23 fevereiro 2014

Ratos e cobardes

Hoje não pude ver o jogo, consegui apenas a segunda metade da 1ª parte com o Estoril. Depois segui algumas incidências na rádio do carro, distraidamente, só dando conta de alguma coisa relevante como um golo. Foi do Estoril. Nem me apercebi logo que era penálti e expulsão (Mangala).
 
De registo, quase no fim, o valente repórter de pista deixou passar o som de cânticos ultrajantes para o treinador do FC Porto. Sobre o treinador do FC Porto, precisamente desde o jogo da 1ª volta no Estoril (por sinal o único que o FC Porto não vencera até à data e aquele que serviu de pretexto a Pinto da Costa para uma patética aparição televisiva a queixar-se de um árbitro umas 8 ou 9 jornadas antes mais a do clássico na Luz), não só disse que não tínhamos treinador mas daí para cá escalpelizei tudo o que estava mal no FC Porto e não era, certamente e seguramente, só o treinador. Sobre Preocupações Fonseca estou à vontade para falar face ao que escrevi, incluindo a menção das perplexidades que a sua conduta e categoria para a função me causavam, cunhando um nome e até um duplo com o Produções Fictícias.
 
Agora, creio que foi a 1ª vez, não estando no estádio, que ouvi cânticos ofensivos para um treinador do FC Porto e já lá vão 40 anos a viver as emoções da bola em azul e branco. Ouvi, na rádio, algo que me enojou: "ó Paulo Fonseca, vai prò caralho!".
 
Não tenho ideia de algo semelhante e recuso pensar que seja algo orquestrado para pressionar o treinador a sair. Ora, por mim já teria saído há muitos meses e na viragem do ano fui anotando as oportunidades no calendário para favorecerem uma alteração de comando técnico. E identifiquei claramente os responsáveis na SAD do FC Porto, com o presidente à cabeça.
 
Vejo, entretanto, ao chegar a casa, na net, que Pinto da Costa diz que "só os ratos fogem" e não percebi se seria uma indirecta a Angelino Ferreira, uma saída inesperada e até inaudita que, apanhando-me fora e longe das notícias e comentários, já sucede à de Fernando Gomes na sempre sensível pasta das Finanças.
 
Eu juntei os cânticos, indecorosos, que ouvi na rádio à metáfora que li na net com foto de Pinto da Costa.
 
Tive pena que os cânticos, igualmente indecorosos, não tivessem sido dirigidos ao próprio presidente, à sua "entourage" que vai delapidando o património do FC Porto como é a contratação de um treinador tenrinho e a manutenção de uma insustentável equipa técnica no Dragão.
 
Gostaria que os cobardes se assumissem, a começar pelo presidente que na sua tonta teimosia e atávico titubear mantém o treinador contra tudo e todos. E que os cobardes dos cânticos os dirigissem ao único responsável por esta vergonha, não de perder com o Estoril em casa pela 1ª vez, porque também vi com Boavista e Salgueiros quando julgavam impensável tal coisa, mas pelos cânticos indecorosos que, por exemplo, nunca vi dirigirem a árbitros, sendo que tais invectivas contra árbitros ouvem-se em vários estádios do País.
 
Já só falta outra intervenção patética de Pinto da Costa no Torto Canal: mas como já vi a 1ª, admito que surja mais alguma, com ratos a sacudirem a água do capote e cobardes a demorarem a assumir as suas responsabilidades.
 
A época está a ser um desastre e terminará em hecatombe, há muito apontei para o triplo homicídio em perspectiva face ao Benfica. A gestão da SAD tem sido um desastre, só mitigado pelos dois títulos que o bravo Vítor Pereira assegurou ao FC Porto. É a SAD a responsável pela situação actual e não se viu coragem, determinação e competência para resolver um problema com o treinador que só gente idiota não viu. Entretanto, no meio de tantos cobardes, alguém saiu do barco, não sei porquê mas posso desconfiar e acho até um tema muito sério.
 
Da SAD do FC Porto já não espero nem muito nem pouco: apenas o pior. Afinal, também é possível que muitos ratos, entre amigos e compinchas, não fujam e os cobardes se refugiem no silêncio, tal como se quedaram pela inacção de um problema que se arrasta há meses e agora teve apenas mais um capítulo de uma tragédia anunciada.
 
Curiosamente, das medrosas opiniões que ouvia na rádio (A1), temia-se cortar a eito tanto quanto o FC Porto fez com este treinador, suportando-o por teimosia presidencial. E davam-se números e resultados como se fossem a essência da coisa: ninguém reparou que as vitórias pífias sobre Marítimo na taça da treta e Estoril na Taça de Portugal tiveram precisamente derrotas com os mesmos adversários com um penálti em casa jogo. Andaram alguns patetas contentes não sei com quê. Os mesmos que agora insultam o treinador e poupam os verdadeiros responsáveis pelo estádio de sítio e a decadência presidencial e existencial que se augura no FC Porto, nada de bom.
 
Enfim, não vi o jogo para falar dele, mas percebo tudo o que falarem dele. Não comento mais jogos com este treinador, limito-me a incidências causadas pelos jogos na política desportiva e na deterioração competitiva que gente muito bem paga causou talvez com efeitos irremediáveis.
 
Pinto da Costa, na sua louca obsessão por mostrar que ele é quem manda, pode nem querer hipotecar o futuro do treinador e o que resta da miserável época do FC Porto. Mas deve começar a hipotecar, já, o futuro do FC Porto pela sua inacção e incapacidade de gerir a transição e projectar o clube que alguns julgam já projectado e assegurado como inamovível do pedestal.

10 comentários:

  1. Caro Zé Luis Há muito tempo que leio sempre o escreve, e às vezes acho que está cansado...farto. Não o tenho chateado. Todos nós temos estas fases. Mas, acho que ontem exagerou... O jogo até não foi assim tão mau... EStava a ser um jogo entretido - ok, gostamos mais de dominar e de não deixar os outros sequer pensar - mas, estava a ser um jogo entretido, com boas coisas saídas dos pés do Quaresma ( e futebol também é isso, ou sobretudo isso, apesar do resultado ser quem manda!)...
    então, a derrota não foi o copo de água.
    os adeptos estavam à espera de sangue e queriam sangue. não queriam uma vitória porque essa só adiava mais as coisas...
    achei muito bem que o presidente tivesse vindo e tivesse aparecido .
    os jogadores não se podem também esconder atrás do treinador , ou da ineficácia dele...
    é fácil, assim.
    quando o nuno e.s. era nosso guarda redes deu uma fífia no Algarve que nos valeu um dos golos com que sucumbimos na final da taça l.b. ... quem levou com as culpas?
    agora o mesmo coça a careca quando o rio ave tem o pior registo em casa... é, é fácil ser-se jogador. é só cumprir.
    então, não deixemos de olhar para baixo também...
    atirar as culpas só para cima, é como dizer que portugal ficou como ficou por causa dos políticos... como se não fossemos nós que votamos (ou não votamos) e que assim lhes damos o poder...ou, como se não fossemos nós que temos mentalidade de...ratos!

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  2. amigo, como frisei, não vi o jogo e não posso comentar, contei o que fui ouvindo na rádio e já dou o desconto de não saberem o que contam na rádio, mas tive de limitar-me a isso.
    Conquanto perceba a sua crítica, que deve ser contextualizada com os factos que descrevo, creio que falha o objectivo em vários lances: a responsabilidade é sempre repartida, mas sempre, também, em quotas e neste particular não posso incluir os jogadores, porque ao que leio, ouço e dizem todos em geral, até o treinador, os jogadores esforçam-se, lutam, dignificam-se mas não dão mais, como vemos, e não dão mais por estarem mal orientados.
    Se me lê há bastante tempo, e sei que o faz por ser um assíduo de há muitos anos, sabe que quando culpo os jogadores culpo os jogadores: Coimbra, Vítor Pereira, eliminatória da Taça de Portugal e 3-0 no saco. Quando culpo o treinador, culpo o treinador. Mas, ao contrário do meu amigo, não acho tanto que quem vota é responsável em grande parte pelo estado calamitoso do País. É responsável, sim, e muito mais quando persistir em votar nos mesmos. Agora, os políticos têm a maior fatia de culpas, são quem tem de mostrar serviço, de governar, de gerir, de escolher o melhor para o bem comum. No FC Porto é igual e sabe que desde o início da época critiquei a opção PF e cedo a condenei ao fracasso porque cedo percebi que íamos a caminho do desastre. Até apostei que aprenderia mais depressa alemão do que PF ser capaz de pôr a equipa a jogar futebol.

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  3. Não duvido que a equipa se esforçou e tentou ganhar, mesmo sem ter visto, mas de há muito o mal das exibições tem a ver com o falhanço clamoroso do treinador. Pior: como deve saber, sempre critiquei a forma como deixaram sair VP e sempre defendi VP quando era atacado por todos sem excepção. Culpo a SAD e só a SAD, porque tem feito negócios ruinosos e tem gerido mal o futebol, como digo só mitigados tantos deslizes pelos dois títulos conquistados e pelos quais dei todo o mérito a VP. Não fosse isso nos dois últimos anos e a SAD estaria mais exposta, seria mais facilmente criticável e eu sempre apontei várias lacunas em muitos sectores no funcionamento da SAD.

    Portanto, estou tranquilo, não retiro uma vírgula ao que escrevi nem ontem nem nos últimos anos. De resto, como confessei sempre, não sou sócio e, por isso, não voto. Aliás, se fosse, ainda, sócio, como já fui por muitos anos e ainda no tempo em que nada se ganhava nem Pinto da Costa era conhecido e nem sequer administradores actuais eram sócios apesar de serem mais velhos do que eu quando deixei de o ser, ao que vi já tinha deixado de ser sócio, por discordar de muita coisa e não admitir faltas de respeito que é o que a SAD tem feito, a coberto da gestão profissional e de só prestar contas aos accionistas.

    Mas o facto de não votar, por não ser sócio, não me retira legitimidade para as minhas críticas, até por esforçar-me por ser objectivo e construtivo, apontando os males quando muitos usam paninhos quentes. No futebol profissional moderno, de gente muito bem paga, o FC Porto está farto de dar tiros nos pés e, pior, de pensar que os bons momentos se eternizam e que está tudo bem.

    Como deve saber há muito, tem muitas portas onde bater para ver criíticas fáceis e encobrimentos de oportunidade sob o mote de que não se deve desestabilizar. Aqui fui sempre frontal e verdadeiro, lamentando há muito o rumo que o FC Porto tomou. Nas vitórias também fui crítico e as críticas nunca as deixei para os momentos maus, mas fui antecipando uma série de problemas que agora, por culpa exclusiva da SAD, e só da SAD, estão expostos de forma flagrante.

    Acho ainda que a tempestade não ficará por aqui. E não apontar erros e responsáveis é mau caminho para não se resolver as coisas. Num paralelismo com o País, o FC Porto viveu tempos de sócretinismo, de resto divulgados pela estúpida forma de comunicação que não atingiu objectivo nenhum a não ser sacudir a água do capote e prestar contas a conta-gotas, e se tivermos de fazer contas sabemos a quem responsabilizar pelo País e pelo FC Porto. E eu não sou como o outro que diz para "fazerem as contas".

    Sobre contas, porém, não acompanhei o caso nem percebi os motivos, mas o facto de não ler nada sobre o assunto na bluegosfera é sintomático de como muitos portistas ficaram "encalacrados" com a saída de Angelino Ferreira. Isso é um tiro no porta-aviões e os portistas não podem apenas fazer troça de Jesus ou do Vieira e pensar que os rivais lisboetas é que estão tramados e maquilham as contas com graves problemas financeiros.

    O sinal de alarme chegou no pior momento. PInto da Costa teve apenas mais uma fuga para a frente e uma aparição patética agora contra a Polícia e a saída preventiva dos jogadores.

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  4. Caro Zé Luís,

    É a primeira vez que comento um texto seu. Obviamente que tem razão nalguns pontos que toca mas daí a dizer que Pinto da Costa está a hipotecar o futuro do FC Porto acho que o Zé Luís perde completamente a perspectiva.

    Sim as coisas estão mal e podem ainda ficar pior. Decerto abdicamos da luta pelo título (?) e a Liga Europa é uma ilusão para os que ainda acreditam que ganhar em Frankfurt é a solução dos problemas.

    Mais que nunca é precisa muita serenidade e muita perspectiva, analisando onde foi que nos desviámos do trajecto certeiro no pós-2005.

    Se me permite, digo apenas que estamos em 2014 e mesmo que não vençamos este campeonato e o próximo, no fim de 2015 teremos 7 campeonatos em 10. Isto é importante porque para quem agora quer colocar tudo em questão, há que ter noção daquilo que a actual direcção da SAD conseguiu, mesmo contra Apitos Encomendados, Túneis, e campeões da basófia.

    Claro que todos, desde o humilde adepto de sofá ao Presidente do FC Porto, temos de reflectir e definir claramente o que queremos para o futuro do clube. Aqui saliento a importância actual dos Blogs como pontos de referência e ecos da opinião generalizada das tribunas portistas.

    Mas com esta importância e relevância, também vem uma responsabilidade acrescida de criticar construtivamente, não só apontando o que precisa de ser corrigido, sem partir para o fácil apontar de dedo, mas apresentando soluções, ainda que hipotéticas.

    O FC Porto começou a vencer desde 1893, mas entretanto já passou por períodos muito menos felizes. Se este momento é mau, não será mau para sempre e não será decerto por vontade do Presidente.

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    1. Caro amigo, isto é o que eu acho e você pode achar diferente também que não levo a mal. A verdade é que só os dois títulos anteriores mascararam o mal que tem minado a SAD e o presidente sempre foi o máximo, diria único, responsável. Não me pagam para apontar soluções, mas ao contrário do que diz tenho apontado algumas, bastando frisar os erros cometidos e isso nunca deixei de comentar e nalguns casos você pode confirmar que sou caso único: veja-se o Torto Canal, por exemplo, que ninguém ousou comentar e hoje muita gente revela insatisfação pelo dito cujo e apontando lacunas que eu apontei atempadamente.

      Eu não sou nem das tangas dos 6 milhões nem dois slogans de a vencer desde 1893. Não conte comigo para amplificar slogans. E sei da importância de Pinto da Costa, como de muitos erros cometidos por sobranceria e, até, algum regime ditatorial. Há quem aceite certos condicionalismos e eu não. Louvo o que tenho de louvar, vibro com as vitórias e sofro com as derrotas. Mas, sempre, umas mais do que outras. Não tenho deixado de notar os erros cometidos nem deixarei. Não sou de paninhos quentes e vivo há muitos anos, décadas, o FC Porto que conheço razoavelmente por dentro. Aliás, o mal que tudo me inspira nos últimos anos é por conhecer algo por dentro, as pessoas que não me inspiram confiança. O que vem sucedendo é algo que venho antecipando, não é de agora que vaticino um plano inclinado, nas épocas dos títulos já o disse e a transição pós-PdC será traumática, cada vez me convenço mais disso. Há quem ache que deve contemporizar-se e olhe onde chegamos; quem ache que não se deve falar mais forte em alturas de crise e peça sempre união e todos no mesmo barco quando o aperto é sério, com o pretexto de unidos sermos mais fortes - mas depois, passada a tempestade, não se fala mais nisso.

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    2. Nunca fui seguidista, não canto vivas a Pinto da Costa e eu já andava no FC Porto desde jovem sem saber quem era Pinto da Costa. Sei marcar uma distância segura para criticar à vontade, algo que no FC Porto ninguém encaixa bem, lamentavelmente, considerando-se acima do comum mortal, leia-se adeptos.

      Faz falta muita autocrítica no FC Porto e não creio que a generalidade dos blogs ajude, por falta de distanciamento e de sentido crítico aguçado. O meu surge em qualquer altura, nas horas boas ou más, não escolho o tempo, sigo os acontecimentos, amiúde sem muita proximidade. Eu não gosto da maneira de agir do FC Porto, aliás sempre e cada vez mais a reagir.

      Não fossem os títulos recentes, à custa da categoria de Vítor Pereira que ñão foi muito apreciada, e estaríamos a falar com outro vinagre e fel. Mas na hora das vitórias já eu questionava como ia ser o meio-campo sem James e Moutinho e com Fernando a chegar ao fim do contrato. Eu posso gabar-me de comentar na altura e não indo atrás da oportunidade do infortúnio para dizer mal. Aliás, como no comentário seguinte, eu aponto muitos erros e nunca seguiria o caminho que foi seguido. Não pode alguém pedir que não se comente, pois quem lá está decide. Os parvos que acham que compete ao presidente gerir a situação do treinador podem ver o ponto onde chegamos. É o ponto presente e isto diz tudo. Nunca ouvi mandar um treinador do FC Porto prò caralho, como agora, e eu posso achar o treinador incompetente e fraco, mas isso é uma constatação que a realidade confirma e há meses disse sempre o que achava. Não é um insulto, mesmo que peça há muito que seja despedido e não por eu ser adepto das chicotadas. No caso presente, era há muito preciso uma chicotada metodológica, mais do que psicológica.

      Sobre o futuro, agora que o passado está no Museu e a época acabará com três tareias em casa às mãos do Benfica, coisa que nem os piores inimigos nos pressagiavam mas há meses eu avancei esse cenário, não vejo futuro algum a não ser negro, mas se quiser desimpedir o céu escuro que eu vislumbro esteja à vontade. E o futuro do clube são os sócios quem cegamente o confiam no presidente. Depois sofrem com desilusões como o abandono do basquete, por exemplo. Mais os problemas das modalidades em geral. Contudo, eu não sou sócio, sem deixar de me preocupar com o futuro. E não vejo bem a transição que esteja a ser preparada, talvez você veja ou, então, confia demais e eu não dou carta branca de forma absoluta a ninguém, nem a Pinto da Costa. A verdade é que ninguém sabe o que aí virá, ele não o diz e, como inquestionável para muitos, passa sem precisar de o dizer. Não partilho mesmo nada dessa opinião.

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  5. Caro José Luís:
    Espero que esteja enganado...Mas temo que não. Estou de acordo consigo. Não é de agora que a SAD do clube é algo muito, muito opaco. Nem sequer referiu negócios inacreditáveis, como ir buscar um guarda-redes turco, não se sabe bem para quê. E acho que o esvaziar do estádio, se começa a verificar após a entrevista dio nosso presidente, onde basicamente vem dizer que se está a cag.. no que os associados e adeptos pensam. E não me lembro de haver uma hostilidade tão grande a um treinador. Confesso que até tenho pena dele, da maneira como aparenta estar perdido e sem capacidade para dar a volta. Mais que não seja pela 0 confiança dos adeptos, já cá não devia estar. Mas não é só ele. Lembro-me muito do Rolando, Iturbe, até o Vítor Baía, e do que dizem do Antero na hora da saída. O Rei vai em cuecas e preste a ficar nu. Muito obrigado pelas suas reflexões, que gosto muito de ler.

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    1. Se me permite, João Moreno, cada vez que alguém vem aqui lembrar-me de alguma coisa só posso replicar dizendo que não sabe do que eu já escrevi. Falei, sim, do turco, como falei, antes, do polaco, como falei de muitas outras opções e nem quero intrometer-me na opacidade de muitos negócios que de facto existem.

      Sobre o que vão dizendo do Antero, também já fui por aí e de forma bem explícita. Portanto, não deixo nada por dizer ainda que continue a haver muitas coisas obscuras, mas por isso não sou sócio e se fosse deixaria de ser face ao que constato.

      Sobre o esvaziar do estádio, não sei se coincide com a entrevista do presidente, à qual dei a minha leitura que foi muito ácida e díspar face a qualquer outro blog portista onde decerto nenhum e ninguém conhece melhor PdC do que eu.

      Sobre a SAD, como digo, presta contas aos accionistas, que ratificam tudo em 99,9%. Goste ou não, fica para si adequar-se às circunstâncias. A verdade, como diz, é a falta de respeito pelos adeptos. Estes, agora, têm falta de respeito por tudo e todos, sem bitola aceitável e conforme: os que criticam PF são porventura os mesmos que criticavam VP e até JF. Eu nunca assumi abertamente uma crítica a um treinador a não ser este, mas deste já eu antevia problemas e cunhei o nome quando eles se me revelaram. Eu falo nas vitórias, nas derrotas é só para lembrar que não sou embalado em colo algum nem haverá muita gente que me diga o que é ser do FC Porto e como comentar e apreciar o FC Porto. Para me exprimir de forma tão azeda como agora tem de estar acumulado muito azedume por coisas que fui vendo e comentando, tão desagradáveis como as citadas. Não ando a reboque de ninguém e há muitos blogs que andam e têm um respeitinho que não admito.

      De resto, não vejo que se aprenda algo na bluegosfera sobre o FC Porto. Essa falta de perspectiva é o que eu acho poder colmatar, mas sei que o meu estilo directo não é muito apreciado porque não uso paninhos quentes nem acho alguém acima de mim ou o clube acima de críticas. Aliás, abomino quem segue essa política, mas cada um faz como achar melhor, ao seu estilo mas nunca em nome da verdade e do portismo. Tenho mais de 40 anos disto, não sei tudo mas sei alguma coisa e percebo o que se passa, com bagagem suficiente para dizer o que acho. Mas também é só isso, o que acho. É preciso ver as coisas nessa perspectiva, não tenho o dom da infalibilidade mas não o reconheço a outrem. E creio poder contribuir para ajudar outros a compreender melhor certas situações. As partes opacas, claro, escapam a todos, mas sempre se pode levantar um bocadinho o véu e, como diz, a verdade é que o Rei vai nu. VP é que safou muita coisa ultimamente - até por fim mandar a SAD dar uma curva, mas isso eu também já constatei.

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    2. Como disse acima, há quem aprecie o seu estilo e as suas ideias. Eu, por exemplo. E dar-se ao trabalho de as expôr no blog, é de louvar e agradecer. E se acho que há um antes e depois do grande Presidente que temos, acho que não está a saber sair de cena. E as personagens que o rodeiam dão arrepios. Mas, contra mim falo, porque não ponho os pés numa AG para ir contestar ou votar contra. Abraço

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  6. Há um antes, de facto, que todos louvámos. Há um presente que nos deixa preocupado. E um futuro por conquistar e para o qual não vejo meios e gente. Estamos de acordo, João Moreno.
    Há quem considere as minhas observações como desconsiderações para com PdC. Nada mais falso. O reconhecimento será eterno, mas já escrevi que ele devia sair de cena, calar-se e passear o seu triunfalismo. Um pouco à moda de Mário Soares, que devia conter-se e não sair como parolo contestatário quando fez muita merda no País. Soares nem sequer chegar aos calcanhares do que conseguiu PdC. Mas são duas figuras a considerar, para o bem e o mal, para avaliar o que fizeram e como conseguiram.
    Agora, o presente e o futuro impõem outro tipo de lideranças. Pinto da Costa não deixa sequer antever o que pode vir a ser o sucessor. Mário Soares é um lunático ferrado à sua gente que explorou o País e não aceita que a Democracia siga outros caminhos.

    Tinha e tenho um post preparado a falar de ambos, basta chegar-me a mostarda ao nariz e publico. Não será simpático. Estou farto de pequenos ditadores e de gente que não sabe ouvir os outros e agir de forma diferente, acompanhando os tempos.

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