29 abril 2014

Só um Vítor fez mesmo falta

Depois da consumação da desastrosa época portista, há na verdade um vencedor, apesar de ausente.



A Vítor Pereira primeiro deixaram retirar-lhe Falcão em finais de Agosto e no fim da 1ª jornada em Guimarães, onde Pinto da Costa assistiu em directo às declarações de El Tigre a dizer que era melhor sair... A SAD pensara em Kléber para substitui-lo, depois arranjou Janko em Janeiro por troca com o contingente sul-americano esvaziado aos poucos (Belluschi, Guarín, depois Álvaro Pereira, mas também Rolando e Ruben Micael, por exemplo).

Depois, já em Setembro do ano seguinte, perdeu Hulk, que teve de ser o ponta-de-lança à falta de melhor por incompetência da SAD. Voltou a ser campeão, agora sem derrotas. A SAD demorou a avançar com a renovação; quando quis era tarde. Previam-se as saídas de Moutinho e James. Vítor Pereira percebeu os sinais e não quis arrastar o vínculo e "ratificar" a sangria, sabendo como o seu bicampeonato foi feito contra os melhores apetrechos do Benfica.

Vítor Pereira soube ser e soube estar, percebendo ao que vinha. O seu portismo não fazia dele burro ou seguidista. É o grande vencedor desta época. No FC Porto ficaram os perdedores, muitos deles que tão mal dele diziam. Mas "atrás de mim virá quem de mim bom fará".

Tinha esta parte abaixo já escrita para o salvífico (?) 17 de Maio. Tive de antecipar. Pior do que prever há dias que os portistas teriam muito ainda que festejar, temos em ano de fundo a preparação para mais "30 anos de vitórias".

Esta época tivemos o director financeiro em fuga, antevendo também a fase difícil de governar sem dinheiro. A boviniade portista não achou nada da saída de Angelino Ferreira. Há dois anos, ainda com Falcão, eram 90ME? Esta época foi de 100ME! Em 2000, depois do Penta, tinha-se chegado aos 80ME. À semelhança de Portugal, onde Sócrates devia ter sido preso, a gestão da SAD devia dar direito a prisão.

Pinto da Costa tornou o FC Porto, do verbo vencer, o "verbo de encher" e palco de demagogia saloia, dando de barato lugares à família mais ou menos chegada, com a complacência bovina dos sócios que nunca ousam questionar nem duvidar. Ficam com todas as tristezas desta malfadada, mas previsível, época desastrada, tanto quanto desastrosa, aqueles que ainda confiam que Pinto da Costa mantém intactas as suas qualidades de líder e entendido em futebol e que até prova em contrário (?) pensam que se voltará ao normal, como num estalar de dedos. Há muito que o FC Porto delapida o património competitivo e até o património social que era a sua ligação estreita com o mundo dos seus aficionados.

O Govero safou-se com a solução interna, há quase um ano. Maria Luís Albuquerque teve competência para levar o Titanic a bom porto.
 
Vítor Gaspar saiu porque quis, ainda que incomodado com a ala trauliteira à Direita do Governo. Aliás, na esteira de Álvaro Santos Pereira. Mas a Economia salvou-se e as  Finanças endireitaram-se. Portugal livra-se em breve da Troika bem melhor do que quando a ela teve de recorrer, por necessidade e necedade de um ex-Primeiro-Sinistro que devia criminalmente responder pelos actos tresloucados de gestão danosa e não vangloriar-se de como escaqueirou a taberna para culpar os actuais governantes.

 
No FC Porto, Vítor Pereira não foi acautelado a tempo e o último tempo de ser apaparicado não o levou a renovar o que antes não lhe tinha sido proposto.

A 1 de Julho de 2013 disse isto. E a 3 de Julho, isto.
 
Portugal ergueu-se das cinzas do sócretinismo e de um socialismo que não nos ergueu em 40 anos de alegada mudança de regime.

O FC Porto deu tiros nos pés afundando-se após período áureo em que não precaveu a Economia (competitiva) da equipa e o equilíbrio financeiro. Não é um Titanic como os outros que continuam a "assoprar" na orquestras. Mas a perda competitiva e financeira é inegável.
 
Tirem as vossas conclusões.

4 comentários:

  1. Não consigo perceber o que ganhou Vitor Pereira com as derrotas do Porto. Não sei que exemplo de competência é um treinador que pega numa equipa que ganhou tudo em 2011 e a destrói. É verdade que saiu Falcao mas não me parece que isso seja desculpa para ser eliminado da Champions pelo Apoel.

    Quanto à competência deste Governo que "ergueu Portugal das cinzas" não me resta muito a comentar. Temos um ordenado mínimo mais baixo do que em 1974 e impostos ao nível da "média europeia", mas permite-se tudo à banca e ao sector energético, sectores em que se colocaram descaradamente os "competentes amigos". As PPP's continuam a ser renegociadas com mais prejuízo para o Estado. A Saúde e o Ensino são agora regalias para quem pode pagar.

    Mas existem mais alguns milionários e as despesas com os trabalhadores nunca custaram tão pouco ao Belmiro e companhia. Porque ser "competente" em Portugal é conseguir explorar o trabalho e sacrifício dos outros em nosso proveito.

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  2. Se não percebeu até agora dificilmente conseguirá melhorar a sua performance. Com a confusão de conceitos, e de conquistas, que tem, não me admira a sua incapacidade. Achar que o VP é que destruiu a equipa que ganhou tudo é ficar decerto contente com o panorama a que o FC Porto chegou. De Portugal, está visto o preconceito de classe e aí nada a fazer. Para vermos ao longe temos de saber o que está debaixo do nosso nariz.

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  3. Estou realmente confuso, aqui acerca das conquistas, o que pode ganhar um portista com esta época do Porto? A competência, ou falta dela, de Vitor Pereira provou-se nas 2 épocas em que esteve ao serviço do Porto, não é a incompetência de Paulo Fonseca que faz de Vitor Pereira um melhor treinador.

    Quanto ao outro Vitor, esse admitiu que estava errado (viu o que tinha debaixo do nariz) e saiu do Governo (viu ao longe). Não acho que a sua competência seja demonstrada pela incompetência de Maria Luís Albuquerque, mas antes comprovada pela sua contratação pelo FMI para um importante cargo. A breve prazo se verá que o caminho a seguir não era este e que Vitor Gaspar tinha razão quando se foi embora.

    Espero um FC Porto ao nível a que nos habituou já na próxima época. Julgo que a SAD e o nosso Presidente têm provas dadas e decerto nos levarão a grandes conquistas novamente.

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  4. Não percebeu que este ganhar não é ganhar, mas outro ganhar. Ganhar pode ser evitar um grande sarilho, foi o que VP fez. Ganhou, efectivamente, poupando-se a críticas de quem já o criticava sem olhar ao plantel cada vez mais depauperado (e sabia-se que sairiam dois jogadores fulcrais). VP sempre foi inteligente e um grande treinador sem o qual não teríamos ganho os dois campeonatos.

    Quanto a endireitar o barco lusitano, ao contrário do do Porto, quem não percebe o trabalho feito, obviamente à custa de muito(s) sacrifício(s) e sacrificado(s) não sabe como chegamos à beira do precipício e a forma de sair daqui (nem isenta de problemas nem de erros, poderia haver alternatuva melhor ou pior mas sempre custosa).

    Veja se abre os olhos e percebe o mundo à sua volta. Se quiser, comece pela SAD e tenha mais dúvidas...

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