Uso aspas por ser uma citação, porventura ninguém lembra já pois passaram muitos anos e a memória é curta. Digo já que respigo uma boutade de um benfiquista, sim, pois foi de Adriano Afonso, juiz-desembargador da República e presidente da AG do clube da Luz onde chegou a ameaçar expulsar jornalistas de sessões abertas e entregá-los aos adeptos como se fossem os primeiros a causar distúrbios onde, ainda por estes dias, chegam a voar cadeiras...
Era o tempo dos títulos divididos, até com regular alternância ano sim, ano não, nos anos 80 quando o FC Porto se intrometeu a sério entre os clubes de Lisboa que, de resto, com o Belenenses, repartiam a liderança da FPF irmamente... Bons tempos, portanto...
Tempos onde se evocada Guimaro e Calheiros mas era só em 1985 e 86, 88, 90, 92 e 93, por exemplo.
Quando se ouve dizer que nos anos 80 e 90 era uma ladroagem, claro que não era em 83 e 84, 86, 89, 91, 94, quando o Benfica era campeão...
Independentemente disto, num desses anos santos da verdade desportiva, que teimava em não manter-se sã e benfazeja, o crismado e crispado juiz sair-se com esta que recupero por duas razões e outros tantos motivos:
nas razões, para provar que a irrazoabilidade pródiga do benfiquista parolo de rei na barriga não é só de agora, quando voltam a apelidar o "campeonato sujo", mas sai da boca de um juiz, ao tempo, como hoje entram maços de notas nos bolsos de outro juiz, Rangel... E, ainda, recuperado o tema do campeonato limpo vs campeonato sujo vem de novo quando se sabe como foram suprimidos dois títulos ao Porto de Lopetegui e de NES e um ao Sporting de Jesus nos três últimos anos.
Dos motivos, pois ao desvendar de emails das antacamaras da corrupção, provando a ilicitude que se via nos campos nos últimos 3 anos, juntou-se o VAR que tornou indigno este campeonato viciado como os últimos de forma grosseira, deliberada, incompetente e fraudulenta.
Está aqui a prova da vitória indiscutível do Bem sobre o Mal, onde falta mandar para o inferno das divisões inferiores o clube da batota, da manipulação, da grosseria e soberba, da vigarice institucionalizada que, de resto, espelha o que Portugal mostra a nível de políticos corruptos - com rara ironia de o crápula Sócrates ser repudiado por aqueles a quem dizia "Amo-vos todos" e que, com ascensão eivada de trafulhice vingou no país ao tempo do seu clube igualmente corrupto que já o foi nos títulos miseráveis e entregues pelos árbitros de campo e da disciplina nos anos maquiavélicos de 2005 e 2010 que não esqueço...
O triunfo indiscutível do FC Porto é a única coisa de Bem a sair de uma época aberrante de estupidez colectiva nas instâncias superiores do Desporto onde se inclui, para além do inevitável colinho dos árbitros, a protecção governamental pelo IPJD na velha aliança espuria de socialistas e benfiquistas que, em conluio, constituem no dizer de um amigo a herança de Salazar: pobres e benfiquistas.
Os adeptos portistas que festejaram mais o título pela negação do Penta que é património só do FC Porto exultaram com este título de forma compreensível mas com pouca memória pelos títulos sonegados em 2015 e 2017, tal como ao Sporting foi negado o de 2016. Mesmo os mais velhos não se lembram das diatribes dos pródigos anos 80. A maioria dos que hoje celebram nem era nascida.
Eu é que já ando nisto desde antes do 25/4/74 e festejei o fim daqueles 19 anos sem títulos com o duplo de 1978 e 79. E mantenho uma memória invejável.
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