11 abril 2016

A votos no Politburo do Dragão (-6)


Já tinha dito que esta equipa nada ganharia; que Lopetegui devia ter saído em Setembro apesar de ganhar ao Benfica - equivale a ganhar o campeonato, como antigamente -, já que aceitaram reconduzi-lo mas lavam as mãos como Pilatos; a episódica liderança era colada a cuspo; o presidente criticou os sócios por assobios destemperados numa acumulação de frustrações que o 1o lugar não exorcizou; depois de defender o treinador despediram-no sumariamente; foi capa de jornal que "troquei de treinador porque acredito nestes jogadores para o título"; jogadores em que, na revista do clube em início de época, o mesmo presidente reconheceu ter "mais qualidade no plantel"; plantel que pôs à venda, em saldos, agora com inusitadas declarações públicas nunca tidas em 34 anos de mandatos sucessivos; mesmo que, com a "Maiconada" do Arouca, já aqui tinha escrito que os "jogadores desmentiram o presidente"; eles que de barraca em barraca, de roubo de igreja em roubo de igreja perante o silêncio cobarde dos dirigentes, até com Moreirense e U. Madeira insistiam em cavar a sepultura que atavica SAD vem erigindo, sem rumo desportivo visível, de há vários anos.
O rol de equívocos, declarações circunstanciais e "lirismos amplos" sobre carácter, vergonha, ser Porto, ter rigor, paixão e bla, bla não apagam as deficiências estruturais radicadas na incompetência generalizada, nepotismo, compadrio e amiguismo que, enraizados, sempre marcaram, e foram denunciadas, a gestão caótica e destrutiva que agora vai, sem oposição, a votos no domingo.
Esta é a parte visível que mesmo o períodismo bacoco e servil, ainda que encarniçado sem deixar de ser incompetente no seu facciosismo saloio, não belisca. Basta mostrar as capas recentes com contradições para se ver a incoerência e falta de carácter, com despudor, proclamadas aos quatro ventos na pobre imprensa portuense, ela também a definhar pela ausência de integridade que mutila de morte as organizações.
É isto que está em causa. E os resultados, a inoperância, o sacudir a água do capote travestida em proclamações gratuitas como palha para burros deixa esta acção e dirigentes mais fragilizados que nunca.
Dizem não haver oposição mas nem se sabe como fazer oposição e como protestar no voto que eterniza esta nomenklatura norte-coreana. Há uns vassalos, outros louvaminheiros, a preferir o caos com nome e cara mas desculpas fáceis e esfarrapadas, a uma caos imaginado como se no circo também montado no Dragão não prevalecente a máxima do Tiririca: pior do que está não fica.
Também há muito apontei o mau caminho político, além da má política seguida, de estranhas personagens no Dragão. É olhar para o quadro dirigente e ver como tanta coisa mudou sem que fosse para melhor. Nunca foi. É da história. Em nome dos pobres sócios, no caso, cada vez pior servidos.

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