04 março 2014

Chamam-lhes roubos, mas alguns vêem como boas arbitragens

Só ontem, casualmente, vi o golo anulado ao Belenenses pelo qual ninguém vai pedir satisfações a Vi-te ó Pereira nem tem letras garrafais nas capas dos pasquins, que não tem palavras para descrever a rara decisão do árbitro-auxiliar. A peripécia de, alguns renitentes e que decerto enchem a boca de vitupérios quando o seu clube é alegadamente prejudicado, poderem comparar-se com o golo do Belenenses na Luz na 1ª volta (que para mim é válido pois não colhe o argumento de estorvar a acção do g.r., algo por exemplo não contestado, mas verificado, em mais um golo falso em Penafiel para a taça da treta) é apenas parte do folclore tuga, nada mais que isso.
 
Esse golo que impediria o Benfica de ganhar no Restelo - embora fosse possível um treinador ir dizer no final que nunca se saberia como acabaria o jogo em termos de resultado, acrescentando fineza de argumentação a uma lixeira de lugares-comuns e tergiversações costumeiras - só me fez lembrar um, digamos ao contrário, permitido a Vukcevic, do Sporting, num jogo em Vila do Conde para a taça da treta e que nem valia nada para a economia da prova nem escapava aos raros momentos, ainda que frequentes mas primando pelo esquisito que são, de que essa prova de cagadeira do esterco da Liga é pródiga.
 
Também não me impressionou ouvir o treinador do Benfica falar de boa arbitragem, quer do árbitro quer dos seus auxiliares. Para sempre ficará o "limpinho, limpinho", isto já depois de Jesus ser capaz de ver foras-de-jogo milimétricos, ainda que amplificados por monumentais capas de pasquins e panfletos de caserna, perdendo a visão em lances similares que favorecem a sua equipa.
 
Não vi o jogo do Restelo porque não pediria por nada do dérbi de Madrid. Um dérbi marcado por uma arbitragem, lá como cá, de antigamente, pró-Real Madrid até ao tutano. Aliás, nem conhecia o árbitro vasco/basco, embora tenha ficado em alerta quando li na Imprensa espanhola que esse árbitro ia sempre bem para os blancos: apenas 3 empates sofridos, pois apenas sofreu o 4º empate em quase dezena e meia de jogos. E, claro, a questão das autonomias em Espanha não entram na economia dos campeonatos, pois ainda na época passada se via o Real Madrid passar impune com penáltis iguaizinhos ao que Ramos fez sobre Diego Costa. E há duas épocas, para o título do Real Madrid que tanto gostou a Mourinho, mais do mesmo. Mas ainda na época passada foram negados penáltis claríssimos, também de Sergio Ramos, quer no jogo do Camp Nou para a Taça do Rei (fazia o 1-1 momentâneo), quer no jogo do Bernabéu, no último minuto, que daria o 2-2 ao Barça.
 
No Calderón houve dois penáltis claríssimos não assinalados contra o Real Madrid, incluindo um encontrão de Pepe a Godin com quem se pegara antes e Diego Costa, que tantas levou já como no jogo da Taça, ainda viu um amarelo por simulação quando foi derrubado, fora da área, por Arbeloa.
 
O triunfo da autonomia da arbitragem espanhola estará tanto por fazer por pecados originais comuns à arbitragem tuga. Os resquícios do fascismo peninsular implicados no futebol local estão bem vivos. Mesmo que digam o contrário do que se vê, como o PCP é capaz de elogiar o regime norte-coreano, acusar alguém de ingerir-se nos assuntos do chavismo louco venezuelano que trará a miséria comum a esse tipo de práticas políticas e ensaboadelas ideológicas ou chamar que é o fascismo, e não o comunismo soviético, de novo em campo na Crimeia e com a Ucrânia, de novo, sob a pata do tanque russo - ainda há pouco se celebraram os 70 anos do Holodomor (o quê, pergunta a Sílvia Rato que nunca ouviu falar de Coreia do Norte...).
 
Enfim, ainda vi uns minutos do Sporting-Braga, onde o portuense Artur Soares Dias voltou a ser bem-visto em Lisboa, como convém a um portuense que queira subir na vida.
 
ASD tão vesgo a negar dois penáltis ao FC Porto na Luz teve olho de lince para assinalar um para o Sporting, que existiu mas foi muito muito difícil de ver até na tv, com Mané inteligente a forçar o penálti levando-se a bater nas pernas do defesa Sasso que ia de carrinho.
 
Um mimo a que deve juntar-se, ironicamente e curiosamente, o bracarense Jorge Ferreira no Restelo, com díspar critério disciplinar, ao que se lê nas crónicas. O mesmo díspar critério disciplinar de ASD em Alvalade, mas não há dúvida que passa-se bem a jornada do campeonato sem comentários negativos na tv e críticas acérrimas nos jornais, que ficam gravadas para a posteridade, enquanto a tv é um saco de vento que amanhã já se esqueceu...
 
Todo um programa ibérico que lembra sempre outros tempos, já antigos mas bem vivos na memória de quem os conheceu.
 
Um bocado o mesmo que falar da teoria da soberania limitada, de Brejnev, no tempo do "urso soviético", retomada agora por Putin na Crimeia.
 
Há coisas que nunca mudam. De facto. A História regista todos os episódios, mesmo que alguns os neguem e outros façam de conta que uns e outros, por sinal vermelhos, são o mal que importa erradicar, mesmo que se achem os mais santos e puritanos à face da Terra.
 
Entretanto, à boa maneira ditatorial colocando-se acima de qualquer crítica e actuando como se não tivesse de prestar contas a ninguém, o Pinto da Costa vai também apodrecendo e desintegrando o FC Porto com a teimosia dos autistas na questão imunda do treinador Preocupações Fonseca que tem mais elevação e ética a pedir a demissão um par de vezes do que a SAD actuar em vez de ser compelida a reagir, o que é sempre a contragosto dos ditadores e que nunca dá bom resultado.
 

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