TAS apanha mais depressa drogados e mentirosos do que um coxo

O doping de Nuno Assis há um ano e o homem “biónico” sul-africano autorizado a correr há um mês. As decisões internacionais que pesam sobre o Benfica

Já há um mês lembrei o tema Nuno Assis, vergonhosamente encoberto em Portugal e exemplarmente castigado no TAS de Lausana. Com nova derrota, agora, do Benfica na mesma instância internacional, é tempo de fazer mais um ponto da situação mas que seja o… apontamento final.

Nuno Assis dopou-se e ia sair limpo em Portugal. Evoquei o caso aqui, quando o Benfica pretendia submeter ao TAS a decisão do Comité de Apelo da UEFA, que integrava e salvaguardava a presença do FC Porto na Champions. Agora teve a derrota prevista, mais uma.

É curioso que o TAS não só puniu Nuno Assis, obrigando-o a cumprir mais meio ano de suspensão quando o prazo “porreiro, pá” na teia das conivências portuguesas ia deixá-lo jogar a partir de Agosto do ano passado. Agora impediu que a batota, com parceiros do jogo sujo no berço da nação como eles se reclamam, ganhasse foros de instituição nacional. O Benfica, como sempre proclamei, seria punido lá fora.

O TAS, curiosamente, não perdoando a dopados e batoteiros, apanhou mais depressa os drogados e os trafulhas da mentira do que um coxo.

Há precisamente um mês, Óscar Pistorious ganhou o seu caso no TAS. Atleta sul-africano que usa próteses nas duas pernas, um novo modelo mecânico recente que implantou levou a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) a proibir-lhe a nova técnica, em Janeiro. Pistorious recorreu ao TAS em Fevereiro e ganhou o caso. O coxo ganhou onde o Benfica falha.

Chamem-lhe ironia e até inacreditável. Mas no Desporto acho bem que prevaleça a verdade, de resto como na vida.