28 junho 2010

Efeitos da saloia parvoíce...

Não sei se a culpa é do calor ou da simples, humana estupidez das pessoas, incluindo as que alegadamente são pagas para informar outras pessoas porventura dispostas a pagar alguma coisa para ser intoxicadas com lixo propagandístico ou meramente imbecil e distorcido à partida.
Mas, de relance, ler que uma puta consegue extorquir dinheiro a um médico, incluindo uns lábios de silicone exigidos a um cirurgião plástico, e saber que um ministro disse, no Parlamento, que "se não houver dinheiro, não há", é mesmo do tempo que corre, estúpido, vazio, dilatado pelo calor e destinado a estiolar sob o calor tórrido para o que se espera uma "de volta à carga" dos ambientadores do aquecimento global.
Tento pôr, com dificuldade e sem muito interesses nem demasiada energia, a escrita e leitura em dia, mas acho ser fácil desistir de tentar compreender o mundo, pelo menos aquele que nos querem "servir".
Ouvir e ler que os países do G-20, ou mais restrito à Alemanha e EUA, querem cortar na despesa e saber do despesismo alarve do Portugal socrático só podia ter, ironica e tristemente, a comparação no clube do regime quando vejo isto:

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1605001

O bronco Vieira, na tv dos bimbos, fala em segurar di Maria como se quisessem roubá-lo, ou pior, como se fosse um assunto de Estado depois de vendido 299 578 vezes pela Imprensa por não sei quantos milhões acima da cláusula de rescisão que 1329 clubes estariam na disposição de superar. O desespero parece tomar conta dos aflitos e o Benfica continua a ser, para o pior e mais triste cenário, o espelho da Nação sem sentido de valor e de valores ausentes, minimizando até o poder e a influência dos cifrões.

http://desporto.publico.pt/noticia.aspx?id=1444233

Depois, dizer que não há mal em endividarem-se é mesmo à Sócrates, confiando que ou as energias renováveis dão um balúrdio de dinheiro ou basta vender um dos milhares de jogadores supostamente cobiçados por meio mundo que é mais teso do que o clube da Luz.

Mas não só. Entre as previsíveis loas ao novo Sporting, com um ministro (Costinha) a ganhar abaixo do nível tido como aceitável, com o treinador que impõe trabalho e disciplina e os jogadores que cumprem a suar como lhes é exigido e para o qual são pagos, li, de forma mais inacreditável, que o FC Porto precisa de um terceiro guarda-redes e, pior, vai buscar um polaco do Braga que não vale um chavo, Kieszek, cujo nome sei escrever como a sua qualidade reconheci quer no Braga quer no empréstimo ao Setúbal.

Depois da polémica do terceiro g.r. de Portugal, que tem como condição a priori passar incógnito só para preencher a idiota quota de três guarda-redes nos 23 seleccionados para uma fase final, só mesmo este estapafúrdio portista que diz bem da incompetência que, hoje em dia, grassa mais do que nunca no Dragão. Nem é só a questão de saber para quê comprar um inútil terceiro g.r., como se não houvesse até um por aí nos juniores e não sobrassem o Ventura e mesmo o Samir norte-americano de nome arabesco que só jogou na Intercalar.

Chamam a isto silly season, mas eu acho cada vez mais normal que anormalidades destas passem sem um atestado de estupidez garantido com a fiabilidade da treta digna dos políticos de Portugal. Onde faltam governantes e, cada vez mais, até bons líderes em clubes de futebol.

Uma pobreza. E endémica. O "Plano inclinado", da SIC-N, fala-nos semanalmente disto, mas não fala de futebol. E é uma pena, ainda que se lamente tanto como o mesmo canal ainda dá voz ao absurdo Rui Prantos a falar de tecnologias ao serviço do futebol depois de uma época a assobiar para o ar sobre as "infelizmências" da bola indígena.

4 comentários:

  1. 1 - É preciso um 3º guarda-redes. Um terceiro guarda-redes é inútil até as circunstâncias - quase sempre infelizes - o fazerem útil.

    2 - Entre os jogadores com contrato com o clube as hipótese seriam:

    a) Maia - ainda júnior na próxima temporada, a equipa técnica entendeu que não tinha a necessária qualidade para fazer o lugar. Convenhamos aqui entre nós que há razões para isso: provavelmente nem para o banco da equipa júnior na próxima temporada servirá, se calhar nem para 3º guarda-redes. Ia servir no plantel principal?

    b) Ventura e Samir - Estes dois ultrapassariam a relativamente pouco exigente fasquia da qualidade mínima aceitável, mas são ambos jogadores que estão sob contrato pelo potencial para o futuro, não pela utilidade presente. Precisam de minutos nas pernas (ou nos braços) na próxima temporada (especialmente quando o Samir este praticamente parado o último ano e o Ventura já serviu uma época como 3º guarda-redes). O Ventura jogará na 1ª liga e quando regressar será para discutir a titularidade; o Samir ou jogará pela equipa júnior ou, hipótese mais provável, irá rodar para um clube terceiro onde tenha boas possibilidades de lutar pela titularidade.

    c) Elói - Outro que, eventualmente, teria a qualidade necessária - tem certamente mais talento que o Maia. Contudo, seria uma escolha com um nível de risco medonho... queremos um elemento do plantel principal, numa posição fulcral - um 3º guarda-redes é como um extintor num veleiro: as probabilidades de que venhamos a precisar dele são baixas; no entanto, caso seja preciso é bastante importante que esteja funcional - com 16 anos? Um miúdo que nunca fez um jogo no escalão júnior?

    3 - Ou seja: os únicos 3 guarda-redes actualmente nos quadros do FC Porto são o Helton, o Beto e o Ventura. Para o Ventura seria muito mau estar um ano parado (seria o 2 em 3 anos como sénior) e não se vai sacrificar a possibilidade (mesmo que só possibilidade) futura de um titular de qualidade pela conveniência presente de um 3º guarda-redes de qualidade.

    Depois há júniores, uns de segundo ano, outros ainda de primeiro. Confesso que não conheço um único clube europeu de topo que utilize um júnior como 3º guarda-redes. O FC Porto nunca o fez. Por isso ver esta solução apresentada no post como algo de corriqueiro e normal foi estranho. Há exemplos disso ser feito?

    4 - Por isso é forçoso encontrar uma solução no exterior. Pouco onerosa mas confiável, que possa trazer indicies mínimos de qualidade. O Kieszek não terá talento para ser titular no Porto, mas é melhor que as alternativas disponíveis, com a possível excepção do Ventura. É barato, como deve ser um 3º guarda-redes e não implica um investimento na compra do passe ou um compromisso de longo-termo.

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  2. Quizzer, bem elaborado ponto de vista, mas elencando tantas coisas não entendo como chegar à conclusão de que, sendo obviamente necessário um 3º g.r. (e eu não digo o contrário, a não ser para as fases finais de Mundial e Europeu), tem de vir alguém de fora e para mais estrangeiro.

    Na perspectiva do estrangeiro, creio ser ainda pior vir para 3º g.r.; na perspectiva de valorização de um júnior, pois parece o mais acertado. Dizendo júnior pode englobar-se quem por lá passou, no clube, e mesmo depois ficou a 3º g.r., Bruno Vale é um exemplo e ainda jogava na selecção de sub-21...

    Compreendo o raciocínio mas a conclusão pode ter as duas leituras, essa e a minha. E quando tanta gente fala de ausência de jogadores formados no clube, ter de pegar num polaco que não me parece grande coisa não melhora o panorama.

    E, nesta como noutras coisas, há que escolher e não andar ao sabor da corrente.

    Volte para a próxima, de preferência com perfil que o identifique minimamente que será bem-vindo.

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  3. "Quizzer, bem elaborado ponto de vista, mas elencando tantas coisas não entendo como chegar à conclusão de que, sendo obviamente necessário um 3º g.r. (e eu não digo o contrário, a não ser para as fases finais de Mundial e Europeu), tem de vir alguém de fora e para mais estrangeiro."

    Porque não há ninguém de dentro. Isto parece-me extraordinariamente simples.

    Quanto a ser estrangeiro ou português é uma questão completamente irrelevante. Se houver um português com o mesmo binómio qualidade+preço então será o português. Se for um polaco é um polaco, se for um chinês é um chinês.

    O facto do Zé Luís debitar umas vagas lamúrias e uns requentados clichés mas ser incapaz de apresentar uma alternativa concreta diz aos seus leitores tudo quanto precisam de saber no que toca à sua posição.

    O único jogador numa situação equiparável ao Bruno Vale é o Ventura. É essa a sua solução? Se for, diga-o: "Por mim, ficava o Ventura".

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  4. Então, se tiver de ser o Ventura, porque não o Ventura?

    Se o Quizzer acha irrelevante ser estrangeiro ou português o 3º g.r., o que posso eu dizer a não ser lamentar tal visão das coisas? Decerto para o Quizzer será igualmente indiferente se os juniores têm também 10 estrangeiros ou 11 portugueses.

    Por mim fica claro o ponto de vista e cada qual fica com o seu. O Quizzer tem mais certezas do que eu, que prefiro considerar os prós e os contras e não encher tudo de estrangeiros.

    De resto, eu nem me oponho à liberalização e circulação de jogadores, nem me queixo se o plantel principal do FC Porto tem muitos ou poucos estrangeiros, muitas ou pouca referências do balneário e do clube na equipa.

    Mas eu noto, e tomo em conta devidamente por isso mesmo, que uma boa parte da massa associativa preferiria ter mais portugueses e mais jogadores formados no clube. Sei que é difícil conjugar o interesse da equipa e o rendimento desportivo com a fixação de jogadores formados preferencialmente no clube. Mas não posso ser taxativo face à liberalização do mercado e à falta de barreiras.

    O Quizzer, pelo visto, não se importa e acha que a sua opinião vale pela maioria. Defenda a sua opinião e não a sobreponha à dos outros. Eu aponto a minha e nela, sem subterfúgios nem indiferenças, acho inconcebível que um 3º g.r. tenha de ser estrangeiro. Então, para isso, onde está a prova da aposta no Projecto Visão 611?

    O Quizzer defende a política desportiva do FC Porto, de ocasião, ou é indiferente ao que se faça na SAD a esse respeito, mesmo sem resultado algum do Visão 611 que garantiria um futuro mais "portista" com mais cultura de clube?

    A minha posição é, portanto, tentar conjugar as coisas. E, de princípio, negar jogadores que não sejam bons e Kieszek não é bom, qualidade que o Quizzer também não releva com clareza.

    Mal estará o FC Porto se precisa de um 3º g.r. estrangeiro. Seja barato ou de borla.

    E quanto à preocupação com Ventura, não sei até onde vai esse cuidado da SAD, cuja política de empréstimos também não tem dado bons resultados e até acaba a deixar acabar o vínculo de jogadores desprezados em casa, veja-se o extremo Alan ou o médio Luís Aguiar no Braga.

    Sobre isto tenho ideias muito claras e não me contenho nas críticas, ao contrário do Quizzer que é mais um a defender, cegamente?, a política da SAD. Aliás, presumo que, além de Kieszek, o Quizzer também estará agradado com os reforços até hoje anunciados e/ou apresentados no Dragão.

    Quando o Helton acabar contrato, dentro de um ou dois anos, será Ventura, em rodagem por aí ou retido no clube para ganhar arcaboiço e cultura de balneário, a aposta de futuro? E se não for, onde há outro g.r. para essa perspectia de longo prazo? Irá para o Portimonense para vir empatar ao Dragão como o Olhanense?

    A sua moral não me convence e já nem falo nas intenções que suspeito estarem por detrás quer das mesmas quer do anonimato em que lhe dei a última oportunidade.

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