Um terço do campeonato e o FC Porto com +3 pontos do que o mais directo competidor acabado de derrotar com uma cabeçada fulminante de Soares. É a 7a vitória seguida desde a paragem das competições de clubes, agora que vem outra pausa para as selecções. Cimentou as posições cimeiras em todas as provas de grupos, incluindo a CL. O FC Porto está muito forte. O Braga sucumbiu. Mas poucos lidam com esta superioridade atendendo à falta de qualidade técnica dos avançados à disposição de Sérgio Conceição, incluindo Aboubakar a despeito de estar ausente por lesão prolongada.
Começa por ser risível, no fim disto tudo e após um embate de líderes super competitivos que Abel tenha proclamado ter sido o Braga a melhor equipa no Dragão, no sábado à noite. Falou em mais oportunidades de golo, não em melhor futebol nem por ter arriscado mais... É sintomático, porventura olhando às duas bolas nos ferros como se cada remate à baliza tenha de merecer ser convertido em golos, como fez por três vezes o Guimarães para ganhar 3-2 no Porto...
Ora, desde posse de bola e ataques, esmagadores índices a favor do FC Porto, a mais ocasiões de golo dos campeões, com destaque para a clamorosa situação de Brahimi, melhor do que um penalty, o FC Porto foi superior e único que quis vencer. SC recuperou Oliver e tem Brahimi a um nível já próximo da época passada, tal como Herrera não obstante este ter perdido o lugar para o espanhol. O FC Porto nem tem plantel de qualidade óptima nem muitas soluções, mas já recuperou a vitalidade e contundencia do seu jogo, não obstante a impericia, insubstituível, de Soares, que dificilmente dá fluência a jogo de tabela, e Marega, incapaz igualmente de dominar uma bola. É assustador ver este panorama com tamanhas deficiências técnicas, só superadas por uma combatividade única, um espírito de campeões e uma equipa boa do gr Casillas ao meio-canpo onde até Sérgio Oliveira perdeu o lugar que era seu na época passada, tal como Otávio do onze base campeão.
Se é o plantel mais fraco do FC Porto entre as suas equipas campeãs desde que me lembro há 40 anos, o espírito gregario e a vontade de superação tornam esta equipa maior do que a soma das suas partes. E o treinador ajuda e fez a diferença no sábado, arriscando com o timbre dos campeões que Abel não tem.
SC já tinha mostrado na vitória sobre o Marítimo ser superior aos seus pares, que conhece de ginjeira. Na jornada passada gozou com os três centrais adversários que, fatalmente, iriam abrir espaços. Conhecer as equipas, os treinadores e os campos adversários é fundamental em Portugal, irrelevante lá fora.
Ante Abel viu o Braga sempre plantado atrás, à parte a saída de jogo que entusiasmou o patético Lobo das tácticas na transmissão televisiva ao fim de um minuto. O Braga jogou em profundidade, com linha de 4 cujos laterais raramente passaram do meio-campo e cujo anterior lateral-direito Esgaio jogou a médio mas funcionando como quinto defesa contra Brahimi e as subidas de Alex Telles. O Braga não teve as despesas do jogo, não fez três jogadas seguidas, em apoio e em vagas repetidas, no meio-campo portista. Queria um pontinho e manter a invencibilidade sem arriscar nada. Não usou autocarro defensivo, não senhor; muito menos antídoto, nunca; tentou jogar e controlar o jogo sem nunca o dominar; atacou pouco se excluirmos uns 97% de contra-ataques em que tentava explorar a defesa portista com a equipa de SC balanceada na frente (3% de jogadas em contra-ataque) e sem quase nunca usar mais de quatro jogadores. Daí que, com espaço na área como Soares e Marega não tinham na área minhota, puderam atirar para duas defesas de Casillas e duas bolas nos ferros.
Só que SC voltou a perceber o jogo muito bem e a marcar pontos. As entradas de Otávio e Herrera mantiveram a bitola alta de um sector empreendedor que tentou tudo para alimentar um ataque ineficaz e perdulário, visando desmontar uma defesa instalada na sua área. SC não tirou Soares como na Madeira, porque era pelo ar, e não com os pés tortos como Marega mostra em cada remate ou Soares a nem desviar na relva um passe mortal do africano, que o FC Porto iria ganhar o jogo. Se foi por um detalhe que venceu, por uns centímetros lá nas alturas onde Soares se sente melhor e é útil, houve as mexidas dos dois suplentes que muito modificaram um jogo que o FC Porto teve sempre seu, a bola e os ataques, mas que passou a ser rei e senhor, o que é diferente de dizer-se passar a dominar como se não o fizesse antes. Essa competência do treinador e as qualidades que sente ser necessárias para desequilíbrios fatais é que motivaram a vitória da única equipa que fez por ela mesmo sem o conseguir em grande parte do tempo pela boa estrutura defensiva (não a ofensiva) do adversário e a indisfarçável falta de qualidade técnica nos avançados portistas que ninguém pode negar nem ser acusado de blasfémia. Abel contentou-se com o pontinho, nada arriscou. SC apostou tudo e expos-se muito mas a audácia foi premiada. E, por isto, entre qualidades muitas e defeitos inegáveis, o FC Porto está no ponto em que dominou na época passada.
O Braga e Abel têm de fazer melhor, aliviados do fardo europeu, com bom plantel, bons jogadores, estrutura montada e experiência das lides domésticas. Foi 4° em 2017-18 e se não fizer melhor será um fracasso. Daí que, só tem simpatias na imprensa e suspiros nos comentários em directo porque fez uns remates aos postes e quase empatada no Dragão mas não chega para atingir o pódio...
Noutro índice também não se pode queixar, pois do árbitro tem razões de crítica o FC Porto.
Artur sonso Dias só marcou presença na Rússia como VAR. Os árbitros tugas voltaram a perder um Mundial porque são muito fracos. Mas nem como VAR o AsD aprendeu na prova da FIFA onde o recurso ao vídeo e o apoio da "regie" mantiveram a verdade desportiva do Mundial. Houve três situações de gp - uma para o Irão frente à Portugal - que eu discordei mas o VAR manteve o seu critério intocável e sendo assim eu aceito. No sábado, de frente para o lance é sem estorvo visual, o sonso Dias não marcou uma gp que foi inapelavel no Mundial. Ele, como de costume, não teve coragem e o VAR tuga é já a triste celebridade pela mediocridade que é. Artur sonso Dias continua um mau árbitro, sem coragem, sem melhorar nem por estar entre os melhores do Mundo. É um burro, portanto...
Já SC, a quem no Braga não augurava grande futuro com aquela derrota no Jamor que ditou o seu despedimento, tem melhorado em todos os níveis, até comunicacional. A tarimba dá lastro aos inteligentes e oferece asas à audácia de quem quer chegar mais longe. Temo que, em breve, diga também estar farto disto e querer ir embora, como Mourinho em 2004. Quando a estrela e o método do José falham em toda a linha de sucesso, o substituto não é o Jesus parvamente endeusado há uma década por basbaques acólitos de padres encomendados e missas mafiosas. Sérgio Conceição já está à frente de todos.
Como Vítor Pereira, que aqui tanto defendi e agora foi campeão na China, o mérito é todo de SC. Merecia um plantel melhor, ele torná-lo grande à vista de gente com curto alcance e limitadas ambições.
Apetecia-me dizer isto até por há muito perder gosto em aprofundar nesta bancada as minhas reflexões contra a mediocridade arrasadora da uniformidade niveladora tuga que torna tudo indistinto e insípido, sem fazer jus aos melhores.
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