfexão mais profunda, vou lendo algumas coisas e percebendo o que se quer dizer ou atingir. Por exemplo, acho que o Alex, de (vela) azul (virada) ao sul, tem piada e sabe do que fala. Até lembra, como venho perguntando a mim próprio de há tempos, o jogo de amanhã em Setúbal. Que não desencravaram do meio dos jogos com o M. City, repito, e não entendo porquê... Seria porque o treinador prefere manter os jogadores em rodagem? Por não temer o Bonfim onde há 25 anos o Porto não perde e tem ganho sempre creio que nos últimos 10 ou 12 anos? Bem, tal como o Alex observa, parece que estavan à espera de mudança técnica nas margens do Sado e lá vamos ter o José Mota... Mais o Paulo Vigarista Batista...
Bom, quando as coisas correm mal, fora os muitos azares desta última partida, o chinfrim que aí vai. Isto é novidade? Não! Aliás, nem é exclusivo do FC Porto. Pois não, mas não há muitos clubes que mandam embora um treinador tricampeão que passou sempre a fase de grupos da Champions (quatro anos) e ganhou mais umas coisitas pelo meio, mesmo desmantelando-lhe a equipa volta e meia...
Ora bem, eu percebo as críticas que têm feito, agora com mais acutilância, a Vítor Pereira. E acho que têm razão. O VP está a afundar-se, mesmo com a bóia de Pinto da Costa para o resto da época. Mas ninguém acredita já que vai mesmo cumprir os dois anos a boiar, pois não?
Vítor Pereira tem dado razão aos críticos. Concordo. Nesta altura da época, tudo somado, e acho a melhor altura para uma apreciação mais objectiva e palpável, VP está fragilizado. Mais do que quando teve a Champions em risco em Donetsk, depois do descalabro de Coimbra.
Talvez muitos, entre eles o Alex, imaginem que outro treinador poderia potenciar este plantel. Tenho dúvidas, mas é tanto possível quanto a hipótese está longe de poder provar-se. É claro que para os vaticinadores que recuam ao jogo com o Feirense para asseverarem da competência do treinador não há dúvidas que temos jogadores um a um e equipa para ganhar ao M. City, com outro treinador. Eu a pensar que não vejo, um por um, e como equipas, o Porto ao nível do City, mas prontos, devo ver jogos a mais do City e a menos do Porto.
Devem ser os que acharam que não foi precisa muita sorte para ir andando na Liga Europa, lembro só Sevilha, Moscovo e no Porto com o Villarreal (1ª parte).
Eu continuo a ver o todo, para além do treinador. Que não tem tido o rasgo necessário. É verdade. Contudo, além das asneiras acumuladas na preparação e estruturação (aqui com o capital humano, leia-se equipa técnica) que competem à SAD, continuo a ver os jogadores sem alma, também sem rasgo e sem vontade de vencer. James, o James que todos acham ser o Maradona, voltou a dessparecer como um Bandido procurado por coisas menos boas que o prestígio e uma cara bonita. Hulk foi quase ridículo, preocupado com o acessório e não com o essencial, pensando que assim encanta potenciais compradores endinheirados como era o caso...
Lembre-se, mais do que a perda dos troféus da época passada, a falta de brio para evitar perder em Coimbra ao fim de 41 anos. E não conseguir passar dos 55 jogos sem perder no campeonato, é certo com uma arbitragem do Bruto do Caixão, mas muita lassidão que o técnico também reconheceu. E a SAD não criticou a arbitragem, nem mexeu uma palha...
E se defendi VP após Coimbra e durante a titubeante Champions, olhando para outras coisas, desde Barcelos que fiquei menos simpático para com o treinador. Uma vez, duas vezes, podem acontecer, mas já começa a ser muito. Até aqui, porém, e continuo a frisá-lo agora, jogadores sem sede de vitórias e SAD trapalhona a fazer tudo em cima do joelho, para além de se isolarem no casulo dourado da época passada e penoso da que vai em breve terminar, continuo a não pô-los fora do contexto. A minha crítica, como sempre, é global. A generalidade, ao invés, personaliza.
Sobre o perfil do treinador que todos atacam, pois já faziam o mesmo a Jesualdo, tricampeão e quatro vezes na ronda de eliminatórias da Champions que ainda passou uma vez (quartos-de-final) e noutra esteve perto (Schalke) perdida por penáltis. Mesmo com uma dobradinha e os quartos-de-final da Champions na época anterior, perdendo depois Lucho e Lisandro, Jesualdo teve o coro de protestos que se sabe.
Daí já há muitos meses ter alertado para poder repetir-se algo similar, só que VP não tem o crédito de títulos - ainda que, muitos esquecem-no também, tenha tido o empurrão presidencial de ser o treinador que "dava os treinos" na profícua época passada...
Vale a pena pensar nisso. Também e acima de tudo. Até porque, se quiserem matutar mais um bocadinho, criticava-se o jogo de transições de Jesualdo. VP, ao invés, quer jogar no campo todo e em pressão alta. Dá, sim, a impressão que não há plano B. Plano B? Mas não o criticaram por tirar o Guarín e meter o Belluschi frente ao Benfica? O qu^? Defender o 2-1 a 13 minutos do fim?
Voltando à "vaca fria": não tem nada a ver com Jesualdo, embora ache um exagero a catalogação feita ao ex-mister, que é um senhor. Mas a crítica é igual. Como alertei em tempos, a este respeito, talvez o aventureirismo inocente de VP faça a equipa dar um passo maior do que a perna - disse-o aqui há muito tempo, repito - e os jogadores não têm pedalada para tal. O pé foge-lhes da chinela. Ora, sem dúvida que um treinador não deve esquecer que se uma fórmula não dá, muda-se a fórmula. Os jogadores, e os mecanismos treinados, não mudam muito, apesar de mexidas importantes no onze e mesmo no plantel, depois de uma limpeza de balneário, claramente, a não ajudar.

E não só: à limpeza de balneário ainda foi preciso chamar o... treinador dos juniores, por acaso (ou talvez não) Paulinho Santos. Acham isto normal?
Chegados a este ponto, há duas questões cruciais que a maioria não encaixa/ou:
- sem querer, quando parecia termos a equipa da época passada apenas sem Falcao (devia ter escrito com aspas, não? - o apenas...), eis que o plantel está mudado em 50%. Alguém notou e, mais uma vez, comprou-se meio plantel e há quem peça já outro meio plantel, obviamente enquanto não cuidam da questão financeira e do investimento que este ano vai dar negativo em muito.
- e temos a questão táctica, aquela em que muitos são entendidos mas prendem qualquer tipo por ter cão e não ter cão.

Há uma outra avaliação a fazer, mais por ironia mas que espelha bem a coisa actual e "apenas" isso: Aguero, que não marcou um golo (salvo erro) em quatro jogos pelo At. Madrid com o Porto, acabou a marcar a vitória do City; Aguero foi vendido por 45ME ao City e o Atlético veio comprar Falcao com 40ME e ainda levou o R. Micael e o saldo final, líquido, para o Porto foi 20ME e... Kléber. Mais uns trocos por Janko, impedido na Europa. Tão a ver?...
Há quem critique o 4x3x3. Logo quando vemos o City a fazer 4x1x3x2 e depois 4x2x3x1. E temos Mourinho em 4x2x3x1 e o Benfica em 4x2x3x1. Evitando comparar com o 4x3x3 do Barça em que muitos portistas revêem, ou reviam, o FC Porto procurando semelhança, talvez na figura e não na forma, a verdade é que  alguém instituiu esse modo no FC Porto, já lá vão três treinadors, se excluírem o Adriaanse a quem chamavam maluco da tola mas defendeu ferozmente um jogo ofensivo por natureza. E foi embora com mais críticas, maluco de vez na mente de tantos...
Vale a pena pensar nisso? Bah, eu sei que não pensam e, enquanto alguns acham que eu sei tudo e dou "a táctica", fico a pesar os prós e os contras. Os outros dizem mata e alguns esfolam.
nota- vá lá que a lesão de Danilo não é tão grave; vai falhar as idas à Luz, mas evita-se o calvário que as recuperações longas causam a um jogador. Salvou-se alguma coisa. Também com Mangala. Já chega de azares. E o FC Porto, claramente, não tem tido sorte nenhuma esta época. Antes saber isso do que sobre um processo por racismo imputado aos adeptos. Mas com grunhos nunca se sabe...

17 fevereiro 2012

Perder até nos azares

O 1-2 até pode dizer-se que foi injusto, mas não surpreende. O Manchester City é muito superior ao FC Porto, em tudo, esteve sempre confortável no jogo mesmo após o 1-0 algo inesperado e acabou a virar o marcador sem querer. Posicionado para cumprir a formalidade da 1ª mão fora de casa, com o cinismo típico das equipas inglesas e esta muito arrumada tacticamente, ou não fosse Mancini o seu técnico italiano, o líder incontestado da Liga inglesa teve ritmo, poder de choque patente em todas as divididas para várias lesões traumáticas entre os portistas, individualidades para terem ascendente de per si em todos os sectores e uma capacidade letal de fazer mossa na frente... sem forçar muito.
Só pode surpreender os mais distraídos. E sem o FC Porto fazer um mau jogo, salvando-se todo o empenho posto em campo, a verdade é que se viu como este adversário é muito forte para o nível de qualquer equipa portuguesa: provavelmente, será o Sporting a sentir essa categoria na pele, na ronda seguinte. O adversário levou muito a sério o jogo, como vi em todos os seus jogos esta época, e não percebi que esteja desinteressado nesta prova, além da Liga inglesa.
Para além de ter de escalar uma montanha de primeira grandesa, ao FC Porto não era necessário acumular uma série de azares que penalizaram a equipa em toda a partida: lesão de Danilo sem fazer falta e ainda vendo um amarelo, autogolo de Álvaro Pereira no 1-1 sem querer e sem perigo, lesão também de Mangala, Moutinho um par de vezes por terra contra os robotizados médios do City, Lucho sem fòlego nem pernas para tamanha trepidação, James desaparecido e Hulk pouco mais do que inconsequente, fora o cruzamento para o 1-0 na entrada de Varela a empurrar. Tudo somado: se pensarmos na eliminação da Champions, a precoce saída da Liga Europa e a lesão do lateral de 18ME, é um desastre e dificilmente poderia ser pior.
Não valeria a pena focar aspectos técnico-tácticos, entre tanto infortúnio do jogo e uma inferioridade teórica plasmada no relvado em praticamente todo o jogo. Mas no adeus à Europa, sem honra nem glória, a verdade é que Lucho não viria fazer a diferença para este nível tão elevado de competitividade e continua a faltar um ponta-de-lança. Ontem mais evidente, nem só porque ecoaram mais dois golos de Falcao, o bombardeiro recordista dos 18 golos da época passada, levando o Atlético a ganhar na Lazio 3-1, mas porque Kléber voltou a não calçar e dava jeito um estorvo no meio dos gigantes defesas ingleses, porém Janko foi comprado também para não figurar nesta despedida de mais um troféu em 2011-12.
Não sei se os adeptos aflitinhos a acender velinhas a James voltaram a perceber que o Bandido é ainda um puto e que a brincadeira da gestão do ponta-de-lança continua a passar factura. Mas há sempre ocasião para culpar Vítor Pereira por eventualmente "queimar" Kléber. E vamos ver as opções para domingo, no Bonfim, depois de tantas mazelas, um jogo de campeonato que a desastrada SAD não desencaixou de entre estas partidas europeias, sendo o M. City a descansar em Inglaterra: nunca visto!. Depois volta-se a falar da data do Benfica-Porto...

16 fevereiro 2012

Há sempre uma primeira vez para tudo...

O Arsenal sofreu a maior derrota europeia da sua história: 4-0 no Milan. Muitos clubes já passaram por isso. Por acaso, não reparei na cara do Wenger...
O Zenit ganhou ao Benfica: fora de forma, relvado mau, titulares de fora por lesão/doença. Há uma primeira vez para tudo. O guarda-redes (bielo)rrusso teve duas, deu dois frangos.
Houve uma primeira vez do FC Porto em Sampetersburgo. Em Setembro, no auge da forma, o Zenit atropelou os portistas. Parece que eram uma equipa inferior. Danny, Criscito e Malafeev fizeram a diferença. Shirokov foi igual: bisou hoje como com os dragões. Malafeev é que ditou, depois, a eliminação da Champions, brilhando no Dragão. Infelizmente, foi essa a segunda vez.
Há uma estreia europeia: FC Porto e Manchester City nunca se defrontaram. Agora, o FC Porto vai defender o seu troféu europeu, pela primeira vez esta época (já que veio da Champions - modificado, por não ter ficado legível, graças ao Jorge).
Espero que Lucho esteja mais acertado do que quando jogou a primeira vez (a única vez que a disputou, não o primeiro jogo que então realizou) na Liga Europa: falhou dois golos que podiam ter liquidado o adversário (alguém sabe, já agora?). Que não falhe uma segunda vez.
E esperemos que o FC Porto ganhe, na próxima 4ª feira, pela primeira vez em Inglaterra.
É que há duas equipas que não fazem contas a isso: uma, obviamente, são os Citizens; outra é um provável adversário na ronda seguinte, por acaso sem saber se acede à mesma mas há muito a pensar no M. City...
Parece que a Lusa, que fez isto, caiu uma primeira vez no conto do vigário. Não caiu, não foi a primeira vez nem será a última.
Estamos sempre a aprender.

15 fevereiro 2012

Mais bolas fora...

Depois da 'blague' de Pinto da Costa, falta o bentinho chorar com a porta aberta...
Olhem, procurem na taberna federativa que ainda lá encontram um tasqueiro de outro chiqueiro que inventou umas coisas há tempos, a que ninguém ligou.
Ná, vamos ter conversa da treta por mais tempo. Parece que nunca se jogou um clássico depois de um jogo da Selecção.
Vão ver que o problema, como de costume, é da senhora da limpeza ou do porteiro.

14 fevereiro 2012

O que temos, Jorge?

ACT (22.30h) - Borram-se por tão pouco, os mesmos do costume...
ACT: (dia seguinte, 17h) - Quando digo que se borram por pouco, é por preferir que seja.por coisa que valha a pena e à qual se chama os bois pelo nome. E mais que uma medalha, merece uma estátua.
Pinto da Costa optou por generalizar banalidades. Ou vice-versa. Não deixa de ter razão, mas não é novidade. E, afinal, pessoal e institucionalmente, Pinto da Costa e o FC Porto apoiaram sempre o ex-presidente Madaíl. Logo, ratificaram a política implementada e que, por sinal, até dá dinheiro aos clubes: os jogadores já têm seguros se acontecerem lesões na Selecção e têm seguramente força negocial para pedir seguros mais abrangentes; os jogadores são promovidos na Selecção para as fases finais; os clubes não ficam a perder, propriamente, podem é queixar-se, com razão, de que poderiam ganhar algo mais. Mas isso decide-se nos locais próprios, não em entrevistas de birra e azedume com recados... Primeiro foi ao sítio oficial, por causa de uma praticamente aceite não-notícia de um facto fracamente noticiado antes, nem para sócios e adeptos saberem... E o sai-te remeteu para o tal canal.
A FPF é rica pela aposta no seu core-business que é a Selecção Nacional. Não adianta, para além de saber da evolução histórica da coisa, falar no assunto como se isso fosse o mais importante. Como sempre disse aqui, perdeu-se o embalo das camadas jovens e, assim, o futuro é menos risonho, por muito dinheiro que haja no banco. E a FPF está a cagar-se para a Informação, tem um site de merda e uma Comunicação horrível, assim a modos do FC Porto; a FPF tem o CR7 e o Pinto da Costa tem Hulk que diz ser melhor; mas a FPF não se abalança a ter uma tv nem sequer uma revista, apesar de ter um director de Comunicação tirado no meio do tachismo lisbonense de relações pessoais e políticas do marido do filho da dra. de um ministério qualquer...
Com alargamentos - o Euro-2016 em França terá 24 finalistas em vez dos 16 deste ano na Polónia-Ucrânia e desde 1996 em Inglaterra -, Portugal estará nas fases finais e encaixará os milhões da praxe. Ponto e facto.

Mas é isso que está em causa entre ricos e pobres? Não. A entidade patronal dos clubes é a Liga. Como aquilo mais parece um tasco em autogestão, sem preocupações dos accionistas (clubes), mais vale mesmo atirar pedras a outros telhados. Por isto, por tudo isto, o futebol tuga é o que é. Temos clubes pobres? O FC Porto? Hum...
Da mesma forma que a FPF e a Selecção, o FC Porto acumulou muitos milhões na Champions. Promoveu os seus jogadores e vendeu-os bem. Depois, o FC Porto sabe o que são compromissos, calendários e datas de competição. Ou devia saber. Assim, parece o Pal Serge em Alvalade a perguntar porque se jogava um derbi à 2ª feira... Ora, o FC Porto distinguiu-se precisamente por seguir o seu caminho, colocando-se em muitos aspectos organizacionsia acima dos outros. Tornou-se melhor e ganhou mais: títulos e dinheiro. Esta conversa chocha traz o quê?
Rebuscar umas frases feitas e enfiar de permeio a data do jogo da Luz (2 de Março), dois dias após o Polónia-Portugal (29 de Fevereiro) em Varsóvia, é mau. Pode ter passado despercebido, que não vi e não devo ter perdido muito, mas para mim o que ressalta é isto.
Há grunhos que podem não perceber, e aplaudir. Escrevi isto mal vi a notícia no Público (depois da meia-noite), depois num rincão da bluegosfera que se limita a reproduzir o que se diz e não a pensar no que se faz. Grunhos, portanto. Mesmo assim, poucos deram ênfase à coisa, seguramente muitos não vêem o tal canal e sabem que no sai-te não há nada de jeito... Grunhos que, ao invés, podem criticar quem destapa as coisas, sem verem a justeza das críticas e sem saberem julgá-las, sendo (a)críticos com os que criticam, construtivamente como gosto de fazer com dados na mão.
O que temos é que o FC Porto podia ter necessitado de jogar na Luz a 2 de Março, dois dias após o amigável da Selecção. Se tivesse continuado na Champions e calhado jogar a uma 3ª feira 6 de Março, o FC Porto decerto teria a benesse do regulamento. E não faria sentdo esta conversa da treta, relacionada com um calendário de competições aprovado pelos clubes - e o FC Porto já deu, se já não dá, contribuições directas para a sua feitura - na Liga e estabelecido meses antes de a nova época começar. E já lá vinham as datas da Selecção e da Champions, com o risco inerente.
Gostei mais da forma como Vítor Pereira comentou, sem delongas, o caso na semana passada. Os entendidos em Comunicação e têm apoucado o treinador portista são uns sábios basbaques quando toca a falar o presidente. "O calendário não defende os interesses do futebol", disse VP. Até pode ser uma autocrítica. Mais nada. Sem polémicas, apesar de um título idiota que li na Bola: "Treinador do FCP critica data do clássico", quando a observação era sobre a data do jogo da Selecção. É o paroquialismo que há nesta freguesia saloia.

Pinto da Costa quer tirar nabos da púcara? Há algo com Fernando Gomes, que saiu mais ou menos intempestivamente da SAD portista e do pelouro das Finanças cuja batata quente voltou a Angelino Ferreira que em tempos quis livrar-se dela e foi passada precisamente para o agora presidente da FPF?
Não sei, mas vou aproveitar para perguntar ao Jorge, mais propenso a ver essas coisas do que eu certamente, se Pinto da Costa falou no Torto Canal
O Jorge sabe que o grunho não sabe. O grunho faz o que critica nos jornais que julga entender, nem digo conhecer, e faz o mesmo leva e traz de recados como certos jornalistas que são grunhos como ele e se julgam importantes em saber isso, o mínimo que lhe dão a saber. O grunho rosna, não argumenta. O grunho, perito em cão municação, precisa de se afirmar e tanto dá ao rabo como quer festinhas do dono. Para o grunho, jornalista (e há muitos!) ou adepto (há tantos!), a verdade oficial é intocável. O grunho não sabe o futuro sem ele e contenta-se com as migalhas que lhe dão para soltar uns pirralhos uma semana depois. O grunho rosna por causa do silêncio inexplicável do dono e já não espera uma resposta se ela não lhe é dada. O grunho obedece.
Como confio que esta porta se tenha aberto para algo que já então perguntei, eis as questões a saber:
- sobre a razão do silêncio sepulcral a respeito do Bruto do Caixão em Barcelos, num dos maiores roubos, reincidente e do mesmo relapso árbitro de má memória, da história do futebol tuga e que arrumou praticamente as contas do título? 
- porque é que o FC Porto não pediu o relatório do observador do árbitro de Barcelos e, se alegadamente (não acredito!) não podia por alguma eventualidade, porque é que não a denunciou e não arranjou, aliás, meio de o saber por outas vias? - pois seria seguramente possível dado não constar que os milhões da FPF tenham dado para selar todos os segredos dessas coisas ocultas da bola indígena
- porque razão o FC Porto arrisca jogar em Setúbal a meio de uma eliminatória dificílima com o Manchester City, que vai folgar por estar eliminado da  Taça de Inglaterra, quando teve datas suficientes para antecipar o jogo - como eu antevia - da forma como o fez na época passada com o Sevilha?
- Para não falar da limpeza de balneário e a tardia contratação de reforços, mais os milhões gastos (dois laterais brasileiros, um central e um médio belgas) e outros por haver (Falcao e Lucho) num completo desfasamento do mercado e da capacidade operacional e financeira subitamente revelada insuficiente após um Verão calmo e até pujante...
Se não houve respostas, ou perguntas, não sei para que serve um tal canal. Talvez para diluir na Informação geral regional as pequenas coisas que se julga serem dadas como suficientes a um comum mortal adepto, mais àqueles grunhos que aplaudem de pé e cantam em coro e não gostam de quem põe o dedo nas feridas que um dia serão de todos.
Mas se Pinto da Costa fica embasbacado por ser entrevistado por uma qualquer Fátima Campos Ferreira, com quem falou como um alarve no Verão sobre a estaleca de AVB que julgava tão portista como ele, e acredita que o portismo também da Judite de Sousa o deixa embevecido e disponível para ir à TVI onde não foi nem quando era director o novo director do tal canal que se "sacrifica", consta-se que por 10 mil euros mensais - ai os atletas das modalidades!... -, para mudar-se de Lisboa para o Porto, também pode esperar-se de tudo.

13 fevereiro 2012

Os grunhos ganham outra vez

ACT (0.49, 14/2/2012): A fantochada começou cedo. Ajax limpa-tudo ou Omo lava mais branco não fazem melhor trabalho. A Imprensa do regime no seu auge. O FC Porto pode não ter ganho nada com um director de Informação, mas a Lusa perdeu um editor de Desporto, claramente nos dois casos.
Retirei isto do Rascord, como vêem. O jornal recebido com pompa e circunstância no Dragão no final do ano. O jornal que já fez um papel semelhante a dar uma "notícia" falsa do árbitro Kuipers do Porto-Villarreal, notícia publicada em Madrid (Marca), exclusivo que o pasquim espanhol não podia saber a não ser se fosse, em manobra de diversão, enviada de Lisboa, onde se soube para a edição do dia do exclusivo dos espanhóis!... Um mata, outro esfola. Isto é do tempo da outra senhora, da tv a preto e branco e dos anúncios da Pasta Medicinal Couto... e do Restaurador Olex.

(escrito antes)
Domingos já foi substituído no Sporting, ainda que temporariamente. Uma vez mais, os grunhos ganham em Alvalade, mesmo que mudem as imagens de boas-vindas para girassóis, miosótis e borboletas, nos corredores do balneário visitante ou nos acessos às salas directivas das baratas-tontas que por ali passam.
Os 30 que assobiaram a chegada da equipa da Madeira foram os que contaram, afinal, para o dirigente máximo que mostra o respeitinho devido à turba, como tem sido norma em Alvalade. Dias da Cunha, que um dia ameaçou pedir chaimites contra uma alegada horda de adeptos visitantes, disse-se "violentado"...

A mim nem aquece nem arrefece. Nem pelo Sporting, que se julga diferente na história, na filosifia e nos métodos práticos. Nem pelo Domingos, um treinador como os outros. Apenas observo e analiso.
Constata-se que há grunhos e grunhos, mas ganham muitas vezes. A barbárie da opinião, e sabe-se como é a opinião quando as massa, dizia Ortega y Gasset, se amotinam. Este caso não é, por exemplo, semelhante aos amotinados do CJ da FPF que no Verão de 2008 quiseram enterrar o Boavista, conseguindo-o, e desterrar o FC Porto, falhando-o. Essas coisas são sindicáveis num País com Estado de Direito e os tribunais continuam a julgar todo o Pífio Dourado de que muitos responsáveis, grandes e pequenos filhos da puta, não se dão conta ainda hoje. Agora, as massas não vão a tribunal, porque o povo é que julga.
Domingos julgava até que o Sporting tinha/tem 3 ou 4 milhões de adeptos. Bastaram 30, e desvalorizados pelo presidente que deu a punhalada do costume com o "voto de confiança que é a antecâmara do despedimento" no treinador que dizia estar de pedra e cal.
Era uma questão de tempo. O tempo futuro, curto ou de médio prazo, não interessa. Nem o que em geral se possa dizer, nas banalidades costumeiras e no uso médio comum que vai eternizar as frases feitas. Quiçá, uns raros portistas, daqueles que sobram das contas de adeptos da bola para Domingos, pensarão em Domingos para o FC Porto. Porque muitos grunhos acham que Vítor Pereira tem culpas pela época portista e ainda ontem se ouviam assobios ao intervalo.
Isto seria cómico se não fosse trágico e, contudo, é apenas futebol. Imagine-se se fizermos um paralelo do Sporting com a Grécia e das arbitragens com os mercados. Quando as arbitragens não ajudam, seja VP, Domingos ou Guardiola, o olhar sobre os resultados e o jogo tolda-se. Sucedeu ao Sporting que, entretanto, pensa na fórmula já testada de promover o treinador dos juniores. Sá Pinto, pelo menos por agora, é o técnico substituto. Versão Paulo Bento, truculento q.b. e com quem a turba, os grunhos, se identificam e evocam exemplos do passado que não vejo terem sido tão brilhantes, mas a medida do êxito é muito díspar em tempos de crise.
Os grunhos, por exemplo, que apoucaram Jesualdo no seu primeiro ano sem êxitos mas apontado como responsável exclusivo na Grécia não olharam para o responsável executivo das asneiras colectivas. O homem está, agora, em Alvalade. Carlos Freitas será esquecido e, contudo, desde que saiu do Panathinaikos a equipa, apesar das dificuldades num país depauperado e em convulsão, melhorou e é líder do campeonato.
Já vi todos, sem excepção, nomeadamente em Coimbra, apontarem baterias para Vítor Pereira. Podem os reforços virem tardiamente em Janeiro, como não veio a alternativa fulcral em Agosto, que o treinador vai levar com as culpas e se sair campeão, no que não acredito mas pelos motivos de arbitragem que desequilibraram definitivamente o campeonato, os louros serão de quem trouxe as últimas e desesperadas opções em cima da hora.
Os próximos 15 dias serão cruciais para o treinador do FC Porto, decidindo a defesa do título nacional e do da Liga Europa. As razões e os responsáveis maiores do eventual fracasso serão do culpado do costume. Depois, a expectativa virar-se-á para Domingos, já arrumado, ou André Villas-Boas, que também terá duas semanas decisivas e, já contestado pelos seus adeptos em Londres, é uma espinha cravada nalguns grunhos que teriam de engolir mais elefantes se voltar ao Dragão porque, tal como Domingos no Sporting, tem no Chelsea uma aposta perdida, como era de ver. Domingos e AVB, finalistas da Liga Europa, saíram de onde estavam bem por opções próprias e respeitáveis e não podem dizer que foram empurrados.
Treinador continua a ser uma aposta de alto risco. Amiúde um homem só, sem tempo. E vulnerável.

Vai aquecendo aos solavancos como era esperado

Uma goleada natural (4-0) ao último classificado não deve merecer por si só muitos encómios e normalmente nem o faço e dedico-me a pensar outras situações além das incidências do jogo. Consumada a limpeza de balneário e o PREC no Dragão para preparar a próxima temporada, a chegada tardia de reforços na oportunidade de Janeiro ditaria, forçosamente, alterações na equipa e as necessárias adaptações e entendimentos para tudo carburar em pleno com os novos integrados.
Por isso o 0-0 pouco estimulante da 1ª parte ontem, com um par de ocasiões desperdiçadas pelo meco austríaco e que repetiu o indesejado bis no arranque da 2ª parte. Janko marcaria de forma fácil servido a preceito por James. Antes de incidir nas opções tácticas, lembro apenas que Kléber começou a marcar na Champions a passe fatal de James dando a vitória sobre o Shakhtar e ficou longe de me entusiasmar mesmo após dois golos aos leirienses na 1ª volta. Janko também não foi servido nas alturas, apesar de mais de uma dezena de cantos, sendo certo que a maioria dos cruzamentos continua a não sair bem como se todos tivessem desaprendido de fazê-lo, pelo fantasma sempre presente de Falcao que demorou a desaparecer.
Quem marcou de cabeça foi Maicon (4-0), que de excelente defesa-direito adaptado levou para o eixo da defesa a calma e sobriedade conquistadas a pulso na lateral, atirando também Otamendi em definitivo para o banco. Com Rolando castigado, Mangala voltou a rodar. Caberá a Álvaro, com 5º amarelo, limpar a folha no Bonfim, mas ao menos não terá esforço a dobrar entre os jogos europeus com o City, com quem vamos jogar na 4ª feira seguinte a um jogo ao domingo que em condições normais é antecipado para sábado...
James assistiu Janko no 1-0 e fez o 2-0 de recarga, pelo que mudou o jogo já alterado pela expulsão de um benfiquista estudioso da cacetada treinada na Luz. A cacetada de Shaffer, com os pitons nos "gémeos" de Moutinho, seria tida pelo lateral-esquerdo emprestado ao Leiria como uma formalidade. Afinal, o argentino viu tantos ex-colegas fazerem disso a jogadores do FC Porto, na Supertaça do ano passado (João Ferreira em Aveiro perdoou cinco expulsões aos vermelhos), em jogos do campeonato com pontapés até com o jogo parado (Duarte Gomes na noite do apagão) e na Taça de Portugal (Xistra, para não variar falarmos do esterco da arbitragem tuga). Normalmente, o animal Garcia dava as patadas e as cornadas, pelo que pareceu natural a atitude de Shaffer em Moutinho, um árbitro-auxiliar (presumo) é que deu a indicação certa ao árbitro que não tergiversou face à gravidade da incidência.
Uma expulsão inatacável que remeteu os leirienses (estava 0-0 com menos de 30' para jogar) para uma defesa mais porfiada. A inserção de James à entrada da área, descaído para a esquerda, foi ditada pela importância de ganhar a segunda bola, já que a primeira ou não entrava ou Janko falhava a emenda, ali na zona crítica de pressão ofensiva. Apesar de a opção de Vítor Pereira suscitar, legitimamente, a ira de uns tantos que exigem a titularidade do Bandido, a verdade é que o técnico não abdica do 4x3x3 que levou Varela à titularidade ainda que num jogo pouco conseguido.
A entrada de Lucho, sempre na sua classe soberba sem ser soberbo nem regatear esforços pelo colectivo, antevi como a forma de castrar James do onze e aí está! Lucho até se entende muito bem com quem jogue à bola de forma cerebral como ele, pelo que viu-se mais atreito a tabelar com Hulk, e este a corresponder, do que outra coisa na 1ª parte. E também deu-se bem com James, só que aqui parece esbarrar a opção táctica do treinador. Poderão chamar-lhe teimosia e rigidez táctica, com alguma razão, mas VP não parece abdicar das suas ideias e com o tal meco na área há que ter bombardeamento constante das faixas. As incisivas penetrações de Danilo ajudam à missa, mas as imprecisões de Álvaro estragam muito jogo na hora de cruzar, ele que quis marcar isolado ante um esloveno também emprestado pelo Benfica e que brilhou como guarda-redes típico de andebol em que são bons naquelas paragens, acabando o Palito por marcar numa oferta de Djalma.
Vai, portanto, aquecendo a máquina com alguns solavancos, gostei do regresso (e pareceu-me com outra serenidade) de Hulk, muito objectivo e sempre veloz aceitando ser extremo até sair (Djalma também voltou, da CAN, e rendeu-o, assistindo Álvaro no 3-0) a rodagem poderia/deveria ter sido feita em todo o Janeiro e a esta hora traria dados mais definitivos, agora ficamos com jogos com as piores equipas da Liga (visita ao Setúbal que nos visitou na semana passada) que me merecem reservas na hora de opiniões mais definitivas.
E como tudo isto foi feito tarde e em cima do joelho, temos a eliminatória europeia com o M. City que continuo a ver muito forte e nós sem... o ponta-de-lança, porque escolheram um impedido.
Todas estas opções têm custos desportivos imediatos, mesmo para uma equipa que passou metade da época a apontar-se-lhe ser igual à da época passada só sem Falcao para descobrirmos que temos agora metade do plantel renovado, feita a limpeza de balneário que também entendi e antecipei há um mês.
Com esta é que não contávamos e não sei ainda muito bem com o que contar daqui para a frente, quando as coisas aquecerem em definitivo porventura com o nosso motor ainda frio e um pisca-pisca ainda a indicar alerta e manobras potencialmente perigosas. Mas é o que há.

Cajuda tens em Leiria, Manel? - Gosto muito de Manuel Cajuda, acho-o competente e sério, muito sabedor e experiente e digno de ter melhor do que está a passar. Mas não sei a razão de, repentinamente, meter Oblak na baliza e Shaffer na defesa. Embora este tenha jogado no início da época, também reaparece na equipa após o jogo com o Benfica, tal como o g.r. esloveno. Volta e meia fala-se de equipas B encapotadas, mas nem se fala agora em capotes nem carapuças, mesmo depois de o Benfica ter contratado Djaniny antes de ir a Leiria. Continuo a achar que Cajuda não tem culpa e não merece isto.

12 fevereiro 2012

O futebol é isto, nada original e muito menos nunca visto

A mais banal das expressões do jogo falado, talvez da autoria primeira de Carlos Manuel, revela tanto de conformismo como de perplexidade face às ocorrências num jogo, fortuitas, deliberadas ou até suspeitas.

Como esta época já decidi, por tudo o visto com as arbitragens de cá, só ver os jogos do FC Porto, o trabalho também me impediu de não acompanhar os jogos das equipas de Lisboa com as da Madeira.

Há sempre algo de muito perverso nas acontecências do futebol paroquial do 8 ao 80. Por isso, o Sporting que chegou a Lisboa trouxe a crise com que partiu dias antes para a Madeira. E levou com insultos de alguns dos adeptos que vitoriaram a qualificação para a final da Taça de Portugal na 4ª feira. Frente ao Nacional, o Sporting ganhou à custa de uma arbitragem simpática, como já fôra na 1ª mão. E depois de afastar o Braga, com sorte, e o Marítimo, com mérito, da Taça, o Sporting perdeu os três jogos do campeonato com estas equipas, caindo para o 5º lugar e pelo menos já a 8 pontos do 3º lugar que dá acesso à qualificação para a Champions (ocupado pelo Braga).

Depois de vitoriarem um triunfo sujo e uma presença indigna no Jamor, falando como se não tivesse havido favores arbitrários dos suspeitos do costume, adeptos leoninos voltam à amargura de não verem futebol na equipa de Domingos, como se o tivessem visto quando eliminaram por favor o Nacional. Ou quando ganharam com sorte, e dois golos de um central em bolas paradas, ao Beira-Mar e atraindo mais espectadores a Alvalade do que numa semifinal europeia (só 35 mil com AZ, em 2005).

Se não topam, eu explico: para um jogo entre equipas de topo (4º/5º iguais em pontos) e de zona europeia, foi nomeado um Cosme Machado, com a mesma categoria dos "indistintos" e sem "badge" do da 1ª mão da Taça em Alvalade (Paulo Vigarista Batista). Um de Braga, outro de Portalegre. Que bicho mordeu o nomeador dos árbitros para pôr um lisboeta, internacional e designado para o Europeu no Nacional-Sporting?

Por seu lado, o Nacional chegou à Luz com três castigados pela arbitragem miserável de 4ª feira e ainda tendo de jogar ao sábado porque o adversário Benfica vai jogar na 4ª feira seguinte... Ao menos os alvi-negros podem regozijar-se de desta feita acabarem com 11 em campo, ao que li, e até um raro penálti a favor, daqueles que na Luz se contam pelos dedos de uma mão...

De tarde ainda consegui espreitar jogos da estranja, como prefiro. O Chelsea é um manicómio que o russo tresloucado paga doentiamente. Além de não se ver fio de jogo, vamos em Fevereiro, os defesas metem água e oferecem golos que dá dó. Bosingwa lança mal da lateral e o Everton faz 1-0, Cole adianta a bola e perde-a na saída para o ataque e aí vai 2-0, David Luiz passeia o espanador mas não vê bola alguma perto ou longe, como nunca viu aliás e ao menos já não se sente impune nas faltas como se habituou em Portugal.

O Barça, primeiro a patinar no gelo de Pamplona e depois a fazer brilhar o g.r. navarro, perdeu no Osasuna a quem eliminara da Taça do Rei com goleadas. O título já foi perdido em Janeiro, na sequência de golpes de arbitragem que só vistos. Nem de propósito, e ao contrário do Sporting que segue na Taça graças à arbitragem, o Barça levou com o Turienzo Alvarez que no início do ano não viu uma mão monstruosa (e penálti) de um jogador do Espanyol no 1-1 do derbi e ontem apanhou este árbitro com um auxiliar que, miraculosamente, viu um jogador culé a tocar com um cabelo numa bola e assim pode assinalar fora-de-jogo que impediu o 3-3 quase no fim.

O Barça já perdera o campeonato desde que o Real Madrid começou a queixar-se das arbitragens sendo sempre beneficiado.

Vi-te ó Pereira faz nomeações à sua maneira mafiosa depois de o campeonato tuga do compadrio e tráfico de influências, agora com sede restabelecida em Lisboa, ter ficado decidido com o caixão entregue para dar o galo necessário em Barcelos.

Nada disto é original e muito menos nunca visto.

Por cá, o regulador (das manigâncias) dos árbitros tugas lá se lembrou de apontar um internacional para o Benfica-Nacional. E depois da encomenda entregue devidamente com Paixão em Barcelos, vi-te ó Pereira destaca Rui Silva para o Dragão, um novato que é o primeiro a repetir presença com o FC Porto e precisamente depois do jogo com o Gil Vicente no Porto onde apitou justamente um penálti para cada lado.

É um chico-esperto, nada original e muito menos a fazer algo que nunca se tenha visto, o vi-te ó Pereira...

09 fevereiro 2012

É como Pinto da Costa diz: "Os árbitros são uns heróis"...

"Portugueses mais felizes, são portugueses menos piegas e mais produtivos. E até se esquecem da troika…"

Uma boa piada do José Correia, sem dúvida, e com uma expressão simplificada a condizer e a dar outro significado ao E=mc2 do Einstein mas que, como diria Lavoisier sobre a razão de na Natureza nada se perder pois tudo se transforma, até no futebol tem aplicação prática.
Aproveito a deixa do Reflexão Portista porque faço sempre questão de não esconder a origem dos ditos e os autores dignos do devido respeito das suas ideias. Poderia dizer que, em geral, quase ninguém faz o mesmo e vejo por aí ou ideias, ou factos reeditados de outra maneira ou ainda simples expressões que popularizei em exclusivo - replicando-se o "regime", a "tasca da Liga", até o "Pífio Dourado" já colou!... Adiante.
E até há dias evoquei não só a expressão mais simples acima citada que resume muito do conhecimento da Humanidade, e inerentes repercussões científicas que nos explicam o mundo natural, físico e para além do átomo, que é o nosso mundo; mas apliquei uma equação matemática, com o rigor próprio da Ciência inexacta, conquanto previsível, que é o Futebol, a propósito de, em jogos consecutivos, o Sporting ter conseguido terminar várias partidas sem expulsões.
Continuo convencido que, com maior ou menos participação directa de quem lê, a blogosfera é essencial para combater a inércia dos média em geral. Se a blogosfera se cala, o silêncio cai sobre tudo e, sobretudo, para nenhuma calamidade deixar rasto. Sabem que isto leva-nos ao tempo das trevas e, por conseguinte, ao consolidar de uma nova ditadura de pensamento e acção contrária ao ideário da era da Informação que a internet deveria erradicar - como sabem que há já muito Poder que quer mesmo controlar a net e faz a teia legal para conter precisamente a liberdade e "incontrolo" da web... Vejam-se os regimes totalitários ainda para lavar a durar no século XXI e até alguns "Patriot Act" norte-americanos...
Aliás, o Reflexão Portista trazia ontem uma notícia do Grande Porto que, além de me ser desconhecida, não teve divulgação alguma em qualquer OCS. Isso não me admira, mas por isso confio que a blogosfera, ao contrário da tontinha Judite de Sousa que tem réplicas exactas da vacuidade de personagens televisivas, é o meu veículo preferido de conhecer a realidade como é e não como a querem mostrar nos média tradicionais já ultrapassados porque vencidos pelas circunstâncias, inclusive as debilidades humanas para se levar a vidinha a eito até ao fim... Nem, como diz o JC, eu esperava a divulgação no tal Torto Canal, o canal regional que promete ser um funil como os outros, porventura com uma cor e uma perspectiva diferentes, mas no essencial como os outros, isto é devidamente "enquadrado". O tempo dirá, mais uma vez, se estarei enganado ou serei pessimista. E di-lo-á mais do que qualquer arrufo de grunho descontente com o que eu possa escrever e pensar, porque o que escrevo é pensado e com uma sólida base de experiência e conhecimento que mo permitem e não está ao alcance de qualquer troglodita limitado a ser o mastim do dono e não faz mais do que qualquer bronco é capaz.
Estou a falar de factos, de silêncios comprometedores que se pagam caríssimo como o Nacional acaba de saber e todos já sabíamos, tudo para resolver prementes problemas do presente e com repercussões futuras. É ironia do destino e brincadeira de Carnaval pródiga no reino da Ma...Madeira que sejam o Marítimo e o Nacional massacrados pelo regime instalado em Lisboa. É bem feita, para aprenderem a não ser submissos e calados, incapazes de perceber onde está o mal e porventura vangloriando-se de terem o cunhado do presidente do Marítimo na presidência, esvaziada, da Liga. Uma vitória pífia, como em tempo lhe chamei sem copiar alguém e vendo agora alguns tribunos chegarem à mesma conclusão.

E como certas vitórias, vejam como a lagartagem se congratula com a ida à final e nada de falar de arbitragens a não ser para reclamar prejuízos alegados em passagens recentes como se não se vissem tantos benefícios como o que ontem se constatou... É o que há.