05 março 2013

Mourinho não tem vergonha!

Dois anos depois de vociferar contra uma inatacável expulsão de Pepe, de sola em riste contra Dani Alves, num Madrid-Barça da Liga dos Campeões, quando Mourinho disse que "o Barcelona devia ter vergonha de passar esta eliminatória", na famosa conferência de Imprensa do "Por qué?; por qué?, por qué?", dirigindo-se ao árbitro alemão Stark como se a falta intencional não tivesse existido, Mourinho acaba de passar uma eliminatória em Old Trafford com uma inacreditável expulsão de Nani, a atingir involuntariamente Arbeloa sem se aperceber de o defesa espanhol surgia a disputar um lance aéreo,  em que não vai vociferar contra o árbitro nem perguntar "why?; why?; why?".
Uma expulsão que marcou o fim do domínio dos ingleses numa partida em que marcaram com um lance infeliz de Sérgio Ramos na própria baliza mas no seguimento de uma jogada em que o golo esteve perto em duas insistências inglesas e quando já podiam ter feito três golos na 1ª parte.
É claro que Mourinho evoca o caso, mas a discussão sobre a entrada de Pepe só existe por os de Madrid dizerem que foi simulação de Dani Alves. O problema foi o muito que depois disse Mourinho. As situações nem são comparáveis, nem as entradas - a de Pepe foi de frente e de pé em riste, a de Nani foi sem ver o adversário que lhe vinha pelas costas - nem as incidências da eliminatória. Este jogo o United perdeu-o e com ele a eliminatória, quando dominava até a partida. Com o Barça, há dois anos, era apenas a 1ª mão que ficou 0-2 e havia ainda a "vuelta" em Camp Nou, onde foi mal anulado um golo aos madrilenos com 0-0 num jogo que ficou 1-1. E o Barça foi superior nos dois jogos, ainda no tempo em que Mourinho punha a sua equipa a defender com todos em casa, tal como o United, que tamém falhou quatro golos claros no Bernabéu, foi melhor equipa. Mas a justiça dos resultados é uma coisa e as influências extraordinárias dos árbitros é outra, como se sabe capaz de desencantar mil cabalas e as mais desvairadas teorias da conspiração como é típico.
 
Perdi o interesse no jogo depois da idiota, e mais insensata decisão do que a entrada involuntária de Nani, opção do turco Çakir que tão certo não voltará ao galarim dos jogos do mais alto gabarito europeu. Aliás, a demora de Çakar em expulsar Nani fez-me muito lembrar o João "Pode vir o João" Ferreira a temporizar e matutar que decisão favorável a uma equipa, e não em consonância com as Leis do Jogo e o bom senso de administrá-las, pode tomar. Foi drástica e absolutamente injustificada a decisão de expulsar Nani, com a ironia de acontecer por acaso e por sinal a um jogador madridista, espécie de Maxi Pereira do Real Madrid e jogador feito cão de fila das ordens do treinador quando manda distribuir cacetada, que é useiro e vezeiro em dar porrada, perseguir jogadores, em especial nos jogos com o Barcelona, e justificar a expulsão que normalmente nunca acontece.
 
São as ironias do futebol tanto quanto as patetices dos pacóvios da TVI, entre a boca de sapo cretinamente bajuladora e o poupinhas songamonga que é do mais básico que há na matéria de lixo televisivo-desportivo cá na paróquia, que passaram sobre o lance como se não tivesse sido determinante além de injusto, além de desapreciar-se o potencial fora-de-jogo de CR7 no 1-2 que as imagens não esclareceram mas em que Ronaldo está sempre adiantado em relação a Rafael e adiantado em relação à linha da bola cruzada por Higuain. De resto, a bacoquice de ser a favor do Madrid porque tem portugueses esbarra contra a presença de Nani no outro lado, para mais com ele mesmo injustiçado. Era como quando o Chelsea abria telejornais se fosse preciso, mas depois ainda lá continuaram Hilário, Paulo Ferreira e ainda se juntou Bosingwa mas já parecia uma equipa desconhecida da comentadeirice tuga e burra. Quando a patrioteirice e a clubite parva entram em campo o futebol perde toda a piada como se não bastasse as falcatruas que os árbitros fazem em campo.
 
Mourinho pode ter ido à linha falar a Alex Ferguson que a expulsão não se justificava, com o inglês compreensivelmente furioso e pressentindo ir perder o controlo absoluto do jogo que até então era totalmente do United a justificar amplo resultado. Mas Mourinho é que passa a ronda com um calamitoso erro de arbitragem, duplo, e no pasa mas nada, a não ser mais alguém lembrar o desabrido comentário de há dois anos após essa eliminatória que deu fastidio a Guardiola.
 
Há dois anos, ainda, Mourinho colérico e idiota clamava contra um favorecimento da UEFA ao Barça por causa de um vice-presidente turco e uma intrincada relação da UNICEF, patrocinadora do Barça, com esse dirigente Senes Erzik.
 
Ora aí está a teoria da cabala do turco no seu melhor.
 
Uma vergonha, claro!

No Portugal onde é difícil, desde a Pax Romana que falava da ingovernabilidade da Lusitânia, ser pior desta paróquia, é claro que qualquer grupo de interesses, da TAP ao Metro e STCP passando pela CP e RTP como tudo o que tresanda a mama do Estado que arruinou o País em que estas clientelas se sustentaram, tem direito a manifestar a sua indignação. Por mais absurda que seja e ninguém tem mais direitos que os outros. É claro que neste país sonso e socialista é uns mais iguais que outros. É por isso que, antes de governabilidade, este paísé irreformável.

Não há nada, de resto, como a manipulação e demagogia que só uma Imprensa livre e independente garante em casa país sendo os países com tal Cidadania cada ez menos. Chávez era dado como de volta à Venezuela, porventura já morto, ou nem uma coisa nem outra, até morrer mesmo, pelo visto em Cuba de onde teria saído dos tratamentos, mas sem que não se armasse a cabala contra o veneno de um inimigo externo. Uma vergonha, claro! E há políticos que se alimentam disto e povos famintos que comem estas porcarias como lorpas.