27 julho 2010

Portugal sob fogo (III): Baía perdeu o Porto

Já tinha lido a coisa como possibilidade, há uns tempos, e confirmou-se que Vítor Baía deixou o FC Porto, onde a famosa política de comunicação inexistente obviamente não deixa lugar a um pomposo mas igualmente inútil lugar de Relações Exteriores que destinaram ao maior guarda-redes de todos os tempos.
Aqui deixei, então, a minha reflexão que vai neste sentido acima descrito. Quando não há algo mais para um homem como Baía fazer, claramente esvaziado de conteúdo, sem que a pompa envolva o clube tão fechado como um sepulcro, o melhor é partir. Também para a informação miserável e o apoio ridículo, além do entusiasmo canhestro, que o clube presta aos sócios, o lugar de director de Comunicação vale o que vale. E o de Director de Relações Exteriores idem.
A hipótese em tempos aventada, a ida para o Málaga como director desportivo, noticiada com a saída de Jesualdo, pode nem se concretizar. Mas a saída de Nuno a acompanhar o ex-treinador no clube espanhol veio a confirmar-se e Nuno rescindiu porque quis. Vítor Baía, leio, até interrompeu as férias para vir ao Porto, conversar com o presidente e dizer adeus. Ou até breve, para os mais optimistas que alimentaram o sonho de um dia o ver a presidente a agora dão-lhe uma amiga palmada nas costas como se isto fosse fácil de encaixar como verosímil.
Para um jogador que tem os títulos que mais ninguém tem mas não teve sequer o jogo de despedida que o seu adeus aos relvados justificava, esta é a maneira de mostrar que a sucessão dinástica não passa por ex-jogadores, ainda que se perfile que Fernando Gomes, já antigo mas sem metade da aura e do reconhecimento de Baía, ocupe o lugar vazio do guarda-redes que um dia lamentou não ter no estádio uma estátua como Eusébio, claramente uma ambição desmedida que Baía não podia alimentar no Dragão.

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