04 junho 2010

Gostei e muito!

Na apresentação oficial do novo treinador, dois registos importantes:
1) gostei e muito de ouvi-lo, mostrou serenidade e driblou bem as questões com discurso frontal de quem sabe o que o espera, mesmo ao nível das perguntas directas e situações previstas a descrever.
Um portista de gema sabe conjugar o verbo "vencer desde 1893" e caiu bem essa máxima do clube e de quem com ele se identifica. Sobre o eventual clone de Mourinho, teve piada em "aderir" mais a Robson e quanto a linhagem de família também se demarcou do "predestinado" que, esse sim, prometeu ganhar o título, mas Mourinho é o Especial desde a primeira hora e não só quando deixou o FC Porto.
André Villas-Boas, sobre quem já podem terminar os "ses", os "quandos" e os "talvez" e "vamos a ver", quer manter a tradição de ganhar que é do FC Porto, que vence ininterruptamente desde 1990 pela certa um qualquer troféu cá ou lá fora. São 20 anos frutuosos que decerto um rapaz do Porto com 33 anos se habituou a viver e apreciar. Nota-se essa cultura de clube no novo treinador e, daí, é o aspecto que me apraz mais registar. Já se sabia ser portista desde pequenino, mas ouvi-lo assumir essa paixão é outra coisa: pode ser natural e normal, pode até ser que um santo da casa não faça milagres, mas que cai bem, ai cai, cai. De resto, sem pôr-se em bicos de pés, porque também está inabilitado para tal por uma tão curta e inexpressiva carreira que não se pode escamotear nem exagerar como se fosse o mais importante e prenuncie coisas más, falou de competência e diz ter para dar e vender, embora seja melhor praticá-la e demonstrá-la do que dizê-la.
Não podia falar de jogadores e de sistema de jogo, é muito cedo e há tanto ainda para porventura vender e comprar, mas por ele este plantel podia satisfazê-lo, embora aqui entremos no "politicamente correcto" e eu prefiro vê-lo confrontado com as questiúnculas que "certa Imprensa" gosta de colocar e a realidade competitiva exigirá outra atenção e até combate. Espero um treinador com "mind games", para contrastar com a bonomia de Jesualdo que me irritava mais do que opções de banco. Porque, pelo silêncio dos gabinetes, o treinador terá de ser homem para muitas batalhas.
Tomadas as reticências na altura própria, dissecados os "porquês" e os "entretantos", é hora de ajudar o homem e acreditar que pode fazer grandes coisas. Não prometeu, e muito bem, títulos, pois já está na moda e cai em desuso além de ser difícil cumprir, mas garante vitórias. Se elas surgirem antes de bom jogo que mude o "paradigma" anunciado pela SAD à saída de Jesualdo, então o bom futebol virá depois, pois é difícil conciliar as duas coisas logo de início e em velocidade. A minha "pressa" está, por isso, também adequada às circunstâncias, ainda que saiba e tenha percebido pela Académica da metodologia e critério organizativo que AVB, como antes Mourinho, põe no futebol que idealiza.
2) o segundo registo é que, pelas 13 horas e abertura dos telejornais da tarde com esta cerimónia em agenda, só consegui perceber o directo na RTP-1 e na SIC-N, não dei conta de a TVI transmitir alguma coisa mas se o fez foi uma rapidinha só para dizer que porventura esteve lá.
Poderei estar a ser injusto, mas não vi nada na TVI e a TVI24 passava um programa de hotéis de luxo na Cochinchina. O que, de novo, deixa os adeptos portistas avaliadores da missão de tv's e outra CS com os cálculos de sempre. As malvadas RTP e SIC, sempre na mira dos contestatários e amiúde com razão por algum desprezo dado ao FC Porto (e a SIC vai transmitir os jogos da Liga Europa que tem por contrato), deram uma boa cobertura em directo, e a Direcção de Informação da outra estação, onde pontificam portistas como director e subdirector de Informação, marimbaram-se para o assunto: nem durante o telejornal na TVI vislumbrei alguma coisa no zapping que fui fazendo. Repito: poderei ser injusto, mas se passou algo por ali foi muito rápido a abrir e não cheguei lá a tempo de ver o que fosse...
adenda e àparte: para acabar a época com o fedor de sempre, o Bosta da Liga ainda teve tempo para punir mais o FC Porto: http://www.maisfutebol.iol.pt/desporto/comissao-disciplinar-liga-ricardo-costa-cristian-rodriguez-maisfutebol/1167843-4062.html

6 comentários:

  1. Talvez a melhor conferência de imprensa dum treinador, revelou toda a sua competência para o cargo, agora o limite para mim é o PORTO ser tricampeão mundial.
    Apraz-me bastante o Zé Luis estar a 1000% com André Villas Boas.

    VIVA O FUTEBOL CLUBE DO PORTO

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  2. E porque não haveria de estar? Estive com Adriaanse e com Jesualdo, se calhar nunca ninguém esteve tanto com os últimos treinadores como eu estive, paulop.

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  3. Depois desta conferência de imprensa, o título do post diz tudo:
    Gostei e Muito!!

    Força Porto!!

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  4. Eu também gostei do discurso do nosso novo treinador, agora há que apoiá-lo, quanto á transmissão da apresentação do A.V.Boas lembrei-me de ligar no Porto canal e acertei pois lá deu a apresentaçao por inteiro, ja temos o canal da nossa cidade, agora falta o canal do F.C.PORTO.

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  5. O discurso foi o obvio.
    Não estou nada motivado com este treinador.ser Portista não significa que vai ganhar.em que se basearam para o contratar? nos relatorios que fazia para o Mou.espero estar enganado mas não auguro nd de bom.o Domingos era melhor opção

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  6. Ricardo, mesmo que isso seja óbvio, mesmo que essa opinião seja sincera e de um portista - porque não vejo nada no perfil -, é uma boa questão, mas que se vence por si só:
    - este é o treinador e é este que tem de ser apoiado e-..-. julgado pelos resultados.
    - eu também poderia dizer que preferia o Carvalhal, que acharia o Domingos mais sólido, que o Rijkaard era melhor, mas para já a realidade é esta que devemos enfrentar.

    O discurso negativista não adiante e, aliás, é não só ingénuo, como demagógico, além de, no fundo, idiota. Porque não se consegue saber por antecipação o que vai dar. Não é que me entusiasme, como deixei claro por estes dias, mas também não é hora de desconfiar e "deitar abaixo".

    Aproveito só o tema para definir os limites em que deve ser encarado e discutido. Mesmo que, por princípio, rejeite comentários de gente... sem perfil.

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