12 dezembro 2011

Notícias da caserna

Enquanto Vítor Pereira mantém o barco no rumo certo, contra todos os agoiros e prantos de basbaques de outros mafarricos, Villas-Boas também se mantém firme. Isto de ser do Porto é muito complicado, até para quem... é do Porto. Especialmente se não for nem de Lisboa ou por lá tiver passado. Santos da casa fazem milagres, ou dão-nos como tal com o efeito do chamado "efeito difusor" que concentra a massa na capital para dali ser difundida pelo País, como num chuveiro mas sem passar do Tejo e o seu vale. Como no PIB, que pode ser produzido por uma frutaria em Tondela ou uma marcenaria em Rebordosa, mas desde que a sede da companhia da fruta ou da madeira esteja em Lisboa é lá que se regista o lucro e se dá o bálsamo da capacidade exportadora.

Isto a propósito de o ex-treinador do FC Porto e o seu delfim terem sido vaticinados como apeados nesta altura. AVB tinha a data de hoje como dead...line. Por acaso impôs ao City a sua primeira derrota na Premiership. VP e AVB tinham problemas com o balneário? Hulk diz que "vale a pena correr pelo treinador", e não "correr com o treinador" como se supôs em Coimbra. Lampard, em declínio competitivo que AVB quer resguardar da melhor forma, saltou do banco para marcar o penálti da vitória sob chuva inclemente e o olhar babado do seu pai na bancada.




Enquanto continua a disparidade de avaliações das vitórias portistas e dos outros, além de Jorge Sousa Rouba voltar a perdoar Cardozo como fez no Dragão em Setembro, permitindo ainda um golo irregular para o colo do Benfica, esta data marcou o 7º aniversário da conquista da Intercontinental pelo FC Porto, frente ao Once Caldas, em Yokohama. Amanhã, dia 13, passam 24 anos sobre a primeira conquista em Tóquio, pela neve dessa madrugada inesquecível e inigualável.

No futebol, posto o rei Gomes no lugar do fraco Madaíl, irei pôr um dia a escrita em dia no relatório (Bo)ronha sobre a Selecção Nacional.

Entretanto, calhou-me estar pela TVI às 20h e ouvir a Judite de Sousa, quase excitada do alto das suas botifarras de fartos centímetros acima do palco como para se fazer maior do que é, proclamar a proclamação de Mourinho de que ainda é líder em Espanha. Mourinho é líder em Portugal desde que saiu do FC Porto. É líder quando ganha e quando não ganha. Na Catalunha dizem que é mentira que o RM seja líder, porque tem os mesmos pontos do Barça e perdeu o confronto directo, embora tenha um jogo a menos que cumprirá no fim-de-semana, veremos o que fará em Sevilha.

Numa altura em que o FC Porto recorda a 2ª Taça Intercontinental que podia ter sido com Mourinho mas preferiu o Chelsea, o Barcelona está de volta ao Japão para ver se lá ganha o Mundial de clubes perdido em 2006 para o Inter PA e ganho em 2009 nos EAU. O Barcelona acabou de dar (mais um) banho de bola - o presidente Rosell disse que não o devia dizer, mas disse mesmo assim - mas já não é notícia em Portugal, o Portugal dos pequeninos idólatras do Real Madrid e Mourinho sofredores do assédio psicológico dos catalães no campo mas querendo os madridistas ser grandes fora dele, com notícias avulso de uma cantada supremacia inexistente.

O PÚBLICO traz hoje um estudo que só confirma o que empiricamente se vê e sente todos os dias em Portugal: a tv massificada em Lisboa. É ler aqui “Quando as elites da capital dominam o que se diz sobre o país e o mundo", embora para mim não sirva para contestar que o tal serviço público deve ser bem limpo de gorduras e com saneamento financeiro a sério. Porque como é notado, a RTP é mesmo o palco do poder e isso tem de ser esbatido. Só que os jornalistas não ajudam. Porquê? Por serem as chefias comandadas pelos gabinetes ministeriais - a acusação/constatação do tal grupo de trabalho tão criticado e do qual a autora do estudo Felisbela Lopes se demitiu por uma divergência ideológica (sobre a RTP essencialmente, onde tem palco ao sábado de manhã) mas sem poder negar-se, e ela vir confirmar em parte isso mesmo, as certeiras conclusões de quem reflectiu sobre o serviço público que nos custa mais de um milhão de euros por dia.

2 comentários:

  1. O jogo do "dead line" teve como protagonista o árbitro. Até parecia de Rebordosa ou Lordelo.
    Não sancionar o penalty do Bosingwa, foi o canto para o que viria a seguir, com encomendas versáteis...
    Expulsões, penalidades oportunas, etc.
    De maneira que o dia do sacrifício só foi adiado, tal é a falta de carácter daquela equipa, que nem os milhões do patrão conseguem comprar.

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  2. Eu também sou defensor da RTP (serviço público),mas começa a ser difícil defender a RTP com pessoas que só lá estão para defenderem os seus clubes e os seus partidos,não se fala em nada que possa beliscar o clube do regime ou os partidos do governo,eu acho que isso não é serviço público,então os tempos de antena dados ao benfica são vergonhosos.Por isso estou farto de pagar para o benfica e para lisboa!
    cumprimentos
    manuel moutinho

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