Incompetência…

E.Amadora 2-2 FCPorto

Lisandro 24', R. Meireles 50', Maurício 86' e Mateus 91'Equipa: Helto, Bosingwa, Stepanov, B. Alves, Fucile, P. Assunção, R. Meireles (Kazmierczak 87'), Lucho (Bolatti 71'), Tarik (Adriano 78'), Lisandro e Quaresma

…falta de humildade, falta de profissionalismo, falta de atitude, falta de concentração, excesso de confiança, irresponsabilidade, sobranceria, displicência, vergonha. Qualquer destes adjectivos poderia ser o título para esta crónica e poderia servir para caracterizar a equipa depois desta conseguir o dois a zero, mas principalmente depois da saída de Lucho Gonzalez do onze. O FCPorto a partir deste último momento foi uma sombra do que tinha sido até aí, levando a transformar o resultado num autêntico escândalo e que deixou qualquer portista revoltado com a forma como ele foi obtido, não existindo qualquer desculpa para tal ter sucedido. Se me dissessem, e sem ver o jogo, que o FCPorto tinha conseguido um empate em casa do Estrela da Amadora, embora não fosse um bom resultado, perante o historial naquele campo, eu não me admiraria, mas depois de ver este jogo o que se poderá dizer é que o FCPorto não conseguiu um empate, mas sim que o consentiu. Mas já lá vamos.

Talvez por saber que a Reboleira é um estádio tradicionalmente difícil para as cores azui-e-brancas, a equipa inicial escolhida foi a consensual, considerada quase por todos como melhor onze, já que contou com o regresso do Lucho ao meio-campo e em nada mais se alterou no resto em relação à equipa que bateu o Marselha. Começou o jogo com é seu timbre a controlar, embora sem nunca deslumbrar, aliás como tem sido usual. Os lances no ataque iam aparecendo, assim como algumas oportunidades e perto dos 25 minutos, Lisandro, sempre ele, marca um golo tirado da sua própria cartola, trabalhando muito bem sozinho no meio dos centrais e rematando colocado. Estava marcado o primeiro golo e o mais difícil parecia estar feito, com o FCPorto sempre a controlar a bola longe da sua área, chegando assim o intervalo.

À entrada para a segunda parte e embora o Estrela tenha entrado com mais algum fulgor, o FCPorto consegue marcar através de uma excelente jogada e uma óptima assistência de Quaresma, comprovando o que estava a ser até aí o FCPorto, completo dono do jogo, com os 3 pontos quase garantidos, um FCPorto tranquilo, tranquilidade essa que pode levar à displicência. E foi exactamente isso que aconteceu, tal como em jogos anteriores a equipa começou a recuar e com a saída de Lucho e a entrada de Bolatti, embora não tenha sido propriamente pelo desempenho do jogador, a equipa teve um claro sinal de contenção, o que levou a equipa da casa a estar mais no ataque e a ir criando lances mais perto da área portista, algo que pouco tinha acontecido antes.

Mas não era novidade nenhuma na equipa do FCPorto o facto desta recuar quando em situação de vantagem e só por culpa de clamorosos erros individuais de Helton e Stepanov ficou à vista o que não tinha sido visto em jogos anteriores, esses recuos poderiam um dia correr mal. Helton conforme já tinha vindo a mostrar em alguns lances em jogos anteriores, saiu muito mal a um cruzamento deixando a baliza completamente desprotegida e Stepanov cometeu mais um erro para juntar a outros tantos em dois jogos anteriores, infantilmente e sem qualquer necessidade agarrou um jogador do Estrela na área levando à marcação de um penaltie que daria o empate.

Pode parecer injusto culpar apenas dois jogadores pelo que aconteceu, mas o certo é que também é injusto culpar o resto da equipa por estes erros individuais, apesar desses erros terem sido fruto de todo o abaixamento da equipa em termos de concentração, sendo que quase todos os jogadores depois do dois a zero mostraram estar completamente convencidos que a vitória estava conseguida, esquecendo-se que do outro lado estava outra equipa.

Com este resultado a pressão volta ao FCPorto que vê a concorrência aproximar-se, mas talvez seja mesmo como diz Jesualdo, esta equipa trabalha melhor sob pressão e talvez estes erros sirvam de lição para a equipa e para os jogadores que os cometeram, sendo que a sua substituição poderia servir para todos entenderem que no FCPorto não há insubstituíveis e que erros destes não se admitem numa equipa de alto nível como é o FCPorto.