22 março 2016

Épico?

Em 45 anos a ver futebol, e começando até com atenção redobrada ao sector internacional apesar da pouca divulgação de então, nunca vi arbitragem tão má como a do croata Bebek em Braga na semana passada. O favorecimento da equipa minhota foi tão obsceno quanto incompreensível, sendo que nem em jogos do Benfica vi, circunstanciadamente, tantas ajudas e de tamanha gravidade repetidas, como na última 5a feira.
Volto só ao tema por ler hoje que os turcos se indignaram com a nota (8,2/10) com a classificação dada ao trabalho de uma equipa de arbitragem que só pendeu para um lado, desmentindo a tese da pequena dimensão dos clubes portugueses e o choradinho da sua pequenez aplicada por arbitragens estrangeiras e tipos com insígnias FIFA.
Achei tão triste, igualmente, que O Jogo tenha titulado de épico um resultado influenciado pela arbitragem miserável que se viu e me incomodou tanto. Épico passa a ser sinónimo de ganhar a jogar contra 10, por fim com 9 e até contra 8, ter um golo em claro fora de jogo mas reduzido a questões milimetricas, piorando com uma gp inventada e expulsão indevida que arrasou o Fenerbahce. Já com o Sion houve uma gp favorável ao Braga mas inexistente e em Istambul foi anulado um golo aos turcos bem mais em linha de Van Persie do que a posição adiantada de Hassan...
O Record uma vez títulos de épico um triunfo do Benfica na Grécia sendo que ganhou também a jogar em superioridade numérica.
Quer dizer que está instalado o conceito de épico no futebol onde é costume relativizar arbitragens, gp, expulsões e influência nos resultados de arbitragens nefastas à verdade desportiva - e a verdade desportiva precisamente esgrimir quando da jeito...
Ora, nem o Braga fez história ao chegar aos 1/4 final na Europa nem os jornais ganham com o branqueamento bacoco destas coisas.
O Jogo vendeu menos de 15 mil exemplares diários em média durante 2015.
O Record vendeu 41201 em média, menos 4,9% face aos 44 mil e tal de 2014 e uma queda segura e imparável desde 2003 quando vendia 92 mil diários em média. As vendas de 2015 não melhoraram face ao ano anterior apesar do Benfica campeão e do Sporting vencedor da taça, tal como 2014 com o Benfica a ganhar tudo internamente não deu mais jornais vendidos, desmentindo-se, again and again, que o Benfica "vende" e os clubes da capital distribuírem entre si os troféus maiores também "fazem vender".
A falta de honestidade não ganha clientes no mercado e não engrandece o produto mesmo que bem "embrulhado" em apelo emocional e descarada omissão de factos para enganar incautos, como o ex-diretor do Record preconizou enquanto as vendas caíram para metade (92000 para 46000, 2003-2013) no seu nefasto magistério que liquidou o que se guindara antes dele a jornal desportivo mais credível, mais vendido e de maior referência acima do que era suposto ser a redonda Bíblia do fut tuga...
Os jornais não ganham, os leitores e aficionados não aprendem e os feitos épicos já são vistos ao contrário, borrando conceitos e queimando credibilidade, à medida de más arbitragens que sempre existiram mas tendem a não desaparecer enquanto não forem sistematicamente denunciadas. Fosse aquela arbitragem desfavorável ao Braga e cairia o Sameiro com o cónego Melo à volta no túmulo. Por muito menos, por um só penalty mal marcado ou negado, se fizeram autos de fé e quiseram exterminar a Gazprom e remeter a UEFA à fogueira da Inquisição...
E, contudo, diria Galileu, a bola gira, mesmo que equipas, jornais e arbitragens não saiam do sítio...

1 comentário:

  1. Não vi o jogo da 1ªmão...
    Vi o jogo da 2ªmão cá e confesso que achei muito estranha aquela arbitragem, os lances do 1 e 2ºgolo, os amarelos para os turcos e a falta dos mesmos para os da casa, depois do 3-1, as 2 ultimas expulsões foram naturais para jogadores quentes...

    Só não percebo se o arbitro esteve realmente num dia mau ou se existia algo que o fez prejudicar o clube turco, é que não vejo (e dai achar estranho) o que o beneficiaria em fazer passar o Braga...

    A comunicação social (escrita e a Sic que transmitiu o jogo) é mais do mesmo, se é contra os clubes Portugueses é má, é corrupta, se é a favor não se passa nada...

    Caracter e isenção não é com eles...

    Ah, para a com.social Portuguesa, o FCPORTO (mesmo em crise) é um clube estrangeiro...
    Só isso justifica que o benfica tenha sido o primeiro clube português a ganhar na Russia como disse entusiasticamente o comentador da rtp no jogo do zenit-benfica...

    Gil Lopes

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