16 julho 2010

O primeiro acto de contrição - haja mais corajosos a confessarem-se



Repeti-o aqui várias vezes: muitos jogadores, especialmente médios-ofensivos, não renderam o que deviam para marcar presença no ataque de Portugal no Mundial. Atiram-se a Carlos Queiroz porque sim, os críticos sem isenção e com parcos conhecimentos. Outros, cobardes, partiram para nunca mais, deixando no ar dúvidas sobre o ambiente da selecção. Para já, Danny, o "russo", que foi um dos maiores fracassos na linha de apoio ao ataque, assume a sua parte. Eis, na íntegra, o depoimento ao Maisfutebol, onde um parágrafo de enquadramento demonstra como se deve tratar do assunto (vou deixá-lo a negro).


Danny não esquece o Mundial:

«Fiquei triste com o que fiz»Ao Maisfutebol, avançado assume desilusão pela campanha sul-africana

Por Pedro Jorge da Cunha

O deslumbrante cenário do Mundial ficou para trás. Sobram as imagens e as memórias, provas incontestáveis de fantasia e cor. Na Selecção Nacional, o enquadramento é mais sombrio. A cada declaração, ganha mais força a mágoa e a decepção pelo aforismo tristonho que foi a participação lusa.
Entre alguns mea culpa camuflados por subterfúgios e silêncios farisaicos, lá surge um ou outro acto de contrição pertinente e objectivo. É o caso deste recolhido pelo Maisfutebol junto de Danny.
«A Espanha teve sorte de marcar em fora-de-jogo»
O avançado do Zenit sabe não ter cumprido aquilo que dele se esperava e assume-o sem rodeios. «Faltou-me dar muito mais à equipa. Tenho consciência que devia ter feito mais. Senti-me muito bem no estágio na Covilhã, fiz um golo a Moçambique e cheguei cheio de expectativas à África do Sul», assume o internacional português.
«Pensei que ia ajudar mais à equipa, sinceramente. Fisicamente estava bem, forte, mas nunca consegui fazer aquilo que faço normalmente.»
Danny participou em três dos quatro jogos da Selecção Nacional ¿ 177 minutos, duas vezes titular -, teve um ou outro lance digno de registo, embora sempre longe do nível comprovado em aparições anteriores.
«Não sei se foi a forma diferente da equipa jogar ou se o problema era realmente meu. Fiquei triste com o que fiz, pois quem me conhece sabe que tenho qualidade suficiente para resolver jogos», desabafa ao nosso jornal.
«Tínhamos jogadores para chegar longe»
Nem tudo foi negativo, porém. Após quase um ano de sofrimento castigador, em virtude de uma lesão, Danny foi recompensado com a participação na mais importante competição futebolística.
«Senti-me um privilegiado por estar lá. O ambiente em redor da prova é impressionante. Nunca tinha visto nada assim. No futebol nada se compara àquilo», sublinha o atacante, que só tem elogios para o ambiente no grupo de trabalho.
«Tudo correu bem nesse aspecto. Competitivamente, passar a primeira fase foi óptimo. Mas tínhamos jogadores para chegar longe. É essa a minha impressão.»
Daqui para a frente, Danny está plenamente concentrado no Zenit e na qualificação para o Euro-2012. «Quero estar bem no Zenit, fazer um bom resto de temporada e ser importante na caminhada da selecção para o Europeu. Olho com ambição para essa prova», concluiu o jogador de 26 anos.

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