09 fevereiro 2014

Plantar o Jardim no Porto antes do calmo revivalismo entrre o "desportivo" e o "recreativo"

Qualquer correio da manha transmitir alegadas notícias do FC Porto só pode ser com conotação negativa, de resto "nacionalizada" e do conhecimento geral a percepção enraizada de má conduta na tramoia montada. Ao jeito de a TVI ser o megafone de um cantor tuga radicado em França mas que sabe levar 1,2ME das paróquias cá da parvónia e a Judite ter o grelo a saltar cada vez que dele fala, depois de lhe pedir, a fechar uma entrevista, que lhe cantasse uns versos de uma canção da moda ex-pimba revivalista. Ou a SIC dar corda às patranhas da esquerda e não é da mão canhota que se fala... Porém, se não fosse isso, como esticar para 90 minutos, às vezes modestamente nos 80 minutos, os telejornais da treta que enchem chouriços sem mostrar o porco e nem metade das parvoíces são dignas de serem catalogadas como notícias?
Isto do periodismo tuga pode ser como com olhos em bico. Ou apenas querer disfarçar uma coisa que tem bigodes e tem o que tem em termos de defesa de Liberdade de Imprensa.

 
Passados tanto tempo, vários anos, de Leonardo Jardim ter sido associado ao FC Porto, em véspera do derby entre o "desportivo" e o "recreativo", é como, exactamente ao contrário, todas as televisões da treta deste Portugalório que fala de tudo menos do essencial terem silenciado o lançamento de um livro sobre uma realidade, uma verdade e uma história que já se sabia, desde o seu início, mas que, agora, chegou mesmo ao prelo e não foi pela Imprensa de sarjeta vendida a interesses que não são os da Informação: a história de José Saramago ter procedido a perseguições políticas, a censura e a saneamentos no Diário de Notícias, no Verão de 1975, num PREC efervescente que de certa forma me deixa saudades.. Quem viveu, e eu tinha 13 anos e lembro muitos episódios do que me era possível captar e entender ao tempo da tv única, ocupada pelo Exército pomposamente designado de MFA, e a preto e branco muito cinzento, sabe que "Foi assim", diria Zita Seabra sobre a sua vivência proletária na URSS e a luta em defesa do povo com o PCP cá na terrinha, ela do Porto e preocupada com os alentejanos...
 
Pois cheguei a ouvir, nos telejornais da noite de 6ª feira na RTP e na TVI, os pés de microfone levados ao local questionarem Leonardo Jardim sobre a "notícia". Alguém, muita gente, deu crédito a algo assim, o que diz muito do entendimento jornalístico e do conhecimento intrínseco de colegas e dos interesses que se movem nas obscuras conferências de Imprensa da actualidade.
 
Jardim, ainda no Beira-Mar, talvez porque um dia foi elogiado por Pinto da Costa, ficou marcado pelo ferrete portista. Foi para Braga mas, alegadamente, era um trampolim para saltar para o Porto. Saiu para a Grécia, com o Porto como destino. Foi para o Sporting e... silêncio, nunca se recuperou as estórias anteriores sobre a "promessa" do Dragão. Agora, com mais um ano de contrato em Alvalade, em vésperas de um derby lisbonense, alguém noticia que Jardim está a caminho do Porto.
 
Não sei se a proximidade, acelerada e geográfica, do correio da manha e o atrelado rascord com a Luz, para onde se mudaram recentemente, tem a ver com isso. Sou ingénuo e não conheço a realidade local.

Mas isto de plantar notícias nos jornais... devia causar mais contenção a quem delas fala, por ter muitos rabos de palha.
 
Agora, que os próprios locais não saibam de coisas básicas já é um tiro no pé, porque credibilidade têm tanta como a dos correios da manha.

Antes de tentar perceber as notícias deve avaliar-se a reputação do veículo das mesmas, embora nenhuma dessas acções seja fácil de empreender. Mas como já temos ex-maoistas a criticar a sovietização dos tugas, por muito que os comunas se queixem do alto dos seus 10% de parcela eleitoral, "hádem" aparecer aí quem dê a volta a isto, a começar pelos textos.

Agora, acreditem se quiserem, na 6ª feira ouvi, num zapping, a conferência de Imprensa de Jardim em directo e ouvi a pergunta do dia. Pois eu não tinha dificuldade em adivinhar em que jornal sairia a bojarda.

Porém, só à noite, no Telejornal da RTP, a peça incluiu a referência directa à fonte da "notícia". Só encolhi os ombros.

Correio da manha não é estranho, não.

Estranho é levantar-se um burburinho insano e que só idiotas compram e divulgam. Estranho e insano porque para um Benfica-Sporting metem o Porto ao barulho, lateral e longitudinalmente.

Quer dizer, o derby parece calmo entre eles, mas nas vésperas o bagageiro bagaceiro do Sporting vem falar do que acha o Sporting que deve acontecer ao Porto na taça da treta - reverentemente, as tv's do regime replicam a coisa, mas é só o que o Sporting acha e eu acho de tudo muita coisa também. Um dia depois, para um Benfica-Sporting calmo, com arbitragens na ordem do dia, alguém, Eureka!, vai buscar a peregrina ideia de Jardim ir para o Porto quando está sob contrato até 2015 e o presidente do Porto "não conhecer" o do Sporting como meio de negociar.

Já não é estranho ninguém perceber isto, como fazer vista grossa a benfeitorias da arbitragem prós clubes de Lisboa: veja-se o Sporting a queixar-se do penálti contra o Marítimo no Dragão enquanto está fresco na memória o penálti contra o Sporting negado ao Marítimo em Alvalade; veja-se o Capela a permitir mais um golo ilegal ao Benfica em Penafiel, o Capela que Jardim evocou do infame Benfica-Sporting "sujinho, sujinho" mas que não evocou o caso da véspera em Penafiel...

Há estranhos casos de memória ou falta ela. De vergonha e falta de pudor também. Fedor de sobra.

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