17 março 2013

A diferença de falhar penáltis facilmente e ter penáltis generosamente

Um campeão devia superar todas as dificuldades. Mas quando já é uma fatalidade falhar três penáltis em cinco jogos e ceder quatro pontos parece não haver força que erga a equipa acima da mediocridade geral. Ao contrário do mau jogo com o Olhanense, quando mais acreditaram que cedo ou tarde ganhariam, o FC Porto fez muito para vencer o Marítimo mas não conseguiu, porfiando até final mas incapacitado perante tantas contrariedades entre as quais, num jogo amaldiçoado, quase permitiam oferecer a vitória aos madeirenses.
 
A soma de falhas individuais, mais uma vez, penalizou a equipa no campeonato. O FC Porto impôs o seu jogo na Madeira, mas viu outra vez um guarda-redes, como Bracalli com o Olhanense, negar a vitória ao bicampeão. Além de defender bem um penálti que a tremideira de Jackson propiciou - já em corrida para a bola olhou e denunciou o lado para onde ia chutar e o g.r. logo se atirou para a sua esquerda antes do remate -, Salin fez uma das mais espectacular defesas do campeonato, com uma palmada a um cabeceamento de Jackson.
 
Ó JACKSON! Ó TAMENDI! Ó VARELA! Ó CAPELA! 
A súmula de acontecimentos marcantes no 1-1 do Porto no Marítimo é de arrepiar os cabelos:
- uma lesão cedo contraída por Atsu;
- um substituto, Varela, que conseguiu ser substituído por a sua frivolidade ser arrepiante;
- uma escorregadela de Mangala a permitir o empate logo depois de James ter aberto o activo;
- um penálti sobre Lucho transformado em amarelo por simulação quando o argentino foi tocado no joelho;
- o tal penálti falhado por Jackson, depois de Danilo ter sido tocado levando ao tropeção que na sequência deu a si próprio;
- mais um penálti por marcar por gravata de Igor a Jackson;
três entradas de jogadores do Marítimo por trás sem vermelho directo, a primeira nem amarelo a Heldon (sobre Otamendi), Heldon que ainda levaria um amarelo mas podia continuar em campo; outra de Igor a Jackson que deu sururu mas sem expulsão; mais uma de Roberge a Jackson que nem por ser à entrada da área deu sequer amarelo;
- tal como em Málaga, canto do Marítimo para uma defesa posicionada e Roberge a conseguir cabecear (sobre a barra) no único remate de mérito à baliza de Helton (tendo em conta o demérito no 1-1 quando Mangala podia ter cortado a bola e duas bolas oferecidas por Otamendi);
- Otamendi desastrado, depois de Málaga, e a merecer banco, a oferecer por duas vezes o 2-1 que Mangala evitou, já depois de Helton ter evitado outra asneira de Otamendi cujo corte defeituoso isolou Heldon.
- parece não haver quem chute de fora da área: Castro ainda tentou, Salin defendeu, mas põem a marcar o último livre um jogador dextro que marcou dois golos na época de pé esquerdo (três, se considearmos o autogolo em Braga para a Taça), sendo que Danilo não sabe passar quanto mais chutar.
 
Vítor Pereira evitou mexer no esquema - Liedson de novo inútil pela renitência do treinador em mexer no sistema a que fica aprisionado - com a equipa a jogar pressionante mas sem lucidez para melhor concretizar, para mais com um guarda-redes contrário em grande - o único mérito que teve o Marítimo em todo o jogo,além de um proteccionismo absurdo da arbitragem. Trocar um médio de contenção, Defour, por outro, Castro, fazendo ainda trocas directas por duas vezes no extremo esquerdo, uma por lesão (Atsu por Varela) e outra por inacção de Varela (entrou Izmaylov), é desbaratar oportunidades para mudar o figurino do jogo, por muito que o FC Porto tenha feito por vencê-lo apesar de muitas asneiras individuais. Tal não apagou, porém, o facto de o FC Porto ter feito tudo para vencer na Madeira mas a equipa, azarada por lesões e com menos soluções (já tivemos tantos médios e avançados que se desbarataram precipitadamente num saldo que ninguém pede contas à "estrutura" e é agora bem negativo), está ni limite da sua competência e capacidade, já o disse na 4ª feira, além de desacompanhada da sorte.
 
Realmente, falhar golos, oferecer um (tal como com o Olhanense), desperdiçar novo penálti, ter mais dois por marcar a seu favor, três jogadores contrários que deviam ter sido expulsos, é areia a mais para a camioneta do campeão e para não denegrir a imagem da Herdade Desportiva. Mas nada disto foi soprado ao treinador na conferência de Imprensa e Pinto da Costa não teve um site da Liga que zombar por resultado erróneo assinalado.

O penálti com pancada no joelho de Lucho não foi assinalado, um sopro nas costas de Lima deu penálti ao Benfica em Guimarães. Nunca pensei que depois de tanto tempo sem se falar de penáltis o campeonato pudesse ser decidido por tantos penáltis que se assinalam agora, uns falhados e outros convertidos, uns negados e outros concedidos.

O FC Porto foi campeão na época passada ao vencer no Marítimo, por sinal com dois penáltis de Hulk, aproveitando o empate no dia seguinte do Benfica em Vila do Conde. Depois de ter feito um jogo perfeito em Guimarães, com 4-0 que me deixou de boca aberta, o FC Porto decaiu de produção - atingiu o pico, como disse depois do 1-1 com o Olhanense - e agora deixou a renovação do título mais difícil, com os penáltis que falha e os marcados generosamente ao rival. Actualizado: o Benfica do pontapé para a frente, só vi até ao 0-1, surgido de pontapé para a frente e penálti inexistente) também ganha ali 4-0. Vejo os marcadores e as soluções encontradas (como disse sobre o Málaga). Já perceberam?

Claro, daqui a dias alguém vai escrever que se desbaratou um plantel que parecia ter tantos médios que agora fazem falta, tal como já disse sobre os avançados que tínhamos e agora não temos, para além do Liedson imprestável (quando o Benfica comprou Lima em Agosto) a que me referi antes disto tudo suceder.

Ninguém do FC Porto faz pressão sobre o árbitro - nem por entradas violentas na Madeira que mereciam expulsão imediata - e o Benfica andou a fazer pressão para expulsar o jogador vimaranense que supostamente fez penálti sobre Lima com este a afastar-se da frente da baliza para não ser aplicado o vermelho directo. Indevidamente expulso na jornada passada, em Setúbal, o guardião Douglas por um penálti cuja falta não existiu e hoje o Vitória sofreu penálti inexistente e ainda queriam o prevaricador expulso.

Entretanto, (Vilas Boas expulso no Rio Ave) o próximo adversário do Benfica também vai apresentar-se sem um jogador expulso nesta jornada. Coisas extraordinárias acontecem no campeonato português. Herdade Desportiva.

O meu alerta sobre os árbitros, aí em baixo, resultou em efeitos e consequências contrárias às que previa. Mais uma jornada com resultados falseados.

É bem tempo de os adeptos se revoltarem, atacando o treinador e poupando a "estrutura" que cala, consente e deixa andar. Ah, o Torto Canal vai desmascarar tudo, ai vai, vai... Ah, continuam a falar de cansaço quando o que existe, e faltou em Málaga, foi atitude mental, porque a confiança está em baixo, as coisas estão a corrrer mal e bem pior do que correm ou deixam de correr os jogadores. O problema é psicológico, veja-se o Jackson nos penáltis e os passes desastrados e inconvebíveis, mais um Varela a pedir varrela.