A ductilidade táctica aprimorada, os valores emergentes, a homogeneidade e harmonia adquiridas e o espírito de vencer numa equipa em crescimento – tudo no contexto do que diz Jesualdo Ferreira
O FC Porto vai-se reencontrando aos poucos, sem entusiasmar a não ser pela vontade indómita de vencer quando não há outra saída. Era previsível este avanço aos soluços numa equipa muito modificada e mais além do que as três saídas canónicas sugeriam. Cumprido um terço da Liga, agora mais do que nunca nivelada por baixo para o que a mediocridade dos árbitros também contribui decisivamente, é hora de olhar para o modo de jogar do FC Porto que volta a ser, em dois meses e meio de competição intermitente de que só a LPFP é responsável, a equipa a ter mais em conta, salvo a excepcional carreira do Leixões que não tem merecido, pelos costumeiros vícios de caserna, o devido relevo, com um desdém sempre característico dos sobranceiros encartados da capital.
Os dragões haviam conquistado um prémio de montanha de 1ª categoria com a vitória em Alvalade, depois de um empate na Luz que soube a pouco e um proverbial ostracismo dos árbitros nacionais a lembrar-nos o que é jogar em Portugal de azul e branco, atingindo à 5ª jornada a liderança.
Mais 5 jornadas decorridas, em 5º e com menos um jogo - também com 5 vitórias incluindo na Champions onde contra todos os vaticínios o tricampeão nacional se apurou com um jogo por disputar num grupo muito traiçoeiro a que normalmente não se dá a devida conta pelo nacional-porreirismo do Zé tuga - o FC Porto melhorou imenso; como que espicaçado pelos limites com que se confrontou e melhor exaltam a característica vontade de vencer que demorava a evidenciar, já deixa os adversáriosem sobressalto. O FC Porto em obras não está distribuído em sacos de cimento e areia como pensavam. Nem nada está feito agora, mas o primeiro grande balanço, depois dos solavancos e desorientação, é de toda a actualidade.
Quando os sinos tocaram a rebate após 3 derrotas consecutivas que deitariam abaixo qualquer outra equipa portuguesa, o discurso de Jesualdo Ferreira passou despercebido. Era natural, num momento em que o descrédito foi total, o técnico parecia perdido nos seus princípios e pouco tempo de vida no banco portista lhe davam. Mas o que Jesualdo foi dizendo, como é costume nos que sabem demais e falam em excesso quando deviam ter ouvidos para escutar e olhos para apreciar, é bom ser recordado, porque revela o sentir de quem sabe. Na altura também não poupei nas críticas, justas e oportunas que me pareceram sem “bota-abaixismo”, mas avaliei sempre o que se fazia e o que se perspectivava e nunca, para mim, passaria pela dispensa do treinador como enfatizei repetidamente contra a zombaria da maioria. Os distraídos do costume poderão confrontar não só o que disseram então, mas com o que são lições de futebol a reter por quem se interessar.
A táctica “moldável”
A primeira nota a reter, já desde o primeiro jogo de Alvalade (5 de Outubro), é a ductilidade táctica. O conservadorismo de Jesualdo deixou de fazer sentido apesar das críticas, infundadas, nesse ponto. O FC Porto ganhou em Alvalade da forma que perdera em Janeiro (2-0), com o mesmo figurino táctico.
Daí para cá, conquanto para mim o 4x3x3 tenha sido o pano de fundo quase sempre mas já modulado pela tal ductilidade táctica coincidente com o renascimento de Rodriguez a moldar a ocupação de espaços para uma melhor racionalização do jogo colectivo, é curioso notar que já se apontaram todas as variantes possíveis: do 4x1x4x1 para mim exposto na Luz e em Alvalade e mesmo no Arsenal, ao 4x4x2 com ou sem losango, ao 4x1x3x2 quando Hulk passou a emparceirar com Lisandro, até ao recente 4x2x4 (só em versão ofensiva) que alguns vislumbraram no recente jogo com a Académica.
A verdade é que - ao contrário de doutas opiniões mais teóricas e românticas de quem vê isto como desenhos inanimados, tal como se pensa a criação divina, pré-ordenada e imutável/intocável, em vez da teoria da evolução mais “ad hoc” e contingente com os fenómenos da Natureza - o 4x3x3 de base esteve sempre lá. Adversários e jogos no exterior contra os mais fortes implicam sempre adaptações, mas os sistemas são feitos, acima de tudo e mesmo que escolhidos antes dos jogadores, pelos atletasem campo. Jesualdo começou a tirar o melhor de Rodriguez no plano táctico como contributo para a equipa em vez do jogo individual como extremo. O jogo em Kiev foi o primeiro ponto de partida. O 4x3x3 era um 4x4x2 e vice-versa, graças ao desempenho do Cebola. E o “relógio” portista começou a funcionar, qual mecanismo de precisão impróprio do que popularmente se chama “cebola” a uma coisa que dá horas, tem graduação de 0 a 12/24, dois ponteiros e até nas lojas de chineses se compra por 300 paus…
Depois, Alvalade para a Taça, Guimarães no Dragão, por fim Istambul e até chegarmos ao último jogo com a Académica.
Ver jogar em Kiev
Em Kiev, Jesualdo disse na antevisão, a despeito das três derrotas anteriores com muitos equívocos da sua parte que na altura descrevi abundantemente: “A partir de agora importa ver como esta equipa vai treinar e jogar”. Bem, treinar não se vê nos novos centros de estágio vedados aos olhares mais indiscretos. Mas jogar viu-se, para quem quis ver. Dando a volta ao resultado, vencendo no final com golpes de categoria e persistência indomável, o FC Porto revelou um alento de vida que surpreendeu os mais incrédulos dos adeptos, ainda que fossem movidos mais pela fé do que por convicção, eu pecador me confessei.
Helton retomou a baliza com toda a sua categoria à volta da qual se fantasiou em demasia e pela qual se pediu o falso bálsamo do banco. Fernando fixou-se a trinco, Tarik voltou a jogar. O 4x3x3 inicial seria algo semelhante com Hulk na 2ª parte mas de maior capacidade de pegar o jogo desde o meio-campo com o recuo de Rodriguez e Hulk a transportar também jogo para a frente; vide o contra-ataque mortífero que deu o 2-1 de Lucho. Assim ganhou El Comandante uma liberdade de movimento sem bola que lhe retiraram fadiga na construção, apesar de correr mais, sem perder a sua lucidez na assistência e finalização.
O falso cansaço de Alvalade
Renascido o dragão, a prova de Alvalade era crucial. Uma 1ª parte macia e nada competente acumulou-se com o desgaste de Kiev e a viagem correspondente que não mata mas mói. Jesualdo voltou a dizer algo de muito importante após a qualificação na Taça, apesar de toda a Paixão contrária nos 120 minutos de jogo, mas os desatentos do costume passaram ao lado de uma das lições do futebol que só o JN reteve nas declarações do técnico:
“Depois do desgaste do jogo e da viagem, na 2ª parte sobressairia a resistência”.
Daí a transformação a respeitar uma regra básica da análise do esforço competitivo: pode faltar velocidade, mas sobrepõe-se a preparação física e a força quando o desgaste parece maior.
Para aqueles que puseram em causa a vertente física e o adjunto José Gomes, de novo sem razão natural e com provas muito difusas, foi outra lição a reter.
A equipa jogou de novo em 4x3x3, já com a versão do onze que terminou em Kiev um jogo tremendo, e a adaptação de Rodriguez de novo evidente de médio-ala para um 4x4x2 em fase de assédio leonino.
Jesualdo deu mais uma lição de análise aos que não vêem para além dos resultados e divagam em pormenores que pecam mais por mentiras grosseiras dos factos do que a ilusão conferida pelas estatísticas em que insistem confinar o futebol (mais remates, faltas, cantos, etc.):
“No futebol inglês comentem-se menos faltas (do que no português) porque se defende melhor e agressividade não tem de equivaler a cometer mais faltas”, disse a propósito da virulência defensiva do Sporting no jogo da Taça, só permitida pela condescendência indecente dos árbitros portugueses em geral e que se revela em todos os jogos. Mais:
“A agressividade não se mede em pancadas, nem se é mais agressivo só a defender. Não é por fazer menos faltas que o FC Porto é menos agressivo e pior”.
O temível Hulk e o jogo interior
O FC Porto jogava muito com os extremos Quaresma e Tarik, numa fatalidade a que se associava a presença de Quaresma como que inviabilizando outra forma de jogar e cristalizando o sistema de 4x3x3. Quaresma, percebeu-se no pós-Adriaanse, tornou-se indomável em todo o sentido, menos capaz de fazer o que a equipa às vezes precisava até se tornar um alvo apetecido dos críticos e assobiadores compulsivos.
Rodriguez parecia ir no mesmo caminho, mas foi posto no sítio certo. O FC Porto faz agora muito mais jogo interior do que exterior, também porque já não há Bosingwa para encher um flanco quando Quaresma (como Tarik) flectia para o meio. Ao factor de imprevisibilidade dado pelo Harry Potter, apesar de uma certa forma estática do sistema, mais do que estética, inseriu-se o factor de estabilidade.
Como sempre observei e aqui registei, a inclusão de Hulk na frente e a manutenção do 4x3x3 de base mas muito móvel e adaptável em 4x4x2 com abaixamento de um extremo/ala à direita ou à esquerda, para reforço do meio-campo, requeria uma ocupação do “miolo” que não se teve em conta frente ao Leixões. Jesualdo perdeu os papéis ao prescindir de Fernando, arriscando a estabilidade de uma referência primordial, ainda que em evolução algo incipiente mas num risco necessário e calculado face à aposta no jovem brasileiro para o lugar que era de P. Assunção. Também deixara Tarik no banco. Pele ainda não o terá, hoje mesmo, convencido. E o FC Porto andou à deriva.
Acertados os pormenores do meio-campo para permitir a inclusão de Hulk na frente, desmentindo outro rumor sobre a incompatibilidade pessoal do brasileiro com Lisandro, a equipa entrou em velocidade de cruzeiro. Foi ganhar a Istambul mesmo sem Lucho mas com a homogeneidade que vem marcando as suas actuações e com a agressividade ofensiva que a explosão muscular de Hulk já tornaram temível – esperemos que se confirme lendária, para invalidar o último receio dos críticos sobre a valia da sua contratação e o custo da transferência de um meio pouco notório que justifique tal investimento.
Lição a reter (mais uma)…
Com a Académica pós-Istambul, tal como em Alvalade pós-Kiev, a 2ª parte do FC Porto foi melhor do que a 1ª. A resistência/força precisou de uns apertões (empate momentâneo) e sobressaltos para ditar leis após o intervalo: Hulk de novo e 2-1 fácil para Meireles. Mesmo com Lucho perdido em parte incerta e Sapunaru a jogar cada vez pior, o FC Porto venceu no que seria sempre complicado mercê do jogo intensíssimo da Turquia e um desgaste tremendo de cada viagem ao distante Leste europeu que não há forma de compensar – mesmo levando em conta que de 3ª feira a 2ª feira passou quase uma semana.
Curiosamente, foi o ataque o sector mais agressivo e o único que, basicamente, levou a equipa à vitória. Lisandro voltou a ser visto a fazer um carrinho atrás da linha de meio-campo portista e Hulk também ganhou muitas bolas na intermediária. Foram eles, com Rodriguez, as alavancas para as acções de ataque, face à menor lucidez de Lucho e menor desafogo físico de Meireles.
O FC Porto está, por isso, com o nível de homogeneidade/harmonia no seu jogo, com maior assimilação dos processos do modelo de jogo imutável que facilita uma certa transgressão/libertinagem táctica a confundir a opinião dos observadores mais ou menos diligentes e competentes. Há mais preenchimento dos vazios entre linhas e a capacidade de explosão para a frente dá dimensão ao ataque que volta a criar muitas ocasiões de golo.
Essa é a maior força adquirida numa equipa que, com Hulk, Fernando, Rodriguez, Sapunaru e Rolando fez baixar a média de idades do onze modificado a metade e que fazia prever umas fortes dores de crescimento.
Como não estamos a falar de coisas pueris e modalidades infantis - quando os leõezinhos de papel evocam a eterna juventude da sua formação que bloqueia nos momentos decisivos e os benfiquinhas de meia tigela percebem menos da manta de retalhos que é o onze de Quique Flores sem os movimentos de compensação necessários e devidos a uma equipa que quer atacar - seria bom que doravante se fizessem avaliações mais adultas e conscientes da progressão da equipa portista. Sem cair-se, obviamente, no cariz pornográfico de certas observações descabeladas com alvos errados que, como as castanhas, marcaram o Outubro efervescente.
Passado o Novembro da revolução tranquila, que venha o Natal da liderança apesar de algumas pedras no sapatinho como vão sendo as lesões recorrentes em Sapunaru e a inconstância de Lucho nos últimos jogos que já é também alvo de mais um murmúrio pouco razoável: o da sua saída em Janeiro.
O Natal e o resto…
Já com olhos no futuro e os dois terços da época em frente, a tão falada vaga da lateral-esquerda nem será, porventura, alvo de retoques da SAD no mercado de Janeiro. Acredito persistir-se na teimosia de mostrar as debilidades de Sapunaru, a que o treinador vai ajudando, mas vai-se constatando que de Fucile a Lino há que chegue para a encomenda na esquerda e até fazer uma perninha à direita com o uruguaio. E um desejado equilíbrio económico-financeiro – esquecido quando toca a pensar em reforços a despeito de ser sempre lembrado na hora dos R&C – desaconselha mais gastos num ano que se prevê de lucro e para o qual o plantel tem sido capaz de corresponder em todas as frentes: até na Intercalar…
Tal como o previsto, de resto, o desgaste europeu começou a passar facturas e a inconstância de resultados a ser notória nos rivais. De modo que há senadores, avisados, que minimizam os efeitos catastróficos – para auto-estima e conforto financeiro com estragos para avaliar no final da época – da eliminação precoce da Europa como uma vantagem comparativa para o que se jogar de Fevereiroem diante. As cigarras e os amanhãs que cantam deram lugar aos abutres destinados a comer restos putrefactos. Iludem a fome quando tinham tanta vontade de comer. Depois do Verão em fanfarra, um Inverno de penúria os espera…
p.s. – não esquecendo que em Setúbal espera-nos um jogo complicado, o Vitória jogou muito bem na Luz e teve a felicidade de empatar como a Naval deveria ter feito mas não conseguiu. Ora eis exemplos, como o do Leixões que empatara com o Benfica antes de ganhar no Dragão, de como não se devem contar as favas antes de colhidas. A distracção é a morte do artista.
O FC Porto vai-se reencontrando aos poucos, sem entusiasmar a não ser pela vontade indómita de vencer quando não há outra saída. Era previsível este avanço aos soluços numa equipa muito modificada e mais além do que as três saídas canónicas sugeriam. Cumprido um terço da Liga, agora mais do que nunca nivelada por baixo para o que a mediocridade dos árbitros também contribui decisivamente, é hora de olhar para o modo de jogar do FC Porto que volta a ser, em dois meses e meio de competição intermitente de que só a LPFP é responsável, a equipa a ter mais em conta, salvo a excepcional carreira do Leixões que não tem merecido, pelos costumeiros vícios de caserna, o devido relevo, com um desdém sempre característico dos sobranceiros encartados da capital.
Os dragões haviam conquistado um prémio de montanha de 1ª categoria com a vitória em Alvalade, depois de um empate na Luz que soube a pouco e um proverbial ostracismo dos árbitros nacionais a lembrar-nos o que é jogar em Portugal de azul e branco, atingindo à 5ª jornada a liderança.
Mais 5 jornadas decorridas, em 5º e com menos um jogo - também com 5 vitórias incluindo na Champions onde contra todos os vaticínios o tricampeão nacional se apurou com um jogo por disputar num grupo muito traiçoeiro a que normalmente não se dá a devida conta pelo nacional-porreirismo do Zé tuga - o FC Porto melhorou imenso; como que espicaçado pelos limites com que se confrontou e melhor exaltam a característica vontade de vencer que demorava a evidenciar, já deixa os adversários
Quando os sinos tocaram a rebate após 3 derrotas consecutivas que deitariam abaixo qualquer outra equipa portuguesa, o discurso de Jesualdo Ferreira passou despercebido. Era natural, num momento em que o descrédito foi total, o técnico parecia perdido nos seus princípios e pouco tempo de vida no banco portista lhe davam. Mas o que Jesualdo foi dizendo, como é costume nos que sabem demais e falam em excesso quando deviam ter ouvidos para escutar e olhos para apreciar, é bom ser recordado, porque revela o sentir de quem sabe. Na altura também não poupei nas críticas, justas e oportunas que me pareceram sem “bota-abaixismo”, mas avaliei sempre o que se fazia e o que se perspectivava e nunca, para mim, passaria pela dispensa do treinador como enfatizei repetidamente contra a zombaria da maioria. Os distraídos do costume poderão confrontar não só o que disseram então, mas com o que são lições de futebol a reter por quem se interessar.
A táctica “moldável”
A primeira nota a reter, já desde o primeiro jogo de Alvalade (5 de Outubro), é a ductilidade táctica. O conservadorismo de Jesualdo deixou de fazer sentido apesar das críticas, infundadas, nesse ponto. O FC Porto ganhou em Alvalade da forma que perdera em Janeiro (2-0), com o mesmo figurino táctico.
Daí para cá, conquanto para mim o 4x3x3 tenha sido o pano de fundo quase sempre mas já modulado pela tal ductilidade táctica coincidente com o renascimento de Rodriguez a moldar a ocupação de espaços para uma melhor racionalização do jogo colectivo, é curioso notar que já se apontaram todas as variantes possíveis: do 4x1x4x1 para mim exposto na Luz e em Alvalade e mesmo no Arsenal, ao 4x4x2 com ou sem losango, ao 4x1x3x2 quando Hulk passou a emparceirar com Lisandro, até ao recente 4x2x4 (só em versão ofensiva) que alguns vislumbraram no recente jogo com a Académica.
A verdade é que - ao contrário de doutas opiniões mais teóricas e românticas de quem vê isto como desenhos inanimados, tal como se pensa a criação divina, pré-ordenada e imutável/intocável, em vez da teoria da evolução mais “ad hoc” e contingente com os fenómenos da Natureza - o 4x3x3 de base esteve sempre lá. Adversários e jogos no exterior contra os mais fortes implicam sempre adaptações, mas os sistemas são feitos, acima de tudo e mesmo que escolhidos antes dos jogadores, pelos atletas
Depois, Alvalade para a Taça, Guimarães no Dragão, por fim Istambul e até chegarmos ao último jogo com a Académica.
Ver jogar em Kiev
Em Kiev, Jesualdo disse na antevisão, a despeito das três derrotas anteriores com muitos equívocos da sua parte que na altura descrevi abundantemente: “A partir de agora importa ver como esta equipa vai treinar e jogar”. Bem, treinar não se vê nos novos centros de estágio vedados aos olhares mais indiscretos. Mas jogar viu-se, para quem quis ver. Dando a volta ao resultado, vencendo no final com golpes de categoria e persistência indomável, o FC Porto revelou um alento de vida que surpreendeu os mais incrédulos dos adeptos, ainda que fossem movidos mais pela fé do que por convicção, eu pecador me confessei.
Helton retomou a baliza com toda a sua categoria à volta da qual se fantasiou em demasia e pela qual se pediu o falso bálsamo do banco. Fernando fixou-se a trinco, Tarik voltou a jogar. O 4x3x3 inicial seria algo semelhante com Hulk na 2ª parte mas de maior capacidade de pegar o jogo desde o meio-campo com o recuo de Rodriguez e Hulk a transportar também jogo para a frente; vide o contra-ataque mortífero que deu o 2-1 de Lucho. Assim ganhou El Comandante uma liberdade de movimento sem bola que lhe retiraram fadiga na construção, apesar de correr mais, sem perder a sua lucidez na assistência e finalização.
O falso cansaço de Alvalade
Renascido o dragão, a prova de Alvalade era crucial. Uma 1ª parte macia e nada competente acumulou-se com o desgaste de Kiev e a viagem correspondente que não mata mas mói. Jesualdo voltou a dizer algo de muito importante após a qualificação na Taça, apesar de toda a Paixão contrária nos 120 minutos de jogo, mas os desatentos do costume passaram ao lado de uma das lições do futebol que só o JN reteve nas declarações do técnico:
“Depois do desgaste do jogo e da viagem, na 2ª parte sobressairia a resistência”.
Daí a transformação a respeitar uma regra básica da análise do esforço competitivo: pode faltar velocidade, mas sobrepõe-se a preparação física e a força quando o desgaste parece maior.
Para aqueles que puseram em causa a vertente física e o adjunto José Gomes, de novo sem razão natural e com provas muito difusas, foi outra lição a reter.
A equipa jogou de novo em 4x3x3, já com a versão do onze que terminou em Kiev um jogo tremendo, e a adaptação de Rodriguez de novo evidente de médio-ala para um 4x4x2 em fase de assédio leonino.
Jesualdo deu mais uma lição de análise aos que não vêem para além dos resultados e divagam em pormenores que pecam mais por mentiras grosseiras dos factos do que a ilusão conferida pelas estatísticas em que insistem confinar o futebol (mais remates, faltas, cantos, etc.):
“No futebol inglês comentem-se menos faltas (do que no português) porque se defende melhor e agressividade não tem de equivaler a cometer mais faltas”, disse a propósito da virulência defensiva do Sporting no jogo da Taça, só permitida pela condescendência indecente dos árbitros portugueses em geral e que se revela em todos os jogos. Mais:
“A agressividade não se mede em pancadas, nem se é mais agressivo só a defender. Não é por fazer menos faltas que o FC Porto é menos agressivo e pior”.
O temível Hulk e o jogo interior
O FC Porto jogava muito com os extremos Quaresma e Tarik, numa fatalidade a que se associava a presença de Quaresma como que inviabilizando outra forma de jogar e cristalizando o sistema de 4x3x3. Quaresma, percebeu-se no pós-Adriaanse, tornou-se indomável em todo o sentido, menos capaz de fazer o que a equipa às vezes precisava até se tornar um alvo apetecido dos críticos e assobiadores compulsivos.
Rodriguez parecia ir no mesmo caminho, mas foi posto no sítio certo. O FC Porto faz agora muito mais jogo interior do que exterior, também porque já não há Bosingwa para encher um flanco quando Quaresma (como Tarik) flectia para o meio. Ao factor de imprevisibilidade dado pelo Harry Potter, apesar de uma certa forma estática do sistema, mais do que estética, inseriu-se o factor de estabilidade.
Como sempre observei e aqui registei, a inclusão de Hulk na frente e a manutenção do 4x3x3 de base mas muito móvel e adaptável em 4x4x2 com abaixamento de um extremo/ala à direita ou à esquerda, para reforço do meio-campo, requeria uma ocupação do “miolo” que não se teve em conta frente ao Leixões. Jesualdo perdeu os papéis ao prescindir de Fernando, arriscando a estabilidade de uma referência primordial, ainda que em evolução algo incipiente mas num risco necessário e calculado face à aposta no jovem brasileiro para o lugar que era de P. Assunção. Também deixara Tarik no banco. Pele ainda não o terá, hoje mesmo, convencido. E o FC Porto andou à deriva.
Acertados os pormenores do meio-campo para permitir a inclusão de Hulk na frente, desmentindo outro rumor sobre a incompatibilidade pessoal do brasileiro com Lisandro, a equipa entrou em velocidade de cruzeiro. Foi ganhar a Istambul mesmo sem Lucho mas com a homogeneidade que vem marcando as suas actuações e com a agressividade ofensiva que a explosão muscular de Hulk já tornaram temível – esperemos que se confirme lendária, para invalidar o último receio dos críticos sobre a valia da sua contratação e o custo da transferência de um meio pouco notório que justifique tal investimento.
Lição a reter (mais uma)…
Com a Académica pós-Istambul, tal como em Alvalade pós-Kiev, a 2ª parte do FC Porto foi melhor do que a 1ª. A resistência/força precisou de uns apertões (empate momentâneo) e sobressaltos para ditar leis após o intervalo: Hulk de novo e 2-1 fácil para Meireles. Mesmo com Lucho perdido em parte incerta e Sapunaru a jogar cada vez pior, o FC Porto venceu no que seria sempre complicado mercê do jogo intensíssimo da Turquia e um desgaste tremendo de cada viagem ao distante Leste europeu que não há forma de compensar – mesmo levando em conta que de 3ª feira a 2ª feira passou quase uma semana.
Curiosamente, foi o ataque o sector mais agressivo e o único que, basicamente, levou a equipa à vitória. Lisandro voltou a ser visto a fazer um carrinho atrás da linha de meio-campo portista e Hulk também ganhou muitas bolas na intermediária. Foram eles, com Rodriguez, as alavancas para as acções de ataque, face à menor lucidez de Lucho e menor desafogo físico de Meireles.
O FC Porto está, por isso, com o nível de homogeneidade/harmonia no seu jogo, com maior assimilação dos processos do modelo de jogo imutável que facilita uma certa transgressão/libertinagem táctica a confundir a opinião dos observadores mais ou menos diligentes e competentes. Há mais preenchimento dos vazios entre linhas e a capacidade de explosão para a frente dá dimensão ao ataque que volta a criar muitas ocasiões de golo.
Essa é a maior força adquirida numa equipa que, com Hulk, Fernando, Rodriguez, Sapunaru e Rolando fez baixar a média de idades do onze modificado a metade e que fazia prever umas fortes dores de crescimento.
Como não estamos a falar de coisas pueris e modalidades infantis - quando os leõezinhos de papel evocam a eterna juventude da sua formação que bloqueia nos momentos decisivos e os benfiquinhas de meia tigela percebem menos da manta de retalhos que é o onze de Quique Flores sem os movimentos de compensação necessários e devidos a uma equipa que quer atacar - seria bom que doravante se fizessem avaliações mais adultas e conscientes da progressão da equipa portista. Sem cair-se, obviamente, no cariz pornográfico de certas observações descabeladas com alvos errados que, como as castanhas, marcaram o Outubro efervescente.
Passado o Novembro da revolução tranquila, que venha o Natal da liderança apesar de algumas pedras no sapatinho como vão sendo as lesões recorrentes em Sapunaru e a inconstância de Lucho nos últimos jogos que já é também alvo de mais um murmúrio pouco razoável: o da sua saída em Janeiro.
O Natal e o resto…
Já com olhos no futuro e os dois terços da época em frente, a tão falada vaga da lateral-esquerda nem será, porventura, alvo de retoques da SAD no mercado de Janeiro. Acredito persistir-se na teimosia de mostrar as debilidades de Sapunaru, a que o treinador vai ajudando, mas vai-se constatando que de Fucile a Lino há que chegue para a encomenda na esquerda e até fazer uma perninha à direita com o uruguaio. E um desejado equilíbrio económico-financeiro – esquecido quando toca a pensar em reforços a despeito de ser sempre lembrado na hora dos R&C – desaconselha mais gastos num ano que se prevê de lucro e para o qual o plantel tem sido capaz de corresponder em todas as frentes: até na Intercalar…
Tal como o previsto, de resto, o desgaste europeu começou a passar facturas e a inconstância de resultados a ser notória nos rivais. De modo que há senadores, avisados, que minimizam os efeitos catastróficos – para auto-estima e conforto financeiro com estragos para avaliar no final da época – da eliminação precoce da Europa como uma vantagem comparativa para o que se jogar de Fevereiro
p.s. – não esquecendo que em Setúbal espera-nos um jogo complicado, o Vitória jogou muito bem na Luz e teve a felicidade de empatar como a Naval deveria ter feito mas não conseguiu. Ora eis exemplos, como o do Leixões que empatara com o Benfica antes de ganhar no Dragão, de como não se devem contar as favas antes de colhidas. A distracção é a morte do artista.
o bonfim vai ser tramado.
ResponderEliminareles estão a ganhar confiança e em casa fecham-se muito bem.
mas não é nada que se possa resolver.
TODOS AO CHOCO FRITO!!!
vale a pena ler e vem em sequencia do texto do mesmo autor transcrito na caixa de comentarios anterior do blog novo benfica.
ResponderEliminarde bruno carvalho
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Depois do meu último post fiquei elucidado quanto ao pensamento, ou falta dele, de muitos dos meus consócios.
Felizmente, tive a oportunidade de constatar que não estou sozinho e que ainda há muitos que conseguem ver para além da propaganda que nos é impingida.
É que, há vários anos, os sucessivos insucessos do Benfica têm sempre a mesma explicação: o Benfica não ganha porque há corrupção que beneficia o FC Porto. A propaganda vai mais longe e diz que os sucessos do Porto são todos fruto dessa corrupção. E quem se atrever a questionar isto é imediatamente acusado de anti-benfiquista.
Confesso que é quase impossível contrariar esta ideia tal o número de vezes que ela foi difundida e por ser tão útil a quem vem sucessivamente liderando os destinos do Benfica.
De facto, os “Verdadeiros Benfiquistas” estão convictos desta tese e não se preocupam em questionar os factos à sua volta.
Vamos, então, olhar para os factos e para as explicações dos “Verdadeiros Benfiquistas”:
- FACTO: nos últimos 25 anos, repito, 25 anos, o Porto ganhou 16 campeonatos, o Benfica 6, o Sporting 2, o Boavista 1.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: estes números provam que o Porto é um clube corrupto e só ganhou, durante 25 anos, por causa da corrupção. E diga-se que 25 anos é um período curto que ainda não permitiu construir uma equipa capaz de vencer o Porto.
- FACTO: o Porto, nos últimos 25 anos, foi 2 vezes Campeão Europeu.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto foi Campeão Europeu porque é um clube corrupto e as suas vitórias não interessam porque é um clube regional.
- FACTO: o Porto, nos últimos 25 anos, ganhou por 2 vezes a Taça Intercontinental.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto ganhou essas Taças, que na nossa opinião não valem nada, porque é um clube corrupto e as suas vitórias não interessam porque é um clube regional.
- FACTO: o Porto, nos últimos 25 anos, ganhou uma Taça UEFA e uma Supertaça Europeia.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: a Taça UEFA é um troféu fácil de ganhar. Este ano é que tivemos azar porque apanhamos super equipas como o Galatasaray, o Olympiakos, o Herta de Berlim e o Metalist Kharkov. Tudo equipas de topo. O Porto só ganhou a Taça UEFA e a Supertaça Europeia porque é um clube corrupto e as suas vitórias não interessam porque é um clube regional.
- FACTO: o Benfica deixa sair Mourinho, Deco e Maniche que vão todos parar ao Porto e que estão na base do Porto ter ganho uma Liga dos Campeões e uma Taça UEFA.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto foi Campeão Europeu e ganhou a Taça UEFA porque é um clube corrupto e as suas vitórias não interessam porque é um clube regional.
- FACTO: a Liga dos Campeões vai na sua 17ª edição, podendo ser contabilizadas 14 participações do FC Porto e 14 do Manchester United, que são os 2 clubes com mais presenças, enquanto o Benfica e o Sporting contam com 5 participações cada um e o Boavista duas.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto na Europa não é nada porque é um clube regional e corrupto.
- FACTO: o Porto, das 14 vezes que disputou a Liga dos Campeões, passou a fase de grupos 10 vezes, enquanto o Benfica o fez por uma única vez, sendo que o Porto qualificou-se este ano para os oitavos-de-final pela 3ª vez consecutiva, com um treinador que não serviu ao Benfica, tendo sido despedido da Luz à 11ª jornada na época 2002/03.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto na Europa não é nada porque é um clube regional e quando ganha é porque é um clube corrupto.
- FACTO: o Benfica tem sido eliminado das competições europeias nos últimos por equipas vulgares como o Getafe, o Español ou o Celtic.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Benfica está a construir uma grande equipa (há sensivelmente 25 anos) e o Porto só ganha porque é um clube corrupto e também não interessa quando ganha porque é um clube regional.
- FACTO: o Porto foi convidado a integrar o G14, organização onde estão os clubes mais poderosos e influentes do futebol europeu.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Benfica não está porque não se mistura com corruptos, nem com clubes regionais.
- FACTO: o Porto tem vindo a vender jogadores aos grandes da Europa, como são os casos de Deco ao Barcelona, Paulo Ferreira ao Chelsea, Ricardo Carvalho ao Chelsea, Pepe ao Real Madrid, Anderson ao Manchester United, Bosingwa ao Chelsea e Quaresma ao Inter de Milão. O Benfica vendeu Simão Sabrosa ao Atlético de Madrid!
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto é um clube corrupto e regional e não tem grandes jogadores. Os clubes europeus não sabem o que andam a fazer.
- FACTO: o Sporting tem a melhor formação de jogadores em Portugal, tendo nos últimos anos saído das suas equipas jovens jogadores como Cristiano Ronaldo, Nani, Quaresma ou Simão Sabrosa. O último grande jogador que o Benfica formou foi Rui Costa, que até já se retirou, tendo havido um completo deserto desde aí.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o presidente do Sporting senta-se ao lado de Pinto da Costa nos jogos entre as duas equipas, logo o Sporting é igual ao Porto, que é um clube de corruptos e regional. Deste modo, o Sporting também deve ser corrupto e nem chega a ser regional, mas sim um clube local, de um bairro de Lisboa.
- FACTO: os Benfiquistas elegeram presidentes como Manuel Damásio ou Vale e Azevedo que quase destruíram o clube.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: provavelmente os “Verdadeiros Benfiquistas” votaram neles. Mas no fundo, o que era necessário era encontrar um Pinto da Costa vermelho, mas menos regional e provinciano. De qualquer forma um “Verdadeiro Benfiquista” tem que estar calado mesmo que discorde do presidente do seu clube. Discordar é para traidores e infiltrados.
- FACTO: o Benfica foi incapaz de manter o treinador da equipa principal de futebol que ganhou o penúltimo título em 1993, Toni, para substituí-lo por Artur Jorge e não quis ou não soube manter Trapattoni que ganhou, em 2004, o último campeonato do Benfica. Mas o Benfica também despediu Beto Aranha depois de ter ganho o ano passado o campeonato de Futsal e Aleksander Donner depois de este ter ganho o campeonato de andebol após um longo jejum de 18 anos.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: peço desculpa, mas não me ocorre nenhuma coisa que diria um “Verdadeiro Benfiquista”, mas provavelmente esses treinadores deveriam ser infiltrados e estariam seguramente ao serviço do Porto que é, como todo sabemos, um clube corrupto e, sem dúvida, regional.
- FACTO: o Benfica, com José Veiga à frente do futebol, foi campeão nacional após um interregno de 11 anos.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Veiga era portista e aprendeu tudo com Pinto da Costa antes de se zangarem, logo José Veiga trouxe para o Benfica os “truques” do Porto. Pergunta: será que isso significa que o nosso último título também foi ganho através da mesma corrupção com que o Porto ganhou tanta coisa?
- FACTO: o Benfica despediu Fernando Santos que já vinha da época anterior à primeira jornada por ter empatado fora com o Leixões.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto é um clube corrupto e regional e o Fernando Santos até era o Engenheiro do Penta, sendo que esses 5 campeonatos seguidos que o Porto ganhou devem-se totalmente à corrupção.
- FACTO: o Benfica contrata camiões de jogadores da qualidade de Edcarlos, Luís Filipe, Andrés Diaz, Stretenovic, Marcel, Manduca, Marco Ferreira, etc, etc, etc…
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: o Porto também comprou muitos jogadores maus, e todos os títulos que o Porto ganhou devem-se todos à corrupção. O facto do Porto vender sistematicamente jogadores a grandes clubes da Europa tem uma explicação simples, é que esses clubes gostam de comprar jogadores a clubes regionais, é como quem compra artesanato.
- FACTO: Pablo Aimar diz que o melhor jogador da Liga Portuguesa é o capitão do FC Porto, Lucho González.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: fez muito bem, porque o rapaz tem que dizer a verdade, sendo que o Director de Comunicação do Benfica está a fazer um trabalho óptimo na pacificação do futebol português elogiando o capitão de equipa do maior adversário do Benfica. É muito bonito este desportivismo! No Porto nunca fizeram semelhante coisa porque são corruptos e logo não dizem a verdade.
- FACTO: o Benfica, nos últimos anos, tem vindo a registar uma sucessão de recordes negativos: a maior derrota de sempre em jogos europeus (7-0 em Vigo na época de 1999/2000), a pior classificação de sempre (6º lugar na época 2000/01), ficou de fora da Europa pela primeira vez na sua história em 2001/02 e repetiu o desastre na época seguinte (2002/03), ficou sem ganhar um campeonato durante 11 anos e nos últimos 14 ganhou apenas um, já não vai a uma final Europeia há 18 anos. Há muitos mais recordes negativos, mas eu não quero ser fastidioso.
- EXPLICAÇÃO DOS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS”: francamente não sei bem qual será, mas seguramente é porque o Porto é um clube corrupto e todos estes desastres devem-se a lamentáveis erros de arbitragens.
- EU DIGO: Gostava que todos os êxitos do Porto tivessem sido do Benfica. Gostava de ter visto o meu Benfica Campeão Europeu e do Mundo. Gostava de ter festejado com todos os Benfiquistas as nossas conquistas nas ruas. Gostava de ter visto o orgulho e esplendor benfiquista de novo bem vincados por esse mundo fora. Mas o que eu vi foi o Porto ganhar.
- OS “VERDADEIROS BENFIQUISTAS” RESPONDEM: o Bruno Carvalho está a soldo do Pinto da Costa que tem a mulher dele a trabalhar lá no canal e se, por acaso, se assume benfiquista é porque é um infiltrado.
Acho que já chega!
E já agora, “Verdadeiros Benfiquistas”, tudo o que eu escrevi que sirva de alerta e que nos faça pensar a todos!
Até quando vamos acreditar nestas desculpas básicas que apenas servem para esconder tanta incompetência?
Quando é que conseguiremos olhar para além deste grande embuste, destas desculpas esfarrapadas, e vamos construir um Benfica de novo glorioso e que respeite a sua própria história?
Eu, como traidor e mau benfiquista, sinto-me inconformado com esta situação, com esta apatia e com esta cegueira. E o pior cego é aquele que não quer ver!
Sei bem que não estou sozinho nesta minha revolta!
Por muito que me insultem, vou continuar a escrever a minha opinião e quem não quiser que não leia, que não venha a este blog, porque como já disse, e repito, o sucesso deste blog não se mede pelo número de visitantes, mas pela qualidade do que aqui se discute e pelo nível de quem participa.
Para aqueles que não gostam do que eu escrevo, não faltam blogs de “Verdadeiros Benfiquistas” que estão muito satisfeitos com os inúmeros sucessos do Benfica e onde vão poder ler a cartilha habitual.
Não contem comigo para isso.
Bruno Carvalho
PS 1: Uma pequena nota sobre as contas do Benfica: a SAD do Benfica apresentou um prejuízo de 2 milhões de euros no 1º trimestre de 2008/09, enquanto tinha registado um lucro de 9 milhões de euros no mesmo período da época anterior. Mais grave, ainda, é o facto dos Resultados Operacionais terem igualmente passado de positivos para negativos, atingindo o montante de 1.1 milhões de euros negativos quando o ano passado eram positivos em 12 milhões de euros. O crescimento do passivo em 19% também não é uma boa notícia. Como eu já vinha alertando, as contas do Benfica talvez não estivessem tão bem como pareciam e já havia indícios claros que isto pudesse vir a acontecer. A continuarem assim as coisas, será normal que comecemos a ouvir falar em mais endividamento do Benfica ou na venda de jogadores. Fica feito o aviso. O tempo encarregar-se-á de mostrar se tenho ou não razão.
PS 2: Chamo a atenção que é preciso ter muito cuidado com os comentários destas novas transmissões dos jogos do Benfica. É que os comentadores da Benfica TV e da ZON podem induzir ainda mais à cegueira que se abateu sobre muitos benfiquistas. No jogo da Grécia, o comentador da ZON conseguiu ver uma boa exibição do Benfica. É que se a exibição foi boa e perdemos por 5-1, se calhava ter sido má, não quero imaginar o resultado final. A provar o despropósito dos comentários estão os pedidos de desculpa de Quique e de Rui Costa pela exibição da equipa. Mas os “Verdadeiros Benfiquistas” devem adorar estes comentários… E já agora, Quique e Rui Costa não precisam, nem devem, pedir desculpas, pois já estamos fartos de ver todos os anos jogadores e treinadores do Benfica a pedirem perdão aos adeptos. Façam uma coisa: ganhem em vez de pedir desculpas!
PS 3: Peço desculpa a José Saramago por lhe ter usurpado o nome do seu livro para usar como título deste post. Já agora recomendo a todos irem ver esse maravilhoso filme de Fernando Meirelles que adapta magistralmente para cinema o livro “Ensaio Sobre a Cegueira” de Saramago. É por dizer coisas como estas que eu sou considerado, e com muita razão, um traidor e infiltrado pelos “Verdadeiros Benfiquistas”. Toda a gente sabe que os “Verdadeiros Benfiquistas” apenas vêem (pelo menos uma vez por dia) essa obra-prima do cinema intitulada “Corrupção”, baseada noutra obra de enorme qualidade, o livro “Eu Carolina”. É claro que os “Verdadeiros Benfiquistas” já não se lembram dos tempos em que a Senhora D. Carolina insultava Luís Filipe Vieira, em pleno Estádio da Luz, sentada ao lado do líder dos Super Dragões.
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ResponderEliminarConcordo no geral com o texto, discordo na parte que toca aos laterais, quando dizes que sapunaru está cada vez pior e que lucho anda em parte incerta, penso que uma coisa tem a ver com a outra, não acho que o romeno ande a jogar assim tão mal acho sim que tem andado muito desapoiado, tambem não partilho da esperança que tens no lino, é possivel que ele jogue em setubal e se apanhar com o bruno gama pela frente tenho receio que ponha o jogo a perder, a defender lino simplesmente é do pior que me lembro que passou pelo porto.
ResponderEliminarAcabei de saber agora que Raul Meireles não foi convocado para Setúbal. Ao que parece, a ausência do médio deve-se à gestão do plantel, pois na quarta-feira jogamos na Amadora. Sendo assim, e face à não convocatória de Pelé, é certo que o meio-campo será formado por Fernando, Tomás Costa e Lucho, o que desde logo implica que o lateral-direito seja Fucille, já que Fernando deverá manter-se a trinco. Assim, a escolha para o lado esquerdo é entre Lino e Pedro Emanuel, duas possibilidades que não me agradam. O primeiro ataca bem e defende mal, o segundo, apesar de ser um verdadeiro capitão, não tem velocidade para ocupar esse lugar.
ResponderEliminarEm relação à análise de Zé Luís ao modelo de jogo, concordo que este 4-3-3 não é, nem pode ser, o tradicional. Desde logo, porque não temos extremos puros, com a excepção de Tarik, e não temos um verdadeiro nº9. Assim, a dinâmica de jogo tem de ser necessariamente diferente, por forma a aproveitar a mobilidade de Lisandro e Hulk na frente. Nesse sentido, acho que Rodriguez deverá ser mais um médio interior, até porque a sua capacidade de trabalho é fundamental para ajudar a defender o flanco esquerdo.
Antecipando a equipa provável para o Bonfim, aqui fica o meu onze:
Helton
Fucile Rolando B.Alves P.Emanuel
Fernando
T.Costa Lucho Rodriguez
Lisandro Hulk
Deixo aqui um á parte sobre a questão da formação. É lógico que gostaria de ver mais jogadores das nossas camadas jovens na equipa principal, mas isso não quer dizer que discorde da política da nossa SAD, pois jogadores como Baía, Domingos, João Pinto, Jorge Costa ou Fernando Couto, só para citar alguns, não aparecem todos os anos. Só por curiosidade, deixo aqui os nomes de alguns dos jogadores que estiveram no último Brasil-Portugal: Bosingwa, Bruno Alves, Pepe, Paulo Ferreira, Maniche, Deco, Raul Meireles, César Peixoto, Hugo Almeida, Anderson e Luís Fabiano. Rolando e Diego estiveram no banco. Alguém se lembra onde estes jogadores jogam ou jogaram? Pois é, o nosso clube é o maior.
ResponderEliminarum abraço.
"Há mais preenchimento dos vazios entre linhas"
ResponderEliminarA forma mais eficaz de reduzir esses espaços é aproximar as linhas, o que para uma equipa grande normalmente significa subir o meio-campo e a defesa. No modelo de Jesualdo as linhas baixam e o meio-campo não pressiona. Este modelo de equipa pequena faz com que o futebol do Porto seja triste e previsível, já que a rigidez táctica não permite aos jogadores subirem no terreno para causarem desequilíbrios. Daí a táctica de passar a bola ao Rodriguez e espera que ele resolva. A época passada era o mesmo filme com o Quaresma.
António Rodrigues disse:
ResponderEliminar"Acabei de saber agora que Raul Meireles não foi convocado para Setúbal. Ao que parece, a ausência do médio deve-se à gestão do plantel, pois na quarta-feira jogamos na Amadora."
O Meireles está (ou esteve) com gripe esta semana. Na próxima 4ª feira o jogo é com o Arsenal. O jogo com o Amadora é na semana seguinte.
Caro Zirtaev,
ResponderEliminarAntes de mais, os meus sinceros parabéns pelo meio milhão de visitas ao blog´:) Não deixa de ser objecto de visita diária, embora muito raramente comente.
O que peço, por favor, é que tente apagar as centenas de comentários num post abaixo de um spammer bermelho. O problema é que, devido à frequência com que o nome de certo clube surge nos mesmos, a publicidade no blog é afectada.
Pior ainda, e para grande choque e repulsa, sempre que cometo o erro de passar o rato por cima do anúncio que surge no topo da página, começa a silvar um chinfrim característico de gayvotas! Insuportável!
Por favor, misericórdia!
Obrigado :)
Concordo em linhas gerais com a análise à forma de jogar da equipa deste ano.
ResponderEliminarMas o assunto que me levou a fazer este comentário é o PS. É vital ganhar em Setubal. Temos que aproveitar este momento de fraqueza dos nossos adversários para convence-los da nossa superioridade.
O dauto arma sempre muito bem as suas equipas do ponto de vista defensivo. Se o bruno gama e o leandro lima jogarem, o setubal tem potencial para nos criar problemas.
Peço sobretudo aos portistas que apoiem a equipa que já deu para ver que têm uma alma imensa. No jogo com a Académica o publico do Dragão parecia apostado em criar intranquilidade na equipa em vez de a apoiar como ela merece. Esta atitude é estranha para muitos que gastam algum do pouco dinheiro que dispõem num bilhete para ir ao estádio apoiar a "nossa" equipa.
É verdade que somos o porto, e o nivel de exigencia tem de ser elevado, mas a ganhar por 2-1, num jogo em que a vitória era muito importante, não vejo qual é o nexo de assobiar ou intranquilizar uma equipa que se via não estar a fazer um jogo brilhante mas que de falta de vontade é que não podia ser acusada.
equipa para setubal:
helton
fucile rolando bruno sapunaru
fernando
guarin lucho
hulk t.costa
lisandro
sirmister, eu nem falei do lino, a não ser mencioná-lo como opção para a esquerda. De qualquer modo, já dei abundantes opiniões sobre a utilidade de lino e estamos de acordo em que ele ataca melhor do que defende. Por isso mesmo, acho que devia ter entrado com a Académica quando Sapunaru saiu e Fucile deveria ter passado para a direita.
ResponderEliminarO Aristodemus (mudou o nick porquê?) coloca bem a questão de a defesa não subir mais. Eu acho que agora joga mais subida uns metros, caro amigo. Este movimentação sectorial ganha-se com o tempo e a confiança. Confiança dos resultados e do entendimento que os jogadores adquirem entre si. Isso só com o tempo. Ora, o tempo sempre foi inimigo da paciência e daí aos sobressaltos do início de época foi um passo.
Está tudo interligado, como reparamos todos. A composição de um sector implica conhecimento e rotinas entre todos. Com as variantes nas laterais, com o corrupio de jogadores, com a falta de resultados, tudo teria de ressentir-se. Aos poucos as coisas vão ao sítio. Nas condições de formação de uma nova meia equipa, com as exigências máximas e competições de nível como a Champions, é claro que nada sai como se deseja, mas aos poucos obtém-se o que se pretende.
Só está cumprido um terço da Liga e é natural que muita coisa esteja ainda por afinar.
Sir Denis, fiz o p.s. de propósito, até para lembrar que quem tirou pontos ao Benfica (ou como a Naval esteve quase a fazê-lo e mereceria tanto como os sadinos) depois tirou ao Porto. O Setúbal jogou bem e não é por acaso que se marcam dois golos em Lisboa, seja onde for o estádio.
De qualquer modo, para mim é apenas o primeiro balanço no momento mais oportuno e o que dá para apreciar. Outros contributos são bem-vindos.
Entretanto, reparo que Jesualdo faça do novo modo de jogar de Lucho, com menos bola e por isso menos visível mas a obrigá-lo a correr mais (sem bola). E a entrada de Hulk é a chave do entendimento global da equipa e o que obrigou a acertar para compensar esta nova forma de jogar introduzida na equipa.
Já não gostei muito da apreciação a respeito de Hulk feita por António Tadeia em O Jogo, mas cada um vê as coisas da forma mais adequada ao clube de que gosta e Tadeia não morre de simpatias pelo FC Porto pelo que, como os outros, disfarça sempre até ter de dar a mão à palmatória no final da época por cada campeonato ganho pelo FC Porto.
A questão do "individualismo" de Hulk é confusão sobre os "modos de jogar" que os jogadores representam pelas suas características.
O que chateia tipos eivados de um narcicismo tão bacoco como o seu pensamento esteriotipado - os tais resultadistas -, como Tadeia ou LF Lobo, é que Hulk traz um jogo diferente por força das suas capacidades atléticas.
A potência muscular de Hulk, no arranque, na velocidade e mesmo na resistência (vide golo da Taça em Alvalade), são de tal forma esmagadores que desconcertam os adversários e são um terrível revés para as costumeiras análises de trazer por casa.
Um Hulk assim no Benfica ou no Sporting teria já merecido miuto mais atenções, e muito mais sinmpáticas, do que tem merecido. Mas isso é o preço a pagar por jogar no FC Porto, conquanto o prémio seja bem melhor: os títulos.
Como interessa vender um produto de fraca qualidade, dos rivais do FC Porto, a uma larga franja de adeptos acéfalos, é assim que a opinião distorcida ganhou foros de absurda consensualidade que me faz sempre separar a minha opinião da dos outros.
Slayer disse:
ResponderEliminar"Pior ainda, e para grande choque e repulsa, sempre que cometo o erro de passar o rato por cima do anúncio que surge no topo da página, começa a silvar um chinfrim característico de gayvotas! Insuportável!
Por favor, misericórdia!"
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OffTopic
ResponderEliminarAntes de mais quero pedir desculpas ao Adezivo e outros por ter apagado ou até não ter publicado os seus comentários, mas a verdade é que o que diziam só criaria "diversão" inadequada nesta caixa de comentários, estando para já o problema resolvido.
Os comentários referiam-se à publicidade "indesejávelmente vermelha demais" que apareceu no blog, que, como espero que compreendam, não é colocada directamente por mim e que só é possível retirar à posteriori, ou seja, depois de a ver pela primeira vez tal como vocês a vêem.
Quanto ao resto da publicidade, bem, na verdade preferia não a ter, mas o que é certo é que ter uma pequena recompensa pelo trabalho que aqui é feito é muito bom e incentivador, sendo que, aos que não gostam em geral e ao Slayer em particular, só tenho de pedir desculpas, pedir-lhes que a ignorem ou até que usem as aplicações sugeridas pelo Aristodemos.
Se não se importam com a publicidade ou se gostam mesmo do blog e dos seus conteúdos e querem verdadeiramente ajudar, peço-lhes que sempre que cá vêem cliquem na publicidade para ajudar a "causa" e sim mesmo que a publicidade seja vermelha demais, basta pensarem pela positiva e lembrarem-se que cada vez que clicam nessa publicidade os vermelhos estão a pagar-me e a gastar dinheiro :-). Vá lá não custa nada :-).
Em relação à uma caixa de comentários anterior em que um engraçadinho quis experimentar o seu novo brinquedo de criar spam, tendo mandado perto de 400 comentários de lixo, nada mais posso fazer senão ignorar porque não tenho outra forma de apagar os mesmos comentários senão um por um e isso meus amigos eu não vou fazer, nem tenho tempo, nem pachora para tal e por outro lado o engraçadinho não se poderá ficar a rir de mim. O melhor é mesmo ignorar e como em casa roubada trancas à porta, o que tive de fazer foi condicionar ainda mais a caixa de comentários e colocá-la tal como ela agora está. Eu sei que a verificação de letras é muito chata, mas ela existe para isso mesmo, evitar que as crianças se divirtam. Tento ao máximo evitar isso, mas não arriscarei mais, e a caixa de comentários estará sempre ou moderada, sempre que tenho tenha possibilidade de o fazer em tempo real ou com a verificação de letras.
Quero agora pedir desculpas ao Zé Luís por este Offtopic no seu excelente post, mas acho que quem visita o blog merecia esta explicação.
Um abraço.
fcsempre...esse benfiquista Bruno Carvalho, não é o Director do Porto Canal?
ResponderEliminarEstava a imaginar um portista Director da SIC ou da TVI...pelos vistos há um na Lusa e já não os deixam entrar no Seixal....
Pobre clube
Continuando o offtopic, pelo que peço desculpa, por mim farei os possíveis por me lembrar de clicar na publicidade - não custa nada e sempre é um contributo para um blog tão meritório.
ResponderEliminar@ Aristodemos, como uso o Avant, o bloqueio de pub não é tão eficaz como gostaria. Obrigado pela sugestão :)
Um abraço Portista
Zé Luís mudei de nick porque deixei de usar o email ao qual estava associada a conta anterior.
ResponderEliminarQuanto ao posicionamento defensivo creio que é mesmo opção de Jesualdo. Basta ver que nas conferências de imprensa referiu muitas vezes o desempenho defensivo da equipa, quando em relação à ultima época é no ataque onde o défice é maior.
Não estou a ver a equipa a melhorar a produção ofensiva enquanto Jesualdo insistir no 4-3-3. O treinador optou por encaixar Lisandro, Hulk e Rodriguez no mesmo esquema táctico da época passada. Porém nenhum deles é um extremo. Hulk só começou a ter um rendimento constante nos últimos jogos, em que jogou como avançado centro. Lisandro passou a jogar mais descaído para a direita, porém a sua tendência para fugir para o centro fez com que a produção ofensiva nesse flanco continuasse a ser quase nula. Para compensar esse posicionamento Lucho tem de fechar mais o flanco direito, o que o retira também da zona central onde a sua performance é muito superior. Para potenciar o rendimento dos jogadores é necessário optar por uma táctica que os coloque a jogar onde rendem mais, em vez de os forçar a adaptarem-se à táctica. Em termos práticos abdicar do 4-3-3 para jogar num 4-4-2:
...............Helton
Sapu...Rolando...B. Alves...Fucile
.............Fernando
Tommy....................Rodriguez
...............Lucho
.......Lisandro......Hulk
O Porto já apresentou este esquema nesta época, na derrota por 0-4 contra o Arsenal. Porém nesse jogo Rodriguez jogou como avançado e Guarín como médio esquerdo, onde acusou claramente a inadaptação ao lugar.
Este esquema tem as seguintes vantagens em relação ao actual 4-3-3:
- os jogadores jogam nas suas posições naturais, exceptuando Tommy e Fucile
- os médios-ala apoiam defensivamente o defesa lateral, evitando que os centrais ou o médio defensivo saiam da sua zona para tentar corrigir desequilíbrios defensivos
- é suficientemente flexível para permitir aos médios ala flectirem para dentro, passando do 4-4-2 clássico para um 4-4-2 losango caso haja necessidade.
Pensar num 11 para o porto sem o meireles que é talvez neste momento o melhor jogador da equipa é patetico. tirando isso o desenho é interessante, de resto a equipa acaba por se posicionar assim em alguns momentos do jogo.
ResponderEliminarAristodemos, concordo plenamente quando ao vazio da direita que Lucho tenta preencher perdendo-se a sua influência na zona fulcral de construção e decisão no apoio ao ataque.
ResponderEliminarDaí um esforço diferente do Lisandro e até do Hulk, que variam muito e perturbam as defesas com tantas movimentações.
Eu penso que é isto que o Jesualdo quer, uma dupla muito móvel e impossível de marcar na frente, o Cebola mais recuado e a partir de trás para a frente em vez de esperar a bola colado à linha como extremo.
E penso que daqui o FC Porto não sairá, os jogadores ganharão confiança e saberão desdobrar-se nas tarefas defensivas/ofensivas como lhes é pedido agora.
É bom notar que a mobilidade de Lisandro e Hulk perturbam muito os adversários. Ao mesmo tempo, fugindo aos centrais, recuando um pouco ou alargando o campo na frente com um a descair para a direita, o Lucho fica mais central na posição 10 em que continua a aparecer.
Isto é óptimo para as transições ofensivas, vulgo contra-ataque em que hoje em dia se baseia o futebol mortífero. Haja boa gente a levar bem a bola à frente.
As deambulações de Hulk e Lisandro ajudam a preencher o que eu chamei de vazios entre linhas, pelo que o meio-campo em que acabam por ficar integrados torna-se muito agressivo ainda na zona de saída de jogo do adversário.
Creio que ja é bem patente esta ideia geral do FC Porto e, por isso, parece-me ser parte da estratégia de Jesualdo que tem dado frutos e pode ser letal numa fase mais avançada de entendimento colectivo e confiança geral para a obtenção de melhores resultados quando chegarem as eliminatórias da Champions e das outras competições a eliminar em Portugal.
Daí o enfoque que deixei quase só respeitando o ataque e para o qual seria importante ter sempre o meio-campo com equilíbrio e critério.
p.s. - não ligo a isso da pub e só agora percebo a razão de ser; vou é começar a cobrar ao Zirtaev! Ou há moralidade...
Ah, e tudo isto é importante na medida em que a ligação da defesa com o meio-campo é feita pelo Fernando que tem crescido imenso na função e é fundamental na equipa, neste momento em que mal se apagaram os ecos da sua inexperiência e inabilidade (com 21 anos).
ResponderEliminarFernando tem muito potencial e já domina bem a parte defensiva, acho é que devia ser menos "ambicioso" nos passes por enquanto porque tem tido falhas que resultaram em golo, devia proteger-se mais disso e fazer passes mais faceis e deixar que os medios á sua frente tenham essa responsabilidade.
ResponderEliminarZé Luís disse:
ResponderEliminar"não ligo a isso da pub e só agora percebo a razão de ser; vou é começar a cobrar ao Zirtaev! Ou há moralidade..."
Ainda vão chamar-te de "comissionista" ;)
ah, ah, ah.
ResponderEliminarSempre espirituoso, caro amigo!
Mas sempre fica sublinhado que até agora não cobrei...