01 junho 2011

A melhor equipa de sempre


Foi o tema recorrente dos últimos dias, por toda a Europa. Bem, toda não, há um cantinho na ocidental praia lusitana que não perdeu tempo com minudências. Itália, França, Alemanha, decerto países menores, (pre)ocuparam-se com a coisa no departamento jornalístico de assuntos externos e desportivos. Aqueles típicos do "orgulhosamente sós", que afrontam FIFA e UEFA em disputas sobre o formalismo do que devem ser provas oficiais, entretêm-se com o seu bairrismo local entre o desportivo e o recreativo. Um Rascord passou oito dias seguidos com capas do 3º classificado, o que é uma desconsideração para com o 2º classificado levado ao colo no resto da época salvo as intermitências de títulos nacionais e internacionais que tingiram tais páginas, pontual mas ciclicamente, de azul.

Inglaterra e Espanha, com equipas intervenientes no que era a final de sonho reeditada de 2009, não se pouparam em elogios. Com fair-play no caso dos vencidos, não se falou de arbitragens e faltinhas e cartões ou processos de intenções dos adversários. Os vencedores, brindados por intoxicação da denominada "central leiteira" de informação madridista, andaram um pouco confusos com alegadas lições de moral e do tal "fair-play" que não fica bem na boca de todos e logo tinha de ser um português a criar ruído de fundo como fez toda a época de frustrações vividas, quiçá para apagar ter ficado em 2º na Liga espanhola e com menos quatro pontos do que essa mesma equipa, com outro treinador, na época passada.

"Elegeu-se" a melhor equipa de sempre, o FC Barcelona actual que dura em pleno nos três anos do reinado de Guardiola.. Não me admira que alguns bacocos se dispersem em apreciações particulares: eu vi esta equipa e tal, gostei mais daquela que me encantava e por aí fora. Obviamente, nem todos vimos tudo e de tudo. Uns mais, outros menos, todos vimos alguma coisa, resta saber o que ficou ao certo na memória e se essas emoções e certezas foram vividas em pleno ou apenas acompanhadas fugazmente.

Quando alguém com os 67 anos de Ferguson diz nunca ter visto uma equipa assim, como a que cilindrou o seu soberbo M. United, é para levar em conta. Algo que alguns marialvas não têm, quando atiram para o ar esta ou aquela equipa, este ou aquele jogador. Não, se um escocês, cedo ligado ao futebol e um dos mais reputados técnicos mundiais de sempre - que decerto viu na sua terra natal de Glasgow (ou sendo de lá perto) o Real Madrid dar 7-3 ao Eintracht Fankfurt (que tinha dado, por sua vez, 6-2 e 6-3 ao Rangers precisamente de Glasgow), na mais célebre das finais europeias de campeões em 1960, quando Puskas e di Stéfano dizimaram os alemães com 4 e 3 golos cada -, diz que nunca viu equipa como a do Barça actual é de crer que sabe do que fala. 

Depois, secundado por técnicos reputados e campeoníssimos, da mesma faixa etária, como o italiano Lippi ou o alemão Hitzfeld, partilhando tal opinião, restam poucas dúvidas para... duvidar, naqueles que não são desse tempo.

Mesmo assim, há tipos que julgam ter visto tudo até aparentando ser desse tempo. Ouvi há dias um a dizer que o Santos de Pelé é que era, porque deu 5-2 na Luz ao Benfica na Taça Intercontinental. Bem, quatro anos depois, o M. United ganhou 5-1 na Luz e não ficou na história por isso.

Não posso, todavia, comentar esse Santos da altura do meu nascimento. Admito que tenha sido grande na sua época e uma das raras equipas sul-americanas cuja fama perdurou, decerto mais pelo genial Pelé que justamente muitos consideram o melhor jogador de sempre. 

Essa confusão é também recorrente. Porque é mais difícil apontar o melhor jogador ou o melhor treinador. Dependia dos tempos de jogo à época, do nível e do leque de adversários disponíveis e há 50 ou 60 anos não se jogava com o vigor físico de agora, apesar de muita canelada e até violência que as Leis do Jogo não puniam severamente como hoje, ou a velocidade e destreza atlética e resistência física de cada jogador e em campeonatos com mais alargado leque de equipas de topo. Não há comparação possível nem para dizer que o futebol de hoje é melhor ou pior do que o de antigamente.

O tal tipo que afiança saber do Santos de Pelé, Coutinho, Pepe e Zagallo, bicampeão sul-americano e intercontinental, desvaloriza decerto que a Copa Libertadores nunca teve o nível da Taça dos Campeões e que torneios Rio-S. Paulo e campeonatos estaduais não adquiriram o prestígio e a competitividade dos campeonatos em Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha. 

Mais: quem afiança isto e aquilo sobre o melhor jogador e não vê Messi como o melhor de sempre aos 23 anos de idade, tem também poucas referências práticas, porque nenhum Pelé, Zidane, Maradona ou Cruijff ganhou com essa idade o que Leo Messi já conquistou.

Da mesma forma, nenhuma equipa obteve os títulos, 10 em 13 possíveis, deste Barça de Guardiola, e títulos de valia indiscutível e num momento celebrado do futebol propriamente dito de alta-competição, o que não era o epíteto do futebol de então. É o estilo de antigamente, de toque e posse de bola numa perfeição inatingível e que vai do guarda-redes que sabe jogar com os pés ao mais adiantado colega em campo, o que também não era apanágio de todos os jogadores de uma equipa noutros tempos, muitos dos quais só serviam para dar porrada, outros para serem meros operários e por fim brilhando dois ou três artistas.

Neste puzzle, o Barcelona é, por isso, insuperável. Obviamente, em equipa de clube, porque não pode disputar Mundiais de selecções e rivalizar com o Brasil ou a Hungria dos mesmos anos 50 e 60, mesmo com o contracenso de uma das melhores selecções de sempre, os Mágicos Magiares de Puskas, Czibor, Hidegkuti e Kubala, terem passado quatro anos sem perder até perderem o título mundial de 1954 para a RFA e para mais com uma vantagem de 2-0 transformada em 2-3. Neste capítulo, também as selecções não disputam o mesmo nível de competições dos clubes e a profusão delas, limitando-se aos torneios continentais e mundiais em cada dois anos com regularidade desde 1950.

Onde pretendo chegar, por fim, é à minha memória das melhores equipas de clube das que vi jogar, mas que marcam um ciclo duradouro de vários anos, sabendo dos seus êxitos, nacionais e internacionais, e nas quais ainda é cedo para inserir e inferir se o actual FC Porto de Villas-Boas pode ascender a esse elenco porque uma época extraordinária não chega para esse patamar.
1) FC Barcelona, 2008-2011 (Guardiola)
2) Liverpool, 1972-78 (Shankly, Paisley)
3) Milan 1988-94 (Sacchi, Capello)
4) Ajax 1971-73 (Kovacs, Michels)
5) Bayern Munique 1972-76 (Crammer, Lattek)
6) FC Porto 1984-88 (Artur Jorge,Ivic)*
7) B. M'Gladbach 1974-80 (Weissweiller, Lattek)
8) Real Madrid 1985-90 (Molowny, Beenhakker)
9) Manchester United 1997-2000 (Ferguson)
10) Dínamo Kiev 1984-88 (Lobanovsky)
11) Anderlecht 1974-78 (Goethals)

* Antes que alguém proteste, informo que considero eras de três ou mais épocas, pelo que está excluída a equipa do FC Porto 2002-2004 de Mourinho, recheada de êxitos. Sobre as melhores equipas do FC Porto e de Portugal, assumirei também algo do género, mas é difícil encontrar equipa mais empolgante do que a de Artur Jorge e que mais durou e que aqui destaco.

31 comentários:

  1. Boas

    Do alto dos meus quase 35 anos, incluindo selecções e mesmo tendo não tendo em conta restrições temporais, a minha lista é necessariamente mais curta:

    1 - Barça actual
    2 - Holanda de Rinus Michel (campeã europeia de 88)
    3 - Barça "dream team" de Cruyff inicios de 90
    4 - Porto de Mourinho
    5 - Milan de Sacchi (fins de 80's inicios dos 90's)

    eu sei que com 12/13 anos não percebia muito de futebol (nem agora :) ), mas aquelas 2 equipas (Milan e Holanda) marcaram-me, especialmente a holandesa de 88 com Van Basten, Koeman (os dois), Rijkaard, dum pequeno génio chamado Vanenburg e do grande Gullit.

    Também me lembro de uma equipa do Liverpool dos anos 80 que passou como um terramoto no estádio da luz (deram 4 ou 5) em que pontificava Rush.

    O Napoles de D10S também merece destaque, não pela equipa em si, mas pelo trio Maradona - Careca - Alemão. Valia bem a pena esperar pelo Domingo à noite para ver os resumos no "Domingo Desportivo" só para ver o que D10S tinha feito nesse fim-de-semana.

    O Barça de Robson também me encantou mas acho que só durou uma época, com o Ronaldo Fenómeno no seu melhor. Ainda do tempo que os jogos de LA Liga davam na TVI aos sábados à noite

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  2. DD, mencionei expressamente a consideração por equipas que marcam certos períodos de tempo e não uma proeza de um ou dois anos apenas. E não quis misturar selecções com clubes, com recrutamento tão diferenciado e oportunidades competitivas bem distintas.

    Mas acabamos quase sempre por coincidir na maior parte das equipas. Sinal do seu reconhecimento consensual.

    Por um lado, malta mais nova do que eu tende a fixar mais coisas recentes e com memória reforçada pela exposição televisiva que nem nos anos 70 havia. Se me tornei indefectível adepto do Liverpool foi precisamente por aquela equipa de Keegan, depois Dalglish quando King Kevin foi para o Hamburgo para perder 6-0 em Anfield numa Supertaça europeia... Da mesma forma, o Ajax do Futebol Total e transposto para a Holanda de 74 (e 78), foi o meu modelo de miúdo que me levou a copiar a camisola de ginástica metendo-lhe uma lista vertical vermelha ao meio.

    Mas quem viu, mais recentemente, o Milan de Sacchi e do trio holandês percebeu a máquina que era aquela equipa com uma maioria de italianos, alguns formados em Milanello, tal como o Barça de hoje com a sua cantera de La Masía.

    O Barça actual é muito à imagem do Milan de 89 e 90. Daí colocá-las no topo, com o tal Liverpool de permeio.

    Já o Dream Team de Cruijff não considero como tal, nunca me entusiasmou e se ganhou 4 campeonatos seguidos foi porque três foram perdidos pelos adversários na última jornada. O Dream Team que levou, em 94, uma das maiores ensaboadelas da História do futebol pelo Milan de Capello, o que me levaria a catalogar as finais mais espectaculares de sempre de que tenho memória.

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  3. O Porto de 84-88 não deveria incluir o ano de 83-84, em que fomos à final da Taça das Taças e assim incluir também Pedroto/António Morais?

    De resto, ver os nomes das outras equipas referidas enche-me de nostalgia, mesmo sobre equipas que quase não vi jogar como o Liverpool, Ajax, Bayern e Anderlecht, mas que mesmo assim me marcaram e das quais os mais velhos falavam como qq coisa de extraordinário!

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  4. "...porque nenhum Pelé, Zidane, Maradona ou Cruijff ganhou com essa idade o que Leo Messi já conquistou."

    Do alto dos meus 50 anos, na década de 70, Cruyff, Hugo Sanches, Rivelino, "eram os novos Pelés".

    Nos 80, eram Maradona, Platini, Zico, Van basten, Sócrates e outros os novos Pelés.

    Nos 90, eram Romário, Stoichovik, Ronaldo, Figo e tantos outros.

    E agora no novo século, já se falou até o meio da década de Ronaldinho Gaúcho, depois CR7 e agora Messi.

    A comparação sempre houve, mas a diferença é que não se compara Pelé com ninguém, mas sim comparam outros a Pelé.

    E vou tentar explicar o porque.

    Pelé aos 16 anos era titular de uma equipa recheada de craques e base da seleção brasileira.

    Aos 17 anos, ganhou seu 1º mundial FIFA, onde chegou suplente e terminou titular indiscutível.
    Aos 21 anos o 2º mundial(embora em 1962 tenha se lesionado no 2º jogo, fez um golo antológico contra o méxico no 1º jogo).

    Dos 21 aos 23, foi bicampeão da libertadores e mundial.

    Penso que em qualidade, isto é bem mais que Messi conquistou, e o próprio diz que falta um Mundial de selecções.Nós brasileiros(também os argentinos) temos a cultura de ser campeão do mundo, e a colocamos em 1º lugar sempre.É o que importa.

    Não vou citar as conquistas domésticas, pois ainda não pesquisei quantas foram, mas para além disso, Pelé teve que ir à Tropa durante 6 meses em 1961 ou 1962(tal como Elvis).

    E supondo-se que algum destes comparados a Pelé tivessem conseguido igualar estas marcas sem ir à Tropa 6 meses, ainda assim teria que ser campeão nacional 6 vezes, fazer 1000 golos até aos 28 anos, ganhar um 3º mundial aos 29 anos e se despedir do futebol após 21 anos de carreira com 1281 golos marcados, que dá uma média de 61 golos por ano.

    Algumas marcas Messi, Cr7 ou outro podem com muita sorte, tentar igualar, mas eu particularmente acho que ainda está para nascer quem consiga superar estes recordes e todas estas marcas acima.

    Talvez por isso é que sempre que surge um jogador acima da média, há a comparação, mas já vejo este filme há 40 anos pelo menos e caso o amigo que escreve queria ver a história completa do mito, veja com seus próprios olhos para acreditar(ou acarditar com diz jasus) o DVD PELÉ ETERNO e tire suas conclusões.

    Que este Barça é uma das melhores equipas que vi jogar na vida, não resta dúvida.Lembra e muito o Santos de Pelé, onde os adversários literalmente andavam prá lá e prá cá atrás da bola...e dificilmente conseguiam roubá-la.

    Tal como a equipa de Guardiola.

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  5. Ainda há outras coisas sobre o atleta Pelé.

    Ninguém até hoje sabe ao certo se ele era destro ou canhoto, porque ele rematava forte ou com jeito, driblava e fazia lançamentos com extrema precisão com ambas as pernas.

    Tinha uma impulsão digna de Jardel, só que cabeceava ainda melhor, era exímio.Hoje no slow-motion, ve-se claramente que toda a gente cabeceia de olhos fechados, enquanto Pelé cabeceava com a testa e de olhos abertos, para direccionar bem a bola.

    As suas arrancadas a partir do seu próprio meio-campo com a bola dominada em direcção á baliza adversária eram na esmagadora maioria das vezes imparáveis, e haviam sempre 2 ou 3 a marcá-lo, muitas vezes com extrema violencia, mas ele sabia saltar e desviar na hora certa e por vezes, era maldoso com o adversário.Tanto que lhe batiam durante o jogo, que ele esperava o momento certo quando o árbitro não estava olhando, revidava, o defesa ficava caído no chão e ninguém dava conta:-)

    Tinha o controlo total do que se passava nas 4 linhas, observava a colocação dos companheiros, dos adversários e dos árbitros(neste último caso, para dar uma valente porrada em quem lhe batia sem ninguém ver).

    Por vezes vi-o humilhar vários defesas que lhe batiam sem dó com bolas e mais bolas entre as pernas, às vezes fazendo tabela na própria perna do adversário.

    Mas infelizmente, metade disto que escrevo não está devidamente registado em filmes, mas as 2 horas do DVD dá a idéia exata do que foi o Rei.

    Messi de 2 anos prá cá é excelente, assim como CR7 era há 2 anos, e como Ronaldinho era há 6 anos, e etc...

    Basta ver se algum destes conseguirá manter a carreira sempre no auge durante pelo menos 15 anos.

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  6. Justiceiro azul,

    é uma óptima questão que me proponho abordar na série seguinte sobre o melhor FC Porto de sempre.

    Duvidei em meter essa equipa no lote, mas ela perdeu dois jogadores fundamentais, J. Pecheco e Sousa, e ganhou especial dinâmica com Futre, este foi o fulcro da nova equipa que fez um campeonato brilhante em 84-85 mesmo tendo sofrido a tal eliminação incrível com o Wrexham...

    De resto, o cunho de Artur Jorge é diferente, catapultando a equipa para o patamar de exigência e competitividade que a levaria ao título europeu de 1987, evolução natural com outro reforço extraordinário que foi Madjer.

    Futre e Madjer explicam a dimensão extra que esse período granjeou.

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  7. rbc, obrigado pelo contributo e o destaque dado a Pelé, que o merece completamente ainda que não o tenha visto jogar nem na tv. Infelizmente, eu nascido em 62, não tive o rasgo, porventura nem tenho hoje, desse monstro teórico do futebol que é Luís Freitas Lobo de quem li, por acaso, numa livraria, uma resenha de quem era e que contava, ele nascido em 63, que com 7 anos já percebia o Brasil de 70...

    Mas não quero discutir o melhor jogador do mundo de sempre, tão difícil de eleger como o melhor treinador - e faço essa referência explícita. Nesse campo, tenho dificuldades acrescidas não em reconhecer as proezas que em filmes e resumos fui vendo de Pelé, com coisas absolutamente extraordinárias dignas do melhor do mundo. Mas as dificuldades advêm da percepção de o futebol ser mais lento naquele tempo, independentemente de ser permitida mais porrada aos caceteiros como também realço.

    Não tenho dúvidas que Pelé seria igualmente grande nos anos 80, 90 ou agora no séc. XXI, mas o tempo de manobra, que à sua época dava para ler o jornal e tomar um café passe o exagero, tornou-se absolutamente reduzido.

    Houve um estudo, nos anos 90, com a explosão do magistral Maradona, que dava uns 4 seg. a Pelé em cada jogada e umas centésimas a Maradona para cada jogada. Ou seja, tornou-se muito mais difícil fazer algo como a Pelé e que Maradona conseguia. Daí eu considerar, hoje, Maradona o melhor de sempre. Messi, que venero, poderá tornar-se ainda melhor do que Maradona se levar a Agerntina a um título mundial.

    Há quem diga, ainda, que o maior de sempre teria sido di Stéfano, mas poucos o podem confirmar ou comprovar com imagens e a tv favorece mais as estrelas actuais face à ausência de vídeos desse tempo e da sua má qualidade geral.

    Messi é o primeiro a reconhecer que precisa de um título na selecção e quer começar já em casa na Copa América. Mas o que conseguiu no Barcelona, aos 23 anos, é superior a todos os que citei, podes contabilizar o que quiseres mas tendo em conta a relatividade de um torneio local Rio-S. Paulo ou campeonato paulista...

    Pelé, por exemplo, nunca ganhou a Copa América e o Brasil não dominava a competição no seu tempo.

    Quanto ao Santos, já ouvi maravilhas mas é da altura em que nasci e o contexto europeu, com o grau máximo do profissionalismo que sempre teve, é mais exigente do que na Am. Sul, pelo que as suas proezas, em dois anos apenas, não podem ter a expressão em titulos que têm as cinco Copas do Real Madrid ou o Barça actual. Não que esteja em causa a qualidade do Santos, que não conheci mas não duvido, mas apenas a expressão internacional sem paralelo com a competição na Europa, campeonatos nacionais e eurotaças.

    É aí que quero chegar.

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  8. rbn (e não rbc, perdão),

    tenho gravadas na memória inúmeros "numeros" de Pelé, sei contra quem foi e quando foi, absorvi o suficiente para admirá-lo, por isso não me é estranho.

    Mas quem viu Maradona tantos anos, agora Messi, fica igualmente maravilhdo com a sua capacidade.

    Cruijff foi o primeiro ídolo de infância, jogando a uma velocidade que era diferente, para mais, da de Pelé e o holandês voador figura no panteão dos maiores de sempre.

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  9. Zé,

    Eleger a melhor equipa de todos os tempos é tão complicado e impossivel como eleger o melhor treinador ou jogador.

    Que entendemos pelo melhor?
    Uma equipa que aporta algo novo, uma inovação táctica que marca a diferença? Uma estrutura e modelo de jogo original? Um recorde de titulos, golos, vitórias...? Um impacto mediático global? Uma equipa à volta de um colectivo de jogador ou uma equipa à volta de um só grande jogador? E uma equipa que revolucionou o jogo nos anos 50 é menos que uma equipa que continua uma filosofia, melhorando-a profundamente, nos 00s?

    É muito complicado, há muitos factores em jogo e acho que se podem falar de equipas preferidas, pela sensação que transmitem, tal como se podem falar de técnicos ou jogadores, mas não de melhores porque cada era teve o seu melhor e o seu pior...

    O Dynamo de Kiev de Maslov é inferior ao de Lobanovsky, o seu pupilo? O Inter de Herrera foi menos importante, na sua escola, que o United de Busby na sua? Meisl, Sebes defeniram o pensamento de Michels antes que este pudesse ensiná-lo a Cruyff e este, por sua vez, ao Pep...É o mesmo que pensar se Napoleão era melhor general do que foram os César, Alexandres, Anibals ou Marlboroughs do passado quando todos se limitaram a seguir a cadeia evolutiva.

    O mesmo quanto a jogadores. Vejo Messi e delicio-me mas via coisas em Ronaldinho que nunca mais voltei a ver. Se algo tem Messi que não tinha o brasileiro, à parte da juventude, é o profissionalismo que tantas vezes faz a diferença. Pelé, como Eusebio, Di Stefano, Charlton, Puskas, Rivera ou Suarez jogavam num mundo impensável nos dias de hoje mas mesmo nos anos 80 e 90 a velocidade de jogo de Keegan, Dalglish, Platini, Gullit, Zico e ocmpanhia era infinitamente inferior à de hoje, o que não faz de Cristiano Ronaldo um jogador mais determinante do que Maradona, está claro.

    um abraço

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  10. Boas

    Ao que parece a "divergência" está no Dream Team de Cruyff.

    Coloquei essa equipa porque, para além da qualidade dos seus jogadores (Guardiola, Bakero, Romário, Stoichkov, etc), foi o alicerce do modelo de jogo da actual equipa, pelo facto de serem a primeira equipa do Barça a "matar o borrego" e ganharem a champions para a Catalunha e também por razões sentimentais já que sempre fui um grande aficcionado culé.

    Apesar do desastre frente ao Milan, essa equipa do Barça, para além da taça dos campeões europeus, ganhou ainda quatro campeonatos consecutivos entre 1991 e 1994. Venceu a Taça das Taças em 1989, ganhou a Taça do Rei em 1990 e a Supertaça Europeia em 1992, mais três Supertaças de Espanha (fonte http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1494001 )

    De lembrar que o Porto de Mourinho também perdeu uma final para um mediocre benfica de Camacho, ainda com ajuda do Lucilio :)

    Não estou a comparar o benfica de camacho com o Milan de Cappelo, longe disso, mas às vezes as coisas acontecem. O Barcelona nesse ano era superfavorito à conquista da taça, mas acabou por levar 4 na final. Ainda recentemente após umas criticas de Cruyff às exibições do Real de Mou, este disse algo do género “não quero que me ensinem a perder uma final por 4-0 “

    Para mais pormenores sobre essa final aqui vai um link interessante (http://en.wikipedia.org/wiki/1994_UEFA_Champions_League_Final). O Milan para além das lesões de Van Basten e de Lentini, tinha Baresi e Costacurta suspensos e teve que deixar de fora Papin e Laudrup devido à regra dos 3 estrangeiros. Mesmo assim banho de Bola e 4-0. Chapeau !!! O artigo refere que de acordo com especialistas, a exibição do Milan nesse jogo foi a “melhor de sempre numa final da Taça dos Campeões / Champions League)”. Estás nesse lote Zé.

    Abraços

    PS: A equipa do Ajax de 94 a 96 (van Gaal), que ganhou a final ao Milan de Capello em 95 e perdeu com a Juve nos penalties em 96, também me impressionou. Cheia de juventude foi desfeita com a saída de vários jogadores e do treinador no final de 1996. Poderia ter marcado uma década.

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  11. Mitos...

    O Pele era muito bom jogador, sim senhor, mas para aquela época...

    Não queiram comparar a evolução que o futebol sofreu entretanto... Comparativamente aos tempos actuais, naquela altura o futebol era AMADOR !

    Comparar o Messi ou o Ronaldo com o Pele ou Eusébio, como tenho visto...
    É confundir a 'Estrada da Beira' com a 'beira da estrada'.

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  12. Boas a todos,

    creio que o Deko resumiu bem tudo, assente na percepção, alguns estudos e muita observação directa e potencialmente comparável, de que o futebol de antigamente era lento, com poucos artistas e poucos atletas fisicamente dotados como hoje e que dão outra dimensão agonística e competitiva ao jogo, pelo que a velocidade de execução hoje exigida e o tempo e modo de fazer o jogo ganham prevalência.

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  13. Miguel Pereira, com os pressupostos atrás, e os que adiantei no post, creio ser mais fácil eleger a melhor equipa, de clube repito, de resto suportado em testemunhos incontestados de gente credenciada que viveu várias épocas, do romantismo de antigamente ao romantismo que o Barça actual incarna. Os números do Barça actual, mais o seu estilo de antigamente e mais refinado do que era visível naquele tempo, dizem tudo e são inigualáveis, de resto a coisa ainda nem acabou e para o ano este Barça continuará a ganhar, não tenho dúvidas e só espero que a pré-época lhe "estrague" a Supertaça europeia com o Porto.

    Reporto-me ao elencar de equipas superiores que vi directamente e acompanhei sempre ao longo dos anos. Obviamente, não posso testemunhar por outras equipas, gostava de ter visto o Inter de HH e o Milan de Rocco, as únicas que, com o Madrid dos anos 50, poderiam rivalizar com as equipas do futebol moderno lançado pelo Ajax de 70 e seguido pelo Milan de Sacchi. O Liverpool de Shanks e seguido por Paisley foi apenas um parêntesis inesperado mas belíssimo e entusiasmante na sua forma distinta de todos os outros grandes de então e que segui apaixonadamente.

    Posto isto, e porque o deixei salvaguardado no texto, partindo ds confissões de Ferguson, Lippi e Hitzfeld, não há que duvidar.

    Pelos títulos e pelo estilo insuperável, o Barça não tem rival, é a minha convicção. Mesmo que não fosse o meu gosto, mas a prática demonstra inequivocmente o que não pode ser desmentido. E, de facto, o que era profissionalismo nos anos 50 e 60 é pouco para a alta-competição actual. Daí, também, a "diferença" de avaliação de Pelé com os tempos actuais de Maradona e Messi.

    Eu sou até um "renegado", porque nunca fui de gostar do passa e repassa, como o Brasil de 82 que adorei ver derrotado pela Itália de Bearzot e Rossi. O Barça é algo mais, muito ao jeito do futebol danubiano dos anos 30, 40 e 50 e do Madrid de 50, tem outra dimensão física para épocas mais desgastantes que nao existiam outrora.

    É tudo isso, o tal puzzle visível na imagem, que levo em consideração, não me retenho só nos títulos, impressionantes, no estilo, superior, e na imagem, extraordinária e nada a ver com a falta de fair-play de um aziado como Mourinho que destoa - e a quem chamam repetidamente patético - das apreciações gerais do Barça.

    Creio ter deixado bem explícito no texto porque considero o Barça o melhor de sempre, do que vi e do que contam quem viu outros antes de mim. Deixo uma lista alargada que a todos segui e de quem conhecia técnicos e jogadores e não perdia resumos e alguns jogos que passavam na tv então com menor exposição mediática e que requeria superior atenção dos adeptos ao longo da época.

    Creio que poucos terão percepção, por exemplo, do que era o Gladbach de Weissweiller e Lattek, o grandioso jogador que era Jupp Heynckes, o líbero fantástico que era Netzer. Idem para o grande Anderlecht e mesmo para o Liverpool de 75, 76 e 77 que faziam 60 e tal jogos numa época, disputava todas as competições e utilizava apenas 16 jogadores no máximo.

    Dispensei-me de juntar os títulos de cada equipa, por ser fastidioso e obrigar quem queira disputar a contenda a esse conhecimento.

    Mas é todo esse conhecimento que tenho e não apenas a moda de uma época ou outra.

    Outro exemplo, nada no D. Kiev pode comparar-se à equipa superior de 86 e 87, que vi dar um dos maiores banhos de futebol numa final europeia em Lyon ao Atl. Madrid (TVT'86), como já vira antes ao Ferencvaros em 74 com Blokhin nas duas ocasiões a marcar. A equipa que depois o super FCP de Artur Jorge eliminou com duplo 2-1 e era a melhor equipa do mundo da época, sem dúvida alguma, depois transposta para a URSS no MUndial-86 e no Euro-88.

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  14. DD, o Dream Team ganhou 3 campeonatos porque Deportivo (94) e Madrid (95 e 96) os perderam na última jornada. Era uma equipa com jogdores extraordinários, a equipa que vi dar 3-0 ao FCP em Camp Nou em 1994, ao vivo. A equipa que dava 5-0 ao Madrid e levava 5-0 do Madrid. A equipa que levou talvez o maior banho duplo, de bola e de humildade, do Milan de Capello, em Atenas-94, onde poderia ter estado o FC Porto de Robson se tivesse ganho ao Milan nas Antas para defrontar o Mónaco, de Wenger, na semifinal em casa, em vez de ter ido, como 2º do grupo atrás do Milan, a Barcelona.

    Por isso não o considero na lista, de resto preferi o Barça com Ronaldo brasileiro que em 96 ganhou tudo menos o campeonato, com Figo, Baía e F. Couto, o ano daquele golo do Ronaldo em Vigo a fintar todos desde o meio-campo.

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  15. DD, não acho que o Dream Team tenha sido o modelo para o Barça actual. Era um estilo diferente, o nº 4 Guardiola tinha uma função hoje representada pelo 6 (Xavi) e 8 (Iniesta) mais adiantados no campo, só Busquets (4 actual) funciona apenas como muleta defensiva.

    Essa equipa apostava em contra-ataque e decisão dos seus dianteiros, Stoichkov nos desequilibrios e Romário a finalizar. Era uma equipa muito à imgem do Ajax de Cruijff do Futebol Total, armadilhas defensivas e repentismo no ataque com óptimos executantes.

    Cruijff, hoje, reconhece que o Barça de Guardiola tem pouco a ver e joga mais do que a equipa que orientou no início dos 90's. E é um dos que sabem que não há na História equipa que se compare a este Barça, inigualável.

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  16. Zé,

    Eu percebi o teu ponto de vista e apenas quis deixar claro que, pelo menos na minha percepção, e sendo o futebol um desporto de evolução, o recente terá sempre vantagem sob o anterior porque beneficia do trabalho prévio e fundamental para acentar as bases. Como dizes bem, e partilho, este Barça é menos o estilo do Santana e mais da escola danubiana. Mas Guardiola não inventou nada, nem sequer o posicionamento de Messi, apenas estudou muitissimo bem a licção e aplicou-a com uma classe incontestável. Por isso o termo "melhor" para mim faz pouco sentido, porque está tudo de tal forma interligado, que por muito que pensemos, é impossível separar a evolução do jogo com a melhoria de alguns projectos.

    Aquele Monchengladbach jogava melhor que o Bayern mas a história preferiu o lado dos bávaros. Muitos tambem se esquecem do grande Feyenoord do Happell quando só se fala na Holanda do Ajax. O mesmo com o notavel trabalho do Pool sem esquecer os caminhos seguidos por Clough e Busby. E quanto ao Dynamo Kiev, posso confessar que aquela geração dos Belanov e companhia, é uma das minhas preferidas de sempre, e sem dúvida a melhor equipa do mundo até ter encontrado o FCP. Mas o Dynamo de Maslov, muito menos mediático, inventou o pressing moderno e ajudou a definir o modelo de jogo das equipas do bloco de leste que depois Lobanovsky aprofundou com igual mestria tanto em Kiev como com a URSS.

    Um abraço

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  17. Nem de propósito, há poucos dias peguei nas minhas cassetes vhs e estive a rever a final de '94 e o que mais me saltou á vista foram as diferenças do futebol praticado desde então até agora, nomeadamente ao nivel da velocidade do jogo (muito mais lento) e da técnica individual.

    De resto foi de facto um banho táctico, e não só, que o Milan de Capello deu ao Barça de Cruijff, com Desailly a encher o campo e quase sozinho a estrangular os 3 médios culés - Bakero, Amor e Guardiola - e com Savicevic e Boban constantemente a massacrar a defesa do Barça. Romário (fantástico jogador e matador) por sua vez foi asfixiado pelos defesas italianos e muito prejudicado pela falta de capacidade do seu meio campo em fazer chegar a bola até ele e Stoichkov pelos mesmos motivos passou completamente ao lado do jogo.
    Além disso tiveram o habitual cinismo italiano na forma como fizeram o 2-0 já nos descontos da primeira parte, pouco depois de o Barça ter falhado uma oportunidade flagrante e fizeram o 3-0 logo no inicio da 2ª parte num lance em que Savicevic beneficia de uma falta não assinalada sobre Nadal para fazer um fabuloso chapeu a Zubizarreta.

    Sinceramente não consigo precisar se era sempre ou se só neste jogo, Guardiola actuou na posição de trinco (tinha ideia que na altura era Bakero a fazer esse lugar) e aí sim notava-se um dos fundamentos de jogo do actual Barça, com Pep a construir o jogo logo a partir da frente da grande area defensiva, quase sempre ao primeiro toque ou com passes longos a rasgar - mais uma vez não posso afirmar se era habitual ou se apenas neste jogo notava-se uma grande diferença de qualidade entre Guardiola e os restantes elementos que constituiam o meio campo da sua equipa.

    PS.Zé Luis, esse golo do outro mundo do Ronaldo - que fez Robson levar as mãos á cabeça - foi na Galiza sim, mas em Compostela e não em Vigo.
    Ainda hoje penso que se Ronaldo tivesse ficado no Barça e repetisse essa época fabulosa seria hoje considerado o melhor de sempre.

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  18. Quanto ao nosso FCP e centrando a atenção apenas na era Mourinho penso que é consensual que a equipa de 2003 era superior à sua sucessora na forma como apresentava um futebol de ataque a toda a largura do campo, em velocidade e sempre à procura do golo.
    Já a de 2004 tenho bem presente a sensação com que ia para o estádio de que era apenas uma questão de tempo até a equipa matar o jogo e praticar o famoso "descanso com bola".
    Isto para lançar outra ideia que seria classificar os "melhores jogos de sempre" onde eu colocaria nos lugares cimeiros o Porto-Lazio das meias finais da Uefa 2003 e no qual é dificil imaginar uma exibição mais perfeita do que aquela que a equipa do Porto teve nessa noite. É outra cassete que guardo e que por vezes revejo e onde a sensação que fica é que o jogo inteiro passa num instante, tal é a qualidade e intensidade do jogo do Porto!

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  19. Boas

    Concordo.

    Só uma correcção: O golo do fenómeno foi em compostela, uns kms ao lado.

    http://www.youtube.com/watch?v=LEOFxq2vbiw

    Abraços

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  20. El Real Madrid de Di Stéfano = Insuperable

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  21. Futebol: confere. Andebol: confere. Basquetebol: confere. Força Hóquei. Venha o Deca!

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  22. Daqui do allgarve,onde o ps,capitaneado por um"pirata"da lunda,de nome joão soares,vai pela 1ªvez,levar uma banhada em termos de deputados eleitos para o psd(nada que a razão o não ditasse,pois os algarvios são o esgoto mas sabem triar a merda)eis que se alegra pela conquista de mais um título nacional da 2ªmais reconhecida,modalidade,o BASQUETEBAL..honra os vencedores e saúde aos vencidos(cinco base,mais suplentes,com o treinador,o "cineasta" se o dito,é de certo o neto)para os termos como cabeçudos,nesta inesgotável,festa.
    Mas a razão desta posta,é Sr.José Luís,fazer um apelo aquem de direito,para elegerem sócio/adepto do ano,aquele rapaz de bermudas brancas e boné branco com a pala para trás,com uma camisola azul,que vibrou até ao fim...sim aquele moço que foi DESPEDIDO pelo clube que acolheu postiga,pedro mendes,maniche,etc e ajoelha face a paciência e que se chama C A R D I N A L...se a filó foi presidenta do conselho cultural!!!!porque não exigirmos uma equipa de futebol de salão com esse enorme CARDINAL A CAPITÃO e o Ricardinho a sub,que como o nuno gomes é PORTISTA.

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  23. Caro Zé Luís, somos da mesma geração,mas não com a "genialidade" do luís freitas lobo:-)

    Tive a sorte de frequentar o Maracanã desde cedo, aos 7 anos.Meu pai ou tios sempre levaram a mim e primos, todos torcedores do Fluminense para ver o Flu, o escrete e o...Santos, e apesar de não perceber muito, percebi logo que o senhor escuro com a camisa nº 10 fazia coisas que ninguém fazia.E fascinava velhos, adultos e miúdos como eu.

    Com 10 anos, vi pela TV a preto e branco o Mundial do México de 1970, onde a melhor selecção de sempre esmagou todos os adversários jogando futebol-arte.E como sempre, o actor principal foi o senhor escuro com a camisa nº 10.

    Engana-se quem diz ou pensa que nos anos 60 ou 70 o futebol era amador, porque não era.Em termos de habilidade e qualidade futebolística, eram muito, mas muito superiores do que os de hoje em dia.Se jogassem hoje com a preparação física de hoje, juntando as habilidades naturais, eram titulares absolutos.

    Sendo assim, o nosso FC Porto era um bando de amadores nos anos 60?
    O ben7ica de eusébio era só amadores?
    Os 5 violinos eram amadores?

    O futebol de hoje é feito de muito pressing no meio campo e lançamentos rápidos para contrataque, onde isolar o avançado é a grande montra.

    Pelé se jogasse hoje, fazia pelo menos 60 golos por ano, porque corria 100 metros em menos de 11 segundos(quem diz não sou eu, mas Carlos Alberto Parreira, que para além de ter ganho o mundial 1994 com treinador, ganhou também o de 1970 como preparador físico da seleção).

    Mas cada um tem as suas referencias, e penso que será impossível alguém superar todas as marcas que Pelé conseguiu.Se Pelé fosse portugues, só era comparável a Pinto da Costa.Génios.

    Mas pergunto eu : será mais difícil um jogador disputar 10 champions league e ganhar 5 ou um jogador disputar 4 mundiais fifa e ganhar 3?

    Quanto à melhor equipa de sempre, sinceramente não sei, já vi muito futebol de 1970 prá cá e nunca cheguei a uma conclusão sobre clubes.Por isso fico com o Santos dos anos 60, porque marcou toda uma década, enquanto todos os outros marcaram uma época entre 3 e 5 anos se tanto.

    Em termos de selecção, a de 1970 é a equipa mais perfeita que vi jogar, onde depois de muitos anos percebi que o treinador mário zagallo colocou 5 camisas 10 no time titular(Pelé o 10 eterno, Rivelino o 10 do Corinthians de ponta-esquerda, Tostão o 10 do Cruzeiro de centro-avante, Gérson o 10 do São Paulo à frente do trinco e Jairzinho o 10 do Botafogo na ponta-direita).

    Mas, as imagens e filmes falam mais alto, por isso recomendo a todas as idades que façam o teste de São Tomé : vejam o DVD PELÉ ETERNO, e depois tirem as conclusões.

    Caso queiram um exemplar grátis, mandem-me mail para soutricolor@sapo.pt, que com todo gosto enviarei pelo correio.

    Abraços a todos e campeões no basquete:-)

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  24. rbn, é um gosto partilhar tantas emoções. Repito que Pelé não desmerece em nada face aos astros argentinos recentes.

    Daí eu achar ser mais difícil achar o melhor jogador, ou treinador, de sempre, mas não é tão difícil achar a melhor equipa. E volto a frisar que o contexto das selecções é diferente do dos clubes.

    Quanto ao Santos, é manifesto exagero falar em década. O que ganhou mais além das Libertadores de 62 e 63 e das Intercontinentais com Benfica e Milan (este só na negra, no Rio...)?

    Mas gostoso vibrar com você!

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  25. Correcto, golão do Ronaldo em Santiago.

    Miguel87, sou da mesma opinião quanto a 2003 e 2004. Mas disso conto falar para a semana sobre o melhor Porto.

    Estamos em festa outra vez e o garrafão foi aberto.

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  26. Bem, desta vez houve mais comentários do que votos em estrelinhas, não sei o que espicaçou o pessoal mas também podiam ter elencado os vossos "melhores de sempre", só o DD fez isso.

    O Miguel Pereira deve ter opinião concreta sobre os melhores de sempre para fazer uma lista, não?

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  27. "El Cabrón del Patrón", nickname "cachondo"......

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  28. Zé,

    Como te disse antes, e sendo coerente, não tenho opinião sobre algo que não entendo como se pode ordenar sem ter em contas as suas especificidades. Tenho a lista das minhas equipas preferidas ou, por época, das equipas que considero mais importantes. Mas dizer que o Liverpool de Dalglish com Barnes, Beardsley, Aldridge, King Kenny e companhia é superior ou inferior aos Busby Babes, não faz sentido.

    Posso dizer.te que, de trás para a frente, este Barcelona, o Chelsea de 04-06, o Arsenal de 02-04, o FC Porto de 03-04 e o S. Paulo de 02-05, foram as melhores equipas que vi na última década.
    Que na anterior, os 90s, para foram a Juve de Lippi, o Man Utd com e sem Cantona, o AC Milan de Capello, o PSG de 94-95, o S. Paulo de Raí e Dortmund de Hitzzfeld.
    Nos 80s o Milan de Sacchi, a Juve de Trapatoni, o Bordeaux de Jacquet, o FCP de Artur Jorge, o D. Kiev de Lobanovsky e o Liverpool de Dalglish.
    Dez anos antes o Monchengladbach, o Liverpool de Shankly-Paisley, o Nottingham de Clough, o St. Etienne, o Ajax e o Bayern M.

    And so on até aos principios. Mas não me peças para comparar o incomparável, porque se a bola era redonda e eram 11 contra 11, tantas coisas mudaram que quem sou eu para decidir quem melhor soube interpretar o jogo.

    um abraço

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  29. RBN
    Fugindo do assunto. Estive no Brasil em 1995, na Baía, e assisti pela televisão à decisão do campeonato carioca desse ano, um FLA-FLU. Não sei porquê, mas passei lá 3 meses e o meu clube era o Fluminense. Esse jogo foi espectacular! Vibrei com a reviravolta do FLU comandada pelo Roberto Gaúcho, que mais uma vez nessa época fez um jogão. Festejei os golos como se fossem do Porto contra o Benfica, eu era o único pelo Fluminense e os outros eram pelo Flamengo.

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  30. Caro Zé Luís, a "negra" com o Milan em 1963 foi uma das maiores remontadas da história do futebol.

    Na 1ª mão em Milão, o Santos foi derrotado por 4 x 2.

    Na 2ª mão no Maracanã, o Milan ganhava 2 x 0 a 20 minutos do fim, salvo erro.

    Mesmo sem Pelé lesionado neste jogo, o Santos tinha um timaço e venceu 4 x 2 forçando a negra, que venceu por 1 x 0, também sem Pelé.

    Mas cada um com a sua história para contar, e quando digo marcou uma década, digo isto porque após todos estes longos anos, li e ouvi muitos reporteres e comentadores daquele tempo que acompanharam de perto o Santos de Pelé, que para além das competições oficiais da época, estava sempre em excursões mundo fora simultaneamente, fazendo jogos exibição, para fazer caixa.

    E ainda assim, ganhou na mesma década de 60 6 títulos de campeão brasileiro(recém oficializados pela FIFA, COMENBOL e CBF, justiça feita muito tarde, mas ainda a tempo), 2 libertadores, 2 mundiais interclubes, praí uns 10 paulistões e 4 rio-são paulo.

    No wikipédia sempre há margem para erro, mas na página do Pelé 95% bate certo.

    Olhe que eu nem sabia que a rainha de Inglaterra tinha lhe dado o título de Sir, que apenas não será usado por ele devido a não ser britânico:-)

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  31. Justiceiro Azul, este jogo de 1995 passou em directo pela TVI aqui para Portugal.

    Como pudeste reparar, os adeptos de flamengo são como os do benfica : são em maioria, pensam que são os maiores do mundo, tem os media sempre a favor, e etc...

    Renato Gaúcho sempre foi grande jogador desde jovem(um jogador à Porto), e ele foi o responsável directo por aquele título, porque em 4 FLA-FLUS naquele campeonato, o FLU ganhou 3 e empatou 1 e melhor que isto, era ano de CENTENÁRIO do Flamengo, que contava com Romário, Branco e Sávio na equipa principal.

    E o centenário do flamengo foi mais ou menos como o centenário do benfica em 2004 :
    foi SEM TER NADA:-)

    Ganhar um FLA-FLU é como ganhar ao benfica, ser campeão em cima do flamengo é como ser campeão em cima do benfica e etc...

    É por aí...abraço;-)

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