17 maio 2012

Voltando aos árbitros e a um segundo título que devia ser sem derrotas

No início do campeonato propus aqui um desafio: que recorde bateria o FC Porto no final da 1ª volta? Uma só resposta apontou para se perfazerem 54 jogos sem derrotas à 15ª jornada, superando os 53 jogos sob o comando de Bobby Robson sem perder. Vítor Pereira superou a marca e levou-a mais longe, até 55 jogos de imbatibilidade.
Para o jogo de Barcelos, no final de Janeiro, em que o FC Porto igualaria o recorde de 56 jogos do Benfica sem perder nos anos 70, nada fazia antever o desaire. Mas ele aconteceu. Numa arbitragem ao nível rasteiro e fraudulento do bruto do Caixão, o FC Porto não só cedeu três pontos aos gilistas, como a jornada deixou o Benfica, vencedor na Feira com ajuda gritante da arbitragem, com 5 pontos de avanço.

Vítor Pereira não deixou de reconhecer o mau jogo do FC Porto, numa análise para dentro que nem todos fazem como autocrítica que supere os insucessos e torne uma derrota no início de outro ciclo de vitórias. Mas frisou bem a calamidade da arbitragem do trio sadino cirurgicamente escolhido para Barcelos. Bruto do Caixão, coincidentemente, já tinha estado na derrota portista de Coimbra, em Outubro, para a Taça, aí sem reparos ao seu trabalho.

Artur Moraes, guardião do Benfica, lembrou há dias, na fase de desculpabilização costumeira naquelas bandas, que o discurso pós-jogo de Vítor Pereira parece ter virado a arbitragem contra o Benfica, alegadamente afastando os encarnados do topo, onde ainda se mantiveram, sendo que a vantagem alargada a 5 pontos, então, era precisamente fruto de benefícios de arbitragem dos muitos que o Benfica teve ao longo da época. Contudo, as declarações do g.r. brasileiro têm outro mérito:
- atribuem ao treinador portista o dom da palavra e de influenciar, logo de passar a mensagem, de ter poder de comunicação com a frase de Vítor Pereira: "Se querem entregar já as faixas a outra equipa digam claramente" - ao contrário do silêncio da "estrutura" que se repetiu tal como em Campo Maior com o mesmo árbitro de má memória e ao contrário dos dizeres de VP não saber falar para a CS;
- ao Benfica não fez mossa, nem causou indignação, quer a arbitragem do bruto do Caixão em Barcelos quer a do portuense Rui Costa na Feira, onde com 0-0 e antes de os locais fazerem 1-0 é anulado injustificadamente um golo legal por fora-de-jogo inexistente, seguramente um lance tão claro na sua legalidade como não foi o que os benfiquistas propalaram de ilegalidade gritante no badalado e decisivo tento de Maicon na Luz.
Ora, este é um ponto a favor de Vítor Pereira que Artur Moraes esgrime, à revelia das sentenças idiotas propaladas pela opinião que se publica sobre a falta de qualidade e assertividade do discurso do treinador do FC Porto. É mais um mérito que não lhe reconhecem, depois de alvitrarem coisas sem nexo a respeito da impreparação mediática que, como outras, seria de esperar para um estreante nestas andanças. Realmente, com adeptos amigos destes, para que eram precisos os grunhos da vida airada e as malucas de Lisboa?
O problema é que, dessa maneira, num jogo que eu não vi e não pude avaliar correctamente, o Gil Vicente-FC Porto (3-1) impediu mais um título nacional sem derrotas, na esteira do anterior com AVB. E dois títulos seguidos sem derrotas seria afronta inaudita para a malta de Lisboa que julgava poder cantar o feito do Benfica de Hagan de 1972-73.
Precisamente alvitrei eu, no início da época, não ver em circunstâncias normais, e apesar da insuficiência do ponta-de-lança após a partida de Falcao, qualquer equipa em Portugal capaz de derrotar o FC Porto. E que, desse modo, era muito provável que ganharíamos de novo o campeonato invencíveis, prolongando uma série que podia ter atingido 69 jogos iniciados ao tempo de Jesualdo Ferreira.
O malfeitor do costume atravessou-se no caminho do FC Porto na pior arbitragem da época que, a despeito de não merecer títulos garrafais nas capas dos pasquins, foi por todos reconhecida como decisiva no 3-1 final. Recorde-se: 1-0 nascido de uma falta inexistente; 2-0 nascido de uma gp precedida de evidente fora-de-jogo de um gilista; negados dois penáltis aos portistas. O FC Porto não ficaria a 5 pontos do Benfica, a margem confortável em que passaram a repousar as esperanças alheias indiferentes ao aviltamento do resultado e da verdade desportiva.
Ou me engano muito ou, por um feliz acaso, no zapping deu de contas com o Rui Prantos a falar de o Benfica ser levado ao colo. E assim pensaram até caírem na real e agora desatarem a dar o dito por não dito, revirando as coisas para conveniente lavagem cerebral típica de quem tem ligação directa da cabeça aos intestinos.

3 comentários:

  1. Boas

    Nesse jogo em barcelos simplificamos bastante a vida ao paixão mas "lá porque não ligamos o alarme de casa não quer dizer que o ladrão seja desculpado"

    Um dos penalties a nosso favor, ainda estava o jogo em 1-0, para além de possivelmente dar o empate, ficariamos a jogar contra 10 porque foi uma cotovelada ao defour que lhe partiu a cana do nariz.

    muito boa a imagem de defour a protestar com o nariz cheio de sangue com o paixão e este a encolher os ombros e a dizer que nada viu

    Nesse jogo não jogaram o ulk e o fernando e foi um puto dos juniores (vion) para o banco. Foi também o primeiro jogo do Helton sem braçadeira.

    também o último jogo antes das saídas de bellushi, souza, guarin e fucile do plantel. Cebola ainda fez uns jogos.


    Abraços

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  2. A revolta do Feirense, no jogo contra os vermelhos se calhar foi calada com a promessa de que este ano ninguém desceria de divisão, como propalou aos sete ventos o Presidente da Liga.
    A mim custa-nos a entender como é ninguém protestou violentamente por aquilo que se passou nesse jogo. Se fosse o FC Porto, ainda hoje estariam a gritar pela Uefa e pela Fifa.
    Não entendo.

    http://portodragoinfire.blogspot.pt/

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  3. Por este andar ainda teremos o Antonio José Seguro, líder do partido que levou o País à ruina, a dar uma entrevista a dizer que há que mudar qualquer coisa na arbitragem...e que o se passou este ano não se pode voltar a repetir!!!... Segundo a perspectiva do regime. Com a ajuda da empresa do socialista e aziado sportinguista Rui Oliveira Costa subiria imediatamente nas sondagens! Acho que já faltou menos...

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