30 agosto 2015

O que vê Lopetegui?

Foi a tempo de emendar o meio-campo, preenchendo com André André e retirando o complicativo Varela que fazia os flancos com Tello, mas a opção de Brahimi atrás de Aboubacar deu resultado até ao golo e não se sabe se foi por temer a derrocada do miolo face ao pressionante Estoril se o facto de Varela não dar conta do recado e obrigando a desviar o argelino para um flanco, que levou o treinador portista a mudar o figurino de forma substancial mesmo que para voltar ao esquema habitual.
 
Certo é que, também, a opção ridícula de Martins Indy a lateral-esquerdo só pode ser culpa, mais do que opção, do treinador, que há um ano adaptava e apalpava soluções face ao que a SAD disponibilizou, mesmo que o espanhol tenha escolhido muito no mercado, limitado, que parece conhecer. E se há um ano eu apontava o dedo à SAD, agora só posso responsabilizar o treinador por ainda não ter despachado Angel Fernandez sem qualidade - como evidenciei num jogo da pré-época e só por causa de um golo da sua responsabilidade sofrido na Alemanha mas que já sublinhara a sua incapacidade gritante em termos técnicos no final da época passada - e ter recebido um Cissokho sem forma mas que Lopetegui levou à titularidade absurda na Madeira com o resultado que se conhece. Ora, se Angel não serve para nada, nada está ali a fazer e o técnico tem obrigação de o enviar de volta a Espanha. Se Cissokho ainda pode entrar nos eixos é uma questão de tempo e até Janeiro se saberá. Mas a equipa, ontem, voltou a ficar coxa na esquerda e, como na Madeira, sem Varela dar para as encomendas, ainda que tenha actuado à direita mas sem que Tello ajude a defender na esquerda sendo que Martins Indy não é de subir e não reforça a largura do jogo. Logo, estas duas falhadas exibições, mancas de qualidade e equilíbrio mais do que por falta de espírito, são da responsabilidade do treinador, sobre quem todos os olhos deitarão fogo reprovador pela trajectória cumprida aos ziguezagues na época passada.
 
Posto isto, se também fez questão de sublinhar ter sido o Estoril melhor do que o Benfica por 79 minutos na 1ª jornada, jogo que não vi, Lopetegui devia estar preparado para a forma saudavelmente pressionante e o seu jogo alongado de piques e bola na frente para não apresentar um meio-campo portista permissivo e às aranhas, ao ponto de cedo, confortado pelo 1-0, ter de reforçar o sector - algo que abona a favor de Lopetegui por rapidamente perceber os riscos, mas não invalida o relaxamento a que se votou ao fazer aquele 11 assim, desequilibrado para a frente, manco à esquerda, nunca consistente e muito ao sabor da inspiração individual no ataque, como prova Brahimi.
 
O 2-0 acalmou as coisas e resolveu o jogo, não sem que antes Casillas ter mostrado que, desta vez, a solidez da equipa começa atrás.
 
Mas o mercado não pode fechar sem novidades a lateral-esquerdo.

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