14 maio 2012

Já não se pede o Quim (como em 2010) e o suplente do Benfica não é questionado como foi Beto no FC Porto

Não quero entrar em polémicas, porque nunca o faço de forma vil e gratuita como é moeda corrente em circulação, e nem me detenho muito, nem o farei doravante, na convocatória de Paulo Bento para o Europeu. Mantenho, como sempre, a ideia de poder haver sempre, seja quem for o responsável técnico, uma discordância com este ou aquele jogador. Infelizmente, como se sabe, a coerência e rectidão não abundam por aí e nem sempre se passa assim. Não digo, porém, que esta é a minha Selecção e acho indiscutíveis, doravante, estes 23 eleitos. Aliás, continuo a afirmar que Paulo Bento não tem estaleca para ser seleccionador e a prova disso é, mais uma vez, a convocatória de algumas figuras que são simplesmente da sua corda de amizades como se retira do lote de seleccionados quase todos da sua vivência de ex-treinador do Sporting.
Vi em directo a apresentação, mas só porque liguei a tv para o habitual Telejornal (prefiro o da SIC, por ter melhores pivots e ser mais equilibrado e até especializado com gente que sabe e ajuda o espectador, à excepção da matéria de futebol onde o nivelamento televisivo é mau por igual) e não por me lembrar da convocatória. A RTP nem passava direito em rodapé os seleccionados: nunca vi o Beto e o Rolando, por exemplo. A SIC tinha um velho caquético e patético e um patarata que mal sabe porque a bola pincha. E a TVI só podia ter o Zé Alberto em pulgas para saber se, enfim, Portugal vai à final, pobre coitado...
Fartei-me cedo. O patarata que não sabe porque a bola pincha dizia i) que isto das fases finais é mau porque se joga no calor, quando tivemos o Mundial-2010 no Inverno austral a seguir a um Euro-2008 jogado na chuva da Suíça e especialmente da Áustria; ii) e os jogadores chegam arrasados às fases finais, quando a Espanha foi campeã europeia e mundial com os jogadores do Barça e do Madrid quase exclusivamente e que são aqueles que numa época mais jogos acumulam nos seus clubes. Mas deste patarata nem ligo ao que diz e escreve sobre o FC Porto.
Entretanto, na TVI faziam um périplo pelos estádios do Euro para concluir que são cobertos e se chover os adeptos não se molham, indiferentes à regra estabelecida, até para o Euro-2004 em Portugal, de obrigatoriamente os estádios serem cobertos.
Fiquei-me um pouco pelas perguntas dos pés-de-microfone que deu para ouvir enquanto um chico-esperto não se esforçava por repetir o que íamos ouvindo se não interviesse inutilmente. Tudo ou quase sobre os excluídos. Curiosamente, nada sobre Bosingwa, como apelidei, o Vítor Baía de Paulo Bento como foi de Scolari. Nem por Miguel Lopes, que nem acho ter feito uma época especial no Braga, ser uma surpresa. E percebemos que Paulo Bento prefere o sentido posicional de Custódio, genericamente tão limitado que só se percebe servir apenas para o banco, já que normalmente é Raul Meireles o trinco, enquanto Hugo Viana fica de fora.
Mais do que estas idiosincrasias dos entendidos da bola, notável vai ser perceber, e explicar se possível, como é que Quim, então vivendo um período irregular e até de afastamento da baliza do Benfica, fica de fora entre três guarda-redes e passa despercebido, quando em 2010 tantos quiseram obrigar Carlos Queiroz a convocá-lo - porque ao Benfica interessava vendê-lo. Agora, com Eduardo, o Benfrica não quer vendê-lo porque estava emprestado pelo Génova, mas dá sempre jeito ir à selecção para fazer negócio...
E, já agora, como é que quem clamou contra a presença de Beto, suplente utilizado do FC Porto em 2010, vai agora perceber e explicar a presença de Eduardo, suplente menos utilizado no Benfica, na convocatória. Independentemente de eu achar que Eduardo, no seu máximo potencial, como teve em 2010, é mais confiável à baliza do que Rui Patrício e continuar a achar que Beto é o melhor guarda-redes português, como era em 2010.
Não ouvi os paineleiros da treta, porque dispenso ouvir cretinices, bajulação fácil e clichés vulgares. Mas imagino que ninguém notou estes pormenores. Tenho ideia, até, que muitos deles azucrinaram desde o início a convocatória de Queiroz para o Mundial. Por estas razões. O resto... é conversa. Falaremos no Europeu.

Com e sem cerimónia - duas notas à parte: pobre apresentação da convocatória, dediquem-se os profissionais a comparar com o que foi a de 2010, como uma gala, e quem forçou essa nota empolgante; e fica a preciosidade de Paulo Bento não indicar os sete ou oito de reserva, remetendo para os seus clubes a divulgação dos nomes. Enfim...

Público... e notório - Veja-se a diferença entre isto e isto, para se perceber a idiosincrasia idiota revelada pela organização interna dos pasquins cá da paróquia. E escolham: que grande surpresa o idiota 1 esperaria e que mais jogadores do Braga eram expectáveis na selecção pelo idiota 2. Não há pachorra... O resto da maralha já está, obviamente, no efe-erre-.á do "estes são os nossos" e "juntos com a selecção", acriticamente, até algo correr para o torto. Falaremos no Europeu, com futebol e sem conversa.

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