08 fevereiro 2008

A mentira não tem futuro

"Sou treinador do Belenenses há ano e meio e em quatro confrontos que tive com o Paulo [Bento] antes deste, perdi três e empatei um. Burro não sou. E pensei que tinha de mudar o sistema face ao Sporting e sabia que esta estratégia ia ser uma surpresa"
Jorge Jesus, após o Belenenses-Sporting, 1-0, em que os azuis jogaram em 3x5x2

O FC Porto pode estar prevenido quando visitar o Restelo, nos finais de Março (24ª jornada). A equipa que interrompeu a série de 8 vitórias consecutivas dos dragões (1-1) promete mais surpresas depois de bater Benfica e Sporting em Belém.

Embora não aprecie o estilo, Jorge Jesus é reconhecidamente um técnico sagaz a montar estratégias sem privilegiar um sacrossanto sistema. Os fins justificam os meios e todos os técnicos conhecem os + e - das equipas adversárias e seus treinadores. Eu não aprecio - este ou outros que dão ênfase à táctica, embora os compreenda - porque retenho sempre a imagem de equipas com a chamada tracção atrás, sem correrem riscos, jogando no erro contrário, especulando com o jogo e, por fim, desvirtuando uma peleja em que, com a bola redonda e 11 para cada lado, retiram não só o lado aventureiro do jogo como o romantismo da luta leal que vedava a utilização de subterfúgios mais ou menos dissimulados e até eticamente reprováveis.

Artur Jorge e Alemanha
É claro que com os anos vamos perdendo a paixão de adepto e assumindo, em nome de capacidade crítica consequente à experiência, uma postura de treinador: pelo menos para nos habilitarmos a uma leitura do jogo, medindo a conveniente distância para quem é treinador mesmo. Da minha parte tento parar nesse limite.

Já vi Artur Jorge desprender-se de tudo o que era adquirido para conceber formas de travar o Ajax de Cruijff (2-0) com o jovem van Basten e a Holanda de Michels (1-0) com o potentado Gullit, nas Antas, pelo FC Porto e a Selecção Nacional. A campeã europeia Holanda que começou o Euro-88 a perder com a URSS modificou-se e ganhou à mesma equipa a final de Munique duas semanas depois.

Aqui e ali, uma esperteza ladina pródiga no jogador e treinador tugas fizeram história. Mas não só, ou não fossem os alemães artistas no disfarce quando se submeteram à Grande Hungria (3-8) na fase de grupos para ganharem aos Mágicos Magiares imbatíveis em 34 jogos em 4 anos, o Mundial-54 (3-2).

Hoje em dia, independentemente dos meios e dos truques mais ou menos lícitos, quase ninguém quer saber o sistema de Scolari, se o tem, desde que a equipa ganhe. E só em nome de uma mal concebida teoria de superioridade táctica alguma equipa hoje não ‘versatiliza’ o seu sistema de jogo.

As contas de Jesualdo
Como Jorge Jesus, Jesualdo pode fazer contas ao que ganhou e perdeu com Paulo Bento, outro treinador que acentua no discurso a "fase defensiva" e denuncia o modus operandi de um jogo súcio que raramente dá resultados, isto é dá umas vitórias mas não campeonatos.

A contar com isso, Jesualdo sabe que perdeu a Supertaça a jogar em 4x3x3 em Agosto último; ganhou (1-0) ao Sporting 15 dias depois em casa no mesmo sistema com que perdeu (0-1) em Março passado no Dragão; isto depois de ter feito 1-1 em Alvalade, na 1ª volta da época passada, em 4x3x3 e 4x4x2 quando teve que segurar o empate na meia hora final.

Denominador comum, até recuando aos confrontos com Adriaanse (1/2 final da Taça no Dragão por penáltis e decisão por Jorginho da Liga em Alvalade), é que o Sporting de Paulo Bento, talvez por emulação leonina, sempre deu muito que fazer ao FC Porto, ciente logo à partida de os leões jogarem atrás, arriscarem pouco e terem muito mais a ganhar, com simpatia geral da sua encomiástica juventude e de alguns cronistas do regime, do que a perder.

Esse cinismo, muito à italiana mas que ao Sporting não serviu ante os mestres da arte como foram Udinese e Roma em anos consecutivos, transforma-se em heroísmo insano se calha bem aos leões frente ao FC Porto.

O 4x3x3 de Jesualdo, entretanto, perdeu Tarik em África e a simetria do sistema ficou logo à prova. São os jogadores que fazem os sistemas, como provou Adriaanse em 3x4x3 e 3x3x4 mas já não foi o tolo do costume na decisão de Alvalade, ao optar por um 4x3x3 com cautelas… defensivas. Não transitou em julgado a sentença da imutabilidade dos sistemas e de conferir-lhes o labéu de ofensivo ou defensivo consoante o número de jogadores atrás, especialmente no meio-campo. Quem viu o 4x4x2 levado a Alvalade tirou a conclusão de haver ali um sentido defensivo que o jogo não mostrou logo desde o início nem foi a certificação da derrota imerecida. À falta de melhor argumento, porém, a propaganda do “medo” incutido por um sistema vingou nalguns espíritos mais apressados e “resultadistas” (perdes, logo o sistema foi mau).

Lições para o futuro
Como uma mentira pode ter presente mas não tem futuro e Jesualdo colhe os ensinamentos do passado, admito que frente ao Belenenses este comportamento "pouco católico" de Jesus possa fazer o FC Porto adaptar o seu sistema para não bloquear nas alas como em Alvalade e agora o Sporting no Restelo.

O 4x4x2 já foi utilizado em Chaves, para a Taça, e com a rotatividade do plantel pode ser testado de novo na Sertã: campo minúsculo, maltratado, impondo o futebol “ao monte” que exige adaptação, mais luta do que futebol, baixar ao “nível deles”. É assim na Taça.

São opções legítimas que se abrem na gestão de um plantel que não pode ser refém de um sistema só. A ascensão repentina de Farias, depois de uma paciência de santo desde o Verão para com o seu crescimento também demonizado pelos adeptos precipitados nos juízos feitos, não augura para a Champions a cristalização do 4x3x3 que parece desaconselhável - não era a pecha de Adriaanse na Europa? - perante adversários de outro potencial competitivo, individual e financeiro.

Até porque nunca se sabe como Tarik volta de África e o 4x3x3 homogéno só tem sentido com ele ou fica coxo e porventura debilitado. Se a fórmula sagrada fosse conhecida Fernando Santos estava consagrado no FC Porto, sempre em 4x3x3 e suicida em muitas ocasiões.

Numa mão-cheia de factores que condicionam a implementação de um sistema, ou variante para determinado jogo, têm abundado os fatalistas. Até parece que o FC Porto não dá muitos mais motivos de conversa do que o estafado sistema.

Como antevi, o jogo com o Leiria provou que é diferente o 4x3x3 com Farias do 4x3x3 com Tarik. E um 4x3x3, consagrado como o mais ofensivo, não só perde sentido ante uma maioria de adversários europeus em 4x4x2 ou similar, como só se justifica a quem tem os melhores jogadores do mundo que à frente resolvam jogos atrás de jogos: Barca, Madrid, Inter, M. United, por exemplo. O 4x3x3 dos anos 70 galvanizou quem tinha os craques daqueles tempos: Ajax, Bayern, Liverpool. Havia extremos e em Portugal Quaresma e Tarik parecem excepções, até Cristiano Ronaldo amiúde é ponta-de-lança, atrás de um ou ele mesmo na frente. Hoje, um 4x4x2 do Liverpool é diferente numa equipa alemã, por exemplo, e mais diferente ainda de uma equipa italiana. Jesualdo deve andar em testes laboratoriais com a ideia essencial: como vingar na Europa?

11 comentários:

  1. Já deixei em comentários dos posts abaixo a minha leitura á questão da táctica do Porto...
    Não me quero repetir mas há ideias que tenho que salientar.
    Eu não acho que o 4-4-2 seja pior,melhor ou mais ofensivou ou defensivo que o 4-3-3 ou qualquer outro,porque para além do sistema existem as dinâmicas de jogo e os seus interpretes que fazem com que um mesmo sistema possa ser totalmente diferente de equipa para equipa intepretado por um treinador ou outro.
    Nada tenho contra o 4-4-2.O Porto foi campeão europeu nesse sistema.
    O que sou contra é utilizar esse sistema quando nao se tem jogadores convenientes para o interpretar e acima de tudo quando a equipa foi planeada,pensada e trabalhada para o 4-3-3.
    Uma questao simples de aproveitar aquilo que temos de melhor.
    Se o nosso forte é as transiçoes rápidas e o jogo pelas alas não tem lógica matar-mos o nosso jogo lateral com um losango e deixar Quaresma fora do jogo.
    Se o Jesualdo tivesse feito um plantel a pensar nesse sistema e os jogadores que tivesse se adaptassem a esse sistema não havería problema.
    Há problema é quando uma equipa como o Porto altera a sua forma de jogar consoante um adversário como o Sporting que ocupa a 4ª posição no campeonato...
    Mourinho foi campeão europeu jogando no 4-4-2 mas nunca o alterou quando jogava contra grandes equipas porque acreditava nele e no seu planeamento.
    Claro que o sistema pode-se mudar mas nao todos os dias,nem por qualquer motivo,tem que ser em circunstancias especiais
    Contra o Sporting que tinha por debilidade essencias as laterias isso não se justifica.
    .
    .
    Outra coisa é essa do 4-4-2 ser defensivo.
    Depende da forma como o interpretas e os jogadores que tens.
    O manchester joga em 4-4-2.mas é um classico e com uma equipa superofensiva.
    Não é o 4-4-2 que é defensivo,é o 4-4-2 deste Porto de Jesualdo que não tem nº 10 como tinha no ano passado com anderson.
    Se o Porto jogasse em 4-4-2 losango com Assunção,Meireles,Lucho e Anderson sería um 4-4-2 fluído no ataque.
    Com Cech em vez de Anderson óbvio qe fica um meio campo de maior pendor defensivo.
    Óbvio que nem sempre os resultados espelham a exibição,mas quando a equipa perde sempre que joga em 4-4-2 isso devía ser motivo para o professor pensar.
    O Porto na supertaça estavam em pre temporada e nem contou com Lucho nesse jogo e jogou em 4-4-2.
    Para o campeonato fizemos um bom jogo e vencemos jogando no 4-3-3
    Em Alvalade Jesualdo voltou a inventar e o Porto voltou a perder.
    Tal como perdemos em 4-4-2 em Liverpool e em Londres no ano passado contra o Arsenal e com direito a banho de bola.
    Temos que deixar de lado esses complexos de pequenês.
    O Porto nunca pode mudar a sua forma de jogar por o adversário ser o Sporting.OO Sporting é que tería que se adaptar ao Porto e não o inverso.
    E como ja expliquei abaixo é possível uma equipa precaver-se em relação aos pontos forte do adversário sem necessidade de alterar toda uma rotina de jogo já enraizada.
    .
    .
    Comparar com o Fernando Santos não me parece correcto.
    O desenho geral pode ser o mesmo,o 4-3-3 mas estás a julgar épocas diferentes,contextos diferentes,jogadores diferentes e acima de tudo como expliquei atrás o mesmo 4-3-3 pode ser radicalmente diferente consoante quem o interpreta porque além do desenho o que importa são os mecanismos e as dinâmicas que se criam nesse mesmo sistema.
    .
    .
    Quanto a essa da vit+oria da Alemanha sobre a Hungria que a havia goleada a história é outra...
    A Hungria era muito superior á Alemanha só que nessa final jogou com Puskas lesionado e principalmente os alemãe correram como nunca nas suas vidas..
    Numa época em que nao havia controlo antidoping foram encontradas seringas no balneario alemão e após essa final vários dos jogadores que jogaram essa final estiveram algum tempo sem jogar sendo que alguns chegaram a estar internados...
    Uma das maiores injustiças da historia do futebol mundial foi a Hungria não ter ganho esse mundial.
    .
    .
    Sobre o jogo em alvalade,eu não disse que vi que o Porto fosse mais defensivo na sua atitude porque isso não faz parte da cultura daqueles jogadores.Mas vi uma equipa sem os mesmos mecanismos,e com menos á vontade naquele sistema.
    Como quando temos uma camisola demasiada apertada que não nos deixa andar relaxados,os jogadores tinham também um sistema que os deixava mais presos do que costume e nao lhes permitia fazerem o jogo que melhor lhes convém.
    Aliás basta ver que o maior nº de oportunidades e maior domínio de jogo vieram na 2ª parte com o regresso ao 4-3-3.
    Agora tu dizes-me,mas o Porto podia ter vencido mesmo em 4-4-2...Pois podía,tal como podia também se jogasse em 3-4-3 ou 3-5-2 etc
    Porque o Sporting está muito mal e o Porto muito bem.O Porto é muito melhor que o Sporting e seja em que sistema for tem sempre grandes chances de ganhar.
    Agora o que escrevi foi que em 4-3-3 com as rotinas já habituais o Porto ficava mais próximo de ganhar do que em 4-4-2 losango.
    E é claro que esse 4-4-2 é mais defensivo quando se tira um extremo para colocar um médio interior esquerdo de cariz defensivo como o é o Marek Cech.
    .
    .
    O Jorge Jesus?Belenenses é o Belenenses.óbvio que como todas as equipas pequenas se adapta á tactica do adversário quando este é mais forte em 90% das vezes...
    Comparar a postura táctica duma equipa como a do Belenenses com a do Porto me parece desadequado.
    Porque são objectivos diferentes,culturas diferentes,assim como mentalidades e armas diferentes.
    Se o Jorge Jesus tivesse jogadores para a ala como o Quaresma pensava duas vezes antes de deixar de jogar com extremos.
    A táctica do Porto tem que ser a que melhor se encaixa nas caracteristicas dos jogadores que temos,e numa equipa que tem um dos melhores extremos do mundo jogar seme xtremos parece-me descabido.
    Claro que admito excepções como aquele jogo em Stamford Brdge mas aí porque o Chelsea tinha armas superiores ás nossas e um meio campo de aço.
    Agora um meio campo com:miguel "bunda grande" veloso,moutinho,izmailov e romagnoli?Era suposto o Porto mudar de táctica por causa deste meio campo?
    Posso ser muito ignorante mas não vejo nada no Sporting que assuste ao ponto de nos termos que adaptar a eles.
    E comparas com o sporting do ano passado.Sao contextos diferentes,no ano passado o Sporting tinha muito mais futebol que este sporting.
    .
    Quanto a jogar em 4-4-2 na taça com o sertanense...O porto até pode jogar em 2-4-4 e vencería.
    Jogos desses são pequenos treinos em competição.

    ResponderEliminar
  2. Zé Luís,

    li o teu texto de opinião e fui concordando aqui e ali, aliás, concordando no essencial que é o mais importante, e retive a tua frase final que espelha o motivo de eu subscrever a opinião geral.

    "Jesualdo deve andar em testes laboratoriais com a ideia essencial: como vingar na Europa?"

    Nem mais. Falar nas mudanças tácticas de "ultima hora" dos grandes momentos históricos como a derrota da magnifica Hungria de Puskas, os momentos altos de Ajax, Bayern, Liverpool... Não valia a pena pegar nesses grandes momentos (forma de expressão) quando a razão do teu post está totalmente correcta. Jesualdo está nitidamente a estudar a forma mais correcta de abordar a Liga dos Campeões e os mais atentos têm necessariamente de aplaudir essa planificação. Não somos o Sporting ou o Benfica que por mais que falem andam épocas a imaginar o que será este nível de competitividade a que o nosso FC Porto está habituado. O FC Porto depois de há 3 anos ter sido Campeão Europeu e Mundial, reformulou um plantel, e prepara-se para - ainda que como outsider - tentar chegar a mais uma final europeia.

    3 Anos!

    Não quero com isto querer dizer que vamos chegar à final porque isso é conversa encarnada, mas que temos motivos para estar felizes, disso não existam dúvidas!

    Jesualdo? Depois de no ano passado ter liderado um balneário ferido, sozinho sem qualquer apoio da SAD, em pleno Apito Dourado, primeira grande equipa mundial que treina, perante uma certa massa adepta que ainda hoje não tolera o facto de ele ser "benfiquista"...

    Não necessita de grandes dissertações...

    Se tivéssemos a falar de um qualquer jogo de consola, diríamos que Jesualdo foi "obrigado" a jogar num nível elevado.

    Prova superada. E nota-se que para este ano o Professor tentou montar um 4-4-2. As contratações não deixam margem para dúvidas quanto a isto que afirmo. O problema - que em termos internos nem se coloca - é que Quaresma demora a integrar-se no tal 4-4-2 (vadio).

    Jesualdo sabe que só em 4-4-2 poderemos ter a sorte e a justiça do nosso lado. Farías traz um novo fôlego táctico, e Jesualdo depois de Alvalade passou também a saber perfeitamente com que linhas se irá coser.

    Laboratório. Nem mais Zé Luís.


    PS. Entendo muito bem os motivos do R. Costa, e na verdade acho que estamos todos de acordo, ainda que com prismas diferentes, mas a questão do 4-4-2 com Cech pode-se dizer que é uma estupidez/teimosia do Professor. O eslovaco parece ser muito profissional, mas por favor...

    Jogar com Cech é o mesmo que jogar com 10 e meio.

    É isso. Cech é um meio jogador.

    Portanto R. Costa, no minímo, já somos dois a achar isso. O 4-4-2 de alvalade pareceu-me bem, o que eu não entendo é o tal de meio jogador.

    O Zé e o Ricardo têm razão. Para mim, o problema é...

    Isso.

    O meio jogador.


    Abraços.

    ResponderEliminar
  3. Miguel Teixeira, sobre o Cech já escrevi várias vezes que sempre é melhor a médio do que a lateral. A médio nunca comprometeu. Não é que o ache grande espingarda, mas a verdade é que se rende alguma coisa é a médio. Ponto.
    Com ele não fica mais ou menos defensivo, como é a tónica dos críticos. Até por dar mais liberdade a outros, como Lucho jogou muito mais à frente em Alvalade!
    Ricardocosta, na Supertaça em Agosto jogaram na frente Quaresma, Adriano e Postiga. Não me digas que jogamos em 4x4x2!...
    O M. United não joga em 4x4x2 com Tevez, C. Ronaldo e Giggs.
    Pode parecer, mas é fogo fátuo, se CR se juntar ao ponta-de-lança, mas aí o 3 da frente está é descentrado, não há simetria como aludo na diferença entre o nosso 4x3x3 com Tarik ou com Farias e Lisandro obrigado a cair para um flanco - e ainda está por comprovar que seja boa coisa, é melhor aguardar e verificar com adversários de grande valia.
    O exemplo de Jesus, como o de muitos outros dos quais dei alguns emblemáticos que fizeram a história do futebol, é significativo: não sabia como ganhar, mudou o sistema e ganhou limpinho.
    Nenhum treinador, nem Mourinho deixou de modificar o seu sistema como Jesualdo o faz pontualmente, dirá alguma vez que só um sistema é que é bom. Há que ser versártil, os jogadores devem aprender, a maturidade colectiva resulta do enriquecimento da interpretação táctica hoje fulcral no futebol como mais uma vez nos desmonstrou a bela Itália que me enche as medidas apesar dos apodos de "cinismo" só de quem não sabe dizer mais nada ou não percebe de futebol.
    Os sistemas fazem-nos os jogadores e são eles que se melhoram se forem induzidos a aprender.
    Este tema, arredio das conversas do futebol em geral, dá pano para mangas e só quis, de novo, enfatizar que não devemos ver o FC Porto, por causa de Quaresma, remetido ao 4x3x3.
    Não gostas de lembrar o Fernando Santos por achares um contexto diferente, eu não via a nossa equipa actual inferior àquela que tinha grandes jogadores e fez épocas brilhantes e sempre de conquistas: Drulovic, Zahovic, Jardel, Capucho (quando "queria").
    Desvalorizas o meio-campo leonino com Romagnoli, Izmailov, Moutinho, M. Veloso (antes com Nani também), mesmo Vukcevic que dá grande ajuda porque se entrega ao jogo, mas não há meio-campo muito melhor e esse é a alma do Sporting. Foi nesse meio-campo que o FC Porto, com Adriaanse e com Jesualdo, sentiu sempre imensas dificuldades, daí eu perceber o que Jesualdo quis em Alvaade e não acho que tenha corrido mal, pelo lado do sistema.
    O problema acaba por ser do Sporting, como há muito antevia, que cristalizou naquele sistema e ficou refém dele, não sabe jogar noutro. Não tem jogadores para jogar em 4x3x3? Tem, Izmailov é um extremo, Djaló outro mas está lesionado, Derlei era extremo e/ou 2º ponta-de-lança no FC Porto e para isso foi desejado em Alvalade.
    Derlei foi extremo no 4x3x3 de Mourinho em 2002-2003, mas jogou-se amiúde em 4x4x2 nessa época, não foi sempre no mesmo tom.
    Todas as equipas têm de saber jogar num sistema alternativo, por muito que alguma superioridade portista no campeonato imponha jogar sempre em 4x3x3. Já é algo à toa arriscar o 3x5x2, por exemplo, quando se está a perder, quando se está à rasca e há que tirar alguma coisa da cartola.
    Eu achei uma vez piada a uma observação de Mourinho, precisamente no Porto-Sporting (0-1) de Março passado. É que o Zé disse que Jesualdo preferia o 4x4x2 e eu vi Jesualdo 3 anos em Braga em 4x3x3, veio para o Porto e usou o 4x3x3. São daquelas notas dissonantes no futebolês que julgamos dominar e em que o discurso não encaixa na realidade.
    O FC Porto em velocidade de cruzeiro na Liga e a pensar a sério na Champions tem de jogar de outra forma. Não temos os melhores jogadores do mundo para jogar com 3 à frente. Não podemos ver a maestria da equipa em Portugal repetir-se nas pelejas europeias de alto calibre.
    E, repito, nem o M. United ou a Roma tiveram vida fácil com aquele meio-campo do Sporting que está muito rotinado (e dali não sai da casca), com muito trabalho e entreajuda. Foi com isso que Jesualdo contou em Alvalade. E decorrido este tempo achei que era melhor eu frisar estas ideias que são incompreendidas na generalidade dos adeptos depois sujeitos a uns encartados avulso nas coisa da bola a dizer "medo", "confusão", "defensivo" por muito que o jogo demonstre o contrário.

    ResponderEliminar
  4. Outra coisa que gostaria de frisar.
    Repito que não tomo como prioritário fazer de um sistema x o fulcro do jogo. O Sporting-Porto é disso exemplo e o desacerto de Lucho, para mim o melhor jogador da Liga, foi a chave para o resultado errado. Imagine-se que Paulo Bento veio lamentar que em ocasiões falhadas o Sporting nem teria merecido perder no Restelo; tomara ele saber que só teve, se tanto, metade das ocasiões falhadas pelo Porto em Alvalade, mas sabemos que Paulo Bento é pouco objectivo e imparcial nestas coisas.
    Porque as questões da táctica, na história do futebol, nunca tiveram mais relevância do que a forma de marcação zonal ou individual, essa sim que criou clivagem, autêntico cisma nos estudiosos da bola.
    Lembre-se o antagonismo entre o Billardismo e o Menottismo, a marcação ao homem e o jogo á zona de um e outro técnicos argentinos, cada um campeão mundial (1986 e 1978, respectivamente).
    Da mesma forma, o Milan à zona de Sacchi, que pulverizou, pela organização táctica e um 4x3x3 difuso pelo vagabundo Gullit, desmentiu os mitos sobre tácticas, sistemas e marcações. Para mais num futebol italiano padronizado, resgatado do catenaccio que nos tempos áureos não impediram o Milan de Rivera de levar 6 secos do Ajax de Cruijff na Supertaça de 1973.
    E para percebermos que cada sistema tem um contra-sistema, digamos assim, é curiosa a relação frutuosa dos èxitos portugueses, com ronha e sagacidade, ante os holandeses que praticamente nascem e morrem em 4x3x3 sujeito à malícia de outras espertezas tácticas que eu reconheço nos técnicos nacionais muito capazes a ler o jogo e a quem não se presta a devida atenção e mérito.

    ResponderEliminar
  5. Viva..

    Zé Luís, só um pormenor.. O M. United para além do Tevez, C. Ronaldo e Giggs também joga com o Rooney..

    Mas está a ser uma boa troca de ideias. Continuem...

    Cumprimentos,
    Bruno

    ResponderEliminar
  6. Caro Zé Luis:
    Mas eu dei exactamente o exemplo do Manchester de como um 4-4-2 pode ser muito ofensivo,depende da forma como o treinador e jogadores o interpretam.
    No manchester temos um 4-4-2 clássico com dois alas bem abertos e dois jogadores no meio capazes de fzer o campo todo quer em trabalho defensivo quer a transportar a bola.
    Na frente de ataque já Tevez e Rooney que para equilibrar vêm muitas vezes buscar jogo atrás e são os 1ºs defesas do manchester pressionando logo á frente.
    Mas mesmo este 4-4-2 clássico é diferente de todos os outros do passado,porque tem dinâmicas diferentes.
    CR não é um extremo fixo como eram giggs e beckham no Manchester campeão europeu.
    Isto é um exemplo do que eu te tenho dito,é possível adaptar o jogo da equipa ao adversário sem destruir os automatismos construídos nem desfazer a roupagem táctica.
    O manchester é um exemplo disso.Ferguson tirando algumas excepções pntuais sempre jogou em 4-4-2 clássico na sua carreira.O que ele fez foi adaptar esse 4-4-2 á evolução do futebol e adapta-lo consoante as circunstancias quer produzindo uma alteração do cariz de jogo alterando um ou outro jogador no mesmo esquema tornado-o mais ofensivo ou mais defensivo, quer poruduzindo alterações que barahassem as marcações como esta troca constante entre 3 dos 4 homens da frente(rooney,tevez,Ronaldo).
    .
    .
    Eu não peçp uma cristalização táctica do Porto.
    Critico tambem Paulo Bento pr só saber jogar num sistema.Mas só o critico porque efectivamente este sistema de Paulo Bento já deu o que tinha a dar e este ano era necessário inovação.
    .
    Mourinho nisso foz sagaz.Na sua 1ª época dominou tudo e todos com o seu 4-3-3,na 2ª como reparava que todos já imitavam o 4-3-3 do Porto e que já começavam a entender as suas rotinas Mourinho altera-o para o 4-4-2 losango que depois virou moda também.
    Mas foi uma decisão pensada e planeada com tempo e tomada porque a equipa o necessitava e Mourinho preparou-a para isso.
    Chegaram mais médios de qualidade e assim a equipa sentia-se mais confortável no 4-4-2 do que no 4-3-3.
    O que não quer dizer que em alguns jogos nao pudesse jogar no 4-3-3 mas sempre como um sistema alternativo.
    Uma equipa com médios como_Costinha,Maniche,Mendes,Deco,Alenithev e até Carlos Alberto que podia jogar a médio tem toda a lógica que jogue em 4-4-2.
    Uma equipa com extremos como Tarik,Quaresma e ainda com Lisandro que pode fazer essa posição não tem lógica que abdique de um dos seus pontos fortes que é o jogo pelas laterais e aposte num sistema com com 4 homens no meio de características mais defensivas que ofensivas.
    O 4-4-2 losango na sua génese não tem que ser um sistema defensivo,depende dos jogadores que tenhas e das dinâmicas que cries.
    O do Porto é defensivo porque efectivamente:Paulo Assunção,Meireles,Cech e Lucho são defensivos.
    2 médios defensivos,um defesa esquerdo adaptado a médio interior esquerdo e um médio centro.
    Assim a equipa torna-se mais afunilada e menos ofensiva deixando de explorar tanto o jogo pelas alas.
    O 4-4-2 losango pode ser ofensivo se trabalhado com os jogadores adequados para isso.
    No Milan por exemplo h´jogos que joga com:Pirlo,Gatuuso,Seedorf e Káká.
    Isto é um 4-4-2 equilibrado e ofensivo.Tem um médio defensivo,outro que é um medio defensivo que constroi muito jogo,um médio interior esquerdo que abre muito o jogo pelas laterais(seedorf) e outro que joga solto no terreno(Káká).
    O Porto não tem médios paa o 4-4-2 de forma a que ele se torne ofensivo.
    No ano passado podería ter.Bastava colocar Anderson de nº 10.
    Este ano se jogar em 4-4-2 significa jogar com Cech no meio obviamente significa passar para um sistema mais defensivo.
    .
    .
    Eu admito que o Porto adopte um sistema mais defensivo em alguns jogos.Não contra o Sporting nem contra nenhuma equipa em Portugal actualmente.
    Mourinho quando dominava o futebol em Portugal ía jogar á Luz e a Avalade sem grandes preocupações como se jogasse em casa,porque sabia que o seu Porto era muito superior.
    E mesmo na Champions nunca mudou a sua forma de jogar em nenhum campo.
    O que fazia de forma inteligente é dentro do seu sistema de jogo encontrar formulas de contrarear o jogo do adversario,quer mudando um ou outro jogador tendo em conta as características do adverario quer alterando alguns movimentos da equipa.
    .
    Há um contrasistema para todos os sistemas?Há,mas o segredo de um bom treinador é aquele que consegue planear um sistema e modelo de jogo que possa-se transformar no decorrer do jogo e adaptar contra qualquer equipa,contra qualquer sistema.
    .
    .
    Exemplo do jogo de Alvalade.
    Se o Sporting estivesse tão forte como no ano passado e mais proximo pontualmente do Porto eu admitia o reforço defensivo do 4-4-2.agora este débil sporting com laterais fracos nao.
    Este Sporting pedia uma atitude corajosa,destemida,uma entrada de líder,de quem sabe que é melhor e que os outros se devem preocupar.
    Entrar co Quaresma e Lisandro em cima de Pererirnha e Ronny e fazer-lhes a vida um inferno,obrigando-os a ser socorridos por Izmailov e Moutinho e assim partindo esse tal poderoso meio campo de 4 homens.
    Aí ficaríam no meio 3 do Porto para 2 do Sporting em varias ocasiões.
    Dentro do mesmo sistema o professor podiía perfeitamente se precaver do meio campo leonino.
    Bastava pedir a Lisandro que sem a bola fechasse no meio e assim cria-se igualdade numérica,Lisandro tem capacidade fisica para isso.
    Agora parece-me é pouco lógica num jogo em que ponto fraca da outra equipa são os laterais abdicar-mos de extremos e os deixarmos á vontade,até ao ponto de se dizer que Pereirinha foi o melhor em campo...
    Melhor em campo porque não tinha ninguém em cima dele para marcar durante grande parte do jogo.
    .
    .
    Sobre as preferencias do Jesualdo,eu concordo com Mourinho.Jesualdo prefere o 4-4-2 losango.
    O que acontece é que quer no Porto quer em Braga ele tinha sempre bons extremos que não podia desaproveitar.
    Mas no seu ultimo ano e Braga ja se via Jesualdo a tentar solidificar o 4-4-2.
    .
    .
    Se tu fores a ver as grandes equipas europeias todas têm um sistema solidimentado.
    Todas.Todos nós sabemos em que táctica joga o Milan,O Barcelona,o Real Madrid,o Arsenal etc.
    Porque uma grande equipa deve assumir a sua matriz de jogo e trabalha-la.
    Alterar isso só em circunstancias muito especiais contra adversários que o justifiquem porque caso contrário torna-se contraproducente.
    Devo também lembrar que historicamente as equipas que marcara o futebol marcaram fazendo escola num sistema e nã por o alterarem constantemente.
    A Hungria de Puskas com o seu wm com um meio campo que pela primeira vez na historia atacava e defendia em conjunto.
    O Ajax de Cruyff e a seleção holandesa de Rinus Michels com o seu futebol total.
    .
    .
    Os grandes técnicos como Mourinho sempre dizem que uma equipa deve ter a sua identidade e que não se pode mudar por mudar.
    Quando se muda tem que ser algo pensado como Mourinho fez de 2003 para 2004 e não devido ao adversário...
    O Porto não pode ser o Belenenses do Jorge Jesus,o Porto pela sua grandeza tem que ter a sua estrutura,modelo e filosofia e impô.le em qualquer campo.
    Claro que eu não sou louco e não peço que o Porto va ao Chelsea jogar em 4-3-3.Mas aí está acho que se deve mudar apenas em casos muito muito especiais e tendo em cnta o poderío do adversário e os seus pontos fortes e não numa preocupação de marcar todos os seus jogadores mais fortes ou anular o seu jogo.
    Jogando em casa o Porto deve sempre jogar em 4-3-3 na Champions,porque são jogos que temos que vencer e para vencer temos que jogar na táctica em qe a equipa se exprime melhor no plano ofensivo.
    Nos jogos fora,dependendo do resultado da 1ª mão e do adversário podemos evoluir para esse tal 4-4-2 que é mais defensivo mas que é um sacríficio necessário em alguns jogos.
    Mas acredito também que o Porto necessita´ra dele poucas vezes,e acho que sería uma excelente solução entrar nesses em campos em 4-3-3 e assim surpreender os adversarios com uma atitude ofensiva como o fizemos em Marselha por exemplo.
    Estou farto de ver o Porto perder jogos na Europa por se apequenar quando joga fora e mudar tudo apenas por medo do adversario.
    .
    .
    Nesse aspecto acho que o Jesualdo ainda é um treinador da velha escola portuguesa com uma mentalidade pequena de que lá fora era todos metidos lá átrás e esperar pelo pontinho...
    Felizmente Mourinho rompeu com essas ideias arcaicas e até dizia que não se importava de empatar em casa porque sabía que ía ganhar fora e isso dá uma enorme confiança e motivação aos jogadores e provoca medo e preocupação nos adversários.
    .
    .
    Sobre o Fernando Santos volto a insistir:
    1º Fernando Santos não é táo bom treinador como Jesualdo Ferreira na minha humilde opinião.
    2º jogar em 4-3-3 com bons jogadores não significa jogar da mesma forma,essa ideia é um erro.
    O Barça tambem joga num 4-3-3 e o estilo de jogo deles não tem nada a ver com o do Porto.
    O 4-3-3 de Fernando Santos era um 4-3-3 mais exposto do ponto de vista defensivo do que este de Jesualdo.
    FS jogava com 2 homens bem abertos nas alas:Capucho e Drulovic e tinha um nº 10 como Zahovic que não ajudava defensivamente como ajuda Lucho tornando o 4-3-3 numa variante 4-2-3-1.Já Jesualdo joga num 4-3-3 mais forte defensivamente e menos exposto.
    Lucho não é um nº 10,o Porto neste ano joga com um 6,um jogador entre o 6 e o 8 e um 8 que é o Lucho.
    Ou seja um pivot defensivo fixo,um medio defensivo mais móvel e um médio centro com uma formação bastante vincada no aspecto defensivo.
    .
    No ínicio do ano preocupava-me porque podería faltar criatividade a este Porto sem um 10 e que viveríamos muito da inspiração de Quaresma para criar jogo,mas o facto é que tem resultado.
    Continuo a achar que em alguns jogos fazia falta ter um 10 no banco para dar mais criatividade á equipa,mas o facto é que nos temos dado bem assim.
    Este 4-3-3 de Jesualdo é mais forte defensivamente que o do ano passado porque no ano passado jogavamos muita vezes na variante 4-2-3-1.
    Este ano sem 10,ficamos com um 4.3.3 muito coeso e por isso o estilo de Jesualdo se implementou melhor.
    Sem um 10 Jesualdo pode fazer o seu jogo de transiçoes rápidas que tanto joga.
    ´a forma como jesualdo entende o jogo é que se deve ter pouca bola,nao se deve andar a reter a bola,quando se recupera deve.se em poucos toques passar rapidamente de uma situação defensiva para uma transição rápida no ataque e assim surpreender o adversário.
    .
    O 4-3-3 de FS basiava-se numa ideia de posse de bola,que é a ideia de FS sobre o jogo.O Porto devía ter a bola,troca-la e esperar que o adversário abrisse brechas para o Porto explorar com os seux extremos.Por isso era nexessário um 10 como Zahovic que se devia preocupar mais em atacar que defender.
    O jogo do Porto era também mais aberto nas laterias e com menor cobertura defensiva uma vez que quer Capucho quer Drulovic vinham pouco atrás e Jardel não pressionava no ataque.
    O de Jesualdo não é um 4-3-3 totalmente aberto nas alas.
    UYma ala é aberta para Quaresma,mas é um destro que tanto pode cruzar como procurar movimentos interiores de rotura para aplicar a sua trivelanão se cola á ala simplesmente.
    No outro temos alternancia,podemos ter Tarik que abre mais o jogo mas que também vem atras apoiar o lateral ou jogar como Jesualdo gosta com um falso extremo como Lisandro que fuja para movimentos interiores no apoio ao ponta de lança.
    É um 4-3-3 menos estático que o De FS e mais imprevísivel na frente com mais trocas de posição que eram impossíveis no 4-3-3 de FS com Jardel fixo na frente.
    Isto sem falar que a configuração do meio campo e os seus desdobramentos sao totalmente diferentes tambem jogando com Lucho ou jogando com Zahovic.
    Como vês ambos jogam em 4-3-3 mas ambos o intepretam de forma diferente,nao só o sistema.Os dois têm duas filosofias diferentes de ver o jogo e como tal o 4-3-3 pode parecer igual no papel mas a forma como é aplicado é totalmente diferente.Como tal não os podemos comparar.
    Não podes partid o principio só porque FS perdia os seus jogos em 4-3-3 com equipas grandes que Jesualdo também os perderá.
    Ayé porque o 4-3-3 do Porto de si já um sistema marcado pela consistencia defensiva e nao um 4-3-3 super ofensivo como esse de FS ou do Manchester United.
    O 4-3-3 que Jesualdo planeou já é um 4-3-3 bem coeso e equilibrado feito para uma equipa que está preparada para não ter muita bola mas que quando a tem se desdobra rápido no contra ataque...
    Parece-me um 4-3-3 pensado para triunfar na Europa,porque te todas as características disso.Pode ser dominador mas pode também mais facilmente ser um 4-3-3 de expectativa e de contragolpes com transiçoes fortíssimas,aquilo que é sem dúvida o ponto forte deste 4-3-3 de Jesualdo.
    .
    Saudações portistas

    ResponderEliminar
  7. Eh lá isto está mesmo interessante até tenho medo de me meter nesta discussão tal é a qualidade dos comentários..
    mas não posso deixar de dar a minha opinião neste assunto que tão importante e polémico é para o nosso FCP.

    de facto acho que concordo com tudo o que foi dito até agr, se por um lado acho que o porto deve apostar quase sempre no seu sistema habitual, por outro, mudar de sistema pode ser uma prova de inteligência, não pela adaptação ao tipo de jogo do adversário mas para fugir a uma hipotética e possível adaptação do adversário ao nosso sistema habitual e assim surpreende-los!! parece semelhante mas para mim é muito diferente!!

    acho que o porto só tem a ganhar se souber jogar com o 4-4-2 e o 4-3-3 mas para isso tem de ter jogadores apropriados, já para não falar do treino (tenho de acreditar que é treinado claro) é óbvio que o quaresma é melhor jogando nas alas, mas um jogador da sua qualidade não posso ser assim tão limitado e sinceramente acho que pode de vez em qd jogar em 4-4-2 fugindo para a linha sempre que possível. o maior problema é mesmo a falta de um médio de qualidade que possa fazer o lugar extra no meio-campo, esse sim acho que é o nosso maior handycap. esta época parecia termos pensado nisso compramos leandro lima, Kaz, fernando e luis aguiar mas nenhum certo para aquele lugar ou pelo menos não merecedor da aposta do mister, por outro lado deixamos fugir Ibson talvez o que mais falta faz!!

    espero que o porto na próxima época possa pensar nisso melhor, somos uma grande equipa e temos de nos comportar como tal, comprar mas comprar bem!!

    No resto da época actual não sei sinceramente como vai ser, o 4-4-2 vai dar mt jeito em alguns jogos mas Chec não é de certeza a solução!

    desculpem lá intrometer-me lol

    FORÇA PORTO!!

    ResponderEliminar
  8. Versão II:
    -Para mim Zé Luís, é como tu dizes, o Processo Bexiga foi às malvas -de Malveira?...- porque a MJM assim o quis e se assim o quis, porque foi?...Porque se afirma não existirem provas que confirmem o que foi amplamente dito -escrito- e descrito pela Carolina "Del Corriere de La Matina"?...Uma coisa é certa, ela assume ser -sem qualquer pudor ou sentimento- a autora moral e material do Crime, logo...Bem, a dona MJM não pode meter no saco a sua "arma mais secreta"...Logo...Se a Carolina fosse dentro que poderia querer mais o Bexiga do desenrolar do Processo, cócegas?...Gondomar é -todos sabem- este fim-de-semana a Capital da Porno-xaxada, logo é provável ter por lá a dona Carolina em grande!...Ele só tem que dar vinte Euros -de entrada- para posteriormente lhe poder apalpar as marufinhas e o rabinho!...Mainada!...Queres festa, paga Bexiga!...

    ResponderEliminar
  9. Até pode ser que apareça por lá o Madureira para a festa ser de "arromba"...

    ResponderEliminar
  10. O 4-4-2 no Porto nunca vai ser um sistema para jogar ofensivamente.
    Pela simples razao de que o Porto nao tem um jogador explosivo no meio campo, um jogador de drible que "parta" meios campos. Nao temos numero 10.

    Nao quer dizer que nao seja um sistema para ganhar jogos. Numa coisa o Ze Luis tem razao: com o Cech no meio campo o Lucho fica muito mais solto para render onde mais rende. Com o 442 o Porto esmagou o Sporting nos primeiros 15 minutos. Sofremos 2 golos por manifesta infelicidade. E se o lance do Helton é um frango (parece-me que nao é assim tao frango), o que sera o do Ricardo Vendedor de Frangos contra a Italia.

    A verdade é que um novo sistema leva tempo a implementar, ainda por cima quando nao temos jogadores para o implementar de uma forma cabal, a coisa fica mais complicada.
    Hoje em dia e principalmente na Europa isto é muito complicado, até porque os médios defensivos sao diferentes em quase todas as equipas. Ja nao sao fotocopias uns dos outros. Os laterais ganharam uma personalidade propria. Ja nao sao mais jogadores 'amarrados'.
    Isto da muito que pensar aos treinadores. Um 442 alemao é diferente de um 442 italiano ou ingles (se juntarmos a isto treinadores de diferentes culturas e escolas futebolisticas, temos uma confusao jeitosa).
    Posto isto, para o Porto jogar em 442, tera sempre de fazer uma adaptaçao ao adversario precisamente porque nao tem o tal numero 10, que também saiba defender e que lhe permite fazer do 442 um sistema "completo". Mourinho tinha Deco e Derlei. Um partia e o outro acabava de matar. Em 1001 zonas do terreno. Jesualdo tem Lisandro e mais ninguém.

    Por esta razao, o Jesualdo tera muito mais dificuldades em tirar rendimento do 442 do que do 433.

    O Quaresma e o Tarik rendem mais em 433. O Quaresma so é disciplinado tacticamente quando quer e isso no 442 pode ser fatal. Em 442 o Quaresma fica mais escondido do jogo e ele proprio nao gosta disso. O 442 predispoe outro tipo de jogadores e mais soluçoes que o Porto nao tem.

    Eu acho que o Jesualdo esta a tentar encontrar mais soluçoes para a Europa. Mas nao é facil. Porque nao tem numero 10 e porque nao preparou mais 1 ou 2 jogadores do meio campo para o que ai vem. Nao deu oportunidades a 1 ou 2 que poderiam ter oferecido polivalencia ao meio campo. Em vez disso queimou todos os cartuchos com o Mariano.

    O regresso do Ibson (com juizo na cabeça), é imperioso na proxima época.

    Acho que o Farias vem oferecer uma qualidade que nao tinhamos e um sem numero de soluçes na frente que vai confundir muita gente na Champions. Acho que é ai que podemos surpreender. O Professor tem que acarinhar o Argentino e dar-lhe confiança para estar no maximo em Março e Abril. Ele pode vir a ser determinante.

    Outra questao é a de Tarik? Com que forma regressou da CAN? Se tiver o mesmo rendimento da 1a volta entao ai arrisco-me a dizer que, com um Quaresma inspirado, um Lisandro bem fisicamente, um Farias moralizado e um Lucho a exibir-se ao nivel a que tem estado temos muitas hipoteses de estar nas meias-finais. O sucesso do Porto vai depender mais disto do que do 442 ou do 433.

    E no centro da defesa? O que acontecera quando um dos nossos centrais acumular 2 amarelos?

    Ha muito em que pensar e estamos la quase.

    Relembro todos os Portistas que um Schalke com Asamoah, Kuranyi, Ze Roberto e o numero 10 Rakitic, nao vai ser pera doce, principalmente na Alemanha. Nao se admirem que Jesualdo faça algumas experiencias até la.

    ResponderEliminar