Anestesia quase geral

Arsenal 2-0 FCPorto

(Henry, Hleb)

E quase porque se salvaram dois ou três jogadores, que pouco mais poderiam fazer tal a prisão de movimentos do resto da equipa durante grande parte do jogo.

Jesualdo Ferreira resolveu surpreender. A inclusão de Ricardo Costa na equipa principal e ainda por cima a defesa esquerdo deixou-me estarrecido. Mas pensei que terá feito a alteração talvez pela não recuperação a 100% do Raul Meireles, subindo assim Marek Cech para o meio campo defensivo.

O FCPorto entrou assustado, talvez com o ambiente do estádio e os primeiros cinco minutos foram sufocantes, mas a equipa sobreviveu ao sufoco. Parecia que o pior já tinha passado, isto porque começamos a controlar o jogo. O nosso meio campo parecia chegar perfeitamente para segurar o Arsenal, mas quem tem jogadores da qualidade da equipa londrina pode sempre esperar o virar da situação e assim foi, uma simples jogada parece ter deitado tudo a perder, com Pepe a deixar rematar em zona proibida o melhor ponta-de-lança da actualidade, Henry.

Para os jogadores do FCPorto parece que o jogo acabou naquele momento. Não mais se viu a equipa a fazer fosse o que fosse com pés e cabeça. A falta de ambição, a falta de garra, a falta de querer, o medo, tomaram conta dos jogadores.

Contribuiu para este estado o segundo golo dos ingleses logo no início da segunda parte. Quando esperávamos uma reacção contundente por parte dos nossos jogadores, esse golo, parece ter agravado os sintomas já descritos.

Postiga, Adriano e Lisandro, mostraram claramente que o “tal” ponta-de-lança era mesmo necessário. Quaresma, Anderson e Lucho eram supostamente a nossa grande esperança e pura e simplesmente não estiveram lá. Pepe esqueceu-se de Henry, Cech esqueceu-se de Hleb. Van Pierse parecia que passeava pela nossa área. A falta de experiência de alguns jogadores a este nível fez equipa atemorizar-se depois de sofrer um golo.

Salvaram-se Helton, que evitou que mais bombas rebentassem, Bosingwa, que, apesar de Henry, parecia sozinho tentar dizer para onde era o caminho, e o Marek Cech da primeira parte. Muito pouco, mesmo muito pouco. Pede-se mais chama, mais garra e que nunca se baixe a cabeça seja em que momento for.

PS. Uma nova pergunta sobre o jogo com o Arsenal já está na «opinião da Bancada». A «opinão da Bancada» sobre o melhor jogador do FCPorto-BeiraMar afinal recaiu sobre Anderson com 34% dos votos seguido logo de perto por Quaresma.