Não vi o jogo com o Ajax e, longe do Porto, não foi por esperar que desse no site do clube... E não verei o jogo com a Samp, também sem esperanças de vê-lo pela internet... Dessas coisas não percebo como se fazem, mas sei de gente que sabe e ninguém sabe como no FC Porto não sabem fazer as coisas a este nível, o nível a que eu estou mas eu não tenho responsabilidades num clube que atingiu desportivamente um estatuto de elite internacional. E poder haver muitos, alguns ou nenhuns elementos licenciados em Comunicação Social, como gostam de apelidar-se como se mostrassem mais competência na matéria, ou vários ou raros génios de marketing e "management" desportivo não servem de nada como desgraçadamente se tem visto com sócios e adeptos mera carne para canhão. É por isso, como já o disse, que perfilho a filosofia de Max, o Groucho e não o Karl Marx, o de não poder ser sócio de um clube que me aceitasse como sócio.
Da pobre, amiúde nem isso por ser inexistente, imagem do clube há muito não sobra mais do que os resultados em campo. E, por acaso, na última época não foram totalmente satisfatórios, o que deveria obrigar a outros cuidados para a nova época. Mas não se vêem, como não servem de estímulo os reforços, alguns meio-reforços que estão mas não contam como Walter, outros reforços nem por isso, enquanto se faz uma primeira aparição no Dragão com um Tomás Costa ou um Sapunaru a titulares.
Limito-me, por isso, a flashes que apanho num ou dois blogs portistas, porque desconfio que a Imprensa dita desportiva não conta o que deve nem deve registar o que conta. Mas não vi, também nesses blogs que consultei, por gente que esteve no Dragão, algo de palpável relativamente ao novo "paradigma" que supostamente esteve na acção de "despedir" Jesualdo e contratar André Villas-Boas de que só há pouco tempo se soube que tinha duplo "ll" no nome de família e até hífen...
O que noto, porque ausente, é a referência ao tal novo futebol prometido, ou melhor não prometido mas que muitos confiaram antes de ver. Tirando algo do Jorge Maia em O Jogo, que vi agora plasmado num blog, em que vê o que ninguém viu no domingo, isto é só um exercício de fé, mas percebo, no fundo, que há muita desconfiança e tamanho desencanto. Não dou colo a esse choradinho. Ver para lá do nariz é um exercício a que muitos se propõem e à falta de notícias concretas é o que está a dar. Enquanto não se definirem as saídas e as entradas, o que já deveria estar feito, não há volta a dar a mais fantasias. Fucile está sem estar, poderá ser um LIsandro vendido antes de aterrar de férias, mas com muito menos dinheiro. E, entretanto, se está Walter sem estar, notando-se mais uma mulherona a seu lado na tribuna do que negociações em curso que até podem rebentar na cara como sucedeu já este ano com Kléber do Cruzeiro que se viu pelo aeroporto, não há equipa que assente em pressupostos tão falíveis.
Mas há, isso sim, ideias do treinador. Embora, convenhamos, sejam aquilo que se diz serem as ideias do treinador que só treinou escassos meses a modesta Académica. O diário de Villas-Boas ou os quadros magnéticos com zonas de pressão e ataque à bola no terreno contrário é conversa para boi dormir. Pelo menos devia ser no FC Porto, onde se querem coisas concretas mas muitos embarcaram já no navio dos sonhos, especialmente os mais dotados que tanto execraram Mourinho mas sentem saudades, como assobiaram Quaresma e reconhecem a falta de magia das suas fintas e, do mesmo modo, quiseram ver Jesualdo pelas costas, escrevendo do piorio de um homem que foi tricampeão e passou por quatro vezes a fase de grupos da Champions entre outras minudências e algumas taças que foram infamemente impedidas de conquistar.
E, helàs, sem ninguém o comentar, sem alguém que tenha lido na bluegosfera o apontar, eis que o 4x3x3 foi o início e o fim do jogo com o Ajax. Mais claro não pode ser quanto a preferência estilística do novo treinador que retoma o vício do anterior e que tantos contestaram.
Mas há mais. Se notei, ainda por Jorge Maia, a alusão concreta ao sistema de jogo, reparo que se dá ênfase à luta pela bola e a pressão mais alta e consistente. Como não vi, não posso confirmar. Melhor: percebi que se perderam duas bolas com o Ajax em zona perigosa, por um trinco ou um central, enquanto a equipa estava já virada para a frente. É imagem de se querer mais gente à frente da bola, mas requer cuidado de quem a tem cá atrás. Foi assim que o Ajax fez dois remates à baliza, vi num resumo.
O sistema percebi pelo 11 e pelas substituições. O modelo que está por detrás do sistema pode ter essa preocupação de recuperar a bola rápido, aí sim em contraponto ao que vinha sucedendo com Jesualdo mas o problema do futebol portista não vinha daí. O problema que havia, e permanece, é a falta de eficácia. Daí o um-zerinho nesta pré-época. Nuns resumos muito curtos já se viu Falcao e Hulk falharem golos de forma escandalosa... E quanto à preponderância de Hulk, mesmo sem o Bosta da Liga a vigiar e a castigar, esperem até os árbitros lhe darem o tratamento de amarelos e vermelhos às suas explosões.
O 4x3x3 e a pressão alta, porém, não resolveram os problemas de se criarem poucas ocasiões de golo. Isso sim, todos notaram frente ao Ajax. O "jogo morno" ou que "nem deu para aquecer" é sintoma de que não é só o sistema que está em causa, é a forma de usá-lo em benefício próprio e pôr em prática o que já têm, os jogadores, obrigação de saberem de antemão, com vários anos a jogar dessa maneira. Mas há pouco rendimento no ataque que nem as explosões de Hulk permitem encobrir nem a juventude de James Rodriguez deve à partida solucionar.
Para primeiras notas, ainda, pelo apanhado de coisas destes jogos de preparação, saliente-se a segurança defensiva. Poucos golos sofridos, sendo que nenhum dos defesas titulares habituais esteve em campo. É curioso. Porém, não faltaram os atacantes habituais e até João Moutinho serviu de "duplo" do ausente Raul Meireles que, como os mundialistas portugueses, voltaram só hoje ao trabalho. Mas faltaram golos. Não houve, Hulk à parte mas só em forma individual e amiúde sem servir colegas para marcarem, explosões colectivas no ataque. Daí as esparsas situações de golo. Daí o 1-0 à espanhola, só não sei se com a recuperação e manutenção da bola por mais tempo como o estilo-Barça dos "nuestros hermanos".
Pode aceitar-se a alusão às características da pré-época e o necessário afinamento dos processos de jogo. Mas não podem ser assim tão diferentes do que já vinha sendo hábito. E não houve contratações notáveis, nem com João Moutinho, por forma a dar outro "ar" à organização de jogo e aí creio que muitos portistas, tão ásperos contra Jesualdo que nem os adversários ousavam a tanto, irão torcer a orelha, já que ainda não deram o braço a torcer. Não será apenas por defender/atacar mais à frente na procura da bola que o jogo será substancialmente diferente. Espero estar enganado, aliás não olhei com muito entusiasmo a explicação da troca de treinador para a "mudança de paradigma" preconizada. Mas também não falta muito para novo confronto com o Benfica perante o qual um eventual resultado negativo será interessante para aquilatar da bonomia com que os adeptos e bloggers passarão a tratar o novo treinador. E ganhar a Supertaça também não será, até pela tradição, nada de anormal, pois até Victor Fernandez o conseguiu, em Coimbra, sim, com uma magia de Quaresma como pode ter Hulk em Aveiro no dia 7 de Agosto.
Não há nada de novo no velho Porto. Talvez ainda não se tenha dado conta disso. Não notei escrito por aí a não ser a desilusão, o que contribuiu para reforçar as críticas ao que se passa fora do campo e tem a ver com a direcção da SAD. Quiçá se, perdidos nos meandros do que julgam entender das negociações pelos direitos tv e ainda às voltas com a quadratura do círculo que é a comunicação do FC Porto, mailos remoques aos jornais e tv's que não ajudam mas muitos acham que não há volta a dar e enterram a cabeça na areia, os muitos adeptos que se acham entendidos mas pouco adiantam nestas matérias, então as suas atenções voltarão a centrar-se na SAD e no planeamento desportivo em que muitos dos problemas anteriores persistem. Ou os escolhos Farías, Tomás Costa e Sapunaru; ou alguns novos de como meter Ukra ou pôr a render Castro, tão acarinhados pelos adeptos enquanto encolhem os ombros à contratação de um estrangeiro para terceiro guarda-redes como em tempos aqui comentei.
De longe, por terceiros, em flashes, com intuição é o que me sugere o novo velho FC Porto. Quem puder aclarar esta imagem faça favor.
Infelizmente também é esta, de modo geral, a minha primeira sensação do Porto 2010/11.
ResponderEliminarMas o mais preocupante é a indefinição sobre o desenho final do novo plantel, mesmo com a atenuante do Mundial, não augura nada de bom que a pouco mais de 2 semanas do inicio da época não haja noticias sobre o futuro de alguns possiveis "negócios rentáveis", nomeadamente B.Alves e R.Meireles, sendo que este ano não haverá receitas da Champions e já houve um investimento avultado nos reforços - sou um dos que não acredita que fomos buscar Moutinho sem ter Meireles vendido...
Este primeiro jogo no Dragão soube-me a desilusão.
ResponderEliminarEntendo que será necessário muito trabalho para os jogadores assimilarem os novos processos, as novas concepções e métodos.
Confesso, no entanto, que esperava um pouco mais da equipa.
Nota-se alguma indecisão de AVB no que toca à escolha do plantel, evidenciada neste jogo pelo número de jogadores utilizados.
Independentemente de faltarem ainda jogadores influentes, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira, Raul Meireles e Varela, alguns dos quais certamente não farão parte do plantel, esperava que a equipa apresenta-se a espinha dorsal delineada.
É cedo para tecer críticas mas, confesso, esperava mais dos reforços.
Sereno mostrou-se muito permeável, Emídio Rafael muito pouco ofensivo, Moutinho pouco influente, James Rodríguez lento e nada atrevido e ainda pouco corajoso. Esperava dele mais arrojo no um contra um, que foi evitando.
Sapunaru e Tomás Costa foram iguais a si mesmos (fraquinhos)e Belluschi intermitente.
Sou dos que defendi que Jesualdo devia sair. O FC Porto necessitava de uma abordagem diferente, mais consistente, ambiciosa e competente.
Não fui eu que escolhi o AVB. Não sei se será treinador para essa mudança. Como não embarco em clones, prefiro ver para crer.
O que vi até agora (jogo contra o Ajax), sinceramente deixou-me céptico, contudo, a procissão ainda vai no adro!
Um abraço
É uma análise racional da realidade da nossa equipa de futebol mas também do estado da gestão do FCP, que gera um certo desconforto e alguma ansiedade nos sócios e adeptos mais atentos e críticos, como aqui ficou plenamente demonstrado.
ResponderEliminarTarda em nascer uma onda positiva em volta da equipa que só uma resposta vitoriosa, nos próximos compromissos, poderá vir a criar-se.
Penso que o êxito, ou fracasso, da época do FCP vai depender muito do que for feito nestes primeiros jogos.
Acho também que o modo como são tratadas na comunicação social as contratações do nosso clube, muito desprestigiantes e novelescas, estão a milhas do que foi a tradição e o estilo "à FCPorto" e Pinto da Costa.E a culpa, muitas vezes, não é só do algoz mas também da vítima.
Óptimo, confirmam as minhas "suspeitas". Isto não é uma crítica, apenas uma constatação e só pela minha intuição, além de não esquecer o que se disse e fez e do que poucos pagarão por isso, a começar pela SAD e a troca de treinador a acabar nos camelos que gostam de fazer de macaquinhos de imitação e aplaudem tudo o que dali vem.
ResponderEliminarÉ ainda cedo para conclusões e aqui não se tiram nem muitas nem poucas. Da mesma forma que muitos acreditam nas transmissões dos jogos no sítio oficial do clube, outros julgavam que, com tanta coisa para definir, o jogo com o Ajax seria de apresentação. Há gente que ainda não tinha vindo, outros que virão só pegar as coisas e ir embora, uns quantos ainda passíveis de vender... Parece-me logico que tudo isto se trate durante esta semana, por forma a que no domingo haja mais condições para a tal apresentação, independentemente de um ou outro poder ser vendido depois disso. Mas é como costumo dizer: quanto mais as pessoas vêem estas coisas da pré-época menos aprendem e nunca perceberão que esta dinâmica só acaba a 31 de Agosto! Embora, com a Liga Europa para disputar antes, estas definições tenham de estar acertadas, mais do que com a Supertaça, até ao momento do confronto uefeiro.