23 fevereiro 2015

Jogar a brincar com -10 e ganhar com os suficientes

Quebrou-se o gelo a 10 minutos do fim, Jackson molhou a sopa com o Boavista que faltava na caderneta, Brahimi sentenciou o que estava decidido, Tello abriu as comportas como raramente se viu e o FC Porto teve os seus quatro avançados (mais Quaresma) em campo para vencer no Bessa uma das mais afamadas retrancas da estúpida bola tuga, com o Petit nom de treinador sem a bravata, em casa, de jogar aberto, "para surpreender", como na Luz.
 
Mas foi um 10 ou mais propriamente a falta dele que pairou mais de uma hora porque o FC Porto tem um bom treinador mas Lopetegui não é Jesualdo ou Vítor Pereira para ensinar jovens com potencial a jogar futebol de competição. Mais um miserável Quintero, que nunca jogou a 10 e só fez um passe para a frente em toda a 1ª parte mas que Jackson, isolado, desperdiçou, demonstra que nunca será mais do que um habilidoso, um jogador apenas e não um futebolista de corpo inteiro. Vou precisar ainda: o FC Porto não jogou sempre só com menos um; na frente sentia-se a falta de mais do que um e, tudo somado, eram uns 10 que faltavam mesmo. De facto, havia extremos (Quaresma e Hernâni, a surpresa que de repente percebeu o que é jogar no FC Porto e levar porrada de criar bicho sem suscitar amarelos aos caceteiros, algo que no V. Guimarães ele percebia perfeitamente) e Jackson sozinho na área, ao melhor pior exemplo da época passada. Com Ruben Neves e Herrera muito lado a lado e Quintero estupidamente a recuar até eles com medo de assumir o jogo que se percebia na renitência em subir e na sua cara de assustado como o Capuchinho Vermelho na floresta dos lobos maus, a 1ª parte foi execrável e tanto como os quatro dianteiros na parte final nunca o quarteto atrasado portista jogou tanto a bola para o lado e para trás.
 
Ah, mas Lopetegui pretendeu desgastar o Boavista incapaz de jogar com mais de dois jogadores do meio-campo para a frente. Era uma equipa do século XIX, diria Mourinho, a do FC Porto, improfícua,  contra outra ainda da Idade da Pedra, com camisolas axadrezadas que os portistas entendem como remendadas - e que é o estádio de desenvolvimento serôdio do futebol tuga neste momento e com correspondência na mediocridade de árbitros, sejam os Ferreiras desta vida ou os internacionais que se sonegam aos jogos do benfas.
 
E se era recorde mundial o FC Porto jogar com -10, pois só a Fabiano não era possível exigir mais, passar 28 minutos, para mais num derby, sem uma falta assinalada deve ser mesmo recorde mundial. Isto porque, já não sendo isso novidade, o chico-esperto de Lisboa com um apito na boca e uma camisola vermelha com risco ao meio nas costas bem até ao seu fundo em que se lhe vê o cu, aos 14 minutos sem faltas também fez por não as marcar quando Hernâni foi derrubado na área. Siga a rusga.
 
Mas não houve festa na 1ª parte: Boavista na sua área, FC Porto a trocar a bola na defesa, grande circulo sem ninguém, nem Quintero, balizas fora de vista e daí quase sem faltas. Incrível, nunca presenciara nada igual.
 
Acabaram por entrar Tello e Brahimi para acabarem o trabalho de sapa, e de sofrer nos calcanhares, de Quaresma e Hernâni. Jackson marcou, Brahimi ampliou e tudo parece bem neste futebol de merda onde um empate portista faria escrever-se muita coisa mas descurar o essencial. Siga a rusga.
 
E já nem se fala dos roubos escandalosos a favor do benfas, como mais uma vez se viu no sábado, sendo cada vez mais notável o FC Porto ganhar um jogo sem casos, olvidando que mais um penálti sonegado também pouco alarido fará agora. Siga a arusga.
 
Ganhou a um Boavista vergonhoso e não fica para a história desta maneira. De nenhuma maneira.
 
Ganhou mudando 6 peças na engrenagem face ao jogo de Basileia, mas isso foi só a respeitar as leis da estupidez humana e pôr o FC Porto a jogar ao pior estilo do Boavista, à Boavista, sem dispensar-se das asneiras repetidas e sempre mal sucedidas de diagonais da bola interceptadas por defesas de frente para a mesma e plantados lá atrás a pé fixo mas algo solto para bater no que mexia.
 
Ganhou enganando o adversário? Ludibriando toda a gente. Mas sem benefícios de arbitragem.
 
Nos dias que correm é um recorde. Dos bons.
 
Quanto a Hernâni, bem-vindo ao clube, já sabe o que a casa sofre. Parece que temos uma alternativa a... Tello. Ou o inverso. Mas um jogo destes não dá para manter coerência e disciplinar o espírito. É tudo muito Petit. Sem nível para além de cuspir e babar-se. Um nojo.

Sem comentários:

Enviar um comentário