30 setembro 2011

Funciona a pressão alta ou damos um passo maior do que o chinelo?

Como não tenho tempo para aprofundar certas questões, limitando-me a colocar os comentários (e tardiamente, volto a pedir desculpas), eis uma reflexão do meirelesportuense na caixa do post abaixo. Uma reflexão, curiosamente, que eu mesmo estava a fazer e que toca no ponto que me parece fundamental.

A reboque, vem a questão física. Anda muita gente a questionar, ou duvidas, da capacidade física da equipa e penso ser um erro ou uma ilusão ou má inferição do que se passa. Com o Benfica percebeu-se a perda de fòlego de Hulk e Álvaro porque tinham passado uma semana sem treinar. Ora, faltando duas peças a funcionar na engrenagem, a máquina não corre tão bem. Se as peças estiverem desafinadas ou não ajustadas, idem aspas. Pode ser que, não correndo todos no mesmo sentido e com o objectivo colectivo em mente, dará a sensação de algum estar a faltar com o seu esforço. Acho prematuro falar da parte física que pode ser confundida com a falta de jogo colectivo e adviria de uma falta de atitude que alguns vão reparando.

Eis o que nos diz o meireles, uma observação que me parece justa e eu partilho:

"foram cometidos muitos erros, mas essencialmente o que eu sinto na equipa é falta de nervo, falta de garra e débil demonstração de força para com os jogadores...O futebol não é bem um exercício de Democracia, o treinador de futebol tem de saber escolher e não pode recear decidir...Tem de saber punir e apoiar, mas com conta peso e medida porque os jogadores de futebol são difíceis de gerir...Tem de transmitir a sua própria confiança para dentro do campo, não gostava do Jesualdo porque era sereno e teimoso demais, não estou a gostar do Pereira porque me parece ter pouco pulso na relação com os jogadores...O jogo de preparação com o PSG deixou-me água na boca. mas o engraçado é que perdemos todos os jogos em que fizemos a tal pressão alta...Se perdemos foi porque essa pressão não resultou, se não resultou uma, duas ou três vezes para quê insistir?...Ao fim de meia hora de pressão muito alta o único resultado que fica, é a língua toda de fora.Se a preparação da equipa não dá para fazer isso, terá que se optar por outro sistema e se não temos um ponta de lança de qualidade inquestionável, então temos que privilegiar a acção da linha média...O que verificamos é que os alas continuam a jogar como se lá estivesse o Falcao e ele está a 600 quilómetros de distância, convenhamos que é muito espaço para cobrir com um cruzamento...A linha média está toda aqui, adquirimos uma série de alas mas na verdade nenhum deles tem jogado...E os melhores até foram cedidos".

Sopbre a ausência do Falcao, já referi a alteração sensível que tal representa no jogo, como a referência na frente e a capacidade de fazer jogo, recebendo, dando apoio. Realmente, se não há Falcao, faz sentido jogar da mesma forma? A verdade é que a filosofia de jogo não muda. O jogo com o PSG de que fala o meireles penso ser o jogo com o Lyon (1-2), muita pressão mas pouco resultado.

6 comentários:

  1. Bem visto!...
    Provavelmente o que aconteceu é que o VP deve ter achado que o Libras Boas deveria ter evoluído para este sistema mais barcelonista , ainda no ano passado, e quando pôde atirou-se para a frente! Só que o timming não foi o melhor, porque tudo tem acontecido;
    conta-gotas na chegada dos jogadores; contratações falhadas(chegadas e partidas); lesões de reforços; muita juventude; para além de se saber que uma equipe é o que as outras deixarem que seja... e, no ano passado, aquele primeiro jogo contra o benfas veio que nem ginjas!... Encheu de convencimento todos; deu o estatuto ao treinador, a ambição aos jogadores, encheu a alma dos adeptos, e esvaziou o balão vermelho...
    Acho sobretudo que o treinador precisa de ajuda... talvez por feitio, mas aprece estar muito sozinho. E, sozinho não vai lá, já se viu...Têm se feito comparações com o Jesualdo, mas o que me aflige é que vejo ali mais um Quinito...e como o Meireles , Portuense, dar muito poder aos jogadores é fatal... lembrei-me disso no final do jogo contra o Shaktar em que nos ficaram a dever 2 golos, lembrando a frase do mister:" os jogadores é que saibem se é para trocar a bola ou ir para a frente!"... AHHH!

    ResponderEliminar
  2. Pois, o que me deixou preocupado foi isso, frente ao Shakhtar, de não ir por mais. Ao in´vés, em cada início de partida, parece que os comemos, carago, mas esse tesão esvai-se cedo ou fracassa à mínima contrariedade.

    Este parece-me um excelente ponto de reflexão.

    Isto no âmbito de se vislumbrar toda uma época.

    Se a meio caminho tivermos de ir por atalhos, não é atraso nenhum, o importante é chegar ao destino.

    De momento parece restar confusão e provoca muitas leituras apressadas.

    Essa pecha contra o Shakhtar pode ter influenciado o jogo com o benfas, que o Porto controlou mas perdeu a vantagem.

    Nem está a resultar o ataque deliberado nem a comodidade de refrear ímpetos.

    Há momentos para cada coisa, e penso que com o Benfica estava a ser conseguido mas o 2-2 influencia, mal, muitas análises que não reflectem o que o jogo disse a não ser o demérito portista mais do que o mérito encarnado que incensaram.

    Agora, neste jogo com o Zenit, as suas incidências fortuitas influenciam muito outras leituras mas tende-se a menosprezar o valor dos russos e o seu mérito e classe.

    Daí achar precipitado, e algo desconjuntado, uma série de opiniões que vão pululando.

    Não concordo com o meireles, nem sei como se afere isso à distância, sobre uma alegada falta de pulso, como se os obedientes jogadores da época passada tornassem a ser maus da fita.

    ResponderEliminar
  3. Zé Luís:
    O jogo de que eu falo foi realizado ainda na fase de preparação, deve ter sido com o Lyon, não questiono, sei que foi contra uma equipa francesa e gostei do que vi embora perdêssemos.
    Aquilo que o jogo me sugeriu foi que se poderia ir um pouco mais longe que com o André Vilas Boas, jogar mais à frente, sufocar com isso os adversários, roubar-lhes a bola perto da sua área e desferir-lhes golpes dolorosos no imediato...O que tem vindo a suceder tem sido precisamente o inverso, a equipa tem decaído de jogo para jogo, tem tentado fazer uma pressão elogiável até certo ponto, mas a partir de algum momento do jogo -atingido o limite dessa capacidade de pressão?- as coisas começam a acontecer precisamente ao contrário, somos nós que somos sacudidos em vagas sucessivas pelos adversários que nos aparecem normalmente em situações privilegiadas de obter concretização.
    E não vemos os alas a auxiliar os defesas nas tarefas de recuperação imediata, vemos sim muitas vezes, os defesas a trocar a bola sem muito sentido, de forma um pouco desprendida e leviana em zonas muito perigosas.Os dois golos do Benfica eram perfeitamente evitáveis se houvesse mais energia na recuperação e na luta pela posse de bola em zonas mais intermédias.O Fernando é excelente a recuperar a bola pressionando à direita e à esquerda da linha de eixo da defesa, mas com dificuldades notórias em tocar com qualidade ou em alguns momentos rematar com eficácia à baliza contrária.
    Por isso eu defendi já, o apoio de outro médio à sua acção, alguém que o complementasse nessa função mais criativa, Souza e Guarin podem fazer perfeitamente esse papel...Moutinho também.
    O Falcao descobria os espaços de forma muito sabedora e matreira e tinha uma enorme capacidade de se desmarcar e aparecer sempre em boas condições de selar o golo Tinha também uma enorme capacidade de concretizar de cabeça.
    Kléber não tem -ainda- essa capacidade, tem que se criar alternativas tácticas e estratégicas para se poder dar a volta ao problema.
    Temos alas em abundância, Rodriguez, Varela, Hulk, Djalma, James, mas para mim os insubstituíveis nestas tarefas são James e Hulk, depois Varela e Rodriguez.Ainda não vimos o perfume do miúdo Argentino, pode ser uma revelação formidável.Ainda não vimos o Alex Sandro, se ele se revelar promissor, pode libertar também o Álvaro Pereira para as funções que referi atrás...Aliás já tinha dado a entender que o Fucile podia também servir de suporte a esse avanço.Sempre era uma forma de rentabilizar o jogador.Deixá-lo sozinho é que não, alguma coisa o impede de se concentrar como deve nas suas funções se for posto em roda livre.
    Estes são exemplos, alguns exemplos em milhares de possibilidades de estruturar a equipa com os elementos que possuímos neste momento.

    ResponderEliminar
  4. A falta de pulso para mim pode existir porque o Vítor Pereira parece ser uma pessoa de boa índole e esse é o primeiro passo para ser enrolado, engolido pelo Grupo...Depois temos um Quinta que em Moscovo parecia só lhe faltava poder acender uma fogueira para aquecer as mão enregeladas, sentar o rabinho no banco e pôr as perninhas a baloiçar...Estou a exagerar(?), devo estar, mas esta é a imagem que passa e que fica na mente quando olhamos para o banco...Aquele banco parece mais um refúgio de Inverno que um centro operacional e de análise.

    ResponderEliminar
  5. Estive a ver o Setúbal - Rio Ave, um jogo coberto pelas constantes oportunidades do Rio Ave especialmente na 2ª parte e pelas exibições de Kelvin e C Atsu...Um e outro em saliência, um Atsu mais consistente, mais redondo e um Kelvin a prometer muitíssimo.

    ResponderEliminar
  6. Mais um "defeito" ou "qualidade" -depende de quem vê a coisa- a apontar a Vítor Pereira: -Teimosia ou Inocência!
    Esperemos para bem do FCPorto -e de mim- que seja eu o único equivocado.

    ResponderEliminar