O Portistas de Bancada é sem dúvida alguma o espaço referência do FCP na blogosfera, portanto, foi com muita satisfação que em 2007 aceitei o convite do Zirtaev para participar no blogue. Fui sempre um crítico desta administração pelo que também estive à espera de ser atacado pelos situacionistas que confundem uma forma independente de ver o nosso clube com falta de portismo.
Para esses portistas pretorianos, a critica e a chamada de atenção para determinados problemas que tendem a crescer no nosso clube são despropositados independentemente de serem ou não justificados. Para esses, aviso desde já, que as ameaças “anónimas” que me fizeram há meses não surtirão qualquer efeito naquilo que tenho para dizer a quem quiser ouvir. Deveríamos estar todos no mesmo barco independentemente de termos ideias diferenciadas para o sucesso do Clube. Temos mais em comum do que diferenças e a intimidação é uma arma utilizada por “gente de todas as cores e credos”. O FCP terá de saber viver com esses animais, como terá de aprender a viver com os que não têm opinião, os que a têm mas não dizem nada e os que têm e dizem tudo...ou quase tudo...
Na verdade, concordamos todos que as batalhas do passado são as mesmas do presente – o FCP continua a ser ostracizado por 70% dos portugueses, o que significa que estamos a falar genericamente de 70% dos juízes, 70% do MP, 70% da PJ, 70% dos jornalistas, 70% dos “opinion makers”, 70% dos políticos...70%...bom 70% de um povo que há séculos é guiado e deixa-se ser conduzido para o abismo como se fossem carneiros. Já sabemos que o FCP cresceu exactamente por ser a maior vitima desta forma cínica que Portugal impõe a quem de uma maneira ou outra eleva o nome do país bem alto, mas não podemos deixar que estes 70% nos tratem como se fossemos gente de segunda categoria. O problema é que deixamos!
E deixamos porquê? Porque essa é uma estratégia comum aos dois lados! Se do lado “centralista”, temos os que não querem que o FCP seja visto pelas gerações vindouras como um sinal de sucesso, um clube que cresceu nos últimos 30 anos mais do que todos os outros juntos e com isso ser o clube dos 70% do amanhã, do outro lado – o do FCP – temos uma administração que envelheceu ao sabor das vitórias mas que tende a teimar no isolacionismo porque acha que só assim as vitórias continuarão a aparecer. Fechados, contra tudo e contra todos. Nada mais errado!
A nossa estratégia de comunicação é tão má como a do Carcavelinhos. Nunca fomos tão atacados como agora, e como resposta, o que vemos são comunicados sem sal, pregados na parede do site oficial, que diga-se só não é pior do que o do Carcavelinhos porque este já não existe. É isso...não existe...mas em comum com o Carcavelinhos temos os fantasmas do passado que não nos deixam ver o azul que existe para além do Douro.
Actualmente o veículo de comunicação do FCP é apenas um site provinciano. Não temos voz em lado nenhum. Sobrevive o lado não oficial, o da blogosfera, dos fóruns e a defesa individual que cada portista vai fazendo nos campos de batalha tradicionais - nas ruas deste país. São esses que defendem o clube ao invés dos mudos avençados que tendem a engordar as suas contas bancárias enquanto estão ao serviço do FCP. Basta ver o que eram antes de chegarem ao FCP e o que representam hoje. Alguns, parecem aqueles advogados de meia tijela que depois de integrarem orgãos do Governo saiem com reformas chorudas levando também com eles o know how que é colocado ao serviço das entidades privadas. No FCP tem acontecido isso e muito mais.
O FCP devia estar preparado para seguir o seu próprio rumo comunicacional, criando ferramentas de combate que lhe proporcionem a médio prazo um aumento da massa adepta. Temos de passar a mensagem que o FCP é um clube para todos os portugueses e não apenas de uma determinada cidade ou região. É comum quando me desloco ao Porto, sentir da parte de muitas pessoas alguma incredulidade por verem um Portista nascido e criado em Lisboa. Não entendem que o FCP cresceu para fora da redoma portuense. Não sabem ou fingem não saber que em Lisboa e no resto do país existem adeptos que não conhecem a Ribeira, o Aleixo, a Foz, a Boavista...mas que fazem centenas de kilometros todos os 15 dias para ver o clube que escolheram para os acompanhar até ao fim dos seus dias. E fizeram essa escolha porquê? Porque é o clube que ganha – responderiam muitos dos situacionistas. Exacto, mas se o FCP deixar de ganhar, estes portistas deixarão de o ser? Claro que não. Serão sempre portistas independentemente de estarem para sul da ponte da Arrábida. Essa é daquelas decisões que dura para a eternidade, portanto não vejo o interesse em guerras para aferir quem é o melhor adepto. E as diferenças de opinião, desde que feitas com respeito, devem ser estimuladas para que haja o contraditório – a única forma que conheço para que se evolua.
E para que não estejamos dependentes da informação que nos é veiculada pelos adversários que desde sempre se instalaram na comunicação social e até no seio da nossa SAD, para os portistas portuenses, mas sobretudo para os portistas que estão espalhados no resto do mundo, já era tempo de termos um canal próprio de televisão que nos proporcionasse um acompanhamento mais próximo da nossa equipa de futebol profissional, das modalidades amadoras, das camadas jovens, dos eventos culturais do clube, mas mais importante de tudo, que nos oferecesse as tais ferramentas de combate que aludi em linhas anteriores e que demonstrassem inequivocamente que o FCP é uma instituição moderna que pretende crescer para fora da sua área geográfica. Não parece ser o caso, provavelmente porque existem muitos que jogam em dois ou três tabuleiros. Uma TV do FCP faria mossa a outras que para aí andam a ser impingidas a uns pobres ‘meos’ que ainda acreditam que vão ver futebol europeu através desse canal feito pelos que durante anos batiam no peito jurando serem jornalistas isentos. Hoje nós vemos como foram pagos certos favores. Mais lugares serão colocados à disposição de novos recrutas, afinal, uma TV também serve para algo mais do que passar conteúdos...
Mas voltando ao FCP, li há pouco tempo que esta administração entende que fazer um canal próprio de comunicação seria demasiado dispendioso, tendo inclusive adiantado valores na ordem dos 5M Eur. Pois eu afirmo, por experiência profissional, que esses valores são totalmente descabidos, sendo pelo menos 5 vezes superiores aos que eu entendo como necessários para fazer arrancar o projecto. Ou seja, na verdade, não existe vontade em fazer nascer um género de FCP TV porque provavelmente o lucro da nossa imagem está a ser engolido por pessoas e entidades que estão ligadas umbilicalmente à nossa SAD. Basta lembrarmo-nos do exemplo da TBZ – que geria o merchandising do FCP – para vermos como são oferecidas a empresas externas o lucro pela exploração da nossa marca. O mesmo se passa com as transmissões televisivas e outros temas de capital importancia.
Como diz o outro, todos sabemos do que é que eu estou a falar, mas não me alongarei muito mais por agora. Apenas termino afirmando que se queremos ser o maior clube nacional – desportivamente, o melhor já somos – temos de rever a forma como deixamos que sejam os 70% a definir e a filtrar a informação do que de bom e mau se faz no FCP. É tempo de fazermos a opção entre independência e crescimento ou a dependência e a exclusão. Verdadeiramente nunca nos emancipamos desse estigma de um clube de pequena cidade.
No fundo, precisamos de pessoas que trabalhem para os portistas e não para uma agenda comissionista e politiqueira baseada em interesses corporativistas. Era tempo de a nossa SAD deixar de ser uma entidade sem alma. É tempo de sermos independentes, para crescer. É tempo de a comunicação do clube ser muito mais do que respostas avulsas a problemas que a própria SAD criou e que na altura devida fez por não ouvir pessoas que afinal até tinham razão quando manifestaram o desagrado de terem de viver com decisões que envergonharam muitos de nós. A TV e outras ferramentas de comunicação, estando nas mãos do Clube evitariam quiçá, mal-entendidos que em nada nos beneficiam. Os conteúdos seriam nossos e não daqueles que são pagos para nos destruir.
“Amanhã”, saberemos de que lado está a razão. Esperemos que não seja tarde demais para nenhum dos portistas. Atenção que eu escrevi portistas. Porque de benfiquistas estamos nós bem servidos em lugares chave do nosso clube. Serão esses que emperram o crescimento comunicacional do FCP?
Só pode, porque outros não teriam perdão para tamanho erro estratégico, ainda que estejam constantemente a ser perdoados por manterem esses abutres junto de nós.
PS. Entendam este texto como um desabafo. Futuramente voltarei ao tema, debruçando-me com mais pormenor sobre o tema de uma FCP TV. Pelo que sei, quem não nos quer dar essa ferramenta, são as mesmas pessoas que ajudaram a contornar os problemas que surgiram no galinheiro. Eles estão em todo o lado, e nós – os portistas – vamos deixando que eles bebam do cálice das vitórias, ainda que apenas no plano moral.
Boas.
ResponderEliminarTal como tu, sou um portista em Lisboa, e de facto é óbvio o discurso marcadamente regionalista que a direcção do clube passa em cada mensagem. De facto foi-nos muito util para, na década de 80 darmos o salto de clube regional a clube nacional,(e mais tarde mundial), mas esse tempo já lá vai. E o que muitos nao querem perceber é isso mesmo, que o FCP é, hoje, um grande do futebol mundial, pelo que essa mensagem deixou, de todo, de fazer sentido.
Seja na forma ou no conteúdo! Podemos dizer que o clube cresceu, mas as mentes que o tornaram tão grande, continuam tão pequeninas. É tempo de aceitarmos o óbvio, que somos o melhor clube portuguès, que os nossos grandes inimigos de outrora já não nos fazem sombra, pelo que essa politica deixou de fazer sentido. Deixemos os fantasmas do passado á porta, que só assim poderemos crescer ainda mais!
Saudações Portistas.
Parabéns Miguel Teixeira pelo magnífico artigo.
ResponderEliminarSou o sócio n.º 2710 do FCP, portanto sou associado dos tempos em que não ganhávamos nada, e concordo em absoluto com a S/opinião.
Apenas me abstenho de concordar com a parte do "tal canal" porque não tenho opinião formada a esse respeito.
Quanto ao resto, aqui deixo o meu total apoio!
Feriu-me especialmente a atenção a frase "as ameaças “anónimas”..."...
mas enfim... isso só comprova quer anda por aqui "gente" que se governa à custa dos dinheiros do FCP, gravitando à volta do carisma de Pinto da Costa, que se estão maribando para o futuro do nosso FCP e que a todo o custo não querem perder o tacho.
A este propósito, recomendo a leitura do JN de hoje, na parte dedicada ao início do julgamento do João Loureiro. É simplesmente de arrepiar e um bom aviso à navegação portista!
Não nos podemos deixar adormecer à sombra das vitórias! Temos todos que estar alertas e actuantes!
Viva o FCP SEMPRE e acima de qualquer pessoa, seja ela quem for!
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ResponderEliminarExcelente reflexão.
ResponderEliminarConfesso que partilho da maior parte das suas opiniões, embora ainda tenha algumas dúvidas em relação ao canal de televisão.
O FCPorto cresceu como representante de uma região, de uma área metropolitana, de um sentimento. Faz parte do nosso ADN.
Crescemos muito, explodimos com as fronteiras que durante anos nos reduziram. Temos adeptos em todo o país, que todos os dias "lutam" pelo simples facto de serem portistas em Lisboa, Braga, Faro, Bragança, Guarda ect...
Devemos a estes portistas o assumir de um FCPorto plural, inovador e verdadeiramente nacional (no fundo à imagem da História da cidade invicta).
Cumprimentos
Discordo.
ResponderEliminarO FCP representa mais do que um clube. Representa uma região, o Norte, e a sua resposta à maneira como politicamente Portugal (ou Lisboa, que é quase o mesmo)vem tratando o Porto, o Norte e arredores.
Desde há muito tempo que em Lisboa se concentra todo o poder político e o económico vai por arrasto. Os governantes de Portugal vivem em Lisboa e têm sido sempre "cegos" em relação ao resto do país, tirando uma ou outra excepção.
O Porto nunca se conformou com estas injustiças e penso que foi por isso que esta rivalidade Norte-Sul começou. E como nós não gostamos de Lisboa e os maldizemos eles também não gostam de nós, como é óbvio. Sei que és de Lisboa, e fico feliz por seres do Porto, sejas lisboeta ou estrangeiro. Mas vejamos:
- o salário médio em Lisboa é quase o dobro do do Porto.
- o desemprego no Porto é o maior do país.
- as grandes obras do Porto como o Metro ou a Casa da Música são controladas por Lisboa e passam a vida a ser ameaçadas, numa desigualdade de critérios em relação às obras em Lisboa.
- 9 em 10 espéctaculos de renome internacional são em Lisboa.
- As televisões, sediadas em lisboa, passam notícias sobre Lisboa em vez de passarem sobre Portugal.
- etc.
O FCP é como um "tomá lá oubelá!" dado pelos portuenses neste sistema, humanizado no benfica, no governo, em lisboa, nos lisboetas.
O discurso regionalista de Pinto da Costa faz todo o sentido para mim, ainda hoje. Os portistas do Porto, na sua maioria, não gostam do benfica nem de lisboa. Essa é a minha convicção.
O FCP é, e deve continuar a ser um clube regional! Pode, e já é, um clube mundial. Mas são dois conceitos qu epodem coexistir. Um exemplo perfeito é o Barcelona. Aliás, a única diferença é que a cidade de Barcelona não sofre do mesmo problema que o Porto sofre, a meu ver, porque a regionalização em Espanha vinga e aqui AINDA não.
E tu que vives em Lisboa? Porque achas que os lisboetas não gostam de nós?
P.S.: Atenção, espero não ter passado a ideia que és menos portista porque não és do Porto. Simplesmente és menos portuense.
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ResponderEliminarConcordo completamente com o que disse o Pedro "fenistil" Baldaia. Obviamente, discordo completamente da posta do Miguel Teixeira.
ResponderEliminarFoi esta estratégia regionalista/universalista que permitiu que o Porto passasse de um clube Zé Ninguém a um colosso do futebol mundial (é isso que o Porto tem sido nos últimos vinte anos, um colosso do futebol mundial). Que permitiu que o Porto crescesse de cerca de 1 milhão de adeptos para cerca de 2,5 milhões. Porquê mudá-la, se deu tão bons frutos e se a "situação" continua a mesma ou está até pior, mais centralista ainda? O FCP não deve deixar de ser regionalista, deve é ser ainda mais regionalista, sem qualquer espécie de concessão, de uma forma guerrilheira.
Não sou portuense, nem sou filho nem neto de portuenses. Sou da região centro (de Viseu), nasci numa família de benfiquistas, até certa altura deixei-me levar pelo ambiente clubístico de casa, mas quando comecei a interessar-me a sério por futebol mudei para o FCP.
E mudei para o FCP porque via como o FCP era uma equipa guerreira em campo, lutando contra ventos e marés, sendo beneficiado apenas nos media e sempre prejudicado em campo. Apesar disso ganhávamos (e continuamos a ganhar), até lá fora, enquanto os peçonhentos verdes e vermelhos perdiam (e continuam a perder) e quase rebentavam (e continuam a quase rebentar) de tanta inveja e rancor.
Hoje, vejo muita gente das novas gerações a ser do FCP. Na minha família, de pais benfiquistas, 3 de 4 filhos somos portistas. E conheço muita gente jovem desta zona do país que é do FCP. Aqui há 25 anos atrás, não havia práticamente ninguém que fosse do Porto. Quem se afirmasse portista era olhado como uma aberração e gozado e achincalhado.
Portanto, está mais que evidente que a estratégia seguida foi a correcta e continua mais que nunca a ser a correcta. Pode haver algumas mudanças de pormenor, para acompanhar os novos tempos e as novas tecnologias, mas no essencial, tem de continuar e até de se acentuar.
Daqui por uns anos, prosseguindo-se com esta estratégia regionalista, tão injustamente depreciada por alguns (como se ser regionalista fosse ser bacoco ou provinciano), as sondagens vão dar resultados muito diferentes dos que dão hoje, com o FCP na frente, e é isso que os media e todos os organismos desportivos, governativos, administrativos, judiciário/judiciais, etc., todos eles consubstanciando uma porca elite centralista lisboeta/sanguessuga já perceberam e por isso estes ataques desesperados dos Apitos Dourado/Final que foram a bomba atómica deste regime centralista/benfiquento contra o FCPorto. Depois disto, já não têm mais nada para atirar contra o FCP. O FCP vai continuar a crescer, o SLB vai continuar a mirrar, por muito que doa às sanguessugas benfiquentas.
Mas estamos a falar de futebol ou de política?
ResponderEliminarPorque raio há de o FC Porto servir de arma de arremesso dos regionalistas?
O FC Porto com essa conversa há de ser como o Bloco de Esquerda. Nunca quererá, poderá ser partido do poder. E porquê? Porque se minimiza a si próprio.
Dou este exemplo porque trouxeram a política para aqui. Quanto a mim o FC Porto de comum com o Porto cidade só tem mesmo isso, o nome e o facto de a Cidade do Porto ser a residência do Dragão.
Concordo com o texto do Miguel. O FCP deve deixar os regionalismos de parte. Aliás, política e futebol nunca deviam andar de mãos dadas.
É que no final de contas, o FCP anda a ser vitima desse discurso regionalista. O que tinha a ganhar com isso já ganhou. Hoje, não faz sentido nenhum a não ser na mente dos autonomistas portuenses.
há que evoluir pessoal..parar é morrer como se diz!
ResponderEliminartá na altura de mudar muita coisa no nosso clube! PC incluido!
Olá!
ResponderEliminarComo portista (do Porto) em Barcelona nao podia deixar de comentar este texto. Apesar de gostar muito da forma - uma verdadeira lufada de ar fresco neste blog, depois de semanas tentar ler textos que nem sequer passam pelo corrector ortográfico do Word - nao posso concordar com o conteúdo.
Recorrerei ao exemplo de sucesso que tenho aqui ao lado. O FCB nao tem canal próprio. Os motivos para tal nao me sao claros, mas digo desde já que nao lhe fazem falta nenhuma. Existem pelo menos 3 canais públicos de qualidade catalães, em catalão, que só têm olhos para o Barça. A isso somar-se-iam todos os jornais, desportivos ou nao, com uma alergia visceral a tudo o que é madrileño.
Entendo este corporativismo da imprensa catalã, da mesma maneira que entendo o da imprensa de Lisboa, apenas acho que aqui existe pelo menos, equilibrio de forças.
No Porto região em particular, e no Norte do País em geral, existe um gritante desequilibrio a vários níveis, que nao me parece que pudesse ser solucionado com um canal de televisão privado, provavelmente apenas passível de ser pago por aqueles que ainda têm emprego e dinheiro para um lugar anual.
Eu nunca tive pais e amigos benfiquistas, até porque em minha casa nunca se ligou demasiado ao futebol, mas era difícil nao sentir a sala de jantar vibrar com os golos nas antas, é que vibrava mesmo, vivia em Campanhã. Fico muito feliz por haver um crescendo de adeptos de fora da cidade e região. Mas o Porto nunca pode deixar de ser símbolo da nossa luta por uma vida melhor.
Perguntem a um culé catalão se acha que o Barça deve ser considerado um símbolo espanhol... E depois comecem a correr!
O Camp Nou era um dos poucos sítios onde as pessoas se podiam expressar no seu idioma durante o regime franquista. Onde podiam exprimir a sua identidade a 100%.
O estádio do Dragão, como antes foi o das Antas, é um dos poucos sítios onde posso e sempre pude gritar "PUUUORTOOO" sem vergonha do "broueiro" a que possa soar. E a verdade é que esse sentimento foi-me incutido por todos os meios de comunicação desde pequeno. Ainda soa estranho e atrasado à malta, ouvir um sotaque portuense empedernido na RTP. Acham isto bem? Porque fomos reprimidos até no nosso sotaque? Quem se terá lembrado um dia, que falar com sotaque do Norte na televisão era feio?
Enfim, sao exemplos paralelos. Creio que o que Portugal precisa é de dar vida e poder expressar as várias identidades que o compõe. Continuamos sim, com os mesmos estigmas de "pequeninos mas todos juntos" quando esta mais que provado que a nossa identidade nacional nao tem a ver com as nossas parecenças mas sim com o facto de estas persistirem nas nossas diferenças.
Miguel: Acabar com o esquema politico-financeiro na Sad sim. FC Porto nacional não!
Manda um abraço ao Hugo, Andrea, Vitinha, Kikas, Pedro, Nuxo e Vasco! Eles sabem do que tou a falar!
Rizzo Da Rat: O futebol, como quase tudo na vida, é política.
Deixem-me só acrescentar:
ResponderEliminarO FCP é um clube regional porque faz parte do seu ADN, como disse o André.
Com Pinto da Costa e Pedroto este sentimento de injustiça foi transformado em amor, trabalho e vitórias.
Vítor Baía veio até dizer ainda há uma semana que já nos juniores se fomenta a mística do clube, motivando-os a partir da injustiça no tratamento por parte dos media e fez votos para que nos continuem a tratar dessa forma.
E eles vão continuar!
Nos media, na sociedade, no governo, em tudo.
O Barcelona é um clube regional.
Tal como o Porto. E em ambos temos adeptos do clube que não são da região e que, sendo tão portistas como os outros, acredito que sentem as coisas de maneira diferente, nomeadamente no desdém por Lisboa(Madrid), pelo Benfica(Real) e por vezes por Portugal(Espanha).
Rizzo da rat, como diz o Negroni, ser regionalista não é ser estúpido ou atrasado. É uma maneira de ver as coisas. A minha. Por tudo o que disse anteriormente.
2 perguntas:
- Pedro, obrigado por entrares na discussão. Estás em Barcelona, achas que o regionalismo beneficiaria O Porto e o FCP?
- Há alguém aqui que pertença ou conheça alguém nos SuperDragões que não sinta tanto orgulho em ser do Porto como do FCP?
É um engano dissassociar FCP e Porto.
Pedro, o Barcelona tem um canal de tv, é o Barça tv. Eu proprio já o vi.
ResponderEliminarEu sou situacionista. Nunca ameacei ninguém, mas admito que já me apeteceu fazer tal. Infelizmente a educação que os meus pais me deram, oferece-me remorsos a rodos quando me porto mal. Por isso, malogradamente, nunca ameacei ninguém.
ResponderEliminarEsse discurso cansado anti "situacionistas" "comissionistas", e outros que tais, sinceramente é risível. Mais ainda quando alguns sugerem que "anda por aqui "gente" que se governa à custa dos dinheiros do FCP". E não haverá "por aqui" gente que tem pena de não se apropriar dos dinheiros do FCP porque está lá esta direcção? Não posso tirar a conclusão que quem tão mal diz de quem já vai no terceiro campeonato seguido, que nos colocou como o 5.º clube com mais presenças nos oitavos de final da Liga dos Campeões, que ganhou a taça Uefa, a Liga dos Campeões, a Taça Intercontinental, e mais não sei quantas taças de Portugal é que é o interesseiro? É claro que eu sou situacionista. E só não é quem se julgar um iluminado, criticando aqueles que têm o poder, com um discurso inócuo como este que nos é apresentado.
Quanto ao discurso regionalista, já muitos responderam por mim. Olhem para o Barça e ponto final. O FCPorto não tem só o nome Porto e joga no Porto. Olhem para o símbolo... as armas da cidade do Porto, a carta constitucional de D. Pedro IV, a Senhora da Vandoma, tudo isso está lá. Leiam a história do clube ou ouçam o hino e descubram lá se é ou não regional.
Era o que faltava fazer deste clube um clube nacional. Para isso, temos o Benfica, obrigado. O Porto representa a cidade e a região, e, obviamente, todos aqueles que a ele se quiserem juntar, sejam lisboetas ou algarvios, ou estrangeiros. Mas não façam deste clube um clube nacional. Era tirar a identidade que tanto custou a ganhar.
Parabéns a este Blog, espaço de reflexao portista de referencia, e a todos os que aqui comentam. Com excelentes analises a temas realmente importantes (e nao perdendo o tempo discutindo se o Zézinho devia ter levado o 2º amarelo) e com este pluralismo continuaremos a vencer (desde 1893). Nao estarmos todos 100% de acordo parece-me ser um óptimo sinal.
ResponderEliminar-Hoje à noite, até os comemos!
quem não nasça no porto é menos portista? quem não nasça no porto tem menos direito a ser do futebol clube do porto? mesmo que seja quem mais batalha pelo nome do clube - viver em lisboa é estar constantemente rodeado de adeptos de outros clubes, o mesmo não acontece a quem vive no porto.
ResponderEliminaronde treinam os jogadores do fc porto todos os dias? dentro da cidade do porto? ou será em gaia?
- ser do porto e de lisboa faz com que tenha menos direito ao meu clube?
- o porto ao passar a treinar em gaia deixa de ser menos porto?
- o porto ao ser nacional deixa de ser o porto?
- "o plano era fazermos do mundo inglaterra", que tal fazermos do país porto?
A avaliar pelos últimos estudos sobre o número de adeptos do FCP diria sem reservas que o aumento que este teve nas últimas décadas se deve exclusivamente ao crescimento fora da área metropolitana do Porto.
ResponderEliminarPortanto, vão lá dizer à maioria que o FC Porto não deve ser para eles um clube nacional ao invés de se fechar na conversa de chacha do regionalismo, tão tipico do discurso Calimero.
'Ah e tal Lisboa rouba-nos todos os dias...bua bua bua!
Experimentem viver em Lisboa, onde pagamos tudo mais caro mas também a região que mais paga tudo aquilo que de uma forma ou outra vai sendo construida no Norte.
E os subsidios de desemprego e os rendimentos minimos que no Norte ultrapassam todas as médias nacionais?
QUEM PAGA?
Deixem-se de autonomias! Mas sobretudo, deixem de querer fechar o FCP numa jaula politiqueira!
"Experimentem viver em Lisboa, onde pagamos tudo mais caro mas também a região que mais paga tudo aquilo que de uma forma ou outra vai sendo construida no Norte."
ResponderEliminarO quê? Mas que treta é esta? Lisboa é uma sanguessuga gorda a rebentar com o sangue do resto do país e ainda vêm os lisboetas gozar dizendo que pagam o que é feito no Norte ou noutro sítio qualquer? "Rais partam" tal gente. O resto do país está na miséria, com níveis de vida de 40 ou 50% da média europeia enquanto os lisboetas têm um nível de vida igual ou acima da média europeia e ainda gozam? Lisboa não dá nada a ninguém, só suga, só rouba. A tão propalada riqueza produzida por Lisboa, não é gerada por Lisboa, é declarada em Lisboa, que é uma coisa completamente diferente. É obtida por empresas e bancos - PT, EDP, GALP, BCP, CGD, etc., etc., etc. - que prestam serviços e vendem bens a todo o país e cujas receitas e impostos obviamente provêm de todos os portugueses e não dos lisboetas. Essas empresas e bancos estão sediadas em Lisboa e aí declaram os seus rendimentos e pagam os seus impostos, mas a riqueza que criam não é gerada por Lisboa, é gerada por todo o país. Lisboa vai engordando com a riqueza que rouba ao resto do país e o resto do país vai definhando. E depois, gordos e anafados com o que saqueiam aos restantes portugueses, os lisboetas ainda se abespinham e indignam pelo facto do saque não ser completo e haver ainda no resto do país riqueza para construir qualquer coisita e não se morrer completamente à fome. Ah grandes filhos de uma grande mula, que isto só lá ia a chicote ou pior! E pagam tudo muito caro? Para o que roubam havia de ser muito pior! E há muita violência? Para o mal que fazem a Portugal, é muito pouco, havia de ser muito pior, havia de ser pior que em Joanesburgo ou Bogotá!
Bem me parecia que a malta da autonomia queria falar de Lisboa/Porto e não de futebol.
ResponderEliminarMeus caros, se querem discutir política estarei à vossa disposição mas quererem misturar futebol com isso para servir os vossos propósitos é peditório para onde não darei nem uma moedinha.
Essa cartilha regionalista que os meus caros interlocutores querem fazer passar já está gasta e cheira a mofo.
Se é verdade que o Norte tem as suas razões de queixa, o Sul e Lisboa também tem as suas.
Recomendo também a consulta dos dados demográficos do último Census para poderem aferir a demagogiam que tentam pregar aos aldeões e aos menos avisados. Lisboa paga TODAS as obras que são feitas no Norte. São precisos desenhos? Ou pensam que em Lisboa não temos problemas que cheguem pelo facto de sermos a área metropolitana com mais população?
Experimente viver 6 meses por aqui e conseguirá ver que essa cartilha que vos ensinaram está toda equivocada. Fala de pobreza como se essa não existisse em Lisboa...SANTA IGNORANCIA DEMAGÓGICA!
Quem manda os nortenhos andarem há 30 anos a eleger Loureiros, Felgueiras e outras aves raras que mamam aquilo pedem de Lisboa.
E mais uma vez, não misturem futebol com a política. O FCP é muito mais do que isso. E melhor, é o que nos une.
Não queiram comparar a realidade do Porto/FCP com a de Barcelona/FCP !
ResponderEliminarFaçam só estes pequenino exercício: Qual a percentagem de adeptos anti-portistas, e por tabela adeptos dos clubes da capital, que existem na Cidade do Porto? E qual será essa percentagem em Barcelona????
Não tem nada a ver! A Catalunha identifica-se quase a 100% com o FCBarcelona! O mesmo não se passa no Porto e muito menos na Região Norte!
Direi mesmo que os mais fanáticos anti-portistas e defensores das causas dos "gayvotismos" vivem a Norte! Chega-se ao cúmulo de verificar que o concelho do Porto tem menor percentagem de portistas do que os concelhos vizinhos.
Uma grande percentagem de adeptos do FCP são declaradamente contra a "Regionalização"! E a maior parte desses adeptos "anti-regionalistas" são do Porto e do Norte!
Portanto, não misturem as coisas!
Hoje o FCP tem adeptos espalhados por todo o mundo e que nem portugueses são! Sei do que falo porque vou viajando por esse mundo fora! E quem recebe a revista "Dragões" pode ler lá histórias com estrangeiros que se "enamoraram" do FCP. Lembro-me de ter lido lá a história dum taxista sueco e de uns africanos, entre outras.
E quando a equipa faz os estágios de início de época, aparecem sempre montes de estrangeiros para verem os nossos atletas! E a grande diferença para os gayvotas está aqui: no estrangeiro a sua fonte maioritária de adeptos são os emigrantes portugueses, enquanto a nossa é a de estrangeiros mesmo!
Portanto, enquanto o SLB é, de facto, um clube de dimensão nacional, o FCP já ultrapassou essa fase e afirmou-se como um clube de dimensão MUNDIAL!
E à custa da obra de Pinto da Costa, claro! Mas isso não faz de mim um "situacionista"! Continuarei a criticar sempre que entenda que tenha motivos para tal!
Os "oportunistas" que rodeiam o Presidente desaparecerão logo que o barco comece a meter água, tal como aconteceu no Boavista!
Rizzo Da Rat: Como jovem de 27 anos, formado, e oficialmente emigrante, posso dizer-te que na minha cidade nao existe trabalho na minha àrea, e que em Lisboa sim. Preferi ir para um país a sério do que viver na cidade onde as pessoas fazem de conta que vivem num país desenvolvido. Tenho muitos amigos Lisboetas. Nenhum deles conhece o país acima de Coimbra.
ResponderEliminarNao percebo porque vos fere tanto o discurso da regionalizaçao. Se nós vos gastamos tanto dinheiro do vosso orçamento deviam ficar felizes por a partir de entao deixarem de ter que nos dar esmolas.
E quem vos manda a voces eleger Santanas e Isaltinos? No fim cais no mesmo discurso de todos os mouros "Isto lá pró Norte só dá corruptos" nao é?
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ResponderEliminar@Pedro,
ResponderEliminareu conheço bem o Norte, as suas gentes, a sua cultura única no país. Conheço a riqueza - não eles não vivem na Lapa, em Cascais ou Vilamoura - e a pobreza.
É nesta última que prefiro focar porque admito que de ano para ano esta torna-se mais evidente, ainda que não possam existir comparações com há 30 ou 40 anos atrás.
(Lembro-me de demorar 12 horas de carro para chegar a Trás-os-Montes.)
Hoje, também me custa assistir a tanta pobreza. Mas também a vejo em Lisboa, onde a densidade populacional é bem maior e portanto onde todos os problemas chegam primeiro. É a consequência de tudo o resto. Há que conhecer Lisboa sem ódio para sabermos que as vitimas do estado do País vive em todo o lado.
Se em Lisboa tens emprego na tua área, tem a ver com o facto de alguém ter investido em Lisboa e não no Porto. Que culpa têm os lisboetas? E se o fez, não foi porque se pague menos impostos, a renda seja mais barata ou por qualquer decreto lei 'centralista'.
Existe alguma proibição para que existam empreendores no Norte? Claro que não, mas também não estou a afirmar que este não existe. Bem pelo contrário, basta ver o excelente trabalho que tem sido desenvolvido no Douro onde a vinicultura exporta mais do que nunca. Existem janelas abertas por cada porta fechada...
Custa-me, porque tenho sangue nortenho, admitir que se é verdade que o desenvolvimento tarda a chegar a essa região, também é uma realidade que as pessoas daí não sabem fazer por si e aproveitar as magnificas condições que o Norte oferece.
Quando falei dos Loureiros, Felgueiras e outros, não o fiz para demarcar essas escolhas eleitorais das péssimas que também vão sendo feitas em Lisboa. E que escolhas têm sido feitas por aqui!!! Fi-lo apenas para sublinhar a ideia de que a decisão de mudar as coisas no Norte não está apenas nas mãos dos lisboetas mas também nos nortenhos.
Não querendo fazer clichés baratos, gostaria de lembrar a frase inspiradora de JF Kennedy:
«Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela.»
Para finalizar, confidencio que votei a favor da Regionalização.
Só não entendo esse oportunismo demagogo (de alguns) de usar o FC Porto como arma política.
Sou contra os calimeros, venham de onde vierem. Peço desculpa por isso...
Eu sou PORTISTA. Lisboeta. Não portuense.
Preocupo-me com o FC Porto. Do Porto sobram-me as preocupações que tenho por todas as cidades deste país.
Quando voto, não vejo lá nenhum espaço para colocar a cruz no FCP. Seria uma tentação, admito, mas a realidade é outra.
São campeonatos diferentes e eu sou dos que quer que a distancia entre eles seja cada vez maior, mas sobretudo mais cristalina...
Talvez assim, o FCP não estivesse a braços com tantas "caldeiradas".
Viva !
ResponderEliminarParabéns pelo texto que apreciei.
Não concordo com tudo.Há muito que acrescentar, quanto a mim. Mas o tempo e o espaço são escassos.
Sou a favor duma regionalização em Portugal, só que creio que esta não pode ser equiparada ou ser igual à regionalização Espanhola. Quer por razões históricas quer por razões linguísticas. Um falar diferente ( a troca do b pelo v, ou do s pelo x no início duma palavra)o que existe ( ou existia ? ) entre o Norte e o Sul de Portugal não significa um idioma diferente. Deste ponto de vista, a problemática parece-me diferente entre o Castelhano e o Catalão.
Queria só lembrar, quanto ao centralismo o seguinte : As remessas dos e/imigrantes representam uma quantia que pode ser comparada, veja-se superior, às ajudas da UE.
Umas des revendicações de sempre dos e/imigrantes foi que as suas remessas fossem reinvestidas na "terra". Tal não é o já que é Lisboa que absorve essas remessas e as faz fructificar. E não deixa de ser curioso que a maioria dos e/imigrantes são do Norte ou do Centro.
Creio que não se pode separar o futebol da política. Para o melhor como para o pior.
E Viva o Porto !
@Porto Maravavilha
ResponderEliminaré óbvio que isso das contribuições dos emigrantes serem superiores aos fundos que a UE disponibiliza ao país só pode ser um tremendo exagero.
Mas coloquemos a questão como sendo verdadeira e até concordar que essas contribuições dos emigrantes fossem 'investidas' na terra. Muito bem, a maioria da população portuguesa como vive na área metropolitana de Lisboa reinvindicaria ainda mais para si os investimentos que o Estado faz com o dinheiro dos seus impostos.
Pensem em Portugal como um todo e mais uma vez deixem-se de calimeiriçes. Dinheiro e investimento falta em todo o lado. Lisboa é a capital, goste-se ou não, e se o é os motivos evidentes deviam ser mais do que suficientes para não despoletarem certas demagogias.
Cumprimentos
Rizzo da Rat quando tens um governo a fomentar o investimento estrangeiro através de isenções fiscais como o fez durante anos em Lisboa e Vale do Tejo, é ou não é um convite a uma concentração?
ResponderEliminarOs lisboetas não têm culpa nenhuma, até porque a maior parte daqueles que se dizem mais metropolitanos são quase todos lisboetas de 1ª geração...Uns renegados internos.
Falar de Census agora é fácil, mas se quiseres recorre aos dados dos anos 90 e 80, e vê quem pagou o quê a quem...Se é essas comparações que pretendes fazer.
Sim... E se as coisas continuam a evoluir desta maneira, daqui a pouco só há mesmo populaçao Portuguesa No Porto e em Lisboa porque o resto é cada vez mais paisagem...
ResponderEliminarJá que a discussão está neste momento apenas focada na disparidade Norte-Sul e Porto-Lisboa, nomeadamente sobre estatísticas e adins, aqui vai uma posta de Jorge Fiel, no Diário de Notícias de 23 de Novembro:
ResponderEliminar"Uma frase de Mao – “O poder está na ponta da espingarda” - , veio-me à cabeça esta semana à medida que subia a minha indignação com os resultados de uma pesquisa estatística motivada pela divulgação da notícia de que o Norte foi a segunda região europeia onde se registaram mais despedimentos colectivos no período 2002-07.
O Norte está triste e infeliz e tem todas as razões para isso. É a segunda região do país (a seguir a Lisboa) que mais riqueza gera, mas quando chega a hora de a distribuir surge no último lugar, com um rendimento per capita de apenas 80% da média nacional e 57% da média comunitária.
Não me parece saudável um país em que os salários pagos na capital são 50% superiores ao resto do país - e que o poder de compra em Lisboa (135,5 em permilagem do total nacional) seja o triplo do do Porto (44,01).
Como portuense, fico revoltado ao constatar que, no período 1992-2006, de todos os 308 concelhos do país, o Porto foi o que mais poder de compra perdeu (-2,5%) e que no pódio estejam os três concelhos do eixo Lisboa-Cascais, com Oeiras à cabeça (4,5%).
E a mostarda sobe-me que nariz quando vejo que Lisboa absorve 42,5% do total de crédito concedido pelos bancos. Se juntarmos o Funchal a Lisboa, que ficam com 53,9% do dinheiro emprestado pela banca. O Porto contenta-se com um terceiro lugar (11,9%).
Nós, os três milhões nortenhos, não podemos ficar parados. Enquanto os carteiristas de Lisboa nos metem a mão no bolso, o desemprego não pára de crescer (em 2007, o Norte ultrapassou pela primeira vez o Alentejo e tornou-se a região com maior taxa de desemprego) e a riqueza não pára de de diminuir (no início dos anos 90, o IRS per capita no Porto era metade do de Lisboa; dez anos depois era apenas 25%).
O grave é que o Governo continua a adiar a Regionalização e apenas contribui para alargar este fosso, como o prova o facto de em 2009, o Norte ir receber segundo valor mais baixo (226 euros per capita), contra 382 euros da média nacional) do plano de investimentos da administração pública (Piddac).
É tempo de dar um murro na mesa e declarar guerra ao centralismo ladrão. De aprendermos com Mao que o poder está na ponta da espingarda – ninguém dá nada a ninguém, se o puder evitar. De aprendermos com João Jardim, que, usando os cotovelos, fez da Madeira a segunda região mais rica do país, com um rendimento 25% superior à média nacional.
Para começar, a AEP devia reconverter a campanha Compre Português por uma campanha Compre Nortenho. E como o Governo é surdo a vozes que não venham da rua e se exprimam na primeira metade dos telejornais, ganhávamos em boicotar a visita ao Norte de governantes, enquanto não for dado um sinal claro de que o roubo vai acabar. Eu estou pronto a atirar o primeiro ovo podre."
Antes do mais, saúdo o reaparecimento do Miguel, desconhecendo que ameaças anónimas poderá ter recebido - se é que elas seriam passíveis (não digo possíveis) de concretizar-se...
ResponderEliminarE concordo com a generalidade do post, a acentuar as dificuldades de comunicação do clube - uma falha estruturante, grave, parece que endémica tal a apatia com que "aquilo" é encarado. Atendendo ao reforço do sector com um ex-jornalista, para ver tudo ficar na mesma, é de bradar aos céus e confirma a péssima imagem que o clube dá de si.
Concordando neste ponto, a alusão a um canal televisivo tanto sugere discussão como... acabar com ela.
Também não quero alongar-me mais, aguardando que o Miguel desenvolva tudo o que tem para partilhar connosco. Aí darei a minha opinião mais aprofundada, agora também sou apanhado em cima da curva por ter estado fora e só neste momento dou conta deste post que obriga a reflectir.
O canal de tv é um pau de dois bicos, Miguel, especialmente no nosso meio, pequeno e pobre. Espanta-me que o assunto agora venha à baila - será pela coincidência do tal canal?...
Não vejo que "aquilo" tenha viabilidade especial a não ser divulgar a marca. Mas no nosso País, uma âncora destas é só para servir demagogia e naquele clube é do mais rasca que existe e ao nível dos acéfalos que na sua maioria constituem a sua massa acrítica.
Se o teu "problema" é algum negócio não concretizado, tanto pode ser positivo falar nele ou contar porque não foi avante.
O enquadramento geral estou disposto a aceitar, em tese o assunto é interessante e se és da área de media então melhor.
Mas adianta lá coisas concretas, porque gosto pouco da conversa dos comissionistas e coisas que tais se não forem concretizadas e fundadas essas suspeitas que são já acusações.
p.s. - a questão do clube regionalista não é para ser levada à letra, nem pode, a não ser para desconversar e para isso não estou disposto. Mas foi levado a peito e desviou-se para a política geral. Neste ponto, portistas do Porto ou de Lisboa, só têm como referência comum gostarem de um clube. O resto é a visão costumeira que os lisboetas têm do País, já nem digo do Porto. Este é que é o ponto. A maior parte dos lisboetas não conhece para lá de 80 kms da 2ª Circular. E traria aqui dados que aferem porque Lisboa sugou todo o País, mas quem trouxe o post acima citado já deu um contributo aos lisboetas portistas que desconhecem como são distribuídas, porque sim, as verbas europeias vai para 30 anos. O fosso cavou-se aí e quem quis ir atrás do dinheiro mudou-se para Lisboa. Porque o poder estava lá, mas o dinheiro chamou mais alto.
A diferença é esta. E grande.
Companheiros,
ResponderEliminarDepois de tanta conversa começo a pensar que, apesar de considerar o futebol, "como tantas outras coisas na vida, política", se calhar uma discussão deste calibre deveria mesmo existir num espaço mais próprio, porque senão corre o risco de ser misturada com "coisas menores do futebol".
Falo do tema da regionalização e da distribuição mais equivalente do investimento no país - não só no Porto, está claro. Infelizmente, é certo que existirão zonas - nortenhas ou não - com carências ainda mais agudas que a área metropolitana do Porto.
Digo isto porque fiquei com vontade de encontrar tais espaços de discussão, e de momento não os conheço. Alguém tem ideias?
Grande panfleto do Jorge Fiel. E com verdades destas - que mostram, sem margem para qualquer dúvida, a atitude deliberada e sistemática por parte dos governantes centralistas/lisboetas, de deitar abaixo económica e socialmente o Grande Porto, para que a centralização lisboeta seja cada vez mais forte e haja cada vez menos quem tenha força contra ela - ainda há Rizzos da Rat e outros que tais, que vêm advogar a bonomia e a prodigalidade de Lisboa para com o resto do país, especialmente para com o tal de Norte que tanto os aflige e incomoda. Tão cândidos, tão angelicais que eles são, a lata que esta gente tem! Andam a roubar o resto do país - especialmente o Grande Porto que é ou era a única região que podia dar-lhes alguma luta - há décadas, e depois ainda vêm dizer, cinicamente, que são muito generosos, que se fartam de dar, e até dão a entender, sacanamente, que até pagam muitas mordomias e caciquismos ao Porto (esses malandros!), como se em Lisboa e arredores não houvesse Isaltinos, Santanas, Carmonas, Judas, etc., etc., etc.. Como se não bastasse serem descaradamente ladrões, ainda são também descaradamente descarados. Não há pachorra no universo inteiro, que chegue para suportar gente assim.
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ResponderEliminar@Luís Negroni
ResponderEliminartenho pena que seja uma personagem tão egocêntrica ao ponto de se ter escusado de ler a minha resposta ao Pedro. Se o tivesse feito, provavelmente teria-se escusado a tão triste figura.
Se leu e mesmo assim insistiu nesses disparates, temo que a sua interpretação da língua portuguesa esteja pelas ruas da amargura.
E porque existe aqui gente com a mente teimosa, volto a sublinhar que sou a favor da regionalização. Sublinho também NOVAMENTE que esta vontade de misturar o FC Porto com o tema da regionalização só serve aqueles que de uma forma interesseira pretendem colocar um clube de FUTEBOL na sua agenda política.
Que bem fará ao FC Porto essa mistura? NENHUM.
Gostaria também de ler aqui uma opinião do Miguel Teixeira, já que o seu texto foi completamente desviado do centro das atenções pela malta das 'autonomias'.
Porto Maravilha:
ResponderEliminarÉ verdade que não existem antecedentes históricos linguísticos que justifiquem uma separação regional em Portugal.
Contudo, e falo desde Espanha, não imaginas o nível de identificação que encontrei nos galegos com Portugal. Cheguei à conclusão que afinal, quando se falava de nuestros Hermanos na imprensa, se referiam à irmandade entre Norte de Portugal e Galiza, que em realidade deve ser a única "irmandade internacional" que existe na península ibérica já que:
Na península ibérica tens actualmente várias línguas:
Português; Mirandês; Catalão (do qual derivam valenciano, maiorquino e andorrano); Galego; Castelhano e Basco. Estas sao as principais porque existem outras derivaçoes.
Espanha como alguns sabem e muitos intuem, nao existe como a noçao de estado plural e uniforme que projecta para o exterior, nomeadamente para Portugal. O que existe sim, é um poder central que coordena vários poderes regionais, com identidades que se personificam na lingua e nas personalidades, na paisagem urbana e Natural.
Entre todas as regiões espanholas, apenas os Galegos (quando muito os andaluzes) têm em atenção que existe um país com potencial para estabelecer contactos BIDIRECCIONAIS ao nível económico e cultural, que está mesmo ao lado.
Quero dizer que são estes os únicos que não vêm Portugal com os mesmos olhos que Madrid e Lisboa vêm, com um sentido de metrópole do império que é desprezado por todas as regiões em Espanha e Portugal além destas duas regiões e talvez Valência, Saragoça e poucas mais.
Creio que a regionalização Portuguesa, deve incidir em questões não linguísticas mas sim territoriais e económicas, é a única maneira de poder ser feita de forma racional e justa.
Ainda assim é interessante observar:
Assim como existem aqueles que falam na "malta do Norte", nós do Norte falamos de "Espanhóis", quando esse conceito quer seja visto da Catalunha, do País Basco ou das Baleares e da Galiza, NÃO EXISTE.
O mais engraçado é que estes que gostam tanto de nós, vivem muito mais perto do que Lisboa. O ainda mais engraçado é que com estes sim, o Norte tem muito mais história e afinidades. E o desprezo de ambos os poderes centrais fez-se sentir da mesma maneira em ambas as regiões.
Não quero assumir nenhuma posição com esta opinião, é apenas uma inquietação que me faz pensar constantemente. Como seria?
Para se actualizarem, e se pensam a sério no assunto, há na coluna à direita referência a blogues e OCS, está lá a secção NORTADAS e com referências de quem sabe do que fala sobre o Porto, a regionalização, os dinheiros, os direitos e as mordomias. Tudo bem separado à nascença, não vá a Província achar que tem direito sequer a migalhas do banquete real sempre servido no Terreiro do Paço. Tal e qual como antigamente.
ResponderEliminarViva !
ResponderEliminarEm 2006, segundo o Banco de Portugal, os imigrantes enviaram, oficialmente, 6,7 milhões de euros por dia. Oriundos essencialmente da Suiça, Usa e França. A esta quantia há que acrescentar as quantias que seguem por fora dos circuitos oficiais ( notas em cartas, etc. )
Pedro:
Acho que é mais complexo. As autonomias tem uma língua e uma cultura a defender. Uma memória a recuperar após o Franquismo.
Portugal é uno. Acho que para Portugal o problema é o da distribuição de riqueza : Norte-Sul / Litoral-Interior. E tudo desagua em Lisboa.
Voltarei sobre o assunto aqui ou algures porque me parece importante.
E Viva o Porto !
Pois é Pedro, se calhar foi pena a Teresa, mãe do Afonso, não ter conseguido levar a dela avante, quando tentou incorporar as terras galegas, com as quais havia uma tradição linguística e cultural comuns, no condado portucalense. Portugalicia até seria um nome bem bonito, e seria de certeza absoluta um país bem mais equilibrado e homogéneo que o actual Portugal, muito mourisco para o meu gosto.
ResponderEliminarSomos PORTISTAS PORRA e é isso que interessa.
ResponderEliminarEstou muito mais próximo de um portista de Lisboa do que de um benfiquista do Porto.
Sou adepto da regionalização, sou laico e republicano e de esquerda mas isso não interessa para nada aqui.
Um forte abraço para todos os PORTISTAS não portuenses, vocês têm toda a minha admiração pela coragem de terem feito a escolha mais dificil. Adeptos da vossa têmpera são um orgulho e um exemplo para o FC PORTO.
P.S. os piores anti portistas que conheço são "homens do norte", uma boa cambada de filhos de uma puta!
Cumprimentos de um portista Gaiense
100% de acordo com o comentário do André!
ResponderEliminarSou do Porto, tenho amigos "não portistas" em Lisboa e posso garantir que eles são umas "meninas de coro" comparados com os anti-portistas que conheço aqui a Norte!
E para discutir a regionalização e o centralismo existem outros locais, como muito bem sugeriu p José Luís.
Um abraço a todos os portistas não tripeiros.