02 novembro 2016

Depressa e bem há pouco quem

Um aforismo que se aplica ao FC Porto a parecer querer sempre provar aquilo que é ou quer ser mas no qual, o seu jogo corrido, nem sempre muito é bom. E sabemos que o bom é inimigo do óptimo.
Sem dúvida que a equipa agarrou o jogo e retirou ao adversário a iniciativa, amiúde asfixiou o Brugge e o magro resultado final é escasso para tanto domínio e muitas ocasiões de golo onde faltou clarividência, normal num ataque jovem e quase sempre precipitado, numa certa falta de estrelinha sobrante no cabeceamento feliz, desviado, de André Silva no 1-0. Mas a equipa obrigou-se a correr mais do que o necessário, desgastando-se inutilmente ao jogar a um ritmo e num estilo directo propício ao opositor, belgas com um futebol duro e extenuante pela juventude aguerrida dos seus jogadores.  E depois de várias ocasiões falhadas foi Casillas a evitar o empate na única defesa a que foi obrigado, porque a equipa geriu mal a bola e o tempo - e o último canto foi exemplo triste desta constatação com perda de bola infantil que permitiu um derradeiro ataque belga.
A vitória é inquestionável e a superioridade foi flagrante ao contrário do jogo de lá. Mas há momentos em que ingenuidade e infantilidades se juntam para desagradar quem vê e intranquilidade a própria equipa na sua fase de se constituir como tal e tornar-se credível e sustentável enquanto desafiante de equipas com outros argumentos de plantel e experiência.
Basta ganhar agora em Copenhaga para selar a qualificação e corrigir  o mau jogo de abertura com os dinamarqueses para ainda disputar o 1° lugar no último jogo com o Leicester com quem também há contas a ajustar.
No jogo de hoje, realce para o regresso de Maxi em bom plano, descansando Layun, o habitual jogo intermitente de Herrera com entrega total e absoluta falta de qualidade no passe que faz até questionar se é possível jogar-se bem assim, enquanto NES insiste no mesmo tipo de substituições, com trocas directas e sempre os mesmos substituídos e quase os mesmos suplentes utilizados, de novo Corona e Rúben Neves além de Layun que até entrou mal.
Calendário cumprido e equipa de boa saúde antes de receber domingo o Benfica com quem decerto o jogo não será tão partido e de parada e resposta como obrigou o Brugge mas com "culpas" do FC Porto.
E domingo a gestão da bola, em menor espaço, e do tempo, sob maior pressão de vencer, constituirão um verdadeiro teste à capacidade de superação desta equipa em crescimento mas cuja maturidade não se compra - adquire-se com o tempo.

3 comentários:

  1. Caro Zé Luís, o optimismo do post, faz-me pensar como é possível ver o jogo de uma forma completamente diferente. É mesmo assim o futebol.
    Eu vi uma má exibição contra uma equipa banal.
    Cumprimentos Portistas!

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    1. Pedro, não percebo como acha optimista o teor do meu comentário ao jogo, até porque o título desmente esse optimismo e até uma visão positiva que tenha ficado do jogo. Aliás, a respeito do Herrera, menciono ser difícil achar que se joga bem errando tanto.
      Mais: digo que o FCP correu mais do q o necessário e q entrou no jogo conveniente dos belgas. Isto não é jogar bem. Depressa como quis o FCP e bem não consegue.
      Não inválida que tenha mandado no jogo e merecido a vitória. Desperdiçou muito, não só golos, como evitou muito de um opositor duro mas rápido e objectivo. Brugge é equipa incomoda..
      Todas essas ideias estão lá. O André Silva tbm disse que o FCP correu muito. Como eu digo. E não digo que tenha jogado bem, mas jogou mais e esteve melhor do q com o FCK.
      Ou não é assim?
      Daí o contraponto que deixo já antevendo o clássico.
      Abraço

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  2. Sim, Domingo a coisa vai ser difícil...
    Quanto ao Herrera, detestando individualizar é um dos problemas, e não é desta época.
    Cumprimentos Portistas!

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