13 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-4)

Decerto repararam, ou até não, mas não deram a importância devida. São, de facto, coisas aparentemente sem significado. Até a coberto da legalidade, como a adequação a regulamentos, como parece ser o caso. O elenco dirigente portista no clube é reduzido, de 14 para 6 ou 7. Ou seja, uma redução notável
Que explicação terá,  não se sabe ou não de avaliou em devido tempo. Cosmética sem sentido como mudar tudo para tudo ficar na mesma.
E, contudo, se antes eram muitos para tamanhos disparates acumulados, pense-se na especialização que significava um acompanhamento próximo das coisas
 Pense-se nas modalidades, que ultimamente ou desapareceram voluntariamente, como o basquetebol, ou passaram de decacampeoes a irrelevantes, como o hóquei.
Número e tamanho não é documento, mas a verdade é que o ecletismo dos dirigentes perdeu-se. Talvez se justifique a redução de directores, acompanhando a redução de valores e expectativas. Mas, absurdamente, não se separam corpos dirigentes de clube e SAD. E ninguém controla ninguém, uns avaliam os mesmos, os próprios...
Depois temos, no novo Politburo reduzido como Cenáculo ou conciliabulo de sábios, a mesma anterior falha onde não cabe a separação de poderes, numa adaptação de Montesquieu. Onde não havia, em bloco alargado, órgão de análise/aconselhamento, além de se confundir o papel executivo como o de um CEO com um administrativo supervisor, temos que se desconhece quem está por cima na hierarquia - sendo que cristalizou o papel, a hegemonia e um confuso carisma e até difusa liderança, na pessoa e função do presidente. Que é quem demite quem mas ninguém acaba demitido. O CEO medíocre que seria despedido sumariamente numa empresa qualquer acaba de ser chutado para o CA. Antero toma, agora, em mãos o delicado tema da formação, no clube, não bastassem os meios esbanjados e nulos resultados no fracassado projecto Visão 611 sem nada de operacional e lucrativo para o futebol profissional, de que é pomposo mas inútil CEO, salvo se torturar-se exemplos como o de Hulk, bem espremido, em favor da ideologia... É mais ou menos como pôr um tanoeiro a cuidar da lanchonete dos miúdos. Tanta experiência concentrada deve ter sido a pecha, além de Lopetegui pelo qual não há elevadas responsabilidades, para tamanhos inéxitos.
Eu, que já dediquei mais espaço e atenção ao despauterio organizacional da "estrutura",  não deixarei de passar mais uma semana a apontar os culpados da debacle desportiva de quem não cuidou de cimentar a hegemonia. Onde se comprovou que não custa chegar ao cume, mas manter-se e aí fazer o que o FC Porto nunca fez: a diferença.
E não é com a mesma gente que se vai obter resultado diverso. Como não colhe o argumento, de novos vassalos e velhos louvaminheiros, de que estes ganharam e saberão retomar o caminho das vitórias - mas já lá vão 3 épocas de luto quando foram anunciadas como o relançamento dos 30 anos de conquistas que precederam esta negra série. E donde se prova, alguns suspeitavam e eu sabia que a "estrutura"  ganha se funcionar bem mas com jogadores e treinadores competentes para  lograr os êxitos e esta horda norte-coreana de dirigentes caducos e ultrapassados, fartos de meter os pés pelas mãos e arriscarem negócios espalhafatosos, não tem a seu favor, em vez do lastro histórico, o benefício da dúvida de demonstrarem competências.
Porque vemos, sem favor, os rivais mais apetrechados nos gabinetes, ainda que menos vedetas e menores orçamentos em campo, na diferença que tem marcado os últimos anos perdidos no Dragão.
Ou faria favor à "estrutura"  considerar benevolente que a liderança usada em 30 anos de vitórias impensáveis fosse subitamente hipotecada em nome de um guru espanhol para lhe entregar de mão beijada a condução dos destinos do futebol - assim sem mais nem menos?... Ou foi expediente para diluir a abafada guerra de representação e proeminência entre o filho pródigo e o delfim de procedência duvidosa do presidente?

2 comentários:

  1. ó Zé Luis :
    "Pense-se nas modalidades, que ultimamente ou desapareceram voluntariamente, como o basquetebol, ou passaram de decacampeoes a irrelevantes, como o hóquei." - não quer reescrever este parágrafo?
    O basquet vai em segundo no primeiro ano de volta à liga principal o que acho fantástico; o hóquei está tb em segundo e a reerguer-se ; o andebol já ganhou muito e só não ficou na champions por pouquíssimo, e ainda vai a tempo de emendar a mão na final four; o bilhar é o que se vê, sempre a somar e a ganhar; a natação feminina também se aconselha; no desporto adaptado idem; no boxe não sei sinceramente, e no ciclismo a equipe começa a dar os primeiros passos...
    - Ah? O quê, não ganhamos no futsal e no volei ? - pois não. não temos equipe. no atletismo também não. E, sabe porquê?
    apontar os erros sim, criar factos para ter razão, não!

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  2. Desculpe, deu conta do que, inopinadamente, sucedeu ao basquetebol? Ou foi só um pormenor que lhe escapou? E o hóquei passou de decacampeoes a quê? Perder sempre com o Benfica? Poupe-me. Eu sei onde o FC Porto compete e onde não compete.
    Já viu se por o futebol estar em baixo porque o poder está em Lisboa fosse remetido o profissionalismo par a às divisões inferiores?
    O basquetebol deixou de competir, foi ao fundo
    Quem o atirou ao fundo? Porque? Não crio factos, esses são os factos.

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